Com firmeza, mas ao mesmo tempo com a suavidade de quem não quer perturbar, tomei sua mão e a puxei gentilmente em direção à pequena casa. Simples e modesta, longe dos palácios e da ostentação aos quais estava acostumado, ela parecia ser a personificação daquilo que realmente importava. Ali, ao lado de Amélie, sabia que poderia ser eu mesmo, sem adornos, sem pompas. Nenhum luxo seria capaz de superar a preciosidade desses momentos compartilhados com ela.
Com o coração pulsando mais forte, aproximei-me de seus lábios e, sem hesitar, tomei-os com um beijo doce, mas ao mesmo tempo ansioso e desesperado, como se não pudesse mais viver sem ela.
Sem interromper o beijo, delicadamente, deitei-a sobre o tapete macio que repousava diante da lareira, o fogo crepitando e lançando sombras suaves sobre nossos corpos, enquanto o calor daquele instante se espalhava por todo o ambiente.
Conforme o beijo se aprofundava, um desejo latejante percorria todo o meu corpo, e eu me perguntava mentalmente o que viria a seguir.
Eu e Amélie nunca havíamos ultrapassado os limites, porém, naquele instante, a atmosfera ao redor era de pura indulgência. No entanto, não podia ceder, não desejava desonrá-la de tal forma, e assim, interrompi o beijo.
- Perdoa-me por isso, minha amada.
E num movimento abrupto, buscando levantar-me, Amélie, com graça, me prendeu, envolvendo seus braços em torno de meu pescoço.
- Não há perdão que necessite, - disse ela, com voz suave, - estou pronta para prosseguir.
- Não, não sabes o que falas. Não posso manchar tua honra e, depois, partir para desposar outra dama.
E num gesto abrupto e magoado, ela me soltou, deixando-me livre para que eu pudesse me afastar de seu corpo.
Levantando-me, ainda perturbado pela tensão que nos envolvia, caminhei até a janela, onde os raios dourados do sol da manhã entravam, banhando o ambiente com uma luz suave e acolhedora. As árvores ao longe se balançavam suavemente ao vento, mas, mesmo assim, minha mente não encontrava paz, e o desejo que ainda me inflamava parecia impossível de extinguir.
Amélie, permaneceu em silêncio, sem um único som vindo de seus lábios. A quietude entre nós era pesada, como o peso de um segredo não revelado.
Quando, por fim, me virei para ela, decidido a pedir desculpas, pois era claro que ela estava magoada, fui tomado de surpresa pelo olhar fixo que ela me lançava. Mas, ainda mais surpreendente foi a atitude inesperada que ela tomou.
Ela estava ali, em pé diante da lareira, os fios dourados de seus cabelos brilhando com o calor das chamas, sua pele pálida como mármore, completamente nua.
O fogo iluminava seu corpo de maneira misteriosa, destacando suas formas com uma beleza silenciosa, mas arrebatadora.
Fiquei parado, sem palavras, o ar ao redor parecia pesar sobre mim, e por um momento, o mundo inteiro parecia ter parado.
Quando finalmente consegui recuperar o fôlego, minha voz saiu rouca e trêmula, mas ainda firme.
- Amélie, tens plena consciência do que estás fazendo comigo?
Ela olhou-me nos olhos com uma intensidade que queimava, sua voz suave, mas firme, como um sussurro carregado de desejo e determinação.
- Tenho plena consciência, Fillipe. Quero que faças de mim tua mulher.
As palavras dela ressoaram em minha mente como um trovão, e o peso de seu significado me atingiu com uma força avassaladora. Senti que o ar me faltava, e por um breve momento, pensei que poderia sucumbir ali mesmo, diante dela, diante de sua ousadia e desejo.
Sem pensar, num impulso desesperado, desfiz-me das vestes com um gesto impetuoso, como se aquele ato fosse a única maneira de responder ao fogo que ela acendera em mim.
Então, suavemente a levantei, fazendo com que ela entrelaçasse suas pernas ao redor de minha cintura, unindo-nos de maneira indissolúvel, como se, naquele momento, fôssemos apenas um, imersos em uma sensação de intimidade intensa e incontrolável.
- Ah, Amélie, não sabes o quanto esperei por este momento. - murmurei, a voz carregada de desejo e paixão.
- Eu também, Fillipe, finalmente não precisamos mais esperar. - ela disse entre gemidos, com uma voz suave, mas cheia de uma urgência silenciosa, como se aquelas palavras fossem a chave que selava o destino de ambos.
Aproximei-me de seus cabelos e, ao inalar seu perfume, uma onda de embriaguez tomou conta de mim. O cheiro dela era como um elixir que enchia meus sentidos, me fazendo perder toda a razão, como se só ela existisse no mundo.
Ainda naquela posição, meu membro latejava, ansioso para sentir o sabor do pecado... eu podia sentir o calor de sua entrada, e então me posicionei gentilmente, para assim deixá-la confortável e confiante.
Ela gemeu, sua pele arrepiada com a sensação que lhe causei.
Então tomo seus lábios novamente e deslizo minha língua sobre eles exigindo passagem. Assim que ela os separou, minha língua invadiu o interior de sua boca, e com uma das mãos toquei em um de seus seios. Ela estremeceu, seu corpo enviava sinais de que queria mais. Aproveitei o momento de fraqueza, e dei uma leve estocada, para que meu membro entrasse aos poucos, com gentileza e carinho, para não causar-lhe dor. Ela gemeu. Uma delícia de gemido.
- Ah Fillipe... - ela arfou.
Com o dedo polegar, massageei seu mamilo e em seguida o levei até minha boca, sugando com delicadeza.
O calor de sua intimidade parecia cada vez mais intenso, era possível sentir a umidade envolvendo a glande de meu membro. Eu já não possuía mais forças para aguentar a excitação que me consumia.
- Posso adentrar, minha mulher, se assim for de vosso agrado? - murmuro, com a respiração acelerada, carregada de desejo, enquanto meus olhos percorrem cada detalhe de sua figura, aguardando com reverência sua resposta.
Ela concorda, mordendo o lábio inferior.
Então começo, estocando devagar, para que ela possa acostumar com a sensação de ter-me dentro dela, e, solto um gemido de prazer.
A levanto e a coloco sobre o encosto do sofá; prestando atenção às reações dela, para assim não machucá-la, e devagar vou me afundando cada vez mais. Contudo, ela franze o semblante, demonstrando sentir dor.
- Apenas mais um instante, minha querida - murmurei, com a voz carregada de ternura, enquanto a observava com cuidado. - Prometo que logo essa dor cessará, e sentirás o alívio tomando conta de ti. - Meus dedos deslizaram suavemente até sua cintura, tentando confortá-la, enquanto o olhar dela, ainda marcado por um leve traço de dor, buscava o meu em silêncio.
E numa última estocada sinto a membrana se romper e entro completamente.
Assim que percebo seu corpo relaxar sob o meu, uma leve calmaria toma conta de seus gestos, e sua expressão se suaviza. É então que permito-me prosseguir, com movimentos de vai e vem, porém, com todo o cuidado e devoção, atento a cada pequeno sinal vindo dela.
- Por favor, não pare - disse ela, com a voz quase quebrada, como se fosse uma súplica carregada de necessidade e desejo. Seus olhos encontraram os meus, brilhando com uma intensidade que fez meu coração vacilar por um breve instante.
Sem hesitar, aumentei a velocidade e a intensidade dos movimentos, guiado pelos sinais de seu corpo e pela urgência em sua voz.
Cada gesto meu era dedicado a ela, buscando corresponder à entrega que ela me oferecia, enquanto o ambiente se preenchia de uma energia quase palpável, que nos envolvia completamente.
Pouco tempo depois ela soltou um gemido que atingiu todos os meus sentidos, suas paredes protestaram contra mim, e eu, sem aguentar mais, me derramei dentro dela.
Após retomarmos nossos sentidos, o mundo ao nosso redor parecia desacelerar, como se o tempo se rendesse ao momento. Deitamos lado a lado, no tapete macio diante da lareira, onde as chamas crepitavam suavemente. Amélie, com a ternura de sempre, repousou sua cabeça sobre o meu peito, ouvindo os batimentos do meu coração, enquanto o calor da fogueira envolvia-nos em um abraço silencioso e acolhedor. O ambiente estava repleto de uma paz profunda, e, ao sentir seu corpo próximo ao meu, soube que nada mais importava além de estarmos ali, juntos, em completa harmonia.