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Olivia
A volta para casa foi silenciosa. Ben tentava puxar um ou outro assunto como "Os meninos estão grandes" , " O escritório novo do Erick é muito bom". Eu só concordava, estava triste com ele, triste em saber que ele desistiu de me amar. Eu senti meu coração doendo na hora que ouvi ele confessando isso para Tom.
O pior é que eu meio que já sabia que ele se sentia dessa forma. Eu não sei como me sinto, eu não estou com raiva dele, eu estou triste pois nossa história de amor é muito bonita e longa, eu não imagino minha vida sem ele. Mas agora eu vou ter que começar a pensar.
- Vou parar aqui para abastecer, tá? - Eu acenei para ele - Quer comer alguma coisa?
- Não, eu comi muito no aniversário - Disse séria e ele só concordou
Ben abasteceu o carro e comprou chicletes na loja de conveniência.
- Seu favorito, canela - Me entregou e se inclinou para me beijar. Eu desviei o rosto, me arrependi na hora, mas eu não sabia como reagir - O que foi isso Olivia?
Eu nunca me senti tão mal, comecei a chorar. Eu não aguentava mais estar sempre chorando. Ben me olha tentando entender e seca as minhas lágrimas.
- Liv, eu achei que estava tudo bem - Ele me abraça - Nós combinamos de tentar resol...
- Acho que devíamos nos separar - Soltei sem nem pensar. Esse pensamento ficava na minha cabeça desde que tudo isso começou.
Nesse momento ele me encara, ele não achou que eu fosse capaz de sugerir isso.
- C-como assim - Ele gagueja - Olivia, nós combinamos que íamos tentar. Porque você está só desistindo?
- Sério?
- É sério, na minha mãe estava tudo muito bem. A gente sai dos limites da cidade e você resolve que quer me deixar, que vai desistir de mim e da gente - Ele também estava chorando.
- Você desistiu - Ele me encara, com os olhos vermelhos - Você não me ama mais, eu ouvi você dizendo - Falo tudo num fio de voz.
Eu queria culpar ele e só ele, porque se ele tivesse a culpa disso tudo sozinho, eu ficaria mais tranquila. Mas eu também fui responsável pelo desgaste desse casamento. E a falta de esforço ao longo dos meses, causou o nosso afastamento.
Ele não diz nada, liga o carro e começa a dirigir. Eu viro para a janela e choro, eu preciso eliminar todas essas lágrimas de mim.
Não sei em que momento do trajeto eu peguei no sono. Acho que chegamos em casa pois Ben me acorda gentilmente.
- Chegamos - Eu odeio ver esse olhar nele
Entramos em casa e parece que tudo me atinge, as emoções e as lembranças do que vivemos aqui.
Vou na cozinha tomar uma água e Ben entra.
- Da onde você tirou aquilo? Quando você me ouviu dizer algo daquele tipo?
- Ben, por favor. Eu estou cansada e amanhã eu tenho um julgamento cedo ok?
- Eu sei, eu também estou cansado. Eu só quero tentar descobrir como te trazer de volta ou nos trazer de volta - Ele segura minha mão - Eu te amo Liv, podemos estar agindo como um casal que não se ama mais, mas eu te amo e sei que você me ama também - Eu tiro minha mão e ele abaixa a cabeça frustrado - Como você pode pensar que eu não te amo? Eu me esforço para te amar todos os dias, eu me lembro de toda a nossa história e te amo mais.
- Você não tinha que se esforçar para me amar Ben. O amor só está lá. Queria que você me amasse porque era inevitável. Eu ouvi você conversando com Tom. Disse "O amor não está mais no casamento... Você tem que se esforçar para amar a mesma pessoa para sempre" e essas coisas. Foi duro ouvir. Eu não quero conversar mais, por favor.
- Eu te amo mais hoje do que eu amei ontem. Eu amo você a cada dia porque eu escolhi te amar. O amor é sim uma escolha e a gente não desiste. Eu vou te provar como eu me sinto - Ele me abraça e eu vejo sinceridade. Eu só não vejo solução.
Fomos para a cama, eu não conseguia dormir e acho que o Ben também não. Eu me mexia para um lado e para o outro, até que sinto as mãos de Ben me puxando para dormir de conchinha. Eu aceitei, ele beijou minha cabeça e eu consegui dormir tranquilamente.
No dia seguinte, ouço meu despertador tocando. Saio da cama e entro no banheiro do quarto para tomar banho e me arrumar para o trabalho. Hoje vou direto para o tribunal.
Quando saio do banheiro, vejo a cama vazia. Ben já deve ter descido. Acabo de colocar minha roupa e desço.
- Bom dia - Ben está perto da cafeteira, com uma calça de moletom e sem blusa. É uma linda visão matutina - Quer café?
- Bom dia. Quero - Ele me serve uma caneca, enquanto estou relendo algumas anotações do caso no meu IPad.
Ben sobe para se arrumar. Quando vou colocar minha caneca na pia, vejo seu celular apitando em cima do balcão e vejo o que é. A mulher da promotoria, do dia do jantar, Liz o nome dela, está perguntando o restaurante que eles iam almoçar.
Ótimo, meu dia mal começou e já estava uma merda. Eu que não ia brigar, resolvi sair mais cedo e sem me despedir de Ben. Entrei no meu carro e fui para o tribunal.
Chegando lá não vejo ninguém do escritório, uma outra advogada e um associado vão me ajudar no julgamento hoje. E geralmente algumas pessoas vêm assistir a sessão, quando estou defendendo um caso Camila sempre vem. Nos conhecemos na faculdade e desde então a tenho como melhor amiga, ela estudou comigo e Ben, e participou dos nossos melhores e piores momentos. Camila trabalha na parte administrativa e burocrática do escritório, ela nunca quis trabalhar de frente, em um tribunal.
Meu caso é difícil, estou defendendo uma mulher acusada de matar o marido (que ironia). Ele era um homem rico, ela e a filha herdaram todo o dinheiro dele e isso a torna a principal suspeita. Guilhermo era um senhor italiano muito rico e foi assassinado aos 62 anos. Minha cliente Alexia se casou com ele quando tinha 19 anos e logo engravidou, hoje em dia a filha deles tem 10 anos.
Peguei esse caso há uns meses, Alexia me jurou que é inocente, mas tem um álibi ruim. Minha estratégia é apresentar ao júri outros possíveis suspeitos, a dúvida vai fazer eles inocentarem minha cliente.
Nesse momento vejo Alex, meu novo chefe, entrando. Não esperava ele aqui hoje.
- Oi Doutora Mendes, bom dia - Ele aperta minha mão - Chegou cedo.
- Oi Doutor, o senhor pode me chamar de Olivia. Eu cheguei cedo para estudar melhor o caso e me preparar.
- Então me chame de Alex também - Ele da um pequeno sorriso e eu sorri de volta - Bom, eu confesso que fiquei curioso para te ver em Ação. É como uma lenda, esse é um caso difícil e não sei se no seu lugar eu aceitaria.
- Espero que não soe prepotência, mas estou segura na minha estratégia. O Guilhermo era um empresário com muitos inimigos e ano passado ao viajar para a França, sofreu um atentado. Eu acredito na inocência da cliente e mais que isso acredito em mim.
- Uau, eu acho que entendi a estratégia. Não quero estragar a surpresa, mas acho que é a dúvida. Você não quer saber se ela é inocente, você quer mostrar outras possibilidades - Eu estou sorrindo abertamente, esse caso está me deixando numa animação e nervoso que eu nunca tinha sentido antes. Alex falou todo o meu pensamento.
- Vou deixar a promotoria com a cabeça explodindo, eles vão estar fracos para continuar acusando a minha cliente e vão ter que montar uma nova denúncia contra outros suspeitos. Enquanto o júri vai ficar com a dúvida de "será mesmo que foi ela" eu vou apresentar uma mulher dedicada a filha, uma filha que não tem nenhum parente próximo, uma esposa de luto. Ninguém vai deixar uma menina órfã sem a certeza da culpa.
Alex me olhou admirado, como se eu fosse uma gênia. Eu me senti nervosa.
- Você é genial Olivia, eu preciso trabalhar com você em algum caso - Eu sorri, eu normalmente sou séria no ambiente de trabalho, mas gostei de Alex. Acho que vamos nos dar bem - Quer almoçar comigo quando acabarmos aqui? Como uma comemoração, porque é óbvio que você vai ganhar.
- Eu vou começar a me achar com o chefe rasgando elogios assim - Ele sorri - Vamos sim.
- Você pode se achar. Qual o melhor restaurante da cidade, desculpa te convidar e fazer você escolher, su sou novo aqui.
- Vou te levar então no meu restaurante favorito - Eu não vou lá há muito tempo, Ben e eu costumávamos jantar lá uma vez por semana. E do nada só paramos de ir, a última vez que fui, eu estava com a Camila - A comida é maravilhosa e tem a melhor carta de vinhos.
- Vinho? Vai ser uma boa comemoração então - Eu não acredito que sugeri tomar vinho com meu chefe numa segunda feira.
Eu estou ficando muito nervosa com essa conversa, medindo tudo que eu falo como se eu precisasse ser interessante para ele. Ele é meu chefe e quero agradar, é isso.
- Oi Olivia - Camila chega e não sei porque fico mais tranquila - Ah, oi Doutor Gomez. Como vai? - Ela o cumprimenta.
- Bem Camila. Bom, vou deixar vocês duas na preparação e vou conversar com uns colegas que estão aqui hoje. Com licença.
- Claro - Respondemos juntas e Alex se afasta.
- Ele sabe meu nome, você viu? - Camila está animada - Um gato desses me chamando, aiii.
- Camila ele é seu chefe.
- Não quero nada com ele, só acho ele gato e... - Ela dá uma pausa dramática - Vocês dois conversavam bastante né.
Não entendi esse tom, eu voltei a ficar nervosa.
- Não sei o que você quer dizer, mas vou entrar porque a sessão já vai começar.
Eu posso ser considerada uma vidente. O caso se desenrolou da maneira que eu esperava e minha cliente foi inocentada.
O promotor disse que vai recorrer, não o conheço, acho que é novo e não é um dos colegas do Ben. Mas montar um caso acusando a minha cliente novamente, vai ser difícil. A não ser que eles consigam novas provas muito boas.
Eu estou tão animada e feliz, a sensação de ganhar me renova. O voto do júri foi quase unânime. Eu gostei de me sair bem na frente do novo chefe, ele já rasga uma seda para mim e minhas habilidades e acho que me ver atuando vai aumentar isso.
- Como eu disse a vitória era certa - Alex me diz empolgado - Podemos ir?
- Sim. Pode ir na frente, vou me despedir da Camila - Eu nem pensei em convidá-la. Meu Deus. Ela me olha desconfiada.
- Ir aonde? Hein senhora Mendes.
- O Alex me convidou para almoçar.
- Alex? - A desconfiança aumenta e eu não entendo
- Eu espero que você não esteja insinuando alguma coisa. Porque estou indo num almoço profissional com o meu chefe e isso é normal.
- Aí Olivia, eu te conheço tá. Desde que você resolveu ser minha melhor amiga, conheço você inteira e até seu ronco - Eu ri - Alex é lindo, charmoso e um solteirão típico. Só toma cuidado.
- Eu sei, sério. Sou profissional.
- Como vai o Ben? Estou sem atualizações de vocês desde o jantar com a loira gata.
- Aí Camila, a história é longa. Nós fomos para casa ontem e num momento estávamos transando, o sexo mais maravilhoso e no outro, eu ouço ele conversando com Tom. Basicamente dizendo que não me ama mais - Camila me olha chocada - Bom e resumindo, falei ontem a noite que devíamos nos separar e ele não reagiu bem. E para terminar, porque não quero deixar Alex me esperando, ele marcou de almoçar hoje com a tal mulher do jantar. Então é, meu marido prefere sair com a colega de trabalho gostosa dele e não me ama mais - Dou uma gargalhada para afastar as lágrimas. Eu estou cansada de chorar.
- Ai amiga, é tanta coisa.
- Eu sei e a gente conversa sobre isso depois, eu tenho mesmo que ir. Amo você.
Eu saio antes que ela comece a me aconselhar. Eu estou genuinamente feliz e não quero que o Ben estrague isso. Mesmo que não esteja aqui, ele ocupa minha mente.
- Ah você está aí. Achei que ia desistir de tomar aquele maravilhoso vinho às - Ele olha o relógio - 12:15. Uau - Eu ri
- Foi loucura sugerir vinho, é que eu sempre jantava lá e fazia mais sentido. Fiquei nervosa com você - Porque eu falei isso, eu quero morrer. Alex está rindo- Ok, acabei de ficar envergonhada por ter confessado isso.
- Eu não acredito que aquela mulher maravilhosa e segura do tribunal, fica nervosa. É impossível. - Ele suaviza o clima e abre a porta do carro para mim.
- Você é meu chefe né - Ele ainda exibe um sorriso lindo e charmoso - Todo mundo quer te agradar.
Chegamos ao restaurante, estava cheio mas logo conseguimos uma mesa. Fizemos nosso pedido e Alex escolheu o vinho. Aquilo me chocou.
- Você me ofereceu e eu quero ter a experiência completa - Eu olhei, pasma - Então me conta de você Olivia. Porque escolheu ser criminalista.
- Porque é a área do Direito mais excitante - Péssima escolha de palavras. Ele levantou a sobrancelha - Na verdade eu entrei na faculdade por influência, não sabia muito bem o que queria e fui me apaixonando por tudo que eu estava estudando.
- Influência? Foi do seu marido? - O Ben veio a tona - Ele é um inimigo né? Promotor - Eu dou um sorriso sem graça.
- É ele está do outro lado. Foi por influência dele sim. O Ben me apoiou muito na faculdade e quando entrei na empresa.
- Porque fala no passado? - Não quis dar essa impressão. Que merda.
- Ah, ele continua me apoiando. Óbvio
Nesse momento eu o vejo e pareceu minha imaginação. Ele está sentado numa mesa perto da janela com a Liz. Meu coração parou, eles estão sozinhos como um almoço romântico, do jeito que imaginei. Mas olho para minha situação, com o meu chefe e lembro que estamos no mesmo barco.
- Você me dá uma licença, rapidinho? - Saio para o banheiro. Queimando de ódio, a Liz me vê e sorri para mim, olhando para o meu acompanhante. Eu nem espero o Ben se tocar. Vou para o banheiro.
Quando saio do banheiro, Ben está do lado de fora me esperando.
- O que está fazendo aqui, Olivia? - Eu olho para ele, com toda a raiva do mundo
- O mesmo que você, almoçando né? Eu espero que seja isso. Vi sua amiguinha te mandando mensagem de manhã.
- Para, por favor.
- Tem razão - Bufei - Eu estava tendo um almoço muito agradável com meu chefe - Ele segura meu braço - Me solta Ben, ou eu vou gritar e isso vai ficar lindo no nosso processo de divórcio - Eu não acredito que estava dizendo aquilo claramente.
- Olivia, que merda você está fazendo? Está tendo um caso? - Eu ri, completamente sem humor - Eu soube do seu novo chefe hoje, ele te acompanhou no julgamento né e você ganhou. Foi o assunto hoje no trabalho. Queria saber de tudo isso por você.
- Ben, para. Você não combina no papel de vítima, nenhum de nós na verdade. Depois conversamos.
- Não faz isso amor, não volta para lá. Agradece o almoço e vem para casa comigo. Por favor.
Eu não acredito que estava me pedindo isso.
- Trouxe ela no meu restaurante favorito, Ben. Eu sabia que iam se encontrar, não espera que fosse aqui.
- Porra Olivia, eu já te disse que não tenho nada com ela.
- Tudo bem, eu vou lá me despedir. Eu não quero uma cena aqui, com o me chefe logo ali.
Ben vem atrás de mim, quando chego na mesa, Alex está sem entender nada.
- Alex, esse é o Benjamin meu marido - Ben está sério - Ele estava almoçando aqui coincidentemente.
- Prazer Benjamin - Ele aperta a mão do meu marido - almoça conosco.
- Na verdade ele veio acompanhado da amiga dele. - Eu olho rancorosa para Ben.
- Estamos de saída. Prazer em conhecê-lo
- Mas Olivia, você ainda comeu. Por favor juntam-se a nós, pode chamar sua amiga. Eu insisto.
Eu não vou aguentar ter uma refeição com esses dois. Que castigo. Ben foi chamar a mulher.
- Oi Olivia, bom te ver novamente - Não fiz a menor questão de ser simpática - Liz D'Avila - Ela cumprimenta Alex
- Alex Gomez.
- Ah o novo diretor da GV. Finalmente um rosto para o nome.
Eles se sentaram, Ben do meu lado e a Olivia na minha frente.
- Humm, esse vinho parece muito bom - Ben me olhou, olhou as taças e trincou o maxilar, nada bom. - Devem estar comemorando o show que a Olivia deu no caso de hoje.
- Ela foi incrível, foi feita para os tribunais. Atua como uma artista na frente do juiz e do júri - Alex me exalta, eu sorrio para ele.
- Pois é, o promotor de hoje está com uma ressaca brava, com certeza. Olivia vamos ter que montar um caso para solucionar esse assassinato. É um homem importante, não pode acabar assim.
- Bom, vocês vão ter que rebolar. Com as provas que têm, não colocam a minha cliente como culpada.
- O Ben vai ter que rebolar, coitadinho - Essa mulher estava me irritando - O chefe mandou ele assumir.
- O que? Você aceitou?
- Foi nesse momento Olivia recebi a ligação quando estava aqui, não tinha como eu falar que não.
- Se você pegar esse caso e o escritório da promotoria acusar a Alexia novamente, eu não vou poder defendê-la.
- O caso foi encerrado, uma nova acusação vai ser feita. Pode ser ela, ou não. Você mesmo disse que só com provas muito boas - Vou matar essa mulher.
- Pode não se meter quando eu estiver falando com o meu marido, por favor.
- Olivia - Ele chama minha atenção como se fosse meu pai.
- Alex, me desculpa mesmo por isso - Eu pedi.
- Tudo bem, as emoções estão aflorada aqui.
- Vou pedir a conta, eu preciso ir para casa e resolver algumas coisas. Muito obrigada pelo convite Alex.
- É por minha conta, eu convidei. Vocês também. Eu te dou uma carona.
- Olivia e eu vamos juntos - Quem disse isso a ele.
- Não fale por mim - Todos me olharam nesse momento - Desculpa, eu vou buscar meu carro.
Saímos do restaurante depois de Alex pagar a conta. Eu estava sem acreditar, Ben estragou totalmente o meu dia.
- Se você não for comigo, eu faço uma cena aqui com o seu chefe - Ben susurra me ameaçando.
- Me Leva até o meu carro - Eu me direciono para Alex - Muito obrigada pelo almoço e desculpa por tudo isso, mais uma vez. Conversamos amanhã - Ele concorda e se despede.
Eu nem vejo o momento que a Liz foi embora. Eu entro no carro de Ben e fico em silêncio, não vou brigar mais.
- Ela não tinha que ter te contado daquele jeito. Acho que eles me deram esse caso estrategicamente, a grana é boa. Não tinha mesmo como falar não.
- Ben, eu estou com raiva e não quero falar. Você vai pegar, aquela puta já deixou claro isso.
- Não precisa disso meu amor. Só vamos nos entender. Uma briga leva a outra e a gente não está tentando.
- Eu não quero tentar - Eu finalmente explodi - Eu quero o divórcio. Não falei brincando aquela hora. Falei ontem que o melhor era eu me separar de você e eu não vejo outra solução.
O carro ainda estava parado, ele me olhava e eu me enchia de ódio, mas ódio por amar ele, mesmo ele não me amando e ódio por sentir um vazio sem ele. Eu não vou aguentar. Eu tô maluca, não devia ter falado isso.
- Vou te dar o que você quiser - Ben diz antes que eu me arrependa do que disse e aquilo foi a pior coisa que já ouvi.
Era o nosso fim.