Capítulo 5 Opções

Daisy olhava para Nina não acreditando. "Quem daria quinhentos mil por uma noite? Está inventando isso?"

"Não! Se aquilo fosse mentira, aonde que eu conseguiria tanto dinheiro para arcar com a cirurgia do irmão? Se fosse mentira meu irmão não estaria sendo operado agora." Nina cerrou os pulsos. Foi Bobby, uma das maiores celebridades da cidade, com quem ela foi para cama na noite anterior. Mesmo se quisesse, ele não poderia revelar aquilo para Daisy. Ela se perguntou quem era o homem poderoso que fez aquilo com Daisy. Era mais um motivo para ela não contar sobre a noite que teve com Bobby e não colocar o homem que lhe deu todo aquele dinheiro em uma saia justa.

"Então quem é ele?" Nina não falou nada por um bom tempo. Ela sabia que Daisy estava desconfiada, mas não havia nada que ela pudesse fazer. Daisy não teria como descobrir por conta própria.

Daisy olhou para Nina e balançou a cabeça. "Deixa para lá. Não diga se não quiser, não vou te forçar. Você deixou ele esperando e descontaram em mim. Se quiser viver tranquila com seu irmão, vai precisar concertar o problema. Eles me deixaram viva para te encontrar e passar o recado. Você precisa ir comigo até ele e pedir perdão. Você já me enganou uma vez. Não me machuque novamente hoje à noite. Não torne as coisas difíceis para nós duas. Me acompanhe e peça desculpas. Se ele ainda quiser você esta noite, aceite. Afinal, você não é mais uma virgem. Assim você paga sua dívida. Você não deve irritar gente poderosa. Entendeu?"

Nina só concordou com a cabeça.

Nina não cumpriu com seu compromisso de encontrar o homem, por isso que ela apanhou daquele jeito. Ela precisaria encontrar o melhor modo de se desculpar. Senão sua nova vida com Leon seria um inferno.

Era fácil: se fizer algo errado, basta pedir desculpas. Enfrentar as consequências de seus atos. Nina sabia bem daquilo.

"Não se preocupe. Eu vou sim", Nina respondeu com calma. Ela iria sim, porém valeu a pena, afinal Bobby lhe deu muito mais do que ela precisava a princípio. Ela não teria nada a perder, mesmo que ela sofresse nas mãos daquele homem. Ela só queria dinheiro para curar seu irmão, e ela conseguiu.

Leon saiu da sala de cirurgia, depois de muitas horas. O procedimento foi um sucesso, para o alívio de Nina.

Quando o menino se recuperou dos sedativos, Nina contou sobre seus promissores planos para o futuro. Às 7h10 da noite, Daisy chamou Nina.

Nina inventou uma desculpa para Leon para justificar sair com Daisy. Ela perguntou se não teria problema deixá-lo sozinho por algumas horas.

Ele era um menino compreensivo então ele concordou. Ele descansaria enquanto a irmã fosse.

Nina ajudou Daisy a sair da sala e, depois, pediu a uma enfermeira que ficasse de olho em seu irmãozinho. Nina e Daisy finalmente entraram em um táxi e deixaram o hospital.

"Para o MOO Club", disse Daisy ao taxista. Não havia como negar, Nina estava apreensiva. A viagem foi curta, e logo as duas estavam em frente a um clube de luxo. Havia um carro no estacionamento.

Isso fez Nina perguntar: 'Ele está aqui?'

"O que? O que tem aquele carro? Você conhece o dono dele?" Daisy percebeu que Nina ficou tensa ao ver um certo carro esportivo que estava estacionado no clube. Ficar olhando aquele carro só causaria atrasos, assim Daisy praticamente arrastou Nina até o clube.

"Calma, Daisy. Suas costelas não estão bem ainda." Nina percebeu como Daisy estava tentando ser forte. Daisy suava frio tentando suprimir a dor de seu corpo, ela não queria que Nina sentisse pena dela. Daisy a olhou e disse: "Lembre-se, aconteça o que acontecer, você precisa dizer sim para ele, senão nossas vidas acabam aqui."

Nina concordou e seguiu Daisy. Quando elas entraram no clube, Nina olhou a última vez para o carro no estacionamento. Era difícil dizer se ele estaria lá.

"Preciso conversar com senhor Jase. Marcamos horário", disse Daisy a um dos garçons. O garçom as acompanhou ao elevador e apertou o botão do terceiro andar.

"O senhor Jase está na sala número 2. Me sigam por favor." Ele as levou até a porta, curvou-se em reverência e saiu. Ao entrar, notaram muitas pessoas na sala. Homens e mulheres usando roupas caras e sensuais. No fundo, uma porta com os números 302 brilhando.

"Vamos", disse Daisy abrindo caminho na multidão. Nina a seguiu até que uma comoção a parou. Sem mais nem menos um homem quebrou uma garrafa de vinho em uma das mesas. Pedaços de vidro e de bebida voaram por todos os lados.

"Daisy, você encontrou aquela mulher?", o homem indagou. Ele ainda segurava a garrafa quebrada.

Daisy fingiu portar uma expressão amável. "Ameer! Sim, achei ela sim. Ela veio encontrar com o senhor Jase se desculpar. O táxi que ela pegou ontem à noite sofreu um acidente e ela só acordou hoje cedo. Foi um mal-entendido."

"Mal-entendido?", Ameer repetiu não compreendendo. Ele empurrou todos ao seu caminho até chegar em Nina. Daisy entrou na frente de Nina inconscientemente, como se o ato pudesse protegê-la do homem.

"Daisy, você já aproveitou muito da gentileza do senhor. Tang. Você não apenas quebrou promessa ontem, mas voltou e mentiu hoje", disse ele em tom aparentemente calmo. Ele empurrou Daisy com força, consequentemente fazendo-a cair no chão em dor. Nina queria ajudar a mulher caída, mas o homem segurou seu braço a impedindo. Ele olhou para ela penetrantemente.

Ela nunca passou por nada parecido, então assustou-se. Mas o que Daisy havia dito antes a fez permanecer forte. Ela precisava fazer aquilo para dormir em paz pelo resto de sua vida.

"Você é bonita demais. Mas como pode achar ter o direito de irritar gente poderosa, como o senhor Jase só por ter um rostinho bonito?"

"Não. Não é mentira, eu sofri um acidente ontem à noite."

Boom! Uma garrafa de vinho colidiu com a cabeça de Nina. Ameer ficou chocado quando nos fundos do salão perguntou a Nina: "Como é que você está aqui bem se sofreu um acidente de carro? Vamos deixar uns roxos nesse seu corpo para fazer a história parecer verdadeira!"

Nina sentiu a dor tomar conta de sua cabeça. Só poderia ser uma garrafa de bebida pelo cheiro forte de álcool. Ela estava apavorada, queria pedir por socorro, mas viu Daisy fazendo sinal negativo com a cabeça. Então ela engoliu o choro e se conteve.

Uma multidão aguardava Nina ruir. Antes que ela pudesse fazer qualquer outra coisa, a porta do quarto 302 se abriu e uma mulher com um minúsculo biquíni saiu segurando um chicote.

"Parece que você não é tão idiota assim, afinal. Você sabia que precisava pedir desculpas", exclamou a mulher ainda com o chicote em mãos. Ela tentou tirar Ameer do caminho, olhando para o homem atrás de Nina. Ela segurou na gola da blusa de Nina com violência. "E o que aconteceu depois do acidente de carro?"

"Um... um homem me levou."

"Parece que você trocou de homem. Quem foi ele?" Aquela boca vermelha e brilhante causava terror a Nina. Ela estava apavorada, mas não poderia mencionar Bobby.

"Eu... não sei quem ele era."

A mulher piscou e disse: "O senhor Jase disse que só não vai arrebentar a sua cara porque você se acidentou e não deixou ele plantado de propósito. Mas você já o irritou. Ele só vai aceitar as desculpas quando tiver sua vingança. Você tem duas opções."

Nina tentou aguentar a dor em sua cabeça para poder responder à mulher. "E quais são essas opções?"

"A primeira opção é ficar nua aqui, tomar vinte chicotadas e andar como um cachorro para todos verem. A segunda é se deitar nessa mesa e o vencedor desse grupo de homens poderá fazer o que quiser com você." A mulher riu sabendo que qualquer umas das opções traria dor para a outra mulher. "A escolha está nas suas mãos."