Capítulo 8 A mudança

16 anos atrás.

Ben.

Estou me mudando. Esperei tanto por esse momento e agora que chegou, não acredito. Olivia e eu vamos estudar direito na capital, na faculdade que meu irmão estuda, vamos finalmente ter a nossa liberdade.

Eu estou no meu quarto arrumando minhas malas quando Tom entra.

- Oi -Ele fala e senta na minha poltrona. Ele é engraçado. Fala tanta coisa para a idade dele, é mais esperto que eu e Erick nessa fase.

- E aí cara. Tá feliz que eu vou embora? - Ele balança a cabeça e faz cara de que vai chorar - Ei, não. Qual é. Você vai ser filho único sabia? Pode ter tudo agora. - Ele me olha animado.

- Sério? Até seu quarto - Que esperto, olho bem para ele

- Claro que não. Mas pode ficar com alguns jogos do meu videogame - Ele sorri para mim. Logo a Liv entra no meu quarto.

- O garoto mais lindo desse mundo está aqui? - Tom sorri para ela e ela o pega no colo e dá diversos beijinhos nele. Olivia ama crianças e acho que Tom é meio que apaixonado platonicamente pela minha namorada, porque odeia agarramento e ela é a única que ele deixa fazer isso.

- Eu estou sendo traído pelo meu próprio irmão?

- Simmmmm - Os dois dizem ao mesmo tempo. Sempre fazem isso. Eu finjo uma cara triste e o Tom cai na gargalhada.

- Sabe, vou lutar pela minha mulher, entra na batalha comigo senhor - Eu seguro ele e finjo que vou dar uns soquinhos. Ele sai correndo e gritando, eu vou atrás fingindo e rindo.

- Corre meu amado. Não deixe ele te pegar - Olivia diz gargalhando. Eu volto para o quarto, deixando Tom se esconder - Oi amor - Ela diz e me beija - Não acredito que ainda não arrumou suas coisas Benjamin.

Eu sorrio para ela e aponto para as malas.

- Eu sei, tenho coisa pra caralho. Eu vou deixar meu quarto intacto e mesmo assim tá difícil.

- Tô animada Ben, vamos ser nós dois numa cidade grande. Convivendo com outras pessoas. Essa mudança é boa. Tô cansada do pessoal da escola.

Eu tinha muitos amigos na escola, eu gostava de passar um tempo com o pessoal. Liv me acompanhava as vezes, ela não tinha muitos amigos e alguns dos meus eram dela. Eu era o melhor amigo da Olivia, é assim desde os 12 anos.

- Ben, estamos indo - Minha mãe entra no quarto - Oi Olivia, não sabia que tava aqui.

- Pois é, vim ajudar o Ben com essa zona - Eu revirei os olhos e as duas riram.

- Tá bom. Eu e o Tom vamos no tal lanchinho da tarde da turminha. Cuidado para não se perderem nessa bagunça, porque só o lugar que a Olivia está, está limpo - Ela diz e sai do quarto

Quando minha mãe bate a porta de casa, Olivia me olha de um jeito bem atrevido.

- Que cara é essa espertinha? - Ela sorri e eu imagino o porquê. Meu pai está trabalhando.

- Nada não - Levanta da poltrona e tranca a porta do quarto. Quando se vira para mim, ainda sorri sensualmente e me beija.

Eu fico excitado muito fácil com a Olivia, chega ser engraçado. Ela tira a minha blusa e me empurra na poltrona, fica claro quem está no comando.

Ainda me beijando vai descendo minha bermuda e minha cueca e agarra meu pau. Ela o movimenta para cima e para baixo de maneira contínua e me excitando cada vez mais.

- O que tá fazendo Liv?

- Nada, só testando algo novo - Ela ainda sorri e abaixa a boca no meu membro.

- Olivia - Gemo o nome dela

Ela me chupa muito gostoso. Lambe todo o comprimento e depois chupa. Eu estou quase gozando. Agarro seus cabelos, fazendo-a descer mais ainda no meu pau e chego fundo. Estou fodendo a Olivia pela boca. Que tesão do caralho.

- Vou gozar - Tento fazer isso fora da boca dela, mas Olivia não deixa - Liv - Eu solto um grunhido e gozo na boca dela.

Olivia continua chupando e engolindo tudo. Quando acaba ela limpa a boca no canto e sorri daquele jeito sexy. Na aguento, arranco suas roupas e a fodo.

- Tá gostando amor? - Eu pergunto, quero dar um orgasmo transcendental para ela, depois dessa chupada perfeita.

- S-Simm. Isso Ben, me come assim - Sorrio para ela e continuo estocando forte enquanto ela rebola. Depois de um tempo nós dois atingimos um orgasmo.

- Incrível - Dissemos ao mesmo tempo e rimos juntos.

Toquei meu pau em busca da... Merda

-Merda - Eu digo e Olivia me olha assustada - A camisinha amor, esqueci.

Ela levanta do meu colo e vejo a preocupação no rosto dela.

- Ben, combinamos de ser responsáveis. Nossos pais confiam em nós e agora?

- Calma, essa foi a primeira vez que eu esqueci. Me desculpa mesmo. Podemos ir na farmácia agora comprar uma pílula. Tá?

- Sim - Olivia responde e me arrumo para sair.

Entramos no carro em silêncio. Sei que a Olivia está nervosa, por isso seguro a mão dela. Chegando na farmácia ela pede o que veio procurar e compra.

No carro, ela me olha e eu me sinto na obrigação de tranquiliza-la.

- Amor, não vai acontecer nada. Vamos tomar essa pílula e tudo vai ficar bem. Tá? - Ela concorda com a cabeça e toma a pílula do dia seguinte - Desculpa Liv eu...

- Ben, para de ser tão bonzinho - Ela me interrompe - A culpa foi minha também. Nós dois esquecemos.

Eu beijo a mão dela e a puxo para um abraço. Ela se aconchega em mim e eu beijo sua cabeça, quando levanta o rosto eu a beijo.

- Eu amo você - Digo entre um beijo e outro.

Os próximos dias passaram voando. Olivia ainda não me disse se a menstruação dela desceu ou não. Eu estou nervoso, mas aguardando.

Hoje estamos indo para capital. Ninguém nos deixou morar juntos, nossas famílias acham que temos que "viver a experiência de estar numa faculdade, pois isso não é um casamento". E eu só quero ficar com a Liv o tempo inteiro.

Estava colocando minhas bolsas no carro quando vejo Olivia atravessar a rua, eu sei que ela está ansiosa. Eu e Olivia vamos sozinhos para a nossa nova cidade, vou deixar ela num alojamento e o meu não fica muito longe.

- Ben minha menstruação desceu - Ela diz animada.

- Por que essa é uma informação relevante? - Ela não viu minha mãe ali me ajudando.

- Mãe!!

- Tudo bem, não vou me meter porque são adultos agora. Mas sejam responsáveis - Nós concordamos.

Todos chegam para se despedir de nós. É uma sessão de abraços e choros. Olivia é a princesinha dos pais dela e eles ficam um bom tempo se despedindo. Kevin chega perto de mim e diz:

- Cuida bem dela.

- Pode deixar - E me da um abraço.

Meu pai já tinha me dado diversas recomendações sobre a capital e principalmente sobre a faculdade, por isso, não achou a sua presença aqui necessária. Estava trabalhando no fórum da cidade.

Entramos no meu carro e fomos para a nossa nova vida. Eu estava nervoso para esse momento mas o que me animava era estar com a Olivia.

Os primeiros meses foram difíceis. Odiei as matérias, os professores e os alunos. Olivia se dava bem com tudo isso, ela era amiga de uma menina a Camila e por isso sempre era convidada para festas e eu ia de chaveirinho dela. Os papéis se inverteram na faculdade.

Minhas notas eram medianas, eu não era chamado para grandes projetos. A faculdade foi uma época horrível da minha vida. Mas o primeiro ano acabou comigo.

Um dia estava deitado com a Olivia e disse:

- Acho que aqui não é o meu lugar - Ela me olhou como se eu fosse louco.

- Lógico que é, eu estou aqui - E me beijou. Com essa afirmação, eu me convenci que ia concluir com a Olivia e íamos ficar mais unidos do que nunca.

11 anos atrás

Olivia

Eu me descobri no direito, eu amava estudar e já me considerava uma grande advogada. Eu ainda não tinha feito o exame, Ben e eu estávamos no último ano e eu tinha conseguido um estágio numa empresa de advocacia. Ela era boa, mas não era aonde eu queria chegar.

As provas finais estavam chegando e eu estava estudando muito, o cansaço tomava conta de mim e para piorar, eu comi alguma coisa que está me fazendo mal.

Ben chega em casa e me dá um beijo. Ele começou um estágio com uns amigos do pai dele. Ele está trabalhando muito e chega muito cansado. O escritório é péssimo, mas com base nas notas dele e com a ajudinha do "grande" Nicholas Mendes, foi o que deu. Ele estava bem frustrado pelo pai dele conseguir isso e não ele. Eles brigavam muito, principalmente porque o Erick tinha passado pela mesma coisa e fez com êxito. Ben odiava ser comparado à Erick ou à mim.

- Oi meu amor - Ben entra em casa e me beija.

Nós começamos a dividir apartamento ano passado. Ele ficou sem lugar para morar quando o seu colega resolveu voltar para a cidade natal dele e então Camila e eu oferecemos um quarto que tinha disponível aqui. Ben tem o espaço dele e eu o meu, mas dormimos juntos praticamente todas as noites.

- Oi. Que cheiro é esse? - Eu pergunto me sentindo enjoada.

- Comida japonesa linda. Sei que você está pirando com as provas e aí trouxe uma coisinha gostosa para jantarmos.

Eu corro para o banheiro vomitando no vaso. Ben vem atrás de mim.

- Sai Ben - Eu vomito outra vez.

Ele segura meus cabelos e eu continuo passando muito mal. Quando acabo Ben lava meu rosto e liga para a farmácia pedindo um remédio para enjoos.

- É, ela está vomitando. Não, sem diarreia - Eu confirmo com a cabeça - A última menstruação? Não sei. Como assim? - Ben pergunta para o atendente e a minha ficha cai. Merda, não lembro se menstruei esse mês. Eu pego meu bloco de notas e vejo que não, nesse momento Ben entende - Pode enviar esse teste de gravidez junto com a medicação. Ok. Certo, obrigado.

- Ben, que merda.

- Calma, só vamos nos desesperar se tivermos certeza, ok? - Ele me deita e beija minha testa. Eu concordo, me sentido mal.

O motoboy da farmácia chega e Ben vai atender. Quando volta, vejo que guarda o teste e me entrega o remédio para enjoos.

- Só vamos arrancar o curativo de uma vez. Se eu tiver grávida é melhor saber logo.

- Calma. Toma o remédio primeiro e depois fazemos o teste tá? - Eu olho para ele tensa, mas concordo.

Tomo o remédio e continuo deitada, ainda me sinto muito mal. Quando entro na sala, Ben está no computador e Camila na sala lendo.

- Oi amiga, como você está? - Eu faço um biquinho dengoso e deito no sofá com a cabeça no colo dela - Oh meu Deus, está péssima.

- Eu sei, não aguento mais vomitar. Vou ficar sem nutrientes no meu corpo - Eles riem de mim, porque segundo eles "Sou dramática" - Ben podemos por favor acabar com essa tortura?

- Que tortura? - Minha amiga me pergunta.

- Talvez eu esteja - Eu respiro fundo - grávida - Eu solto. Camila arregala os olhos para mim.

- Vem amor. Vamos ter a certeza de uma vez - Ele levanta, pega o exame e me dá a mão.

Entro no banheiro tão nervosa, algo dentro de mim sabe o resultado desse teste. Mas o faço e levo para o Ben.

- Isso não muda a gente né? - Perguntei preocupada.

- Claro que não meu amor. Independente do resultado vamos ficar juntos. Eu te amo.

Quando passa os 2 minutos, olhamos o teste e vemos dois risquinhos, positivo.

Eu começo a chorar. Nunca falamos sobre filhos, não imagino como seria isso. Temos uma dinâmica tranquila, somos unidos e moramos juntos há um ano. Ben e eu nos conhecemos muito jovens, mas desde que ele me beijou, eu me apaixonei por ele.

Eu não quero que esse bebê estrague isso, estrague a gente. Nós temos muitos sonhos e essa criança pode atrapalhar.

- Sempre soube que você seria a mãe dos meus filhos. Tudo bem, não esperava que fosse agora mas se é assim, se adiantamos o processo, tem um motivo. Nós vamos conseguir ser os melhores pais desse mundo se estivermos juntos. Eu amo você Liv, com todo o meu coração e o nosso amor só ganhou forma - Ele me beija.

Foi a coisa mais maravilhosa que o Ben poderia me dizer nesse momento. Eu amo esse homem e quero passar o resto da minha vida ao lado dele. Essa foi a primeira vez que pensei em Ben como homem e não mais como um "cara". Um dia, ele vai ser meu marido.

Camila entra no quarto, me vê chorando e me abraça. Ela diz que vai ser uma ótima tia e que vai nos ajudar. Ela foi razoável com a notícia, mas nossa família vai pirar, ou para o lado positivo ou para o negativo.

No fim de semana resolvemos ir para nossa cidade, contar a nossa família sobre a gravidez. Achamos que pessoalmente é o melhor jeito para contarmos, eu não sei como vai ser a reação, não tenho a mínima ideia.

- Não fica nervosa linda. Nós somos responsáveis por nós mesmos, eles não podem interferir em muita coisa - Eu olho para o Ben.

- Eu vou precisar deles Ben, eu não faço ideia de como se cria uma criança. Eu gosto delas mas quando não são minhas, tipo o Tom - Benjamin ri, e eu continuo seria.

- Amor, ele tem 12 anos. Não é mais considerado criança.

Otimo, não sei diferenciar uma criança de um adolescente. Eu não sei como vai ser minha vida como mãe, meu trabalho e se vou dar conta de tudo isso. Resumindo, eu não sei nada.

Depois de duas horas de viagem, chegamos. Ele estaciona em frente a casa dos pais dele, vemos o carro de Erick e olhamos surpresos um para o outro.

- Ótimo vai ser uma festa de família - Digo, ele ri de novo e me beija.

- Para de ser dramática, tudo vai ficar bem.

Entramos na casa dos Mendes.

- Mãe chegamos - Ele grita - Nem contei que estava vindo - Ele me diz.

Carol desce correndo. E nos olha espantada.

- Ben, o que estão fazendo aqui?

- Viemos visitar - Ben responde e abraça a mãe, quando ela me abraça, sinto um nervoso enorme.

- Quem morreu? - Ela pergunta olhando para mim.

- Ben!!! - Tom fica animado com a chegada do irmão. Ele o venera.

- Cara, você está enorme.

- Ei gatinho - Eu o chamo e ele me abraça - Caramba, está maior que eu. Jaja alcança seus irmãos - Tom sorri, sempre foi muito bonzinho. Conheci o Ben nessa idade, como o tempo passa.

Nesse momento Erick entra na sala com o pai. Nós abraçamos os dois e começo a ver o Ben tenso, acho que só eu percebo quando ele fica assim.

- Nem sabia que iam vir - Erick diz, nós sempre nos encontramos na cidade, para sair e as vezes jantar juntos.

- Pois é, você anda trabalhando tanto que quase não te vejo.

- E você Benjamin. Está trabalhando muito no escritório dos meus amigos? - Ele faz questão de falar que são amigos dele e que Ben só conseguiu por essa razão. Isso faz o Ben ficar mais tenso ainda.

- Ótimo pai, já te agradeci e você continua me rebaixando. Porra, eu faço tudo o que você manda, não sei porque age assim.

- Ben - Eu chamo e acaricio sua mão. Carol sempre fica omissa quando Nicholas briga com os meninos. A participação dele é tão pouca que ela não se intromete enquanto ele fala.

- Que seja, vamos nos seus pais - Ele me puxa e saímos da casa - Vamos falar com eles juntos?

- Lindo, você precisa se controlar. Eu sei que seu pai te faz sair do eixo, mas por favor. Olha seu estado. - Eu faço carinho no pescoço dele e dou beijinhos fazendo-o se acalmar.

- Desculpa mesmo, eu não sei porque não fomos direto para sua casa - Ele bufa - Desculpa, não quero você preocupada.

- Tudo bem, vamos acabar com isso de uma vez. É melhor uma reunião de família, assim falamos de uma vez só - Ele concorda comigo.

Eu bato na porta e minha mãe abre para nós. Quando entramos em casa, minha mãe e meu pai vem me abraçar. Meu pai tem ficado bastante em casa, acho que ele está diminuindo o ritmo no trabalho.

- Oi princesa - Ele me abraça e me beija - E aí Ben?

- Não sabia que viriam, qual o motivo? - Minha mãe pergunta desconfiada. Ninguém pode ser espontâneo com a dona Sheila, ela sempre achava que tinha algo a mais e na maioria das vezes tinha razão.

- Vamos pedir umas pizzas para ficarmos todos juntos? - Tento sugerir "inocentemente" - Ah Ben, chama seus pais também.

Eu liguei e pedi muitas pizzas, eu ainda me sentia enjoada mas nossas famílias vão aproveitar. Todos chegam e conversamos na sala.

Erick está contando alguma experiência da empresa e Ben continua irritado. Eu preciso ajudá-lo nisso, odeio que o pai dele o faça se sentir inferior.

A pizza chega e sentamos para comer, todos estão tomando vinho e quando minha mãe vai encher minha taça eu peço água. Ela me olha e tenho a impressão que ela já entendeu tudo, mas não sei. Eu fico quieta.

Tomo minha água e continuamos a conversa. Minha mãe abre outra garrafa de vinho e serve todo mundo, mas na minha vez, seguro a minha taça com água.

- Por que não toma esse? Ele é mais seco, como você gosta Olivia - Ela me oferece novamente.

- Obrigada mãe, não estou querendo vinho hoje. Estou com uma dor de cabeça - A dor de cabeça era verdade, mas eu ia adorar tomar uma taça.

- Sua cara está péssima. Vai falar de uma vez o que está acontecendo ou não? - Minha mãe solta e todos da mesa prestam atenção nessa interação. Eu bufo.

- Ok, bom... É que... - Ben segura minha mão e eu solto outro suspiro - Estou grávida.

O silêncio é ensurdecedor. Parece que eles ficam assim por horas.

- É brincadeira né? - Minha mãe pergunta.

- Não, não é - Ben diz firme - Bom, obviamente não foi planejado. Liv fez o exame no início da semana e marcamos um exame para segunda. Vamos saber do médico se está tudo bem com ela e o bebê.

- Qual médico? Não é assim que se faz e aonde é? Eu vou com você filha. Acho melhor transferir para cá e vamos no doutor Santiago que acompanhou a minha gestação - Eu sabia que minha mãe ia controlar a situação. Eu suspiro e olho para o Ben mais uma vez buscando um certo tipo de consolo.

- Desculpa Sheila, mas não. Marcamos um médico em casa e eu vou acompanhar a Liv na consulta. É nossa responsabilidade - Minha mãe olha para Ben indignada.

- Acho que ele está certo amiga - Carol falou pela primeira vez - Sempre orientamos que eles deveriam ser responsáveis. Então isso é realmente responsabilidade deles.

- Não concordo - Meu pai interfere. Ele nunca fala nada, deve estar muito decepcionado - Ter uma criança não é brincadeira, não acho que dois jovens que estão se formando possam cuidar de um filho.

- Por isso você precisa ficar com a gente princesa, vamos cuidar dos dois - Minha mãe reforça.

- Nós somos três mãe. Não existe a opção que me afaste do Benjamin.

- Qual a solução? - Minha mãe pergunta olhando para mim.

Eu não tenho uma solução, eu vou precisar de auxílio. A única criança que lidei a minha vida inteira foi o Tom e mesmo assim o conheci com quase 1 ano de idade. Eu nunca pensei em ser mãe, também nunca pensei em não ser. Nunca foi um sonho como para a maioria das mulheres, eu sabia que se um dia eu casasse com alguém, eu teria filhos, mas nunca idealizei a coisa.

- Eu não tenho uma solução mãe. Eu não planejei isso, nós sempre fomos cuidadosos e mesmo assim aconteceu - Eu estou muito nervosa - Nós não sabemos como criar uma criança, vocês estão certos, mas queremos descobrir juntos. Se de uma coisa eu tenho certeza nisso tudo, é que o Benjamin vai ser o melhor pai do mundo e nós precisamos de verdade da ajuda de todos vocês - Eu já estava chorando e Ben acariciou minha mão para eu continuar - Não quero que ninguém domine a nossa vida, mas queremos saber que temos apoio. E por favor não digo na questão financeira, estamos trabalhando e conseguimos ter uma liberdade financeira com o salário de estagiários e sem passar apertos. Não é muito mas o Ben vai estar comigo e vamos alugar o quarto em que ele está para diminuir nossos custos, já conversamos isso com a Camila e ela apoiou. Tudo o que peço é uma corrente de apoio.

- Você está coberta de razão Olivia - Carol diz - Vocês dois são adultos e devem escolher o melhor rumo para a vida de vocês. Nós vamos sempre apoiá-los.

Minha mãe me abraça nesse momento e tenho mais vontade ainda de chorar. Ben me dá um sorriso mas por alguma razão está tenso, ele estava tranquilo com essa história não sei o que pode ter mudado.

Quando eu olho para a outra ponta da mesa eu percebo o que mudou. Nicholas não disse nada, mas sua cara diz muitas coisas.

- Bom, então eu vou ser tio aos 12 anos? - Tom, que estava em silêncio esse tempo todo, diz e todos nós rimos.

Eu acaricio o pescoço vermelho de Ben e tiro a sua mão, chegando bem pertinho do ouvido dele eu digo:

- Não coça, vai ferir - E assopro. Esse gesto virou nosso ritual desde os 12 anos, sei que Ben enlouquece com isso. Ele ri pra mim e fica mais tranquilo.

            
            

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