Capítulo 6 6

CRUZ

Depois de colocar Cooper no seu berço no meu quarto, fui procurar a Princesa, mas ela tinha desaparecido. Eu sabia que ela tinha que estar em algum lugar. Ninguém se atreveria a deixar a propriedade.

Encontrei Breaker e Buzz e ele me alcançaram uma cerveja. - Vocês viram a Princesa? - os dois se olharam, como se estivesse conversando com os olhos. Isso me irritou. Que diabos estava acontecendo?

- Eu fiz uma maldita pergunta. Onde ela está? - eu rosnei, batendo a mão no bar e fazendo tudo estremecer.

- Nós trouxemos nosso irmão para o bloqueio, - Buzz disse, visivelmente nervoso, como ele deveria estar.

- Ela está transando com ele? - fúria correu pelo meu corpo quando eles ignoraram a minha pergunta. Eu ia quebrar esse pequeno filho da puta e então dar uma surra na bunda dela. - Onde?

- Banheiro, eu acho, - Breaker murmurou.

- Eu cuido de vocês depois, - indo pelo corredor, não havia como controlar o meu temperamento. Eu estava pronto para explodir. Se ela queria uma foda... eu ia cuidar disso. Virei a maçaneta da porta; estava trancada. - Abre essa maldita porta, Princesa! - eu disse batendo na porta com força, fazendo as paredes estremecerem. - Agora!

- Vá embora! - ela gritou do outro lado.

- Abra ou eu vou colocá-la abaixo! - Foda-se. Usando a minha bota, chutei a porta com toda a minha força, enviando pedaços de madeira para todos os lados. Princesa não se moveu do seu lugar no balcão, mas o imbecil que estava de joelhos na frente dela saltou o mais longe possível, batendo contra o banheiro. Que viado.

Encarando o sujeito, eu puxei seu traseiro nu do chão, o atirei pela porta quebrada e o bati contra a parede, junto com as suas roupas em uma pilha. - Eu não quero ver você aqui mais tarde, - eu rosnei em advertência.

- Que diabos há de errado com você? - Princesa disse. Ela estava sentada ali, de sutiã de renda preto e com o jeans desabotoado. Ela parecia uma deusa maravilhosa, e se eu não estivesse tão puto, iria tratar ela como uma. Mas nesse momento, eu estava irritado demais.

- O que há de errado comigo? Eu vou te dizer; você está comigo e vai lá transar com um babaca qualquer? - parando entre as suas pernas, eu olhei para todas as curvas do seu corpo, e isso fez minha boca secar e minha garganta apertar. As tatuagens no seu ombro e braço eram obras de arte... caveiras, chamas com flores intricadas se misturando, sem dúvida um tributo ao clube.

- Eu não sou sua. Você não pode reivindicar alguém que não quer ser reivindicada, - ela cruzou os braços, levantando ainda mais aqueles peitos lindos e me deixando ver os mamilos duros por trás do sutiã.

- Besteira. Você está aqui há tempo o bastante para saber como essa merda funciona. Nenhum outro cara toca em você. Nenhum. Cara. Toca. Em. Você. Jamais. Exceto eu.

- Só porque você quer, - ela disse, tentando se afastar de mim como se isso realmente tivesse alguma chance de acontecer.

- Só porque eu quero o caramba. Eu já consegui, - agarrei suas pernas e a puxei até a borda do balcão. Ela tentou se esquivar, mas eu a prendi debaixo do meu braço. - Não, você sabe que quer isso.

Puxei suas calças para baixo e vi que ela estava pronta, o que só fez meu pau latejar ainda mais. - Eu não posso, - ela disse baixinho.

- Porra, você pode sim, - ela agia como se estivesse lutando consigo mesma. Ela não estava lutando com o que eu estava fazendo, mas também não estava participando. Algo dentro dela estalou quando ela arrancou as minhas roupas. Em uma questão de segundos... nós estávamos pelados. Seus lábios bateram nos meus e ela tentou tomar o controle, mas eu não permiti. Esse era o meu show.

A respiração dela ficou mais rápida. Alcançando entre os nossos corpos, minha mão caiu na sua boceta molhada. Deslizei os dedos pela carne quente e a sua boceta apertou, os puxando para dentro com fome. - Você gosta disso? - Princesa fez um tipo de som estrangulado no fundo da garganta que me incitou.

- Me responda, - eu rosnei. - Sempre me responda.

- Sim, - ela sussurrou.

Ela estava quieta demais. De jeito nenhum ela não ia acabar gritando o meu nome. Sua respiração rápida estava me deixando louco, mas eu queria ouvir ela gritar. Alcançando meu jeans no chão, peguei uma camisinha e coloquei em tempo recorde. Eu precisava sentir aquela boceta em volta do meu pau. Puxei suas pernas para cima e a segurei pelos joelhos, seus pés pousaram no balcão e ela estava toda aberta para mim, então coloquei meus braços em cada um dos seus lados e a aprisionei. - Isso não vai ser gentil, - eu disse antes de bater meus lábios nos dela e me enterrar na sua carne macia.

Empurrei meu pau dentro dela, e não foi nenhuma surpresa ela ser tão apertada. O conhecimento de que ninguém tinha estado dentro dela por dois anos me fez bater mais forte. Eu queria reivindicar essa mulher, e assim que essa merda estivesse resolvida, ela seria toda minha. Ela gritou quando eu empurrei os últimos centímetros do meu pau para dentro. - Porra, você é tão apertada, baby.

- Deus, isso é muito bom, - ela disse com a cabeça jogada para trás. Me levantando, eu bati dentro e fora com força, amando o aperto cruel da sua boceta. O banheiro começou a girar e suor escorria pelo meu corpo, se misturando com o dela, criando um cheiro erótico que meu pau não podia suportar.

- Hora de gozar, Princesa, - usando o polegar, esfreguei seu clitóris com força, fazendo ela explodir. Ela gritou alto o meu nome, assim como eu disse que ela faria. Meu pau pulsava cada vez que ela apertava e puxava cada última gota do meu gozo. Caí sobre ela, nossos corpos trêmulos colidiram enquanto tentávamos recuperar o fôlego. Eu não queria me desconectar dela ainda, essa conexão era demais.

Palmas vieram da porta e nós dois viramos para o som. Merda. A maldita porta. - Saiam daqui! - eu gritei.

Dagger e Rhys estavam parados na porta com sorrisos de merda grudados no rosto. - Que show bom do caralho. Agora eu preciso transar, - Dagger saiu, mas Rhys continuou ali parado.

- Chame um dos prospectos e achem uma maldita porta para colocar aí! - eu rosnei quando ele olhou para o corpo da Princesa. Não que ele conseguisse ver muito, mas eu não gostei. Ele riu, balançando a cabeça.

- Sai daqui, - Princesa disse, tentando me empurrar para longe.

- Não, - seu maldito cérebro estava assumindo o comando outra vez.

- Agora! - ela gritou com raiva.

- Não. Pare de pensar o que você está pensando, - eu podia apenas imaginar a merda que estava correndo naquela cabeça dura. Ela parecia gostar de estragar com toda a diversão.

- É por isso que eu não transo com os irmãos. Não vai acontecer de novo, - ela tentou me empurrar, mas eu não me movi.

- Me escute. Já chega dessa besteira. Meu pau dentro de você nesse instante está dizendo que ninguém além de mim vai tocar em você outra vez. Entendeu?

Seus olhos mostraram um pouco de vulnerabilidade que eu não tinha visto antes. Ela sempre era tão forte e difícil de ler. - E ela? - sua voz era quase um sussurro.

- Ela não é nada. Ela só está aqui porque não quis deixar Cooper sozinho. Mas essa merda vai mudar.

- Como?

- Você vai ser a minha old lady. Você vai ser parte da vida de Cooper. Eu não quero ela andando por aqui.

- Você quer que eu seja a mãe dele? Nós acabamos de nos conhecer! Você está louco, porra? E sério, old lady? - seus olhos brilharam com pânico e sua respiração engatou.

- Eu não estou jogando. Não é o meu estilo. Você é minha e vai ficar ao meu lado, - seu corpo relaxou um pouco e ela derreteu contra mim, mas a trepidação ainda estava ali. Eu precisava achar um jeito de me livrar disso.

- Você não tem ideia do que está fazendo, - ela disse, balançando a cabeça.

- Pelo que eu já vi, provavelmente não, - sorrindo para ela, escovei os lábios nos seus e ela arqueou o corpo, levando o beijo para outro nível. Meu pau inchou dentro dela, e meus quadris começaram a bombear. Seus gemidos e miados me encorajaram ainda mais.

Quando já estávamos sem fôlego pela segunda vez, me afastei dela, precisando tirar a camisinha antes que ela explodisse.

Movimento na porta chamou a minha intenção quando Princesa tentou cobrir seu corpo desordenadamente com as mãos.

- Cruz? - a voz de Tug veio da porta.

Pegando a porta dele, eu disse, - Obrigado.

- Precisa de ajuda? - ele olhou para Princesa, eu rosnei - O que você acha?

- Até depois.

Em vez de prender a porta nas dobradiças, eu a encostei contra a moldura para bloquear os malditos olhos que estavam em todos os lugares. Princesa desceu do balcão, agarrou suas roupas e as vestiu rapidamente. - Eu vou para a cama, - ela disse sem olhar para mim. De jeito nenhum ela ia ficar envergonhada.

- Você vai para a minha cama, - eu disse, puxando seu braço e a virando para encarar seus lindos olhos azuis.

- Não posso, - ela sussurrou e sua cabeça caiu no meu peito.

- Por que não, porra?

- Eu tenho um colchonete no quarto do Pops. Eu só vou me atirar lá, - sua cabeça balançou levemente no meu peito.

Coloquei a mão no seu queixo e obriguei seus olhos a encontrarem os meus. - Você não me ouviu direito. Vá agora para o meu quarto e feche a maldita porta. Coop está dormindo no quarto ao lado. Eu tenho algumas merdas para cuidar. É melhor você estar lá quando eu voltar. Se não estiver, eu vou atrás de você, - meus olhos não deixaram os dela até que ela assentiu. Eu movi as portas e saí do banheiro apertado.

Eu precisava resolver minhas merdas com Mel. Estava cansado daquela vadia. Eu jurava por Deus que ela tinha feito furos no meu preservativo quando nós transamos. De que outra maneira ela ia acabar grávida? E Coop era totalmente a minha cara, então eu nem podia dizer que não era meu filho. Não que eu quisesse. Desde que ela me disse que estava grávida, esteve tentando se amarrar comigo. Claro, eu transei com ela algumas vezes, e porque não, era uma boceta fácil. Mas eu não queria nada com ela. Eu estava apenas agradecido por ela ter me dado o meu garoto.

Sentada em um sofá na sala principal do clube, ela estava cheirando desajeitadamente o pó que o cara ao lado dela derrubou; eu não podia acreditar que estava preso a essa mulher pelo resto da vida. Ela olhou para mim, os olhos dilatados, completamente chapada.

- Oi, querido, - ela sorriu o máximo que conseguiu e tentou se orientar.

- Não vá para o meu quarto. Fique longe de mim.

- Quero ver o meu filho, - ela choramingou, mas eu não dei a mínima. Eu estava acabado com essa puta.

- Não, você pode vê-lo amanhã. Até lá, fique longe de mim, - eu me virei, Mel disse algumas palavras que eu não entendi e também não me importei. Eu tinha uma Princesa que precisava de atenção.

Entrei no meu quarto e não pude deixar de sorrir ao ver Princesa deitada na minha cama, coberta dos pés à cabeça com as minhas cobertas, e isso me fez ficar duro outra vez. Eu precisava estar dentro dela, mas hoje eu já tinha lhe dado um soco e nós tínhamos acabado de foder pra valer. Ela precisava descansar.

Verifiquei Cooper e fiquei feliz ao ver que ele estava em sono profundo. Coop sempre foi um grande dorminhoco; nada podia acordar o garoto. Isso era bom, considerando que só Deus sabia o que acontecia na casa da sua mãe.

Depois de trancar a porta, me atirei na cama e puxei a linda mulher que estava ali contra o meu corpo. Quando ela derreteu contra mim, eu sabia que tinha feito a decisão certa em ficar com ela.

* * *

Bang! Bang! Bang! - Mas que porra? - Princesa gemeu debaixo de mim. De alguma forma, durante a noite, ela se deitou de costas e meu corpo caiu sobre o dela. Essa pequena interrupção antes que eu pudesse ter meu pau dentro dela outra vez não me fez feliz.

- Calma aí, baby, - pulando fora da cama, coloquei minha calça jeans e não me incomodei em fechar o botão.

Abri a porta e fui imediatamente confrontado com um furioso GT - Que merda está acontecendo aqui? - ele disse entrando no quarto, seus olhos caindo sobre a mulher puxando os lençóis contra o seu corpo nu na minha cama.

- GT, calma, você vai acordar o meu garoto.

Princesa se sentou na cama, seus olhos arregalados enquanto tentava falar alguma coisa, mas permaneceu em silêncio. Ela era a porra de uma mulher adulta e não tinha razão para ficar constrangida.

- Princesa, que merda está acontecendo aqui? - GT se moveu para o seu lado da cama e se ajoelhou no chão, seus olhos ficando mais suaves ao encarar sua irmã.

Princesa olhou para o seu irmão e tentou abrir a boca, mas nada saiu. Quando seus olhos encontraram os meus, eles brilharam, não me dizendo muito sobre coisa alguma, mas ela olhou de volta para o irmão e palavras saíram da sua boca. - Me tire daqui.

Me afastei da porta; eu estaria condenado se deixasse ela me afastar. - Princesa, você não vai a lugar nenhum, - fiquei parado no fim da cama, olhando para ela. Princesa enfiou o queixo no peito.

- Sim, eu vou, - sua voz era tão baixa quanto um sussurro. Essa não era a mesma Princesa que eu tinha conhecido ontem. Essa era tímida, perdida e eu não gostava disso nem um pouco. Essa não era a mulher feroz que eu conheci.

- Baby... - minhas palavras foram interrompidas abruptamente quando GT ficou cara a cara comigo, tão perto que eu podia sentir o cheiro de cerveja da noite anterior na sua respiração.

- Não! - GT estalou e Princesa saltou. - Eu vou tirá-la daqui, e que Deus me ajude, porque eu vou te dar uma surra se você tentar me impedir.

- Parem, - a voz de Princesa voou sobre a onda de testosterona engrossando o ar. Nós dois olhamos para ela. - Cruz. Isso foi um erro. Eu tenho que ir, - Princesa se moveu para a borda da cama e GT parou de costas para ela, seus olhos fixos em mim.

- Isso não foi um erro. Você está deixando seu cérebro atrapalhar tudo de novo, - eu rosnei, minha raiva chegando com tudo.

Ela começou a juntar suas roupas e as vestiu rapidamente, sem nem uma vez mostrar para mim ou para o seu irmão um pedaço de pele. Seus movimentos eram rápidos e metódicos. Era como se Princesa tivesse decidido tirar umas férias e outra mulher apareceu para ficar no seu lugar. Mas que porra? O que me incomodou mais foi ela não ter respondido o comentário que eu fiz sobre o seu cérebro. Nada, nem uma resposta espertinha. Nenhum xingamento... nada... apenas frieza.

Os olhos de GT estavam presos em mim, mas eu não dei a mínima. Ele não era a minha prioridade.

- Princesa, pare com essa merda, - eu sabia que estava falando com ela como quando repreendia Cooper, mas azar. Ela não ia embora assim. Não mesmo.

Princesa deu a volta em GT, que tentou puxar o seu braço e afastar ela de mim, mas ela o empurrou para longe. Seus olhos encontraram os meus, e ali dentro eu vi uma espiral de emoções que não consegui distinguir. Normalmente ela expunha abertamente o que estava pensando, mas agora não estava me dando nada.

Ela levantou a mão e cobriu a minha bochecha esquerda, seus dedos se movendo pelo meu pescoço. Eu amei as suas mãos macias em mim, apenas esse toque e eu já era dela. - Cruz. Me desculpe. Eu não posso fazer isso. Eu sei que você não entende, mas eu não posso.

- O diabo que você não pode, - eu rosnei quando ela fechou os olhos com força, apenas para abri-los outra vez.

- Você não me conhece. Essa não sou eu. Não posso transar com um de vocês e não ligar para as consequências.

- Pode sim. Você só transa comigo, baby, - seus ombros caíram quase que em derrota. Isso não podia estar acontecendo. Não podia.

- Eu apreciaria se você deixasse isso apenas entre nós, - suas palavras me chocaram completamente. Ela não queria que ninguém soubesse. Foda-se isso.

- Querida, eu vou contar para cada maldito homem nesse lugar. Ninguém vai tocar em você.

Foi como se as minhas palavras acendessem uma luz dentro dela. Seu corpo caído se endireitou instantaneamente e sua espinha ficou dura e firme. Ela ficou cara a cara comigo e seu fogo começou a queimar mais uma vez. - Faça o que tem que fazer. Mas isso, - seu dedo se mexeu apontando entre nós dois, - acabou. Não vai acontecer de novo. Cometi um erro na noite passada. Não vai se repetir.

Princesa começou a se mover, mas eu não a deixei ir muito longe. Agarrei seu braço e ela puxou o mais forte que conseguiu, mas eu mantive o aperto.

- Eu ga-ran-to que isso vai se repetir. Vou deixar você ir agora, mas essa merda está longe de acabar, - ela puxou o braço rapidamente, dessa vez se desvencilhando, e caminhou até à porta.

- Eu disse a você para não fazer essa merda. É a única maldita coisa que ela já disse que nunca faria. Você acha que ela não sabe o que é parecer uma vadia nesse clube? E agora... se você abrir a sua maldita boca... todos os caras vão saber.

- Dagger e Rhys nos viram juntos. Tenho certeza que todo mundo já sabe, e mesmo que não, é para todos saberem que a Princesa é minha.

- Ótimo, bom pra caralho, - GT começou a balançar a cabeça em descrença enquanto caminhava até à porta.

- Você sabe que não acabei com ela.

- Eu não achei que você tivesse, - foi tudo que ele disse enquanto terminou seu caminho e bateu a porta ao passar.

- Porra, - eu murmurei para mim mesmo quando me joguei na cama e encarei o teto. Não era assim que queria ter passado a minha maldita manhã... eu deveria estar com as bolas enterradas na Princesa. Merda!

* * *

Ver Princesa sentada no bar, brincando com Buzz e Breaker pela última hora, tinha deixado meus nervos à flor da pele, mas eu deveria supostamente estar ouvindo o que Dagger e Rhys estavam dizendo aos outros membros do clube, então tentei entrar na onda. Uma pena que eu estava tendo um péssimo momento para focar em qualquer merda.

- Eu quero ver o meu filho! - Mel bateu o pé como uma maldita criança mimada quando parou ao meu lado. Era meio-dia e ela tinha acabado de sair de qualquer que tenha sido a cama onde ela passou a noite. Eu estava cansado dessa puta. Como cresci apenas com a minha mãe, eu sabia como ela era importante na vida de Cooper. Era por isso que eu deixava algumas coisas passarem. Eu sabia que não devia, mas as palavras da minha mãe sempre vinham à minha cabeça: um garoto sempre precisa da sua mamãe. Eu não podia esquecer isso, mesmo que ela fosse uma viciada.

- Cooper! - eu gritei da sala principal. Ma estava com ele na cozinha, ajudando a fazer sanduíches para todos. Ele amava ajudar.

Cooper saiu correndo da cozinha, mas em vez de correr para Mel ou para mim, ele foi direto para Princesa, que ainda estava rindo no bar. - Pin... esa! - ele gritou, levantando aos mãozinhas no ar para que ela o pegasse, o que ela fez sem hesitar.

- Oi, garotão. Como você está? - seu sorriso bonito iluminou toda a maldita sala, e eu vi como Cooper estava encantado com ela.

- Bem. Eu cozinhei!

- É mesmo? O que você fez? - ela perguntou, quando a conversa deles foi rudemente interrompida por uma Mel muito irritada. Pessoalmente, eu tinha até esquecido que ela estava na maldita sala.

Mel se lançou para o lugar em que Princesa estava segurando Cooper. - Me dê o meu filho!

Cooper se agarrou em Princesa, a segurando como uma tábua salva-vidas, e isso me assustou pra caramba. Eu sabia que as coisas não eram perfeitas de maneira alguma com Mel, mas isso realmente me fez pensar.

Me aproximando deles, eu exigi, - Que porra está acontecendo aqui? - estendendo os braços, esperei Cooper pular deles, mas ele parecia gostar de onde estava. Eu não podia culpá-lo.

- Essa mulher não quer me dar o meu filho, - Mel bufou, mas eu honestamente achava que ela estava mais irritada pela cena na frente de todos do que por Cooper não querer nada com ela.

- Ele não quer você, dá para ver, - Princesa disse enquanto segurava Cooper mais apertado, o que deixou Mel ainda mais furiosa.

- Sua vadia. Me dê o meu filho agora! - Mel agarrou o braço de Cooper e começou a puxá-lo até que ele gritou. Eu segurei Mel pelo pescoço e a puxei para longe do meu filho e de Princesa. Suas tentativas de respirar não foram registradas pela raiva correndo por mim.

- Você nunca mais toca nele assim, porra, - eu lati, minhas mãos querendo ensinar uma lição para essa mulher. Mas uma coisa que eu não fazia, que a maioria dos caras do clube não fazia, era bater em mulher. Mas essa bem que merecia uma surra. - Você vai sair daqui agora. E nem ao menos pense em voltar.

- Não vou deixar meu garoto aqui, - ela teve a audácia de discutir.

Eu involuntariamente comecei a apertar sua garganta, a empurrando contra a parede. Seus olhos se arregalaram; minha voz se tornou ameaçadora com a raiva que escorria de mim. - Inferno, você vai ficar longe dele, e se você não fizer isso, eu mesmo vou te matar, - eu precisava que ela entendesse que eu não ia tolerar que ela colocasse as mãos no meu filho outra vez.

Suas palavras foram incompreensíveis. Ela não podia falar, e quando conseguiu, todos os pensamentos de não dar uma surra nela foram intensificados. - E o dinheiro que você me manda? - O quê? Dinheiro?

- Você está brincando comigo, sua vadia estúpida? Você está preocupada com dinheiro? - meu outro punho fez contato com a parede, quebrando o gesso ao lado da cabeça de Mel e fazendo ela engasgar. - Dê o fora daqui, porra! Agora!

Soltei a sua garganta e ela começou a esfregá-la uma e outra vez, mas eu não disse uma palavra enquanto ela caminhou até à porta. Eu nunca quis deixar Cooper longe da mãe, e eu com certeza sabia a dor de não ter um pai por perto. Mas porra, ela era tóxica, e eu estaria condenado se visse ela colocar mais uma vez as mãos no meu filho.

A raiva pulsava em minhas veias. Eu realmente precisava socar alguma coisa.

- Cruz? - a voz de Princesa chegou até mim enquanto eu continuei a ofegar.

- Sim... - eu respondi sabendo que não era sua culpa, mas eu estava em um mau momento.

- Eu vou levar Cooper para brincar, ok? - olhei para Cooper enrolado em Princesa; o meu coração apertou e a raiva diminuiu um pouco. Merda. Eu não queria que ele me visse assim.

- Sim, obrigado, - eu saí e fui até à academia, precisando de um alívio.

* * *

A tarde passou rápido, com mais homens e suas famílias entrando e saindo do clube. Diamond organizou vários pequenos quartos no porão há cerca de um ano e meio, para acomodar toda a gente que ia e vinha. Ele também criou uma pracinha para as crianças. Graças a Deus; pelo menos todos estariam confortáveis durante o bloqueio.

- Missa! - Diamond gritou de pé da porta da igreja, com os braços cruzados sobre o peito.

Quando tomamos nossos lugares e a porta foi fechada, os lugares de pé ficaram para os membros que vieram. A grande mesa retangular de orvalho no meio da sala estava cercada por cadeiras onde passamos muitas horas falando de negócios. Diamond sentou em uma ponta. Pops estava à sua esquerda, Dagger à sua direita. GT e Becs estavam ao lado de Pops, e Rhys e Zed do lado de Dagger. Meu lugar era na outra ponta da mesa, de frente para Diamond.

Uma das paredes estava coberta de fotos dos irmãos; havia de tudo, desde fotografias de festa até retratos de prisão alinhados ali. A outra era o nome Ravange MC e o nosso símbolo, uma caveira com chamas em cima, que também estava nas costas dos nossos coletes.

Diamond bateu na mesa de madeira. - Olhem. Nós sabemos que foi Rabbit quem atirou na casa de Pops, e acabamos de descobrir o motivo, - Diamond nos encarou absolutamente sério. - Princesa.

Essas palavras fizeram meu sangue gelar e minha raiva inflamar ainda mais. - O que tem ela? - eu perguntei, e todos os olhos na mesa se voltaram para mim. - O quê? Ela é minha e eu vou protegê-la.

- Não foi o que ela disse essa manhã, - a voz profunda GT estalou para mim, mas antes que eu pudesse responder, Diamond interferiu.

- Filho, ela é de todos nós, - Diamond disse, me encarando. -

Aparentemente, Rabbit gosta de Babs. Para os que não sabem, Babs foi a peça-chave para colocar Princesa na cadeia. Ela sumiu do radar cerca de um ano atrás, e agora reapareceu, com proteção dessa vez. Eles estavam mandando uma mensagem.

Eu tenho uma maldita mensagem para ele; eu vou matar todos; - meu pulso estava correndo ao ponto de pensar que vapor ia sair das minhas orelhas. Ninguém ia tirar essa mulher de mim. Nunca.

- Não se preocupe, filho; ele já está morto por atirar na casa de Pops. Mas a sua gangue cresceu nos últimos anos, e isso não vai ser bonito. Nós também temos um problema com as corridas no seu território. Vamos ter que encontrar outra rota.

- Não podemos deixar que ele dite para onde nós vamos! - eu gritei, sem nem ao menos tentar me controlar.

- Se acalme, porra, - Pops disse, batendo a mão na mesa e pegando todos com a guarda baixa. Ele normalmente é calmo em situações estressantes. Mas dessa vez o perigo estava muito perto de casa. - Ele não vai. Nós precisamos pensar em curto e longo prazo. Agora, ninguém mais está em perigo além de Princesa. Ela vai ficar puta, e todos sabemos como ela fica quando está puta, - grunhidos ecoaram pela sala.

Diamond interrompeu. - Vamos dar uma suavizada no bloqueio para todos, com exceção de Ma e Princesa. Elas devem ficar aqui dentro, a menos que sejam escoltadas por um irmão.

- Ela vai ficar puta, - GT disse, esfregando o rosto.

- Sim. Mas ela é uma boa mulher. Ela vai fazer o que é certo, - Diamond olhou para mim. - Ela é sua garota?

- Sim, senhor, - eu disse sem perder uma batida. Mas GT tinha mais coisas a dizer.

- Ela não é sua garota, porra! - GT pulou do seu assento e acabou derrubando sua cadeira no processo.

Me levantei e encarei fixamente o seu olhar, a fúria se derramando do seu corpo. Eu nunca quis tanto bater em um irmão quanto nesse momento. Eu queria lhe dar uma verdadeira surra. - Cale a maldita boca!

- Parem, agora! - a voz dura de Diamond fez com os dois voltassem a se sentar. - Então... você mantém ela aqui. Se ela sair, você se certifica que alguém vai com ela. Ela é sua responsabilidade, - ele sorriu e o resto da sala riu. Droga, eu sabia que ia ter muito trabalho, e com certeza não precisava de nenhuma zoeira dos meus irmãos.

- Ela não vai deixar você chegar a dois metros dela. Boa sorte com isso! - a irritação se derramou dos meus poros, mas eu sabia que não ia ajudar em nada reagir agora. E eu sabia que ia ter muito trabalho. GT provavelmente estava certo, mas eu não ia deixar isso me impedir.

Ma bateu na porta da igreja, gritando em pânico. - Pops, venha aqui agora! Princesa!

Pulando do meu assento, corri até o clube para ver a cena na minha frente. Princesa bateu com um taco de bilhar na cara de uma mulher loira, acertou seu nariz com força e sangue voou para todos os lados quando ela gritou. Danny, um membro da facção de Clayton, estava pronto para atacar Princesa quando minha voz estalou. - Danny, pare!

Danny olhou para mim. - Você vai deixar essa vadia bater na minha old lady?

Estreitando os olhos, eu trovejei. - Essa vadia é a minha old lady. Deve haver uma maldita razão para ela querer arrancar a cabeça da sua garota, - me aproximando dela, eu disse, - Princesa, você está bem?

- Eu estou bem, porra. E eu não sou a sua maldita old lady, - sua voz era fria e desapegada, algo que eu realmente não gostei.

- Danny, se afaste! - Pops gritou. - Princesa, o que está acontecendo aqui? - sua voz se acalmou ao falar com ela, a gentileza de um pai assumindo.

- Você se lembra daquela coisa de dois anos na prisão, - ela disse sarcasticamente, agarrando o taco com tanta força que eu pensei que a madeira iria ceder. - Bem, essa puta aqui... é parte da gangue de Babs. Ela fez parte disso.

- Merda, - foi uma palavra ouvida coletivamente na sala.

- Irmão, sugiro que você tire ela daqui se a quiser inteira, - Pops estalou para Danny.

Ah, Pops, - o sarcasmo de Princesa voltou. - Acho que essa vadia precisa de uma lição antes de ir.

- Não aqui. Não sob esse teto, - Pops rosnou quando Princesa se virou para ele, suas mãos fechadas em punhos. Balançando a cabeça, ela se afastou deles e jogou o taco no chão, mas a fúria emanava do seu corpo.

- Irmão, ela não está mais saindo com elas. Babs é parte da gangue de Rabbit.

Merda. Droga, Danny, você podia ter mantido a maldita boca fechada.

Princesa parou no meio do caminho e se virou para parar ao meu lado, não chegando até Pops. - O quê? - ela perguntou, cobrindo a boca como se não quisesse dizer as palavras em voz alta.

- Mindy não é mais parte da gangue de Babs. Babs é a old lady de Rabbit.

- Você só pode estar brincando comigo, - Princesa rosnou baixinho e caminhou até Pops. - Foi ele quem atirou em Ma. Eu sou a razão disso ter acontecido, - porra, essa garota era esperta e rápida demais para o seu próprio bem. E droga, isso fazia o meu pau ficar duro como aço.

Pops colocou as mãos nos ombros dela. - Princesa, o clube vai cuidar disso.

Pela rigidez do corpo de Princesa, eu sabia que ela queria discutir, mas tudo que ela fez foi acenar e ir embora. Ela não parou para olhar para mim. Ela passou por mim o mais rápido que pôde, indo na direção do corredor. Merda.

            
            

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