A Escolha do Sultão - Livro 3
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Capítulo 9 9

Riyad voltou ao quarto dela às sete horas com um carrinho cheio de comida. Danielle o encarou enquanto ele empurrava o carrinho para dentro.

- Se o seu plano é ficar aqui até que eu coma tudo isso, vai ficar aqui por uma semana!

- Eu também estou com fome - ele disse, com um sorriso rápido. - Eu quase trouxe vinho, mas então me lembrei da sua condição. Embora, pra ser franco, o fato é que eu te conheci em um bar.

- Eu não estava bebendo. Só estava encarando desejosamente a bebida. - Ela pegou um rolinho e ele começou a preparar a refeição. - Isso não é algo que um criado deve fazer?

- Como eu tenho certeza que você deve ter imaginado, eu não passo muito tempo no palácio. Estou acostumado a me servir.

Danielle bufou e se sentou à mesa, sobre as pernas.

- Eu não tenho muito pra fazer aqui, então fiz um pouco de pesquisa. Você pode até não passar muito tempo aqui no palácio, Sheik Riyad, mas com certeza passa bastante tempo nos palácios dos outros. E com outras mulheres.

- Está com ciúmes?

Sim.

- Não. Eu ainda não entendi isso direito. Você é um playboy endinheirado de dia e um herói de noite? Por que você me resgatou, ao invés de pagar o resgate? Não que eu ache que vale a pena pagar por mim, mas fiquei curiosa.

- Os rebeldes não queriam dinheiro. Eles queriam que eu condenasse meu irmão, e eu não tinha intenção nenhuma de fazer isso. Nem queria a sua morte na minha consciência. Resgatar você pareceu a melhor opção.

Ele serviu à Danielle um copo de água e um pouco de sopa em uma tigela.

Ela aceitou, perplexa.

- Sopa? No deserto?

- Nós comemos sopa. É de grão-de-bico. Eu pedi pra fazerem porque pensei que faria você se sentir melhor - ele respondeu, sem jeito.

Pegando a colher, ela relaxou e sorriu.

- Eu estou grávida, Riyad. Não estou doente.

Danielle esperava que ele se encolhesse ao ser lembrado da sua condição, mas ele não pareceu nada incomodado agora que sabia que ela não estava em busca de um pai para o bebê. Ele colocou um pouco de comida em seu próprio prato e finalmente se sentou.

- Eu não me referi à gravidez, me referi à insônia. Você está ficando com olheiras.

Constrangida, ela virou para o outro lado.

- Você não vai deixar isso quieto, não é?

- Estou preocupado.

- Você quer que eu admita que estava assustada? Claro que estava assustada. Eu fui sequestrada em um país onde não conheço ninguém, por um grupo de homens que claramente me odiavam porque eu era americana. Eu não sabia o que ia acontecer comigo, então sim, eu estava assustada. Eu ainda estou assustada. Você pode ter me resgatado dos rebeldes, mas eu ainda estou presa aqui, e não tenho a menor ideia do porquê!

- É justo. - Os olhos dele acompanharam a colher enquanto ela lentamente mexia na sopa. - Você não é responsável por ter se tornado um alvo. Eu estava no Lounge por outra razão, mas me senti atraído por você. Os poucos dias que passei com você não deveriam ser políticos ou complicados. Você foi pega por minha causa. Os homens que me seguiam presumiram que, porque você estava comprando brinquedos de bebê, você estava grávida de um filho meu. Queriam tirar proveito disso.

- Eles não são muito espertos, não é? - ela resmungou.

Ele inclinou a cabeça e a encarou.

- Por que você diz isso?

- Se eles estivessem mesmo seguindo você, então saberiam que nós tínhamos acabado de nos conhecer. Do jeito que está, parece que começaram a seguir você somente há alguns dias.

- Você está certa. - Ele colocou o garfo na mesa e franziu a sobrancelha. - Eu devia ter pensado nisso. Qualquer um que estivesse coletando informações sobre mim teria percebido que a criança não é minha. Alguém deve ter mandado me seguirem.

- Aham. - Danielle tomou um pouco da sopa. Ainda estava um pouco quente demais, mas aquecia por dentro, e Riyad tinha razão. A sopa levemente apimentada era, de alguma forma, reconfortante. - Tenho a impressão de que você teve algum tipo de revelação, mas não tenho a mínima ideia do que você está falando.

- Eu trabalho pra agência de inteligência do reino. Uso meu título e minha reputação como playboy pra viajar por todos os reinos e a maior parte da Europa. Assim fica mais fácil me mover e reunir informações. - Ele se levantou e começou a andar pelo quarto. - Fiquei longe por meses. Só retornei pra festa e...

Danielle colocou a tigela na mesa e levantou a mão.

- Espere aí. Você é um espião?

- Qualquer um que estivesse reunindo informações sobre mim teria percebido que eu tinha acabado de te conhecer. Eles não concluíram que você estava carregando um filho meu porque estavam me seguindo. Alguém deve ter dito isso a eles. - Ele parou de andar e olhou para Danielle. - Atif está certo. São fantoches, alguém está puxando as cordinhas deles. Eles acham que estão lutando pela tradição, mas não são nada mais do que uma arma que alguém está apontando na nossa direção.

- Podemos voltar pra parte que você é um espião?

Riyad começou a andar de novo.

- Se Antar sabe em quais atividades eu estou metido, ele nunca vai falar comigo. Não é de se admirar que todas as informações de inteligência que reunimos sobre a rebelião estivesse errada. Tem alguém puxando as cordinhas. Desmantelando células e reerguendo-as em outro lugar pra nos distrair.

- Riyad! - Danielle finalmente gritou.

Ele parou na hora e a encarou.

- Isso é mesmo tão chocante assim? Você passou esse tempo todo me chamando de ninja. Você tinha que saber.

- Saber? Como eu saberia? Nós não conversamos muito no hotel. Nós definitivamente não conversamos quando estávamos fugindo dos rebeldes, e daí você me largou aqui e eu não te vi mais. Eu não sei nada sobre você, Riyad!

- O que você quer saber?

A pergunta a surpreendeu. Ela esperava que ele desse um fora nela ou mudasse de assunto, mas, agora que tinha uma abertura, não sabia o que perguntar.

- Por que você faz isso?

- Iman é o rei. Bahir administra os negócios da família. Eu precisava fazer alguma coisa. Tinha desperdiçado muitos anos farreando, e Atif, primo do meu pai, me ofereceu uma posição. Eu queria proteger meu lar. Queria proteger minha família. Essa foi uma maneira de eu fazer isso.

- Então você não dorme com todas essas mulheres, na verdade? - Ela não quis soar tão esperançosa, mas, quando ele lhe lançou aquele olhar, ela murchou um pouco por dentro. - Não que eu me importe com isso. Foi uma vez só, com a gente. Bom, algumas vezes. Vamos dizer que foi uma aventura de dois dias. Sem compromisso, então o seu passado não importa.

Ela estava falando sem pensar. Uma idiota tagarela. Que maravilha.

A expressão dele ficou nublada.

- Você está perguntando sobre o meu passado. Me permita fazer o mesmo. - O olhar dele indicou sua barriga e ela se moveu automaticamente para cobri-la.

- Meu chefe. Eu sei. Foi constrangedor e pouco profissional, mas eu pensei que finalmente tinha encontrado um equilíbrio entre a minha vida pessoal e o trabalho. Pensei que tinha encontrado um jeito de ter um homem e uma carreira. E, tecnicamente, acho que encontrei mesmo, mas aquele homem era casado e eu só descobri isso depois que contei pra ele que estava grávida. - Mordendo o lábio inferior, ela se mexeu na cadeira. - Todo mundo fala sobre a intuição feminina e o laço maternal, mas a minha intuição realmente é uma droga. O namorado era casado. O amante era um sheik espião. Não tenho certeza se o laço maternal vai funcionar, também. Ela riu, um riso vazio.

- Eu não quis trazer mais problemas pra você, Danielle - ele disse com intensidade. - Você tem que saber disso.

- Eu sei. - Sentindo-se ansiosa, ela afastou a cadeira e caminhou até a janela para olhar para fora.

- Você estava linda. Foi o meu primeiro pensamento, quando te vi no Lounge - Riyad disse suavemente, indo até ela. - Deslumbrante, na verdade, mas parecia deslocada. Por um momento, eu cogitei se você não era uma espiã e estava lá pra me vigiar. Me aproximei porque queria saber mais sobre você.

Ela praticamente gritou quando se virou para fitá-lo.

- Eu? Uma espiã? Eu daria uma espiã horrível.

Sorrindo para ela, ele balançou a cabeça, concordando.

- Sim, eu percebi isso rapidamente.

- E depois? Plano B? Descobrir o que tinha por baixo das minhas roupas.

- Não. - Ele estendeu a mão e massageou gentilmente a base da garganta dela com o dedão, um gesto íntimo e excitante. Ela engoliu em seco, sentindo seu corpo esquentar. - Eu queria conhecer a sua história. As mulheres geralmente não conseguem parar de falar de si mesmas quando estão comigo, mas você ficou de boca fechada. O sexo, por melhor que tenha sido, não era o que eu mais queria. Foi só o segundo prêmio.

Estendendo os braços, ela colocou as mãos sobre o peito dele. Tocá-lo era inebriante.

- Agora você tem a minha história e o meu corpo. O que vem depois?

- Ah, Danielle. Eu poderia jurar que pagaria todo o dinheiro do reino pelo seu retorno, sã e salva, mas você não acreditaria em mim, não é?

Piscando, ela balançou a cabeça.

- O quê?

- Só conheço um pedaço da sua história, Danielle. E quanto ao seu corpo, tenho a impressão de que nunca vou me cansar dele.

Antes que ela conseguisse digerir o que Riyad tinha dito, ele abaixou a cabeça e pressionou os lábios contra os dela.

Era uma ideia terrível. Ele era um sheik. Ele tinha um passado em que mulheres se jogavam aos seus pés. Continuar o caso entre eles só poderia acabar mal, e ela já estava farta disso.

Mas ela não podia dizer isso a ele agora e, enquanto lançava os braços ao redor do pescoço dele, ela abriu mão de todo o controle.

- Você ainda me quer, Danielle. Mesmo depois de tudo. Não pode negar isso - ele murmurou, a voz rouca, agarrando as mechas do seu cabelo e gentilmente puxando a cabeça dela para trás para cobrir seu pescoço de beijos.

- Não posso negar, mas não quer dizer que não tenha problema - ela lamentou, mesmo enquanto puxava a camisa dele. - Não quer dizer que isso esteja certo. Você é um sheik e eu sou... eu sou... ah! - O protesto dela foi interrompido pelas mãos dele, deslizando sob a sua blusa e apalpando seus seios. Os dedos dele a massagearam e ela tentou se lembrar do que estava dizendo.

- Você é a mulher que eu não consigo tirar da minha cabeça - ele grunhiu ao tirar a camisa dela pela cabeça. - Você é a mulher que eu vejo quando fecho meus olhos, a mulher que eu desejo com todas as minhas forças. Vou ficar com você, Danielle, por tanto tempo quanto puder. Quando estou com você, não sou a porcaria de um sheik ou um espião. Só quero ser seu amante, então me beije, e me deixe adorá-la.

Seu corpo respondeu por ela. Ficando nas pontas dos pés, ela o beijou, tentando colocar tudo o que estava com medo de dizer naquele beijo. Como ela não conseguia tirá-lo da cabeça. Como ela sentia suas mãos nela sempre que fechava os olhos, ou como era difícil de respirar quando ela pensava nos beijos dele. Como ele tinha derrubado as defesas dela e como a tinha forçado a imaginar um futuro com ele, mesmo sabendo que seria impossível.

Com um gemido, ele a levantou e a carregou até a cama, onde tirou suas roupas sem dizer uma palavra. O ar estava embriagante e, apesar de desejá-lo dentro dela naquele momento, ela não tinha forças para interrompê-lo enquanto ele dedicava tempo a deslizar seus lábios pelo corpo dela. Riyad conhecia todos os pontos sensíveis do seu corpo, concentrando-se especialmente na parte de dentro dos seus pulsos e na base da sua garganta. Ele deu a mesma atenção a cada um dos seios, lambendo seus mamilos até que ela se arqueou sob o corpo dele, esticando-se para um contato mais próximo. Finalmente, ele se acomodou entre as pernas dela.

- Riyad - ela implorou. - Por favor. Não vou conseguir segurar.

- Você está pronta pra explodir - ele murmurou. - Mas eu sei exatamente como te deixar pronta novamente. E de novo, e de novo. A noite inteira.

A voz dele ficou rouca de paixão ao tocar no quadril de Danielle.

Ele mergulhou a cabeça e pressionou os lábios na sua abertura, e ela gemeu ao sentir a língua dele se lançando como uma flecha para prová-la. De início, ele a provocou e dançou com a língua ao redor do clitóris. Isso a levou ao limite da insanidade, e ela perdeu completamente o controle, lançando-se contra ele.

- Por favor - ela implorou. - Por favor, Riyad. Eu preciso... ah... sim... sim!

Enfim, ele raspou o clitóris com os dentes, e ela teve que morder os nós dos dedos para não gritar quando o orgasmo rasgou seu corpo. Ela quase esperou que seu corpo levitasse da cama, mas Riyad a manteve no lugar. Ele a segurou e lambeu delicadamente enquanto ela gozava, até que ela finalmente parou de tremer.

- Eu nunca vou me cansar disso - ele murmurou ao levantá-la e beijá-la. - Dos sons que você faz. Do jeito que o seu corpo se movimenta. Estou começando a achar que os seus orgasmos são o meu vício, Danielle.

- Você é o único que já me fez sentir assim - ela admitiu. Ele estava massageando as laterais do seu corpo e ela enterrou o rosto em seu ombro, grata pelo tempo que estava tendo para se recuperar. Com o seu chefe tinha sido bom, mas na maior parte das vezes a sua satisfação tinha que vir do seu próprio esforço, não dele. Ter alguém a satisfazendo tão completamente era algo que ela nunca tinha experimentado antes.

- Então me deixe fazer de novo. E repetidamente. Vire-se - ele ordenou, calmamente. Obedecendo, ela se moveu, inquieta, e agarrou o travesseiro. Riyad traçou a sua espinha com apenas um dedo, para cima e para baixo, como se estivesse hipnotizado por ela. Até que passou a traçar a mesma linha com a língua e os lábios. Isso trouxe o desejo dela de volta à vida, rugindo, e quando ele terminou, ela estava encharcada com a sua urgência por ele.

Os dedos dele tocaram sua abertura, testando-a, e ao ver que ela delicadamente ergueu os quadris, acomodou-se atrás dela e a penetrou.

Não era a posição favorita dela. A profundidade e o ângulo eram bons, mas nunca tinha transmitido intimidade... até agora. Enquanto ele se movia dentro dela, suas mãos faziam mais do que estabilizála. Ele as deslizava para brincar levemente com ela, beliscando seus mamilos e dedilhando seu clitóris. Ele pressionou os lábios na sua nuca e sussurrou o nome dela uma e outra vez, cada vez que a penetrava.

O orgasmo dela veio lentamente, e ele brincou com ela e adiou o momento até que ela não conseguisse mais se segurar. O primeiro tremor a atingiu e ela sentiu Riyad explodir, com alguns impulsos fortes que jogaram a cabeceira da cama contra a parede. Eles gozaram juntos e caíram juntos. Ele imediatamente rolou para o seu lado da cama, puxando-a para cima dele.

Nenhuma palavra era necessária. Com os corpos colados um ao outro, e ainda estremecendo depois do orgasmo, ela fechou os olhos e acolheu o sono, esperando poder fazer a felicidade durar a noite toda.

                         

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