Capítulo 4 Entender o que estava acontecendo

Sophia

Vou para casa, entro no meu quarto, olho o meu celular e tem um monte de chamadas do Léo, não respondo e vou para o banheiro, encho a banheira, porque tudo que eu quero agora é relaxar na minha banheira cheia de espuma e óleos importados. Estava tão relaxada com a hidromassagem ligada que quase não escuto a Helena falar.

- Sol, o Léo está no telefone, disse que não está conseguindo falar com você no celular. – Ela gritou através da porta.

- Fala que estou no banho.

Depois disso fiquei pensando no que estava acontecendo com o nosso relacionamento, será que o Léo sempre foi egoísta assim, ou começou agora, nos conhecemos a um ano atrás, num evento do hospital, e logo me encantei com ele, era gentil, romântico e sempre me deixava feliz, mais hoje eu vi um lado dele que eu não conhecia, eu nunca precisei dele para nada, a não ser quando o meu avô morreu, que eu simplesmente entrei na sala dele, e o abracei. Mas acho que não foi só hoje o nosso namoro está frio já faz um tempo, já tem meses que não fazemos sexo.

Depois de um banho relaxante e comer, vou descansar um pouco, quando acordo já passa das 18 horas, me levanto e vou estudar um pouco. Após um tempo desço para jantar e minha mãe e o meu pai estão na mesa.

- Então o que foi aquilo hoje Sol?

- Foi um acidente, o senhor como médico deveria saber.

- Não me provoque menina.

- Calma bem. – Minha mãe fala e recebe um olhar de ódio do meu pai, para não se meter, e como sempre ela fica calada.

- Já não basta de me dar desgosto, da faculdade e agora começa a me dar desgosto na rua também.

Ele ainda estava bravo comigo, porque larguei a faculdade de medicina e resolvi fazer moda.

- Já disse pai foi um acidente, o senhor o ouviu falar.

- E o Léo, porque não quer falar com ele.

Eu não acredito que ele foi reclamar disso para o meu pai, nesse momento fiquei com mais raiva, é claro que meu pai tomava o partido dele, ele sempre dizia que o Léo e filho que não teve.

- O senhor não tem nada a haver com as minhas brigas com o Léo. – Me levantei da mesa e saí.

Já passava das 23 horas e eu ainda não conseguia dormir, peguei a carta do meu avô e comecei a ler ela sempre me acalmava, ainda não havia me acostumado com a sua ausência já havia 6 meses que ele havia morrido, e mesmo assim eu sempre achava que eu ia encontrá-lo no hospital.

"Minha querida raio de sol, eu te amo muito, sempre saiba disso, quero que saiba que você é brilhante e não deixe ninguém te dizer ao contrário nem o seu pai, enfrente-o e seja feliz não deixe que ele controle a sua vida como sempre fez. Vai à luta meu raio de sol e viva. Eu te amo e sempre que precisar pode contar com a sua avó, ela pensa como eu."

E por isso que ultimamente eu estava enfrentando o meu pai, pelo meu avô e por mim mesmo.

Ainda não consegui dormir, peguei o meu celular e liguei para o quarto dele.

- Oi.

- Oi é a Sol, só quero saber se está tudo bem?

- Há sim, estou muito bem, e acho que fui mal-educado com você. Me desculpa.

- Tudo bem, você estava meio desnorteado.

- E acho que sim.

- Amanhã eu passo para ver como você está.

- Não precisa gata, você já fez muito por mim.

- Tudo bem, tchau.

- Tchau.