Capítulo 9 Garota linda

Depois de observar o cheque e as roupas que estavam dentro da caixa, Nina decidiu fechá-la.

Suas malas estavam no quarto de Bobby, então ela escolheu roupas e se vestiu rapidamente. Antes de ir embora, pediu ao pessoal do hotel duas sacolas grandes para guardar o restante de suas coisas; finalmente, ela escreveu algo em um cartão e deixou o quarto.

Depois de uma hora Bobby retornou, segurando duas caixas de remédios nas mãos, e abriu a porta. Ele notou que a garota não estava mais lá, porém a caixa que lhe deixou permanecera no mesmo lugar. Ele chegou mais perto, sem acreditar, e finalmente notou a mensagem escrita em letra clara e elegante: "Obrigada, mas nossos negócios terminam aqui. Por favor, finja que nunca nos conhecemos!"

Ele pegou o cartão em suas mãos pensativo, e ao abrir a caixa teve uma surpresa: o cheque e as roupas estavam lá, ela era realmente muito teimosa.

Jogou os medicamentos no lixo e deitou-se com um sorriso amarelo em seu rosto: "Ainda nem nos conhecemos, ainda... Mas vamos nos ver novamente, tenho certeza..."

Enquanto isso, Nina voltou para o hospital onde seu irmão estava internado e aproveitou para deixar suas coisas por lá. Ela contou ao garoto que perderam a casa em que estavam, pois já fora alugada para outras pessoas, mas que estava fazendo de tudo para que a casa deles fosse devolvida rapidamente, era uma questão burocrática apenas.

Depois disso, ela conversou com a equipe médica para verificar se estava tudo bem com seu irmão, e depois foi direto para o banco. Ele entregou a documentação necessária e, depois, observou as vagas de emprego que via pelas ruas.

Bobby lhe dera um milhão de dólares e, mesmo assim, ela só tinha um pouco mais do valor, afinal ela pagou pela cirurgia e tratamento do irmão. Além disso, ela precisou pagar pela hipoteca da casa, significando que mais uma vez ela ficou sem dinheiro. Além do mais, uma coisa era certa: seu irmão precisaria de um novo rim no futuro. Na verdade, o irmão poderia sofrer complicações após sair do hospital; E no melhor dos cenários em 10 anos ele teria de passar por aquele processo novamente. Nina se sentiu oprimida só de pensar na gravidade da situação.

Ele precisava ganhar dinheiro para cuidar do irmão, e precisava de um emprego que lhe pagasse suficiente para pelo menos oferecer um plano de saúde ao irmão. A melhor opção seria arranjar um emprego de meio período, sendo assim ela estava sempre de olho em possíveis vagas sempre que circulava pela cidade.

Depois de verificar alguns possíveis empregos, ela retornou ao hospital e notou que o quarto ao lado estava disponível. Era o quarto de Daisy.

"O que aconteceu com ela?" Nina ficou preocupada.

Leon, ao ouvir a pergunta disse: "Daisy foi transferida para outro hospital, encontraram um rim para ela em outro local."

"Verdade?", aquilo a deixou preocupada. Ela deveria ter ficado feliz com a novidade, mas as coisas não eram tão simples assim. Lembrando-se de quem era Jase, ela começou a duvidar que Daisy estaria segura de verdade.

Ele imediatamente pegou seu celular e, depois de trocar de chip, ligou para Daisy. Depois de alguns toques, a mulher atendeu: "Quem é?"

"Daisy, sou eu. Falaram que..."

Mas antes que Nina pudesse falar mais, Daisy a interrompeu: "Nina, encontrei um doador de rim, então fui transferida de hospital. Não se preocupe comigo, está tudo bem."

"Olha, o que aconteceu ontem...", ela tentou dizer.

"O que aconteceu já foi", Daisy a interrompeu novamente e continuou falando após uma breve pausa: "Você tem vida própria. Se cuide!"

Mas Nina não desistiu da conversa: "Em qual hospital você está? Eu posso ir..."

"Eu não estou mais na cidade, por favor não me ligue mais", ela disse isso e em seguida desligou, deixando Nina perplexa. Leon percebeu que a ligação alterou a irmã, então ela disse: "Tudo bem. Desejo uma boa operação então. Até mais!" Ela tinha mais coisas para se preocupar.

Mais tarde, Nina pedalou em uma rua repleta de lojas seguindo um endereço escrito em um papel.

Ele passou por muitas entrevistas de emprego nos últimos dias, mas este trabalho foi finalmente uma opção que lhe permitiria sair a qualquer momento, caso necessário. Ela estava indo para a segunda etapa da entrevista, animada por uma oportunidade que ajudasse a ela e a seu irmão ter um futuro.

Ele parou por um tempo e leu o endereço novamente, estava um pouco longe ainda. Ela estava pronta para prosseguir, quando ouviu um grito agudo vindo do outro lado da rua. Ela se assustou e virou: havia duas mulheres correndo em pânico enquanto, no chão, um homem berrava de dor.

Depois instintivamente correu em direção ao homem caído, que gritava: "Socorro! Eu estou ferido!"

A jovem então ligou para a emergência detalhando o local do ocorrido. Depois tentou acalmar o homem: "Senhor, fique calmo, a ambulância está vindo. Não se preocupe!"

Ao ouvir isso, o homem ergueu a cabeça e sorriu para a moça. Então, de repente, ele pegou no braço de Nina: "Muito obrigado. Qual é o seu nome?"

Nina tentou se livrar do contato: "Sem problemas, eu estava passando".

Apesar da dor, o homem a olhou firme e sorriu em gratidão. No entanto, o sorriso logou sumiu quando ele finalmente cedeu à dor e desmaiou.

"Senhor? Você está bem?", Nina ficou desesperada, afinal ninguém estava tentando ajudara aquele homem e parecia que todos achavam que ela tinha algo a ver com a dor dele. Ela não conseguia se desvencilhar da mão do homem, e as pessoas à sua volta começaram a cercá-la.

Diante do olhar de todos, sentiu a obrigação de se explicar: "Não tenho nada a ver com isso, só tentei ajudá-lo, e chamei o Resgate." Mas ninguém queria ouvir o que ela tinha a dizer, julgando-a instantaneamente.

A sirene da ambulância acabou com o silêncio, afinal vários enfermeiros estavam a caminho para ajudar com o resgate do homem. Quando o líder do grupo de emergência viu que o homem segurava a mão de Nina com força, perguntou a ela: "Foi você quem nos chamou?"

Ela apenas balançou a cabeça concordando, não dizendo uma só palavra.

Eles colocaram uma máscara de oxigênio no homem e o posicionaram na maca, carregando-o para dentro da ambulância. Só então Nina conseguiu se livrar da mão do homem, mas antes de se livrar da situação, o mesmo enfermeiro ordenou-lhe: "Entre na ambulância!" Até colocaram a bicicleta dela dentro do veículo também.

"Mas eu nem sei quem ele é!", Nina retrucou. A resposta foi direta: "Eu não disse isso, vamos, entre logo na ambulância. O que importa agora é salvá-lo, se você não cooperar, você não quer ser responsável por ele morrer, não é mesmo?"

Nina ficou impotente diante dessas palavras, ela queria explicar a razão pela qual ela não poderia acompanhá-los, mas decidiu ficar quieta. Ela não teve escolha a não ser entrar na ambulância, triste em não poder comparecer à sua segunda entrevista de emprego que conseguiu com muito custo.

Eles chegaram ao hospital algum tempo depois e, como acharam que ela teve algo a ver com o acidente, a fizeram esperar por mais de uma hora fora do centro cirúrgico. Ao sair da sala de cirurgia, a médica anunciou que o sangramento no estômago do homem havia cessado e ela presumiu que, finalmente, ela estaria livre para deixar o hospital. No entanto, o médico a encarregou de informar a família do paciente sobre sua situação de saúde.

Ela não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Como se lidar com o problema de seu irmão não bastasse, ele agora estava em outro hospital. Mas ao vê-lo inconsciente, sozinho e sem ninguém que o pudesse ajudar, não poderia simplesmente ignorá-lo. Uma vez dentro do consultório, Nina procurou pelo celular do homem em suas roupas, o encontrando desligado.

Sem outra opção, ela decidiu sentar ao lado do homem até que ele acordasse. Desorientado, ele abriu os olhos e olhou o quarto. Quando percebeu que Nina ainda estava ao lado dele, ele ficou chocado por um momento. Sorrindo, ele logo perguntou: "Qual é o seu nome? Garota linda."