Capítulo 4 Quem levou você

"Doutor, quando meu irmão poderá ser operado?" Cheia de expectativa, Nina olhou para o médico enquanto segurava a conta já paga da cirurgia do irmão.

"Bem, o doador não vai viver por muito tempo. Talvez em uma hora perdemos ele; então diga ao seu irmão para se preparar." Assim que ouviu aquelas palavras, Nina saiu correndo. Ela não conseguia segurar a ansiedade em contar ao irmão as novidades. Embora estivesse feliz pelo seu irmão, decidiu visitar o paciente que estava perdendo a vida antes de avisar o irmão.

Ela seguiu para o quarto do doador, encontrando toda a sua família. Ela agradeceu por tudo que aquela família faria por seu irmão e depois saiu em silêncio. Mais tarde, ela finalmente foi ao quarto do irmão.

Ele estava na cama 17, e quando ele avistou Nina, ficou muito animado. "Por que você demorou tanto hoje?"

"Eu tenho novidades para você. Seu transplante vai acontecer logo!" Nina não pôde segurar a emoção.

"É sério?" Leon estava muito animado e, depois do choque inicial, disse: "Mas não vai dar para pagar, não temos o suficiente..."

"Ontem ganhei na loteria. Agora podemos pagar o hospital e seu transplante. Se der tudo certo recuperamos nossa casa também", ela mentiu naturalmente. Ela não poderia revelar como conseguiu aquele dinheiro todo de verdade. Além disso, o valor dado por Bobby era muito mais do que ela precisava.

"Paciente da cama 17, prepare-se para a cirurgia", chamou a enfermeira do lado de fora do quarto. Na hora, diversos enfermeiros acompanharam o garoto para realizar os preparativos. Nina confortou o irmão e o acompanhou até à sala de cirurgia, não podendo ir além.

Foi quando ela ouviu seu nome ser chamado. "Nina!" Foi quando ela viu Daisy coberta de sangue e toda roxa.

"Daisy? O que aconteceu?" Antes de ouvir uma resposta, ela viu Daisy cair no chão.

As luzes vermelhas de emergência deixavam Nina ainda mais desesperada. Ela não tirava os olhos da porta da sala de cirurgia, aguardando novidades quanto à cirurgia de seu irmão. A sala de cirurgia que ficava à direita recebeu Daisy.

"É aqui!" Não distante das portas do centro cirúrgico, policiais aguardavam. Alguns minutos se passaram até que a luz da sala de cirurgia de Daisy ficou verde e a porta se abriu. Uma enfermeira empurrava uma maca, enquanto um médico atento observava o paciente.

"Como foi?", ela perguntou tentando se aproximar dos médicos, sendo impedida pelos policiais.

"A paciente está fora de perigo. Ela não tem ferimentos graves, porém quebrou um braço e algumas costelas. É isso. A recuperação será delicada."

O que o médico disse espantou Nina. Os policiais se aproximaram para realizar algumas perguntas a Daisy. "Daisy Zhou, somos policiais e fomos informados que você sofreu espancamento. O que aconteceu?"

"Não!" A voz de Daisy saiu um pouco mais firme. Ela balançou a cabeça negando com veemência. "Ninguém me bateu. Não foi isso."

Os policiais olharam um para o outro em surpresa. Então o médico entrou na conversa: "Se você não apanhou, o que houve com você? Veja seus braços. Você tem hematomas em todo o corpo. Obviamente..."

"Afinal, eu caí! Foi só um acidente. Caí hoje cedo, rolei escada abaixo."

"Caiu descendo escadas?", o médico repetiu muito surpreso. Ela balançou a cabeça em sinal de concordância. "Sim, eu caí nas escadas dos fundos do hospital."

O médico não falou mais nada. Mesmo assim, a polícia disse: "Daisy, fique calma, por favor. Estamos aqui para te ajudar e fazer justiça. Não precisa esconder quem fez isso com receio, vamos te proteger."

Daisy insistia que aquilo fora uma queda. O médico parecia confuso, mas não falou mais nada. Os policiais não puderam fazer mais nada além de registrar aquilo que a moça dissera. Não poderiam fazer nada se a mulher não dissesse a verdade.

Quando os policiais foram embora, Daisy retornou para a sala. Nina a acompanhou para ajudá-la. Quando o pessoal do hospital passou, Daisy olhou para Nina e comandou: "Feche a porta."

Cheia de culpa, Nina obedeceu imediatamente e Daisy falou sem rodeios: "Caramba, eu estava tentando te ajudar. E é assim que você me paga? Eu só te ajudei pois tive pena do seu irmão! Eu te perguntei com educação e você concordou. Eu organizei tudo e você faz o quê, não aparece? Você deu no pé! Se tinha tanto medo assim, pelo menos poderia ter me falado. Por que você fugiu sem dizer nada? Por que você deixou ele plantado no hotel? Você sabe quem ele é? Ele é um dos homens mais poderosos da cidade C! Como você se atreveu? Procurei você em toda a parte, mas não achei. Onde estava seu celular?", Daisy repreendeu Nina. Nina queria explicar tudo, mas o que Daisy disse a confundiu. Ela pegou o celular do bolso rapidamente. "Fico sempre com o celular."

"Estava sem bateria?"

"Não, ainda tenho metade."

"Então por que você não atendeu? Eu liguei para você duas vezes e você desligou na minha cara! E finalmente você desligou o celular. Foi divertido fazer isso? É assim que você lida com seus compromissos, Nina? Fiquei louca te procurando. Se eu tivesse te achado não estaria nessa situação, toda quebrada e roxa!"

Nina abaixou a cabeça e disse suspirando: "Me desculpe, Daisy. Não tive a intenção. Mas o táxi de ontem à noite sofreu um acidente, tudo aconteceu muito rápido. Meu celular não tocou ontem à noite! Não deixei de atender e nem desliguei na sua cara."

"Você não ouviu o celular tocar? De jeito nenhum?" Daisy estava borbulhando de ódio. Ela se sentou no leito e pegou o celular de sua bolsa. Quando ela encontrou, arremessou o aparelho em Nina. "Veja quantas vezes eu liguei para você ontem à noite. Olha só! Você disse que não ouviu nada, mas desligou na minha cara duas vezes! Está dizendo que é meu celular que está com problemas? Vamos fazer uma coisa: vou te ligar." Daisy discou o número de Nina.

Daisy ouvia os toques na ligação... Mas o celular de Nina não tocava.

As duas olhavam uma para a outra em confusão. Rapidamente, Daisy disse: "Me ligue agora."

Daisy esperou que Nina ligasse para ela. Quando o celular de Daisy tocou, um número diferente apareceu na tela.

"O que é isso?" Nina não estava entendendo nada. Enquanto isso, Daisy olhou para ela com choque estampado em seu rosto. "Alguém trocou o seu chip. Onde você foi ontem à noite?"

"Eu... não fui eu! Eu não fiz isso não. O homem do carro que bateu no táxi me levou. Ele... Eu... Nós dormimos juntos, ele me pagou por isso..."

Daisy estava confusa e impressionada. "Como é que é? Ele estuprou você?"

"Não! Não, não foi isso. Nada disso."

"Então você que se ofereceu?", Daisy perguntou amargamente. Ela estava possessa.

"Não. Na verdade ele acabou me pagando."

Depois de um tempo, Daisy perguntou: "E quanto ele lhe pagou?"

Nina hesitou, pois não sabia se dizia a verdade ou não. Ela hesitou antes de dizer gaguejando, "Quinhentos mil."

"Quinhentos mil?" Daisy ficou passada. "Quem tem tanto dinheiro assim para te pagar tudo isso só por uma noite?"