Eu aperto o botão do quarto e logo uma enfermeira foi até o quarto pediu para ele ficar quieto e falou que iria chamar o Doutor, mas antes que ela pudesse sair eu falei que eu mesma o chamaria e sair correndo do quarto.
- Doutor Cezar ele acordou. – Falei ofegante.
- Calma, minha menina, porque não nos interfonou.
- Preferir eu mesma vir.
- Tudo bem, então vamos.
Quando chegamos ao quarto, ele estava bravo.
- Cadê as minhas roupas?
Doutor Cezar riu. – Calma, tivemos que tirar, para fazer alguns exames. – Ele se mexeu e fez uma careta. – Você quebrou duas costelas e torceu o punho com a queda, teve alguns arranhões, mas nada grave, vou te deixar de observação até amanhã.
- Não, eu não posso ficar aqui.
- Desculpa, mas eu não vou te liberar. Precisa de mais alguma coisa?
- Não. – Ele falou com raiva, e o Doutor Cezar saiu.
Fiquei olhando para ele sem saber o que fazer ou que dizer.
- Você sabe onde colocaram o meu celular?
- Acho que sim, vou procurar para você, mas se quiser pode usar o meu por enquanto. – E lhe entrego o meu Iphone de última geração, ele faz uma cara de nojo quando pega, porque a capa do meu celular é toda lilás e cheio de brilho.
- Isso não vai sair na minha mão, vai?
- Não. – Falo sorrindo. – Vou atrás das suas coisas. - E antes de eu sair ele fala.
- E a minha moto?
- Eu mandei guinchar. – E sair antes dele falar mais alguma coisa.
Vou na sala da minha mãe, e para a minha sorte ela não está atendendo ninguém.
- Mãe, ele acordou e está bem.
- Que bom, filha. O seu pai quer te ver na sala dele. – Faço uma careta.
Vou atrás da Heloísa, a recepcionista daquele setor, para pegar os pertences dele. Pego o seu celular e a carteira.
- Cadê as suas roupas?
- Tiveram que cortar, para fazer os exames, como ele estava desacordado.
Se ele estava com raiva antes, vai ficar pior agora. Bato na porta e entro.
- Conseguiu avisar alguém? – Ele balança a cabeça e em um sim. – E eu entrego as suas coisas.
- Cadê as minhas roupas? – Franzo os meus lábios e ele levanta uma sobrancelha.
- Tiveram que rasgar, para fazer os exames.
E antes de ele me responder escutamos uma batida na porta, e vejo o meu pai com dois policiais, abaixo a minha cabeça.
- Sophia, esses policiais precisam falar com esse rapaz.
- Sim, papai. – Quando eu estava saindo, um dos policiais me chama de volta.
- E então rapaz, como é o seu nome mesmo?
- Me chamo Alex.
- E então Alex o que aconteceu? – O Policial, grande e forte perguntou olhando para mim.
Meu pai colocou o braço no meu ombro, me tranquilizando.
- Bom estava passando pela avenida vinhedo, quando um imbecil me fechou, foi atrás dele e comecei a discutir com ele, foi então que ele me jogou para cima da mureta de proteção e acelerou, para não me ferrar joguei a moto para o outro lado e vi um carro preto vindo, e depois não me lembro de mais nada.
- Não foi a senhorita Sophia que te atropelou?
- Não, não foi, e mais fácil eu ter atropelado ela.
Os policiais agradeceram e saíram. Meu pai falou com eles lá foram e então entrou um cara, moreno com olhos preto, de barba, forte tatuado com cabelos lisos até os ombros, bem bonito, com o capacete na mão.
- O que foi que aconteceu contigo veado. – Ele foi de encontro com o Alex, eles fizeram um movimento diferente, de bater as mãos abertas de costas duas vezes e depois puxar movendo os dedos.
- Um filho da puta me jogou para fora da pista, e eu tive que jogar a moto em cima do carro dela. – E apontou para mim. – Para não bater na mureta de proteção.
- E então como você está?
- Estou bem, com um pouco de dor, e vou ter que ficar aqui, até amanhã.
- E que hospital é esse? Desde quando tu tens dinheiro para bancar isso?
- Foi a gostosinha aí que me trouxe para cá. – Ele apontou para mim de novo.
- Há, desculpa, meu nome é Guilherme. – E me estendeu a mão.
- O meu é Sophia. – Apertei a sua mão. - E não precisa se preocupar, ele não vai pagar nada nesse hospital.
- E quem você pensa que é a dona do hospital por acaso? – O Alex falou debochado.
- Na verdade ela é filha do dono. – Meu pai falou entrando.
Os dois levantaram a sobrancelha.
- Muito prazer o meu nome é Dr. Henrique. – E estendeu a mão para os dois. - Quero agradecer por você ter protegido a minha filha para os policiais.
- Não, precisa agradecer, eu só contei a verdade.
-Tudo bem, como ela disse, não precisa se preocupar com nada. – E começou a sair do quarto.
- Acho que já está na hora de você ir para casa, Sophia – Meu pai fala em tom de aviso. E sai do quarto.
Eles voltam a conversar – Cara o caubói vai te matar. – E antes que ele respondesse eu falo.
- Eu já estou indo, qualquer coisa que precisar pode me ligar. – E coloquei o cartão com o meu número na mesinha, e saí.