Uma família de mentirinha
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Capítulo 8 8

K A T H L E E N D O Y L E

CONTABILISTA

Servindo pequenos negócios por toda Hawk Valley. Me deixe cuidar das suas necessidades!

T

ive que me controlar para não bufar na última linha. Eu poderia ir para o inferno por pensar nisto, mas eu seria feliz em escolher alguns jeitos para ela 'cuidar' das minhas

necessidades.

― Você está rindo? ― Kathleen perguntou.

Eu empurrei o cartão de negócios para dentro do meu bolso de trás.

― Não. Só limpei minha garganta.

Ela brincou com um longo cacho vermelho e me olhou.

― Então duas horas está bom para você?

Eu tinha a sensação de que ela iria me importunar até que eu concordasse. Além disso, eu deveria dar uma olhada na loja e considerar as opções. Meu pai deve ter deixado algumas decisões administrativas para mim e a loja era algo que eu teria que lidar mais cedo ou mais tarde.

― Vou fazer acontecer. ― Disse. ― Só preciso resolver o caos da minha vida social.

Kathleen sorriu, um sorriso de verdade, não um melancólico. Ela pode ser mandona e ocasionalmente condescendente, mas essa garota poderia competir com o sol. Ela era linda.

Emma ficou emburrada quando a mãe disse a ela que era a hora de ir embora.

― Eu quero ficar com a Roxie.

― Hora da escola, amor. Lembra, é um dia especial. A aula vai ter um novo peixinho-dourado.

Emma cruzou seus braços e foi aí que eu vi a semelhança com sua mãe.

― Mas eu quero ficar aqui.

― Ei! ― Eu disse e a criança me olhou como se tivesse esquecido que eu existia. ― Você pode voltar e ver Roxie a qualquer momento. Verdade, Emma.

E era mesmo. Eu seria um idiota de sangue frio se não fosse por uma garotinha que amou minha cachorra.

Emma sorriu. Ela beijou a cachorra no topo da cabeça e segurou a mão estendida da Kathleen, que sussurrou "Obrigada", e eu assenti.

― A propósito... ― Kathleen disse antes de fechar a porta da cozinha atrás dela ― aquela mini van estacionada em frente à minha casa era da Heather. Já tem uma cadeira no banco de trás e as chaves devem estar no gancho ao lado da porta da frente.

― Tá bom.

― Se levar Colin a qualquer lugar, você vai precisar amarrá-lo no banco do carro.

Sério mesmo? Eu não era nenhum especialista em bebê, mas, pelo amor de Deus, pelo menos isso eu sabia.

― Obrigada, Kathleen. ― Eu disse, um pouco sarcasticamente.

Ela não percebeu.

― Te vejo às duas?

― Estarei lá.

Ela abriu outro sorriso radiante e acenou para o Colin.

― Tchau, menininho lindo. ― Disse ela com uma voz que parecia que ela tinha sugado um gás hélio.

Assim que a porta se fechou, o cômodo pareceu terrivelmente vazio. Roxie choramingou e me deu um olhar canino confuso, provavelmente se questionando o que eu fiz para a sua nova melhor amiga ir embora.

― Esqueci de te dar comida essa manhã, né? ― Perguntei.

O saco de comida de cachorro que arremessei no caminhão antes de sairmos de Oregon tinha quase acabado. Eu despejei o resto em um prato e o coloquei no chão. Roxie mergulhou direto e meu próprio estômago rosnou. Tinha um saco de caçarolas na geladeira, tudo trazido pelos vizinhos bem-intencionados, mas nada parecia bom agora. Eu precisava fazer compras hoje. Eu precisava fazer muitas coisas.

Colin chutava as pernas e acenava os braços, acertando o porco de pelúcia rosa no caminho.

― Bom menino, ― Eu disse, tentando soar meio animado meio Kathleen e falhando. ― o que deveríamos fazer primeiro?

A criança fez uma careta estranha, ficou vermelho brilhante e soltou um som inconfundível: merda molhada atingindo a fralda.

― Culpa minha ter perguntado. ― Disse eu.

Meu irmão sorriu para mim.

            
            

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