Na manhã seguinte vou para a faculdade, e depois vou almoçar com a minha amiga Leticia.
- E então por que não veio ontem?
- Há, e uma longa história, mas resumindo, quando estava indo para a faculdade um motoqueiro se jogou na frente do meu carro, e eu tive que levar ele para o hospital, mas graças a Deus ele está bem.
Terminamos o nosso almoço e vou para o hospital. Bato na porta e entro. Está o doutor Cezar e o amigo dele.
- Pronto, agora você já pode ir para casa, mais nada de esforço físico, por pelo menos uma semana, e o braço vai ficar imobilizado por duas semanas.
- Já posso ir? – Seu amigo lhe entregou o capacete.
- Sim. Pera aí você vai voltar para casa de moto?
- Sim.
- Rapaz, você não vai querer voltar para o hospital amanhã, vai? Por que se você sair nessa moto, você vai sentir tanta dor, que eu não do nem 24 horas para você vir me procurar.
- Eu o levo. – Falo entrando na conversa, e todos olham para mim.
- Não precisa eu vou arriscar.
- Que isso Alex, vai com ela, vai ser melhor para você.
- Está bem.
Doutor Cezar saiu, deixando-nos três na sala, ver o seu corpo todo me deixou toda arrepiada, ele era forte como o amigo, e estava numa calça jeans que abraça a suas coxas, e uma camiseta azul, que parecia que os seus braços iam rasgar a blusa, a qualquer movimento.
- Me dá um aí Gui? – Vir o amigo lhe entregar uma carteira de cigarro.
Assim que saímos do prédio ele acende um cigarro, vou para perto do carro.
- Caramba gata que carrinho hein.
- Eu gosto dele também. – Bati no meu Porsche Macan. O último presente do meu avô.
- Ele ficou bem amassado.
- E mais não está impedindo que eu ande.
Jogou a bituca do cigarro fora, pisou e entrou no carro.
- E então onde você mora?
- Moro no Rio vale.
- Não sei como chegar lá. – Entortei a minha boca.
- E eu vou te mostrar o caminho.
Eu liguei o som, e estava passando Adele, gostava de ouvir, ele colocou a língua para fora e pude ver um piercing prateado, colocou o dedo na boca. Como se fosse vomitar.
- Isso não é música gata. – E colocou na rádio, onde estava passando rock.
Eu mudei novamente, e ele de novo fizemos isso 3 vezes, até que desisti e deixei passar na rádio. Ele pegou um outro cigarro e colocou na boca, na mesma hora tirei da sua boca, e joguei pela janela.
- Porra, por que você fez isso?
- No meu carro não.
Ele fechou a cara para mim, e foi me falando onde eu tinha que entrar, chegamos numa rua movimentada, com vários prédios, me apontou um marrom com branco.
- Você quer entrar? – Falou acendendo outro cigarro, já do lado de fora.
- Acho melhor não. – Mas eu queria sim.
- Vamos deixar eu pelo menos te oferecer um lanche, para agradecer.
- Tudo bem.
Desci do carro e fui atrás dele, ele apagou o cigarro antes de entrar no prédio, ele morava no 6° andar, o apartamento me surpreendeu, era pequeno e simples, mais limpo e organizado. A porta dava para uma sala pequena que tinha um sofá grande, rack com televisão, som e vídeo game. Ao lado separado por uma bancada era cozinha, mal cabia duas pessoas lá dentro, e tinha duas cadeiras na bancada.
Ele apontou para uma das cadeiras da bancada. – Sente-se.
Eu me sentei, e fiquei observando-o tirar as coisas da geladeira e colocar na bancada, uma chaleira começou a apitar no fogão e eu nem tinha visto que ele tinha colocado lá. Ele arrumou tudo, colocou a outra cadeira do outro lado da bancada e se sentou de frente para mim. E começou a cortar o queijo, e ele não parava de me olhar e então e consegue cortar o dedo, ele imediatamente tirou a mão da bancada, mas não conseguiu pressionar porque a outra mão estava na tipoia, corri até ele fiz pressão com a minha mão, o levando para a pia, mais a cozinha era pequena que os nossos corpos ficaram colados, sentir uma eletricidade por todo o meu corpo. Coloco a mão dele debaixo d'água.
- Onde tem uma caixa de primeiros socorros?
- No banheiro, no armarinho embaixo da pia.
- Vou buscar, deixa a mão debaixo d'água. – Sair da cozinha, e fui procurar o banheiro para pegar a caixa.
Pego a sua mão, procuro um antisséptico, e passo no seu dedo assim que eu passo ele faz uma careta, então começo assoprar para passar, depois faço um curativo. Ele fica me olhando com aqueles olhos azuis, e começo a ficar vermelha.
- Obrigado.
- Não foi nada, acho que você precisa se cuidar mais. – Falo sorrindo. Ele chega mais perto e o meu coração acelera. O meu celular começa a tocar.
- Oi Léo.
- Por que você não me ligou ontem?
- Estava cansada.
- Só isso, quero falar com você. Onde você está?
- Não estou em casa, quando eu chegar eu te aviso.
- Tudo bem, eu te amo. – Não consegui responder apenas desliguei.
- Problemas com o namorado?
Não quis responder então apenas dei de ombros, me sentei de volta na bancada e tomei o café.
- É muito bonita a sua casa.
- Fala sério, onde você mora deve parecer um castelo.
- Sim, a minha a casa é muito grande, mas eu gostei daqui, e aconchegante, coisa que não tem na minha casa. – Antes de eu perceber já tinha falado, ele me olhou sério, acho que tentando me decifrar. – Muito obrigada pelo lanche maravilhoso, agora eu tenho que ir. – E fui me levantando.
Ele me levou até a porta, e eu lhe entreguei o cartão do mecânico.
- Toma, você pode ligar para saber como está a sua moto.
- Hum. Obrigado novamente por tudo. E eu quero lhe pagar o conserto.
- Tudo bem. – E sair.
Quando eu cheguei em casa o Léo estava me esperando, com um buquê de flores, e estava conversando com o meu pai na sala.
- Onde você estava? – Revirei os meus olhos e respondi.
- Levei o Alex para casa.
- Agora você virou a babá dele.
- Não pai, mas eu me sinto responsável por ele.
- Mas ele já falou...
- Nada do que ele fale, vai me tirar a culpa.
O Léo se levantou, acho que para acabar, com a discussão, e me entregou o buquê, e me deu um selinho.
- Precisamos conversar Léo.
- Claro.
- Vamos lá para o jardim. – Sair e ele veio atrás de mim. Meu pai me deu um olhar mortal.
- Léo, não está dando certo para nós. – Falei assim que entrei no jardim.
- Não fala isso Sophia, me desculpa por ontem, e que eu estava no meio de uma reunião chata.
- Isso não importa mais, não foi só ontem, estamos muito afastados, acho melhor acabarmos por aqui.
- Não, você está cansada, vou te dar um tempo, para pensar melhor e depois conversamos.
- Porque você é o meu pai, nunca escuta o que eu falo, tudo para vocês é que estamou cansada.
Ele me agarrou e me beijou, e o não conseguir sentir nada naquele beijo.
- Gata não faz isso. – Não sei se foi isso mesmo que eu ouvi, porque o Léo nunca me chamou assim, e quando eu abrir os meus olhos vi o Alex, com aqueles olhos azuis me olhando, balancei a cabeça.
- O que você disse?
- Para você não se afastar de mim.
- Desculpa Léo, mas para mim já deu. – Ele colocou um dedo na minha boca.
- O seu pai não vai gostar de saber disso.
- Dessa vez não vai adiantar, você me chantagear com o meu pai, a opinião dele não me importa mais. – Falei saindo.
- Espera eu vou te dar o tempo que você quer.
- Pense como quiser, mas para mim o nosso namoro acabou. – Sair o deixando sozinho.