Capítulo 8 O Homem cafajeste

Bobby era a última pessoa que Nina esperava ver perto de sua casa, ainda mais querendo que ela o acompanhasse.

Depois de andar um pouco, Nina finalmente voltou a si. Ela se desvencilhou do homem e exigiu que ele lhe entregasse suas malas. "Me devolva minhas coisas!"

Bobby viu que Nina estava com os nervos à flor da pele. Quando ela pegou suas coisas de volta, ele questionou: "O que vai fazer? Estou ajudando você."

Nina apenas olhou e disse: "Não quero sua ajuda. Eu não vou com você! Eu não sou esse tipo de mulher, já falei!"

Aquela mulher era teimosa demais. Ela estava quase desmaiando de nervoso, mas permaneceu firme. Isso tocou Bobby, que comentou: "Eu sei disso. Sei que você não é este tipo de mulher justamente pelo seu comportamento ontem à noite. Então quero ajudar."

Cética, Nina não concordou. "Me ajudar? Não preciso de sua ajuda, obrigada. Eu já estou devendo muito a você. Eu não posso aceitar mais nada de sua parte." Ela pegou suas coisas, e passou pelo homem em passos lentos mas seguros. "Teimosia não leva a lugar nenhum. Sua situação no momento é um bom exemplo."

Nina continuou ignorando o homem. "É melhor ser teimoso do que ficar com mais dívidas."

Bobby piscou e foi em sua direção pegando as alças da bagagem dela. "Então eu vou perdoar suas dívidas. Ficou feliz agora?"

Nina se virou e olhou para o homem. Ela ficou sem palavras, mordeu os lábios e respondeu: "Senhor Bobby, você é um homem rico. Sei que para você um milhão de dólares pode não ser muita coisa. Mas isso não significa que você tem o direito de me humilhar e faltar com o respeito!"

Ela queria que ele visse de perto toda a sua ira; no entanto, o peso de suas malas a manteve no lugar. A tensão e o peso fizeram com que a alça de uma das malas rasgasse. Os pertences da bolsa foram todos para o chão.

Suas coisas caindo no chão causaram surpresa a Nina, mas ela recuperou e começou a recolher seus itens pessoais do chão. Naquele momento, Bobby se ajoelhou para ajudá-la, mas ela o impediu. "Senhor. Bobby, por favor, me deixe em paz. Nosso combinado acabou. Por favor, vá embora."

Bobby franziu a testa. "Sua bolsa rasgou. Como vai levar suas coisas agora? Você pode colocar tudo em meu carro. Mesmo que você não queira minha ajuda, você não tem condições de ficar na rua com suas coisas."

"Não se preocupe comigo. Vou dar um jeito nessa situação", respondeu Nina. Ela tirou seu casaco e o colocou no chão. Em seguida, depositou todos os seus pertences e os colocou por cima do casaco.

Bobby então virou-se e, vendo que perdeu a "batalha", retornou a seu carro. Ele ligou seu carro e só iria embora quando visse a garota deixando o beco; entretanto, muito tempo já havia passado e nada dela. Suspeitando que algo tivesse acontecido, ele decidiu voltar para onde a garota estava, e a encontrou desacordada no chão. Suas coisas ainda estavam no chão.

Bobby rapidamente buscou ferimentos no corpo dela. Felizmente ela não estava ferida, ele instintivamente tocou na bochecha dela. "Nina..."

O rosto da garota parecia estar quente demais. Ele então decidiu recolher as coisas dela do chão. Ele pegou as coisas da garota em um braço e a equilibrou no outro em direção ao seu carro.

Quando Nina voltou a si sentiu muita sede, como se seu corpo estivesse em chamas. Ela precisava de água para apagar o incêndio, tirar aquele gosto de sua boca.

Uma mão macia tocou suas costas e, como um milagre, ela recebeu água fresca. Ela sentiu um pano frio em sua nuca, o que lhe ajudou a sentir-se melhor rapidamente. Ela queria entender o que estava acontecendo mas seus olhos estavam pesados.

Quando finalmente conseguiu abrir seus olhos novamente, ela foi pega de surpresa pela luz intensa. Ela estava deitada ao lado de um homem familiar cheio de beleza e charme. Ele esticou a mão para tocar seu rosto.

'Bo... Bobby.'

Aquele nome estava gravado em sua mente. Ela queria falar, mas não tinha forças. Seus olhos pesaram e logo tudo ficou desfocado mais uma vez. Ela sentiu suas roupas deixarem seu corpo: alguém a estava despindo.

'Que filha da mãe! Ele sabe que não estou em condições de me defender e ele está se aproveitando de mim. Que homem cafajeste.'

Foram os últimos pensamentos de Nina antes que ela perdesse a consciência novamente. Bobby espirrou duas vezes enquanto retirava as roupas da garota. Com um pano embebido em álcool, ele higienizou o corpo dela.

A água na banheira estava na temperatura certa para acalmar o corpo quente de Nina. Ele cuidadosamente colocou o corpo nu de Nina na banheira.

Ela fez uma careta inconscientemente ao entrar em contato com a água. Ela tentou abrir os olhos e entender o que estava acontecendo mas, novamente, não conseguiu.

Bobby continuou a cuidar da garota. Mesmo no banho, ela suava muito.

Assim que ele terminou de dar banho nela, ele a secou com uma toalha macia. Em seguida, ele a deitou na cama para ela descansar, porém antes ela o abraçou. "Me dê um abraço..."

O corpo de Bobby arrepiou-se com o contato.

Em vez da pele alva, havia uma coloração rosada graças à água quente do banho. Ela se sentia confortável. Ele bem sabia que seria muito bom dormir com aquela garota. A atração que ele tinha por ela estava ficando cada dia maior.

Ele sabia bem dos seus desejos, então a desprendeu dos seus braços e a deixou descansar. Ele deitou ao lado dela e, com uma das mãos, acariciou o rosto dela. Ela era bela, de verdade.

Ele também adormeceu rapidamente, afinal gastou suas energias cuidando dela. No entanto, ele acordou depois de um susto. Ele foi tomar um banho frio, mas antes cobriu o corpo nu da garota com uma colcha. Algo não estava certo.

Quando Nina abriu os olhos, ela reconheceu aquele teto. Ela estava de volta à cama de Bobby. Aquele belo lustre não traria as respostas que ela procurava.

Ela olhou à sua volta e não notou Bobby. Imagens e fatos vergonhosos que os dois compartilharam inundaram à mente de Nina. Envergonhada, ela se cobriu com o cobertor e finalmente percebeu que estava despida.

"Desgraçado!", ela sussurrou. 'Será que você dormiu com ele novamente?' Ela se sentou na cama e logo sentiu o peso do cansaço tomar conta. Ela se virou e notou uma caixa e um bilhete na cadeira ao lado da cama.

Ela piscou em curiosidade. Ainda coberta, ela se levantou e pegou o cartão.

"Sua noite foi terrível, por isso que trouxe você aqui. Este é um cheque para ajudá-la a encontrar uma casa. Suas roupas estão na caixa. Ontem tirei suas roupas pois você estava com febre, porém rasguei uma delas por acidente. Estarei ocupado o dia todo, por isso não pude ficar até você acordar. O quarto está reservado por um bom tempo, então fique o tempo se quiser."

Nina mordeu o lábio. Ela se lembrou do que sentira na noite anterior incluindo a febre, o gosto de fumaça e a dor.

Ela tocou sua boca enquanto lia a última parte do bilhete. Ele acidentalmente rasgou uma peça das roupas dela enquanto a despia. Será que ele abusou dela?

Pensando naquilo, ela decidiu abrir a caixa. Percebeu que a caixa continha uma roupa íntima lilás e um lindo vestido de musselina de mesma cor. Eram roupas lindas. Ela também notou um cheque no valor de um milhão de dólares.