Capítulo 7 Na praia

Aquele seria mais um daqueles dia em que os alunos teriam aulas complementares no turno inverso, era quase final do ano e as provas e revisões assombravam à todos. Fernanda mal tinha tempo de se distrair, não tinha dinheiro para sair e não estava ficando com ninguém.

Marcos havia trocado de namorada novamente, então, não estava lhe dando muita atenção. Patrícia estava sofrendo por outro término de namoro e o interesse submisso de Fábio estava lhe dando nos nervos. Pensou muito em Gustavo, queria ter aceito o pedido dele, ao menos teria alguém pra passar as festas de final de ano e isso era muito importante para ela. Não gostava de estar sozinha no natal e ano novo.

Assim, no final da tarde, após uma aula exaustiva, sentou-se em uma das mesinhas do pátio e ficou conversando com Paula, uma colega do primeiro ano que havia mudado de turno. Nesse momento, Rafael se aproximou das duas, entrando na conversa.

- Eu não aguento mais, essa escola vai me matar. - Reclamou Fernanda.

- Vai ficar em recuperação em alguma matéria? - Perguntou Rafael.

- Provavelmente em matemática, como sempre! Eu não entendo matemática, simplesmente não consigo.

- Mas você vai bem em física?

- Sim, tirei 9,5 na prova.

- E como você pode ser ruim em matemática?

- Não me pergunte, Rafael, tem coisas que eu não consigo explicar e isso me estressa!

- Você precisa de um banho de mar, isso sim!

Os três se olharam. Uma ideia, gerada por aquele tão conhecido impulso de Fernanda, tomou forma perigosamente rápido.

- Vamos pra praia?! Nós três, agora!

Paula apenas olhava de um pro outro, abismada. Rafael pareceu muito empolgado com a sugestão, aceitando imediatamente o convite.

- Vamos sim!

- Vamos, Paulinha, vamos vamos vamos - Fernanda pulava ao redor da amiga. - Se você não for, eu não vou!

Depois de muita insistência, finalmente Paula decidiu ir.

E assim, os três se dirigiram para a parada de ônibus. À frente estava Fernanda, saltitando e cantarolando, alegre. Paula e Rafael vinha logo atrás, sem trocar sequer uma palavra. Quando chegaram à parada, o ônibus que ia até à praia já se aproximava. Fernanda então correu, seguida por Rafael, Paula mais atrás, ficou parada no mesmo lugar.

- Corre, Paula! - gritou Fernanda.

- Eu não vou, desisti.

- Eu não acredito!

- Vão vocês dois.

Fernanda então olhou para Rafael.

- Você ainda quer ir?

- Quero, sim!

Como o motorista do ônibus estava para continuar viagem, Fernanda resolveu não insistir muito com Paula e subiu no transporte, acompanhada do rapaz.

Procurou logo um assento à janela, nas últimas fileiras. A viagem até a praia não durou mais do que vinte minutos e durante esse tempo, os dois permaneceram em silêncio, Fernanda se perguntou se Rafael realmente queria estar ali. Chegando ao destino, eles desceram e caminharam por uns 5 minutos até a areia.

Já era noite, logo ficou impossível os dois entrarem no mar, mas eles andaram em silêncio por algum tempo pela faixa de areia, até se sentarem e contemplarem o oceano escuro.

- Faz um tempo que eu não venho aqui.

- Eu também.

- Acho que é a primeira vez que venho à praia de noite. - ela disse.

Fernanda então se deitou na areia fria, logo Rafael imitou seu gesto.

À essa altura, ela sentia que algo estava diferente, que a ida de Rafael à praia não era totalmente motivada por um impulso desinteressado, mas ele estava tão calado que ela não conseguia entender o que se passava na cabeça dele. Um vento mais forte soprou areia nos dois, rindo, Fernanda passou a tentar tirar vigorosamente a areia de sua blusa.

Rafael, então, limpou a mão na própria roupa e começou a ajudar a jovem a se livrar dos grãos incômodos.

O que se iniciou como um gesto de ajuda, logo se tornou uma carícia. E a mão que antes retirava os grãos de areia, passou a acariciar os seios de Fernanda por cima da blusa.

Ela congelou, ficou sem saber como reagir, não tinha certeza se ele a acariciava mesmo ou se era sua imaginação. Mas suas dúvidas foram banidas quando ele rolou sobre ela, e com um dos joelhos, afastou suas pernas e posicionou-se entre elas, sustentando o tronco com os braços estendidos e as mãos ao lado de sua cabeça. Fernanda pensou como ele era bonito daquele ângulo. Sem dizer uma palavra, Rafael se inclinou e a beijou.

Nada então fez sentido para ela, nem a possibilidade de alguém passar e vê-los. Sentia a parte de baixo do corpo dele contra a sua calça jeans, o beijo dele era terno ao mesmo tempo que erótico. Ela levantou o corpo contra o dele e gemeu quando ele colocou a mão sob sua a blusa.

Rafael seguiu beijando o pescoço até encontrar o decote da camiseta, ele então levantou a peça de algodão e afastou o sutiã, beijando diretamente os seios.

Fernanda estava chocada ao mesmo tempo que excitada com aquilo. Ele então parou, cobriu os seios dela delicadamente e disse:

- Aqui não.

Voltando a beijá-la.

Naquele dia ela chegou tarde em casa. A mãe dela brigou, mas Fernanda nem percebia os gritos, apenas sentia o beijo e o toque de Rafael como se ele ainda estivesse com ela.

            
            

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