Contrato com um gângster
img img Contrato com um gângster img Capítulo 8 A prisão fria
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Capítulo 11 Não mexa nas minhas coisas img
Capítulo 12 Os termos do acordo img
Capítulo 13 Uma loucura passageira img
Capítulo 14 O rival img
Capítulo 15 Seja boazinha img
Capítulo 16 Eu não dormirei com você img
Capítulo 17 Um gângster paranoico img
Capítulo 18 Você é casada img
Capítulo 19 Orgulhosa e ingênua img
Capítulo 20 Uma espiã img
Capítulo 21 Um pervertido img
Capítulo 22 Eu não sou uma ladra! img
Capítulo 23 Cooperação perfeita img
Capítulo 24 A confusão no hospital img
Capítulo 25 Não seja tola img
Capítulo 26 Entre a vida e a morte img
Capítulo 27 Um gângster apaixonado img
Capítulo 28 Um beijo apaixonado img
Capítulo 29 Eu cuidarei de tudo img
Capítulo 30 Um traidor img
Capítulo 31 Não precisa ter vergonha img
Capítulo 32 Eu vou te proteger! img
Capítulo 33 Estás belíssima, amore mio! img
Capítulo 34 Ti amo, bella mia! img
Capítulo 35 A moeda de ouro img
Capítulo 36 Amargas lembranças img
Capítulo 37 Dominado pela paranoia img
Capítulo 38 Raiva e desejo img
Capítulo 39 A sede de vingança img
Capítulo 40 A fuga img
Capítulo 41 O sequestro da médica img
Capítulo 42 Estou grávida! img
Capítulo 43 O teste de paternidade img
Capítulo 44 Encontre a traidora img
Capítulo 45 A magia do amor img
Capítulo 46 Enganando o capo img
Capítulo 47 Ela está morta img
Capítulo 48 Para onde ela foi img
Capítulo 49 Um refúgio img
Capítulo 50 Um vulto na janela img
Capítulo 51 Não confio em você img
Capítulo 52 Não te perdoo img
Capítulo 53 Detalhes sórdidos img
Capítulo 54 A médica destruiu a nossa família img
Capítulo 55 Um acerto de contas img
Capítulo 56 Epílogo img
Capítulo 57 Trecho do livro Tudo Por Ela - Amor & Vingança img
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Capítulo 8 A prisão fria

Lívia estava prestes a acordar o homem deitado à sua frente, mas recuou quando um pensamento cruzou sua mente.

"Se quisessem nos matar, já teriam atirado", ela refletiu, talvez aquela fosse a sua chance de pedir e ajudar a escapar dali.

Em passos lentos, a médica deixou o quarto onde Enrico estava deitado e seguiu pelo corredor até a entrada da clínica, mas antes que pudesse chegar à porta, homens de terno preto entraram no local. Antes mesmo que pudesse imaginar uma maneira de fugir, Lívia já havia sido dominada com truculência por um dos homens que a imobilizou contra ao chão.

- Não fiz nada! - Ela se defendeu em voz baixa, imaginou que aqueles homens eram detetives e que estavam ali para prender o mafioso. - Sou médica, trabalho aqui. - O rosto estava pressionado contra o piso de madeira frio.

- Fica quieta! - Pôs a mão na boca da médica.

Sem emitir som, Lívia reparou nas roupas dos quatro homens, eles não eram quem a médica imaginava.

- Olha, o chefe está ferido! - Um deles apontou para o homem estirado sobre a cama.

O homem barbudo continuou segurando Lívia no chão. Ergueu o rosto para o líder que verificava a situação do chefe.

- Senhor Bianchi, acorde! - Segurou-lhe o punho e verificou a pulsação.

De repente, as pálpebras se abriram. Enrico despertou e, abruptamente, agarrou o braço do homem torcendo-o. Levantou-se e num único movimento passou o braço em torno do pescoço do homem pressionando com força.

- Sou eu, chefe! - O homem gaguejou em desespero.

- Por que vieram tão tarde? - Enrico inquiriu rudemente ao aliviar a pressão que fazia contra o pescoço do homem - Eu quase morri nessa merda e vocês nem mesmo apareceram para me ajudar!

Enrico continuou torcendo o braço do homem contra as costas por alguns segundos antes de diminuir a dor para que ele pudesse responder.

- Não foi tão fácil encontrar o seu paradeiro, senhor Bianchi.

- Vocês são um bando de incompetentes! - Esbravejou cheio de ódio. - Inúteis.

- Perdão, senhor Bianchi!

- Você é um péssimo líder, devia te matar agora! - Enrico tirou a glock da cintura do homem e apontou para a testa.

- Minha filha nasceu ontem, chefe! - disse, com a voz chorosa. - Nem vi a minha bebê porque estava caçando o paradeiro do senhor.

A respiração de Enrico estava alterada e os olhos completamente vidrados. Afastando a pistola, cerrou os punhos e acertou um murro seguido do outro, o sangue escorria pela face alva. Ele encostou o homem esguio contra a parede, marcas arroxeadas apareciam em ambas as faces.

- Viemos o mais rápido que pudemos, chefe! - O subordinado virou a cabeça levemente e cuspiu no chão, a saliva estava misturada ao sangue.

- Chegaram atrasados demais! Eu já estaria morto se dependesse da ajuda de vocês.

Por um momento, Enrico encarou o jovem gângster que continha Lívia no chão, as pupilas da médica estavam cheias de lágrimas.

Para Lívia, agora tudo fazia sentido, aquela cena deu a ela as respostas que precisa para entender quem, realmente, era aquele bandido impiedoso.

- Tire ela do chão e leve-a para o carro! - Ele mandou entre os dentes trincados. - Não faça nada com a doutora até que eu ordene. - Enrico apertou o pescoço do homem - Capiche?

- Sim, chefe!

- Na próxima vez que se atrasar, eu mesmo vou arrancar o seu couro! - esbravejou.

Um dos gângsteres levantou Lívia do chão levando-a para fora da clínica, precisavam dar um fora dali o mais rápido possível antes que a polícia aparecesse.

Em certo momento, tudo à sua volta começou a girar. Enrico não sabia se era efeito da medicação que a doutora Ricci lhe aplicou poucas horas antes ou os sintomas da concussão, teve uma noite tão turbulenta que mal teve tempo para descansar e se recuperar de seus ferimentos. Os olhos escureceram, segurou nas costas da cama tentando permanecer em pé. As pernas bambearam e o sangue fugiu de seu rosto, tentou resistir, mas perdeu os sentidos e foi ao chão.

Com os olhos vendados, a doutora Ricci estava sentada no banco de trás de seu próprio carro enquanto ouvia os capangas de Enrico a vasculhar sua bolsa, celular, tablet e a carteira de documentos.

- Bella ragazza! - O gângster mais jovem sorriu e mandou beijinhos para a mulher vendada no banco traseiro.

- Stronzo! - O mais velho deu um tapa na nuca do comparsa. - O chefe já está furioso e você ainda quer arrumar mais problemas! - Chamou a atenção do jovem inexperiente.

Sentada entre aqueles dois homens, Lívia ouvia as vozes alteradas especulando sobre o tipo de castigo que o tio de Enrico imporia sobre cada um deles.

Os pensamentos estavam acelerados e, enquanto escutava aqueles homens, o medo dominava a sua mente. Ouvia os gângsteres chamarem o chefão de louco enquanto lembravam de tudo o que o tio de Enrico fez contra os seus rivais e, até mesmo, contra os seus próprios comparsas que falavam em suas missões.

Depois de esperar por cinco minutos, o motorista deu a partida no automóvel. Lívia permanecia em silêncio sentindo os cílios roçarem na venda em seus olhos, estava apreensiva, pois já há algum tempo não ouvia a voz de Enrico.

- Depressa! - Um deles falou.

- Onde está o senhor, Bianchi? - O motorista indagou.

- O chefe está no outro carro!

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Lívia foi retirada bruscamente do veículo, não tinha noção de onde estava, apenas seguia os passos do homem que puxou-a com pressa. Ela tropeçou em alguma coisa dura.

- Cuidado com os degraus!

Colocando um pé atrás do outro, continuou dando passos inseguros ao descer a escada. Quando pararam de andar, o homem retirou à venda dos olhos de Lívia e lançou-a em uma cela, como se ela fosse a criminosa

- Por que estão me prendendo? - Olhou para os dois homens sem entender o que estava acontecendo ali. - Sou uma cidadã de bem.

- Nós também somos, doutora Ricci! - A voz máscula estava carregada de sarcasmos

Os dois homens riram por alguns segundos.

- Sou médica e atendo aos meus pacientes naquela clínica.

- Entra logo! - O homem barbudo empurrou-a de volta para trás das grades e, em seguida, trancou a porta com um cadeado.

- Onde está o Enrico? - perguntou, nervosa. - Salvei a vida dele.

- Ora, nós temos algo em comum! - Ergueu os braços, sendo sarcástico.

Lívia encarou o homem com marcas roxas no rosto e o lábio superior inchado. Aquele era o homem que Enrico quase matou.

- Nós sempre salvamos o chefe. - disse um dos rapazes - o senhor Bianchi não costuma ser grato, ele acha que nós não fazemos mais do que a nossa obrigação.

- Por favor! - implorou. - Tenho um cachorro que não come nada desde ontem.

- Tenho uma esposa que deu à luz e eu nem estava ao lado dela quando minha filha nasceu. Olha o tamanho da gratidão do senhor Enrico Bianchi! - o homem mostrou a face inchada - A doutora devia ter ficado feliz por ele não ter machucado a senhorita.

Com tristeza nos olhos, Lívia segurou as grades. Só queria ter a chance de conversar com Enrico. Estava disposta a jurar que não entraria em contato com a polícia se ele a deixasse partir.

As horas passavam e, gradualmente, a cela ficava mais clara. Lívia estava sentada no banco reto e gelado quando levantou o rosto e olhou para a janela quadrada.

A luz do sol invadia a prisão fria e inóspita. Lívia lembrou dos anos em que morou na França e da oportunidade que recebeu para trabalhar no Brasil.

Se conseguisse sair dali, ela estava decidida a fugir para bem longe de Enrico. Pretendia arrumar tudo e partir para um país onde não pudesse ser encontrada.

Ao olhar para o outro lado das grades, viu uma mulher robusta que trazia uma bandeja com o café da manhã. A senhora de meia-idade tinha linhas na testa vincada, ela abriu a cela e deixou a refeição ao lado de Lívia. Não disse uma única palavra.

- Hei, senhora! - Lívia se pôs de pé e segurou as grades. - Posso falar com Enrico?

- Coma! - Foi a única palavra de ordem que a voz crepitante disse.

Sem titubear, a mulher deu-lhe as costas e seguiu pelo corredor mal-iluminado.

Por mais que a cela fria e solitária lhe causasse arrepios, não era a primeira vez que mantinham presa. Aquela cela trazia recordações de tempos distantes, imagens de um velho guarda-roupas onde ela era posta de castigo, no orfanato católico onde cresceu, reacendeu em sua mente.

Por ser muito focada nos estudos, ela era considerada uma nerd e tinha dificuldades de fazer amizades. Por isso, acabava sempre sendo vítima das brincadeiras de mal gosto das outras meninas. Enfurecida, Lívia revidava com socos e puxões de cabelos e, por isso, era obrigada a passar o dia trancada no armário do castigo.

Lívia comeu um pedaço da torrada e tomou o suco. Não tinha notícias de Enrico e nem mesmo sabia o que ele pretendia fazer com ela.

- Stronzo! - murmurou. - Farabutto! - Ela xingava Enrico enquanto comia.

O coração estava tomado pela raiva. Intimamente ela desejou que os ferimentos dele piorassem ao ponto de levá-lo à morte.

Naquele momento, nem mesmo o juramento de Hipócrates poderia incentivá-la a salvar aquele mafioso frio e sanguinário outra vez.

            
            

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