Capítulo 5 5

HARLOW

As doses de uísque ajudaram a entorpecer a dor correndo pelo meu corpo. Eu não sabia como Cruz sabia o que eu precisava, mas maldito seja ele. Se sentir perdida e quebrada não era fácil. Eu queria rasgar aqueles filhos da puta ao meio por terem atirado na minha mãe. Poder dar uns socos foi um alívio, e eu não sabia se ele sabia, mas trouxe de volta algumas memórias incríveis. Eu aprendi tanto naquele ringue, a maior parte com GT, mas com os outros irmãos também.

Casey saiu mais cedo, durante o dia, e estaria de volta a qualquer momento. Como estávamos em um bloqueio, todos envolvidos com o clube de alguma maneira estavam vindo para cá. Casey foi à nossa casa pegar as nossas coisas, e eu a queria desesperadamente de volta aqui.

Pops foi bem legal em deixar ficar um pouco no seu quarto depois da briga. Eu precisava descansar, e com o bloqueio, eu não queria estar na área principal do clube ou nos abrigos, com todas aquelas crianças correndo por lá. Eu precisava de um pouco de paz.

Tomei outro gole de uísque direto da garrafa e a coloquei sobre a mesa de cabeceira ao lado da cama. Depois me atirei sobre a colcha vermelho-sangue e travesseiros combinando, algo que eu tinha certeza que Ma tinha escolhido, porque Pops não dava a mínima para a aparência desse lugar. Meu rosto estava doendo pra caralho, e eu apostava que ele parecia tão ruim quanto.

Depois que o Doc deu um jeito nos meus ferimentos, tomei um banho e liguei para Casey para dar a ela a lista de coisas que eu queria. Só Deus sabia quanto tempo iríamos ficar em bloqueio. Ninguém estava falando merda nenhuma sobre o cara que atirou em Ma. Quando eu perguntei, me disseram que era negócio do clube.

Bang, bang, bang! Eu saltei, sentindo minha cabeça girar horrivelmente por ter me movido rápido demais. Esperava não ter uma concussão por causa do soco forte que Cruz acertou em mim. - Já vai, - eu rosnei enquanto me levantava da cama. Abri a porta e Casey estava ali. Seu sorriso bonito instantaneamente se desfez quando ela me viu. - Está tão ruim assim, hum? - eu ri.

- Puta merda, garota. Você não estava brincando sobre essa briga, - Casey estudou o meu rosto enquanto entrava no quarto, fechando a porta atrás dela. Quando ela levantou a mão para tocar, eu me esquivei e voltei para a garrafa de uísque, tomando outro longo gole.

- Pelo menos essa merda ajudou? - ela perguntou, jogando nossas malas em um canto. Se nós estávamos em bloqueio, ela estava em bloqueio também. O seu pai, Bam, morreu a três anos atrás, durante uma corrida. Nós nunca soubemos os detalhes, mas Bam era tudo que Casey tinha. A vadia da sua mãe a deixou quando ela era um bebê. Bam a criou aqui, nesse mundo. Ela durona, mas não uma lutadora, como eu. Ela era do tipo mais inclinada a usar o cérebro do que os punhos para conseguir o que queria. Mas como ela a filha de um membro, mesmo que ele estivesse morto, ela era protegida também.

- Um pouco, - sentando na beira da cama, eu suspirei.

- O que foi? - ela perguntou, sentando perto de mim e passando um braço por cima dos meus ombros.

- Case, eu estou em casa não faz vinte e quatro horas ainda, e já dei uma surra no cara da loja, estive um tiroteio, vi minha mãe ser baleada e saí toda machucada de uma briga com um dos irmãos.

- Bem-vinda de volta, - ela disse, sorrindo.

Rindo, - Sim, bem-vinda de volta. - Eu parei, pensando. - Eu não tive nada dessa merda acontecendo por dois anos. Senti saudade disso.

- Eu senti saudade de você, - ela disse, me apertando. - Vamos lá. Essa é a sua festa. vamos sair daqui e aproveitar.

Depois que Casey fez a sua mágica para dar um jeito no meu rosto, nós fomos para o bar. Ela não estava brincando quando disse que o lugar estava lotado. Havia pessoas de uma parede a outra, e eu não fazia ideia de onde toda essa gente ia dormir, mas também não sabia porque me importava. Provavelmente nos abrigos. Eu não podia lembrar da última vez que houve uma festa durante um bloqueio.

Enquanto caminhávamos pela multidão de gente, comecei a ver mais e mais pessoas conhecidas. Depois de abraçar uma delas, fui para o bar e pedi uma dose de Jack Daniels para Buzz ou Breaker. Eu não sabia dizer qual era qual. Eles levavam a ideia de gêmeos idênticos para outro nível. Talvez eu devesse dizer a eles para fazer uma tatuagem na mão ou algo assim, então eu saberia como diferenciá-los. Ri com a ideia, sim, certo.

Legs, Bubbles e Flash estavam lá, com os braços abertos, me abraçando repetidamente. Essas old ladies estavam por aqui desde quando eu era criança, e elas eram as melhores amigas de Ma. Elas vestiam com orgulho seus coletes de "Propriedade de", e enquanto algumas ficavam grudadas nos seus homens, outras, como Flash, não queriam saber disso. Ela voava livremente, e Dagger nunca disse uma palavra, já que ele fazia o mesmo.

Só de ver as outras old ladies que eu não conhecia tão bem e observar as suas crianças correndo ao redor do complexo me fazia sentir confortável. Os caras tinham construído um espaço ao lado da academia para todas as crianças brincarem. O lugar também tinha vários beliches, então elas podiam ter uma grande festa do pijama. Pops disse que eles precisavam disso, uma vez que havia muitos irmãos e suas famílias precisavam de proteção.

Estudando o lugar, meus olhos pararam em um adorável garotinho. Seu cabelo era castanho claro e seus olhos eram de um tom de azul brilhante. Ele usava uma adorável jaqueta jeans por cima de uma camiseta onde se lia "Apoie o Ravage MC". - Cooper! - eu ouvi a voz de Cruz e meus olhos correram para a sua direção. Ele pegou o garotinho e começou a arremessá-lo no ar. O menino ria incontrolavelmente. Ele tinha que ser o filho de Cruz. Droga.

Parada perto de Cruz estava uma linda mulher loira de cabelos compridos, usando um short realmente curto que fazia suas pernas parecerem ter muitos metros, terminando com uma regata que mostrava a maior parte dos seus peitos, menos os mamilos. Seu corpo era de matar. Seus seios enormes e quadris curvilíneos faziam-na se destacar no meio do mar de gente, e ela andava como se soubesse disso. Porra, até eu sabia disso. Quando a mulher tocou o braço de Cruz, ele se virou e sorriu para ela. Meu coração caiu. Ela devia ser a sua old lady, e eu o beijei algumas horas atrás, na frente de todos os caras. Merda. Merda. Merda.

- Foi com ele que você lutou? - Casey perguntou, seguindo na direção que eu estava olhando.

- O que te deu a dica? O olho roxo ou o lábio partido? - meu sarcasmo escondia meus verdadeiros sentimentos.

- Ha. Ha. Então, o que você acha? Ela é a old lady dele? - ela perguntou e eu não quis responder. Eu só queria beber. Muito. Essa era a exata razão pela qual eu nunca me envolvia com os irmãos. Agora eu estava em bloqueio com eles e tinha que ficar vendo a porra da família feliz. Eu não podia suportar essa merda. Esse era o motivo pela qual eu tinha malditas regras para seguir, ainda que elas fossem autoimpostas.

- Parece que é. Eu preciso de uma bebida, - eu disse, me virando na direção do bar. - Meninos! - eu chamei, batendo a mão no bar e sem me dar ao trabalho de reconhecer quem era quem. - Preciso de uísque e cerveja. Por favor.

Virei o uísque e comecei a cerveja. Eu precisava esquecer como fui idiota.

- Princesa? - a voz profunda de Cruz atrás de mim enviou arrepios pela minha espinha, e eu quis me dar um chute. Me virando lentamente, fiquei cara a cara com o adorável garotinho que era uma réplica exata do pai, e se eu tivesse que adivinhar, diria que ele tinha uns dois anos. Não que eu fosse uma especialista em crianças. Mas o seu sorriso radiante era contagioso.

- Oi, garotinho, - eu disse, sorrindo para o menino. - Você é igualzinho ao seu pai.

- Cooper, diga oi para a Princesa, - Cooper me deu seu sorriso mega iluminado e riu.

- Pin... esa, oio, - a adorável vozinha tentou dizer, me fazendo sorrir ainda mais.

- Prazer em conhecer você, amigo. Eu estou bem. O oio não dói, - sim, claro. Quando a loira linda apareceu do lado de Cruz, senti meu corpo endurecer. Então, ao ver Cooper se encolher no colo do seu pai, um milhão de sinos de alerta explodiram na minha cabeça, mas isso não era da minha conta.

A loira correu suas unhas postiças pelo braço de Cruz e uma maldita parte de mim queria arrancar o seu braço fora. Mas eu me mantive sob controle, tomando outro gole da minha garrafa de cerveja quase vazia. Observei a cena se desdobrando na minha cena. Eu deveria saber que Cruz teria uma old lady. - Quem é essa? - sua voz muito estridente questionou.

Ele se dirigiu a mim, e não a ela. - Princesa, essa é Mel, mãe de Cooper, - eu o encarei, esperando pela outra parte da apresentação, mas ela nunca veio.

- Harlow, - eu disse, acenando. - Tenho merda para fazer, - olhando para Casey, eu apontei com o queixo para a porta, mas ela balançou a cabeça.

- Eu não vou lá fora, - ela disse, virando uma dose de Jack.

- Por quê?

- Apenas não quero. Vá lá. Eu vou ficar bem, - ela acenou para a porta. Eu me afastei da pequena família feliz, precisando de ar. Peguei outra cerveja e deixei Casey no bar, então fui para o pátio. Os caras fizeram um espaço separado logo ao lado do prédio do complexo que era todo protegido por altos portões. No centro havia uma grande fogueira que crepitava.

Pops e Ma estavam sentados ao redor, junto com muitos dos irmãos. Quando dei uma olhada na área, GT estava inclinado contra uma cerca conversando com uma morena que parecia uma das vadias do clube, a julgar pela sua falta de roupas. Essa era outra razão pela qual eu odiava bloqueios, ter todas a vadias e esposas no mesmo espaço não era uma boa ideia. Um deslize e o caos iria explodir, enviando tudo para uma espiral de confusão.

Fazendo meu caminho até Ma, perguntei a ela, - Como você está se sentindo? - e sentei ao seu lado.

- Estou bem. Nada que a bebida não cure, - Ma disse, sorrindo. Ela sempre era tão forte. Eu a invejava. Eu nunca disse que queria ser ela quando crescesse, pelo simples fato de que não iria me permitir ficar tão próxima de um irmão a ponto de me tornar uma old lady. Mas aprendi com a sua força e o jeito como ela encarava todas as situações.

- Você sabe quem foi? - eu perguntei, sabendo que meu Pops ia interferir, mas eu tinha que tentar.

Pegando a dica, ele disse, - Negócios do clube, Princesa, deixe para lá, - era o jeito de Pops de me dar uma ordem direta sem que eu explodisse. Eu amava que ele me conhecia tão bem.

- Pops, por que você não me disse que Cruz tem uma old lady? - sem ofensa, mas os irmãos me conheciam e sabiam que eu não me metia com eles. Saber que nenhum deles me disse que Cruz tinha uma old lady me deixou muito puta, considerando que a maioria deles estava ao lado do ringue e viu nosso beijo.

- Ele não tem. E não é minha história para contar, - Pops disse com firmeza. Eu sabia que ele nunca falaria da vida dos irmãos para nenhuma mulher, mas achei que sendo sua filha a história seria diferente. Mais uma vez, estava enganada.

- Eu acabei de a conhecer, Pops. Mel e Cooper, - eu disse, olhando para o fogo, bebendo da garrafa na minha mão, tentando colocar para baixo as emoções que corriam por mim.

- Ela é apenas a mãe do seu filho. Ela está tentando tê-lo de volta faz anos. Mas ele não a quer. Ela é uma vadia, - eu não respondi. Não tinha porquê. Eu sabia o que tinha visto, e ela o estava reivindicando. Certo. Que seja. Hora de superar.

- Então, como você se sente estando livre, garota? - a voz de Dagger veio de trás de mim. Ele era como um tio para mim, mas eu usava o termo vagamente, porque ele sempre estava tentando transar comigo, desde quando eu conseguia me lembrar. Era por isso que ele tinha esse nome, eu ouvi; ele era muito bom com a sua faca . Não que eu o tenha visto em ação. Uma barba clara e um bigode marcavam seu rosto, caindo pelo peito. Seu cabelo estava preso por debaixo da bandana com o símbolo da caveira em chamas do Ravage MC na frente. Ele se sentou do meu lado, e eu me virei para encará-lo.

- É como estar em casa, - eu respondi honestamente.

- Bem, estamos felizes de ter nossa Princesa de volta. Nós sentimos falta de toda essa sua atitude por aqui.

Eu revirei os olhos. Alguns amavam o meu temperamento, outros nem tanto. - Ei, alguém tem que manter seus garotos na linha.

- E nós estamos muito felizes que você está de volta para fazer isso, garota, - Dagger passou um braço pelos meus ombros, me puxando apertado contra ele. Descansando a cabeça no seu ombro, inalei o cheiro familiar de couro e cigarro que me lembrava tanto de casa. Fechando os olhos, deixei o calor do fogo e do corpo de Dagger me aquecerem.

Dagger era um notório mulherengo. Ele e sua old lady, Flash, tinham uma espécie de acordo, ou foi o que me disseram. Tudo que eu sabia era que tinha visto Dagger com muitas vadias do clube, dentro e fora desse lugar, e Flash nunca disse uma palavra sobre isso. Flash estava sempre flertando com todos os caras, mas eu não sabia se ela tinha ido além disso. Realmente não era da minha conta.

- Que porra é essa? - Cruz rosnou e eu abri os olhos, mas não fiz um movimento para me afastar dos braços de Dagger. Eu não precisava. Em um braço, ele estava carregando Cooper, e não muito atrás estava a sua mulher.

- Algum problema? - eu perguntei, fingindo estar entediada com a pergunta.

- Por que diabos você está enroscada com o meu irmão? - sua voz se tornou perigosamente irritada, enviando arrepios pelo meu pescoço. Eu não o conhecia, mas depois que estive com ele no ringue e vi a preocupação em seus olhos depois que ele me acertou, me fez ter certeza que ele não iria me machucar fisicamente.

Eu não ia aceitar isso. - Ele está me dando as boas-vindas, - sim, claro. Eu o estava provocando, me processe.

Cruz se aproximou, entregando Cooper para Pops. Eu o observei com atenção, mas permaneci quieta. Pude ouvir a risadinha baixa de Dagger, mas ele não disse uma palavra. - Porra, você acha que eu estava brincando quando disse a todos que ela é minha garota? - sua pergunta era direcionada para Dagger, não para mim.

- Eu não sou a sua garota, - eu respondo, mas minhas palavras foram ignoradas.

- Eu estou dando um pouco de conforto para a nossa garota, - Dagger também o estava provocando; isso era muito claro. Mas por quê? Só pela zoeira?

- Se ela precisar de conforto, eu vou cuidar disso, inferno. Saia de perto dela, - minha raiva estava crescendo, mas eu a controlei. Dagger soltou o meu braço quando me sentei para trás na minha cadeira, cruzando os braços sobre o peito, empurrando meus seios ainda mais para cima.

Cruz agarrou meus braços rudemente e me puxou para ele, nossos corpos colados um contra o outro. Ele bateu os lábios nos meus, e meu corpo cedeu. Ofegando, eu o empurrei. - Eu não vou fazer isso. Especialmente na frente da sua old lady e do seu filho, - eu me empurrei para longe do seu aperto e virei na direção do prédio principal do clube.

Cruz não me deixou ir muito longe. Enrolando os braços na minha cintura, ele me puxou contra o seu corpo mais uma vez e eu tentei escapar. Ele se inclinou na minha orelha. - Você acha que aquela vadia ali é a minha old lady? Porra, não. Ela é a mãe do Cooper. É o máximo onde isso vai.

- Eu não vou ser a amante de ninguém. Nunca. Jamais.

- Não, você definitivamente não vai, mas vai estar debaixo de mim essa noite, - a sua arrogância era irritante pra caralho, mas a autoridade com que ele me tratava estava deixando a minha calcinha molhada. Eu precisava de espaço. Sua presença era esmagadora.

- Não, porra. Vai sonhando, - lutando para sair do seu abraço, eu estava em desvantagem com todo o álcool correndo pelo meu sistema.

- Querido, o que está acontecendo? - Mel estava parada atrás de nós. Eu olhei em seus olhos e quis arrancá-los fora. Eu a odiava apenas por respirar. Merda.

- Não me venha com essa merda de querido. Volte para o clube, - ela deu um passo para trás e caminhou na direção das portas.

- Espere! - eu gritei quando ela se virou, me encarando, seus olhos absolutamente frios. - Você é a sua old lady? - eu queria ouvir da boca dela.

Ela parou por um momento enquanto eu esperava as palavras saírem dos seus lábios. Ela parecia estar com dor ao dizê-las. - Não, eu não sou.

- Mas você quer ser, - eu disse, sem perder um instante.

- Eu sou a mãe do filho dele, - ela estalou, colocando uma mão no quadril.

- E isso não significa merda nenhuma, - a voz veio do corpo duro de Cruz atrás do meu.

Eu me virei nos braços de Cruz e o encarei. - Olhe, eu não curto todo esse drama. É por isso que eu fico longe dos irmãos, - eu lhe dou um beijo rápido nos lábios. - Tchau, - saí do seu abraço e voltei para o clube.

Passando pelo meio da multidão, caminhei até o bar. - Meninos, preciso de outra dose de Jack, por favor.

Ele a colocou no bar e eu tomei, rapidamente sentindo a queimação quando o álcool alcançou meu estômago. Não havia porque ir com calma, o quarto de Pops estava a apenas alguns metros de distância caso eu precisasse apagar no chão, e eu sempre poderia dividir um beliche com Casey.

Falando na bruxa, onde ela estava?

Procurando no mar de gente, muitos dos irmãos já estavam acompanhados, prontos para transar. Isso fez meu estômago apertar. Eu não deveria estar em um bloqueio. Eu deveria estar lá fora procurando um pau, mas em vez disso tinha que sentar e observar. Muito divertido.

- Ei, baby, - uma voz desconhecida veio do meu lado. Parado ao meu lado estava um homem alto, ombros largos, cabelo loiro e olhos verdes; atraente à sua maneira. Seu sorriso era enorme antes dele colocar um cigarro entre os lábios. Ele não estava usando um colete. Ele não parecia um mauricinho, mas definitivamente não parecia um motoqueiro também. Promissor.

- Oi. Quem é você?

- Irmão de Buzz e Breaker, Nick. Eles me disseram que eu precisava vir aqui. Eu estou ao redor... pensando em entrar para o clube.

Eu olhei para ele. - Mas você ainda não é um prospecto?

- Não. Mas vou ser em breve, - isso não podia ser mais perfeito.

- Eu sou Harlow. Prazer em te conhecer, - eu lhe dei o meu sorriso mais sedutor, sabendo que ele estava comendo na minha mão. Estendi a mão e a rocei no seu peito, aumentando o calor entre nós.

- Quer me dizer o que aconteceu com você? - ele perguntou, olhando para o meu olho roxo, mas não parecendo nem um pouco desencorajado por causa disso.

- Um pequeno desentendimento, - dei de ombros.

- Você ainda é gostosa pra caralho, - ele disse, invadindo o meu espaço. Eu peguei minha dose de uísque e virei em um gole.

- Sério? Você quer me mostrar quanto? - perguntei, sem rodeios. Não havia motivos para isso. Neste momento esse homem não tinha nenhuma filiação com o clube, e ia ser algo de apenas uma noite. As chances dele realmente se tornar um prospecto eram pequenas, a julgar pela sua atitude. Ele era muito mole para essa vida; nada como os irmãos pareciam ser.

- Claro, - ele disse, apagando o cigarro e se levantando. - Posso pegar um quarto emprestado? - ele perguntou aos seus irmãos.

- Não! - eles gritaram juntos. - Você não vai transar com ela, - um deles disse com firmeza.

- Garotos, garotos... - eu disse, deixando minhas palavras escorregarem como mel. - Está tudo bem. Nós vamos dar um jeito, - eu disse, agarrando a sua mão.

- Cara. Se você quer entrar para o clube... não deve tocar nela, - um dos gêmeos disse.

- Vamos lá, - eu puxei seu braço antes que ele tivesse chance de pensar. Ninguém precisava saber. Ia ser uma foda rápida e fim. Me apressei pelo corredor porque precisava do seu pau dentro de mim agora.

Chegando no banheiro, bati a porta e a tranquei, empurrei Nick contra a porta e beijei seu pescoço enquanto puxava suas roupas. Seu peito era definido, mas ele tinha uma leve barriguinha. Eu não dava a mínima para isso. Abaixei suas calças e comecei o trabalho.

            
            

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