Capítulo 5 Bem vindo de volta!

Insistentemente o despertador persistia em acorda-los logo cedo, Nalay relutante abriu os olhos e Victor já estava de pé exercitando o corpo com alongamentos, olhou novamente o relógio e marcava 9:30 da manhã, seu corpo pediu por mais uma hora de sono e estava pronta para atender seu pedido se seu irmão não a tivesse praticamente a jogado para fora da Cama pelo pé. Em instantes os dois já discutiam para ver quem iria tomar banho primeiro.

-Achei que os americanos não gostavam de banho... Comentou irônica

-E não gostam, ainda bem que sou brasileiro esse era o meu diferencial... Se gabou lançando uma piscadela.

-O quê? Ser brasileiro? O sorriso era constante entre os dois.

-Não... Não feder! Enfatizou arrancando gargalhadas de ambos.

Nalay procurava algumas mudas de roupas no guarda-roupas, apesar de não morar com sua mãe tinha lá um quarto bem organizado e peças de roupas para emergências. Victor remexia sua mala em busca de roupas as deixando separada em cima da cama de casal.

-Mais cedo vi um homem perambulando por aqui, como ele tava conversando com nossa mãe deve ser conhecido, entretanto... Ele parecia pensativo

-Negro, um pouco mais alto que eu?

-Yes...

-É o novo marido de mãe, vai dizer que não viu nenhuma foto dele? Mãe nunca mandou?

-Nunca me interessei em saber com quem nossa mãe se relacionava e também na época tinha outros assuntos importantes... Ele pegou sua tolha e produtos íntimos indo em direção ao banheiro do outro lado do corredor.

-O que é mais importante do que nossa mãe se casando com um desconhecido? A curiosidade surgiu em sua mente junto a incredulidade.

-Isso você não precisa saber nanica. Ele lhe lançou mais uma piscada de olho mostrando seus dentes brancos com um sorriso largo, o barulho da porta se fechando foi o que encerrou a conversa.

Nalay desceu para o térreo o quarto de sua mãe e dela/Victor ficavam na parte de cima, junto a um banheiro social, em baixo ficava cozinha, sala de jantar, sala de estar banheiro e um quarto de visita. Adiantou seu banho no banheiro social, o atual marido de sua mãe era alguém que beirava o insuportável e tinha atitudes bem questionáveis, ela sempre odiou estar lá quando o mesmo estava, graças a Deus seu trabalho era de entregador o que fazia ele viajar metade do mês em dias intercalados, e também para que mãe e filha continuassem tendo um relacionamento parental saudável. Sempre que ele estava lá ela se limitava ao máximo onde 10min já era o bastante para querer ir embora, por sorte a cota mãe e filho foi batido e seu pai tinha mandado mensagem avisando que chegou na cidade. Por incrível que lhe parecesse Victor demorou mais do que ela no banheiro, assim que vestiu a calcinha e o sutiã o quarto foi invadido por um branquelo pálido e incrivelmente sarado, a tolha preta amarrada na cintura realçava suas entradas em V para os países baixos.

-Qual é? Tô me trocando cara. Nalay tentou inutilmente cobrir seu corpo com as mãos.

-Não precisa ficar com vergonha irmã, passamos nove meses pelados grudadinhos. Ele brincou balançando a cintura.

-Como você é engraçado! Jogou um urso nele como protesto.

Em segundos sua tolha já voava para o canto da cama e a bunda sarada do seu irmão era visivelmente linda, Nalay de forma involuntária olhou para sua própria e praguejou mil palavrões internos, por que ele tinha uma bunda tão bonita? Caralho era desnecessário pelo menos isso ela poderia ter né? Mas não como sempre a humilhação vinha de trem e a atropelou com vontade. Redonda e empinada, depois daquele dia com certeza faria todos os agachamentos do Muay tay, olhou seu irmão por uns instantes e assim que o mesmo terminou de vestir a cueca, se corroeu ainda mais por não ter conseguido ver o pau dele, afinal de contas ele pode ter um pau pequeno né? Ele era perfeito demais para ter pauzão, e apostar a imperfeição no caráter feria seu ego, para ela era inaceitável ter um irmão escroto do tipo bater em mulher ou ser arrogante de diversas formas. Passava muitas coisas em sua mente e basicamente não sabia nada do que o seu irmão fazia ou como ele tinha uma moto daquelas tão novo, afinal foram oito anos separados.

-Vai continuar olhando pro meu rabo ou vai se vestir? Ele a questionou brincalhão tirando a mesma do estado vegetativo temporário de olhar para um ponto fixo em seu corpo.

-Tó de boa... Voltou vestindo um short e boddy o calor estava começando e esse ano decidiu tomar um bronzeado.

Pele pálida nunca mais!

-Como ia dizer, algo não me desceu naquele homem. Nalay sorriu satisfeita ao ver que a ligação de irmãos não tinha sumido.

-Penso o mesmo... Deu dois tapinhas em suas costas. - Vamos tomar café para ir pra casa, pai chegou.

-Ele avisou aqui, vamos estou ansioso.

Os dois brincavam descendo as escadas cozinha ficava a alguns poucos passos, Victor brincava com sua irmã tirando onde que sua bunda também poderia ficar tão bela quanto a dele, Nalay socou seu estomago quando o mesmo falou que sua bunda estava caída e seus peitos pareciam duas laranjas. Seus peitos pequenos era seu ponto fraco, a única coisa que a fazia chorar de ódio, pois, no meio de todos os melões e melancias suas laranjinhas eram humilhadas.

-Pelo menos não são caídos. Falou confiando enquanto chorava por dentro.

-Vocês se trocaram juntos? Não tem vergonha, já é uma moça e se prestando a essa vergonha de se trocar na frente de um homem. Gaspar Saltou da mesa indignado com a conversa, os dois o olhou surpresos.

Gaspar é dois anos mais velho que Catarina, Negro de olhos pretos e cabelos crespos uma barriguinha se sobressaltava em sua camisa de gola polo. Nalay odiava aquelas atitudes dele, sempre se metendo em sua vida tentando faze-la se sentir mais por suas atitudes, tinha que ser pura e recatada, e pior tinha o obsessão assustadora e não sabia como sua mãe nunca tinha reparado na atitude escrota daquele homem.

-Ele é meu irmão. A voz de Nalay saiu calma, ela olhou para sua mãe que os olhava com ainda mais surpresa que ambos.

-Catarina, vai deixar isso assim? Não vai dizer nada com a safadeza de sua filha? Os gritos foram ficando ainda mais altos.

-São Meus filhos Gaspar, você tá ficando doido?

-Você acoberta a safadeza de sua filha, já sei de quem puxou a safadeza dela. Gaspar encarou a mais velha sugestivo.

-Não ofenda minha mãe, não ofenda minha irmã e se eu fosse você tomaria mais cuidado. Em instantes Victor estava na sua frente, o olhar em desprezo acompanhava sua voz mansa. -Você não tá falando com um moleque e nenhum vagabundo insulta minha família. O olhar afiou-se mais fazendo Gaspar dar dois passos para trás, aquele não era o mesmo irmão que conversava com ela a instantes atrás, era sombrio e um olhar estranhamente vazio e morto, o brilho do seus olhos escureceu na mesma intensidade que seu sorriso tinha sumido e a expressão seria não condizia com a de um garoto de 15 anos.

-Catarina controle seu cachorro. O olhar de socorro contradizia a voz prepotente.

-Vamos parar com isso gente... Mãe se meteu no meio dos dois. -Vamos tomar café. Ela tentou apaziguar as coisas.

-Vamos embora Vitor estou sem fome. Falou já puxando o irmão pelo braço.

-Não! Ele enrijeceu o braço a impedindo de andar. -Sente-se vamos comer, as coisas serão diferentes agora que eu cheguei, e não posso estragar o banquete que minha mãe fez. Um sorriso malicioso e um olhar frio fez todos na cozinha tremer, Nalay se perguntava o que era aquilo? O que era aquela aura? Será que ele era apenas um valentão acostumado a brigar na escola, tipo aquelas gangues que ver em serias e filmes de adolescente? Era possível.

Educadamente ele sentou-se, e todos o seguiram a refeição só não foi silenciosa porque ele fazia questão de puxar assuntos com ambas as mulheres sentadas na mesa. Realmente era um banquete a quantidade de comida só não era mais absurda que a fome do brutamontes que mais parecia ter um buraco negro no estômago, facilmente ele comeu tudo que tinha na mesa junto a uma jarra de suco de abacaxi, agora podia entender o por que do mesmo ser tão grande.

Na porta da casa Catarina se despedia de Victor com beijos e abraços, logo Nalay se despediu também. Já em cima da moto os dois terminavam de ajeitar as bolsas nas costas da menor que reclamava constantemente o quanto aquilo estava pesado. Assim que terminaram de se ajeitar Victor buzinou ligando a moto para sair.

-Ah e Gaspar? Gaspar né? O deboche em sua voz era palpável. -Da próxima vez que tratar mal minha mãe ou minha irmã, até mesmo levantar a voz para uma delas.. Ele olhou para as duas que escutava atentamente. -Vai ser seu ultimo dia, por que eu vou te matar pessoalmente. Terminou dando partida na moto.

-Se precisar de ajuda, conte comigo. Nalay aumentou a voz para que ele ouvisse apesar do vento.

-Você acabou de me surpreender. A voz brincalhona cortou o vento.

-Você não viu nada. Nalay sabia que aquela ameaça de seu irmão não foi apenas uma ameaça, por algum motivo todos que estavam ali conseguiram sentir que não era apenas uma ameaça vazia, claramente ele faria aquilo e ela o ajudaria feliz.

Eles deram alguma voltas pela cidade, relembrando cada lugar que um dia quando crianças brincaram, passaram em frente do colégio que um dia frequentaram e até mesmo viram algumas professoras antigas que se assustaram com a mudança do antes pequeno Victor. Visitaram quase todas os parques e praças e Nalay quase infartou de emoção já que seu irmão mais parecia um piloto de MotoGP e se não estivesse segurando firme teria ficado na esquina da casa de sua mãe. Entretanto não podia reclamar pois sempre amou uma velha emoção e sempre se considerou uma amante de esportes emocionantes para o coração.

Com a ajuda de sua irmã Victor voltou em direção a cidade, apesar de pequena Pilares era quase que planejada, em uma visão de cima, a cidade era quase toda em formato espiral apenas poucos quilometro do fim que ela se tornava um quadrado fechando a cidade em um circulo dentro de um quadrado. A casa de Guilherme seu pai ficava bem próximo ao centro, uma ótima localização, uma casa de herança, deixado por seu avô onde deixou uma casa para cada filho dentro da cidade.

Assim que estacionaram a moto, a Figura imponente de seu pai foi vista entre a grade do portão que dividia a área da rua. A casa com dimensões 10x20 era bem dividida corredores circulavam a casa conectando a área da frente com o espaço gourmet com piscina no fundo, garagem para um carro grande e duas motos, ou dois carros pequenos. O portão foi aberto lentamente e em um pulo Victor já corria para abraçar seu pai agora alguns poucos centímetros mais baixo que ele, a emoção grande fez os dois chorarem como dois bebes e Nalay só não chorou junto por que nunca foi tão sentimental, qual é? Desde quando mulher tem que ser sentimental? e com certeza dos dois ela era a mais bruta.

As bolsas foram largadas na garagem como se não tivesse dono, os dois se abraçavam ainda um alisando as costas do outro, como um forma de carinho desesperado. Ambos riem e falavam rápido.

-Senti muito sua falta paizão... O senhor continua igual... Na verdade ta ainda mais gatão.

-Não seja besta... Ele levantou o braço para afagar o cabelo do seu menino. -Já você mudou bastante, cresceu muito.... Quem diria que meu gordinho ficaria tão grande. O brilho nos olhos dos dois era com certeza tocante, ambos se olharam com ternura, e ali Nalay viu de quem ele puxou o olhar.

-Que isso pai, não me faça chorar. Ele sorriu já vermelho pelas lagrimas que escorriam por seu rosto, limpando as que escorriam com o dorso da mão.

-Aqui, tenho uma coisa para você. Guilherme puxou uma caixinha de veludo preta entregando nas mãos do mais novo.

-É meu colar. Falou em um fio de voz ao abrir a pequena caixinha e achar o pingente peculiar.

Um pingente pequeno de ouro pura com uma rosa e um cadeado que se encaixavam perfeitamente um no outro de ouro puro, junto era um colar pequeno separando suas partes se tornavam duas pulseiras. A família tinha uma tradição estranha, uma das tradições, a cada membro que nascia ganhava esse colar projetado, para darem a quem amasse de verdade, quem escolhessem para passar o resto de duas vidas, na tradição a separação após o casamento não existia, e se acontecesse na maioria das vezes eram seus parceiros que os deixavam, já que o até que morte nos separe era verdadeiro. Entretanto o tempo passou e alguns apesar de respeitar a tradição avacalhavam tendo o disparate de darem a pulseira e após terminar tomarem de volta, esqueceram que a pulseira é dada para o marido/esposa e não namorado de esquina.

Nalay olhou incrédula ao ver que a primeira coisa que seu pai lembrou foi entregar a merda do colar.

"Imagina a situação você conhece alguém se ilude, acha que o miserável é o amor de sua life, dá a merda do pingente, leva um chifre miserável ou você coloca, vê que aquela miséria não é o amor da sua vida e você também não ama ele de verdade, pois o amor é uma construção diária, ninguém ama sozinho, ninguém começa a amar alguém do nada, são atitudes o jeito de falar agir cuidar, é a construção diária que o faz amar o outro alguém. Pois bem, ai vai lá e toma o pingente pois é de família e se tu perder aquela peste sua família vai te linchar e te chamar de herege excomungado e julgado até pelos recém nascidos, pois quando você casar você sua mulher ou marido terá que ter aquela corrente! Idiotice? Sim! Perda de tempo? Sim! Se eu vou fazer isso? Obviamente que vou, por que sou tão retardada quanto eles e não quero perder os churrascos de família."

-Nalay onde está a sua? Victor a tirou novamente do devaneio.

-Bem guardadinho irmão, sem risco de perda. Respondeu rapidamente.

-E não achou ninguém para da?

-Ninguém merece me ter cara, sou boa demais. Gabou-se levantando o queixo.

-Isso é conversa de rejeitado. A risada dos dois homens a irritou deixando ambos para trás entrando na casa.

-Vamos entrar Vitor, sua irmã é uma ótima piadista mas odeia ser a piada. Guilherme o abraçou para entrarem juntos na casa.

-I realized. Gargalhou seguindo o pai, a casa em si não tinha mudado muito, estava mais moderna apenas e fez algumas ampliações, pois, lembrava que havia dois quartos na parte térrea, e os ambientes não eram tão amplos, assim como não havia em sua época uma sala de jantar.

Trad: Eu percebi.

No segundo pavimento a quartos se dispuseram em 5, 3 do lado direito, e 2 do lado esquerdo junto a um banheiro social, começando do corredor fica o quarto de Victor, ou lado o de Nalay e ao lado o de Visita, do outro lado a suíte de Guilherme um quarto de visita e um banheiro amplo social, o corredor tinha grandes janelas de vidro dando claridade ao ambiente, do outro lado da escada estava um pequena varando com paredes de vidro dando ampla visão para área da piscina.

-Aqui meu filho, sua madrinha me avisou muito em cima da hora e não tive muito tempo para reformar seu quarto, espero que goste. Guilherme se explicava pouco antes de abrir a porta do quarto.

-Ah... quando perguntei o por que da reforma o senhor não me informou que Victor estava voltando. Nalay resmungou olhando para seu pai.

-Era uma surpresa! Piscou para a pequena ao seu lado. -E você costuma ser mais esperta, achei que perceberia! Victor riu baixinho com o deboche de seu pai, Nalay abriu e fechou a boca mas não proferiu nenhuma palavra, ficou sem palavras para sua própria burrice.

O quarto assim como o da sua irmã tem uma cama Queem centralizada, duas poltronas ao lado da Tv de 40 polegadas na parede, uma mesa de estudos logo abaixo da janela que fica virada para o corredor da casa, duas cortinas grossas do tipo blecaute estava amarrada de cada lado das duas janelas que se posicionavam cada uma em um lado da cama, um guarda roupas de 8 portas acoplado na parede. O restante provavelmente Victor decoraria do jeito dele.

-Vamos Nalay. Ele a chamou passando pela porta.

-Pra onde? Perguntou confusa.

-Buscar o restante de minhas roupas, acha que só teria duas bolsas de roupas para vestir?! Respondeu com incredulidade

-Então você voltou para ficar?

-Com certeza! Um sorriso largo se apossou de seu rosto. -Não gostou? Sua pergunta hesitante veio após ver o rosto impassível de sua irmã.

-Eu adorei irmão... Ela pulou com tudo em seus braços recebendo a mesma intensidade e empolgação de seu irmão.

            
            

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