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22 anos atrás.
Olivia
Vi um caminhão de mudanças, chegando
na casa ao lado, ela estava vazia há um tempão. Eu torcia para que a nova família tivesse uma menina da minha idade e nós duas virassemos grandes amigas. Mas pelo que eu vi, tinha muitos móveis masculinos, acho que três.
Eu estava no me quarto quando mamãe chegou.
- Querida, quer vir comigo cumprimentar os novos vizinhos?
- Tá - Eu estava decepcionada, mas mesmo assim, ansiosa.
Quando chegamos na casa dos vizinhos, uma moça, provavelmente da idade da mamãe, abriu a porta e se apresentou animada.
- Boa tarde, eu sou a Carol Mendes.
- Boa tarde vizinha, sou a Sheila Diaz e essa é minha filha Olivia - Eu estava do lado da mamãe e acenei para ela.
- Prazer em conhecê-las - Carol disse num tom muito animado - Entrem por favor, vou chamar os meninos.
A casa estava surpreendentemente ajeitada, quem arruma uma mudança em poucas horas? Ela foi chamar "os meninos" no segundo andar e nós a esperamos na sala.
Quando desceu, Carol estava acompanhada de três meninos, dois de idades próximas e um quase bebê.
- Esses são meus filhos, Erick, Benjamin e Tom - Os meninos foram cumprimentar minha mãe, eram muito educados - Essas são nossas vizinhas Sheila e Olivia. Meu marido, assim que chegamos, foi logo para o fórum, tinha coisas para resolver, em uma outra oportunidade, o apresento.
- Ah claro, o meu marido também não está, e deve voltar no final do mês - Minha mãe disse desapontada. Papai viajava muito por conta do trabalho e isso a deixava triste. Mas se virou para os meninos logo com um sorriso - É um prazer meninos. E essa coisa fofa aqui, posso pegar?
- Pode, ele meio que vai com todo mundo - Um dos meninos, acho que o do meio, respondeu. Ele olhou para mim, os olhos dele eram verdes e ele era alto demais, os três meninos eram lindos. Mas aquele era bem mais.
- Ah, me faz querer ter um - Ela disse meio triste, eu era filha única e ela ja tinha tentado várias vezes me dar um irmão - Que simpático você é Tom. Na verdade, todos vocês. Deveríamos marcar algum jantar lá em casa, vou esperar o Kevin voltar e marcamos.
- Por mim tá ótimo!
Não demorou muito para minha mãe e Carol virarem melhores amigas, elas faziam compras juntas, saiam para correr e conversavam por telefonema o tempo todo. Só precisou de 1 verão para elas não se desgrudarem. Nós fazíamos churrasco na nossa casa e os chamávamos, eles faziam na casa deles e nos chamavam. Meu pai ficou muito amigo do Nicholas Mendes, marido da Carol.
No primeiro dia de aula minha mãe se ofereceu para levar os meninos, para que Carol levasse tom na creche, ele fez 1 aninho semana passada e a festinha foi linda, a família Mendes é grande e barulhenta, nós os adoramos. Eu converso com os meninos, mas Benjamin, não gosta muito de mim, eu acho. Erick é mais simpático e me trata melhor, mas ainda acho que preciso de amigos.
Benjamin é da minha idade, portanto, estudamos juntos. Ele senta distante e faz amizades.
No refeitório, fiquei sozinha. Olhei em volta e não reconheci ninguém. Minhas amigas do ano anterior, não queriam mais falar comigo. Elas estavam populares e eu não. Até que avistei um rosto conhecido que acenou para mim.
- Senta aqui Olivia - Erick me chamou, ele tinha 14 anos e as meninas o olhavam com Interesse - Onde está o Ben?
- Não sei - falei sem graça, levantando os ombros. A família dele o chamava assim "Ben" era mais fácil. Minha mãe já começava a chamar ele dessa forma também.
-Mamãe vai ficar puta se souber que ele a deixou sozinha.
- Tá tudo bem, eu estou tranquila - Falei e dei um sorriso para ele.
Fomos os três juntos para casa com a minha mãe no fim do dia. Ben e eu não conversamos e Erick percebeu.
Alguns dias depois, eu estava na minha mesa, quando o Benjamin chega furioso.
- Sabe Olivia, você deveria ser um pouco mais simpática se quer tanto assim ser minha amiga. Você acha o que? Que vai me forçar, só porque contou para minha mãe? - Eu não tinha ideia do que ele estava falando, olhei fundo nos olhos dele, ( Ele era tão bonito) mas fui firme.
- Eu não preciso de você, garoto. Nunca falei nada para sua mãe e até prefiro que façamos de conta que não nos conhecemos. Você se acha - Falei muito brava com ele. Ele sorriu e foi para o lugar dele.
- Eu não quero ir - Estava irritada com a minha mãe, ela estava me obrigando a ir no aniversário do Benjamin. Eu não gostava dele e queria ficar em casa.
- Não está em discussão, você vai Olivia e acabou.
Chegando lá, por incrível que pareça, não tinha ninguém da escola. Pela hora não iam chegar. Acho que era uma coisa mais para a família. Não sei aonde o Benjamin estava na sua festa de 12 anos. Me sentei numa namoradeira lá no jardim, eu amava o início do outono da minha cidade.
- Ta fazendo o que aí? - Benjamin apareceu do nada me assustando.
- Que susto Benjamin.
- Por que não me chama de Ben? - Disse e sentou do nada, ao meu lado - Você não gosta de mim, meio que entendi, mas podemos ser educados um com o outro, Liv - Essa foi a primeira vez que ele me chamou assim, ninguém me chamava dessa maneira.
- Liv? - perguntei e ele se aproximou
- Aham, seu apelido. Assim não parece que estou brigando com você toda hora - Ele tava sussurrando e eu tava sentindo alguma coisa estranha.
- Mas todo mundo te chama de Benjamin, só vejo sua família falar Ben - Eu estava no mesmo tom que o dele e ofegante, porque eu estava assim?
- Mas você não é qualquer pessoa, é tão importante quanto a minha família - Ele segurou meu rosto nas mãos. Pensei: "Que merda está acontecendo? E porque não consigo reagir?" - Eu vou te beijar.
- P-Por que? - Eu era uma idiota, eu não sei porque eu queria aquilo, eu detestava ele. Mas eu queria muito aquele beijo.
Ele passou a língua nos lábios e me beijou.
Que beijo, eu não tinha nenhum beijo para comparar com aquele, mas foi muito bom. Sempre dizem que o primeiro beijo é horrível, aquilo tava longe de ser horrível. Quando ele se afastou um pouquinho, eu segurei seus cabelos e aprofundei o beijo, foi quase que por instinto. Quando me soltou disse:
- Você nem percebe que é importante para as pessoas né? Quis ser seu amigo desde o primeiro dia e você foi tão distante - ele disse segurando minha mão.
- Seu pescoço está vermelho? Vovê está nervoso? - Perguntei assoprando seu pescoço - Não coça, vai ferir.
- Obrigado - Ele pigarreou- não estou nervoso.
- Sabe Ben, você mente muito mal - Eu disse sorrindo - Foi meu primeiro beijo também. Ele me olhou.
- Como? Você é linda.
- Mas pelo visto, não sou simpática - Começamos a rir e o clima entre a gente começou a ficar leve.
20 anos atrás.
Ben
Eu acho que aos 12 anos escolhi Olivia Diaz para ser minha esposa, eu só não sei se foi antes ou depois de beijá-la. Olivia sempre foi linda. Ela tinha cabelos escuros, não muito alta e os olhos azuis da cor do oceano.
Depois que beijei a Olivia, no meu aniversário de 12 anos, nós nos tornamos amigos. Nunca mais tentei beijá-la e ela também nunca tentou nada, eu queria ser amigo dela e rapidamente viramos melhores amigos.
Aos 14 anos, Liv e eu estávamos sempre juntos, tínhamos tanta coisa em comum. Nossos filmes favoritos eram os mesmos, bandas e livros também, nós combinavamos em tudo.
Um dia tomei coragem e a chamei para o cinema, era a primeira investida antes de beijá-la há 2 anos atrás, combinei de passar na casa dela e estava ansioso. Meu pescoço coçava sem parar, quando eu ficava nervoso era assim.
- Então que horas vamos passar na Olivia - Meu irmão mais velho Erick, me perguntou.
- "Vamos", quem vamos? - Olhei sério para ele.
- Eu, você e nossa amiga vamos ao cinema, correto? - Ele sabia que estava ficando nervoso - Qual é? Nem é um encontro e eu quero ir.
- Já sei o que tá fazendo imbecil - Respondi muito puto, Erick só ria - Está tentando me fazer confessar né?.
- E você tem algo para confessar? Ou vamos nos atrasar - O palhaço é um idiota.
- Tá, beleza. Venceu. Eu gosto dela e queria ir só com ela, como um encontro. Satisfeito? - Falei já pegando a carteira, estava com medo de me atrasar.
- Muito! Você vai ser um péssimo advogado, confessa tudo sob pressão. É uma fraqueza - Ele debochou. Mas ele tava certo, eu não achava que tinha qualidades de um advogado. Mas era a área do meu avô, do meu pai e, consequentemente, minha e dos meus irmãos.
- Estou indo - Disse e fui buscar a Liv.
Eu bati na porta e ela abriu em segundos.
- Mãe estou indo - Ela sorriu para mim ao fechar a porta e que saco, eu estava gostando demais daquilo - Oi Ben, você está ótimo - Ela disse e me abraçou. Eu não ia conseguir ser só o melhor amigo dela. Antes que eu pudesse a elogiar de volta, ela disse algo - O Caio da turma do seu irmão me chamou para sair.
Eu fiquei sem chão, ela estava animada e eu achando que era por causa do cinema. Mas não, era pelo Caio, ele era um galinha, um predador e as meninas queriam uma chance com ele. Ele era baixo, mas musculoso, participava do time de futebol e era amigo de Erick.
- Devia ir - Eu disse a ela enfurecido, ela de repente ficou séria.
- Acho que você tem razão, ele é gato e me chamou para sair. Eu não queria furar com você mas já que não tem problema.
- Não, não tem - Tinha todo o problema do mundo.
- Ótimo, vou ver se ele me encontra lá no shopping - Ela me olhou de um jeito, sorrindo inocentemente como um anjo - Você vem? - Como ela pode ser tão cínica? Foi a primeira vez que ela usou esse charme comigo, esse jeito angelical foi extremamente sexy.
- Pra quê?
- Sei lá para me fazer companhia, talvez?
- Não eu não vou.
- Por quê? - Ela estava fazendo beicinho, mais sexy ainda.
- Tá de sacanagem - Ela se fez de desentendida - Você está me deixando muito puto Olivia, EU TE CHAMEI PARA IR AO CINEMA PRIMEIRO - Eu já estava gritando com ela - Você acrescentou a Porra do Caio agora, eu disse que tudo bem e você ainda quer que eu vá para te ver de agarramento com ele? É ridículo - A cara dela permaneceu a mesma.
- Eu não te entendo, Ben - Como ela não entende? Ela tá se fazendo, só pode.
- Olivia caramba, te chamei para sair porque gosto de você e queria ter um encontro com você, me arrumei pensando no que ia gostar, planejei a semana toda o que fazer. Eu gosto mesmo de você - Soltei por fim.
- Aí Ben, finalmente - Ela disse abrindo o sorriso mais lindo que eu já tinha visto - Eu disse não ao Caio na hora, ele não me interessa, porque eu gosto muito de você. Mas você nunca tomava uma atitude, eu precisei te levar ao limite - Que safada, eu fiquei rindo igual um idiota para ela - E você falou, bem que o Erick disse, quando você é pressionado, você solta tudo.
O Erick sabia, por isso ele tinha me irritado antes.
- Vocês dois foram malvados comigo, meu pescoço tá em carne viva - Abracei ela.
- Deixa eu aliviar para você, me desculpa - Disse fazendo o biquinho mais lindo do mundo - Bom, isso torna você, finalmente, meu namorado?
- Isso foi um pedido Olivia Diaz?
-Quer saber? Foi, cansei de te esperar - E me beijou. Como tínhamos melhorado nisso, ficamos com outras pessoas nesses 2 anos, não falávamos sobre isso, mas sabíamos. Nenhum beijo se comparou ao dela e agora eu tinha com o que comparar.
Minha namorada era perfeita e beijava como ninguém.