Ceo Cruel
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Capítulo 9 9

Os dois foram entrando próximos, ela pediu para usar o banheiro, foi se lavar, Ragnar a acompanhou até perto e voltou para a sala, se abaixou na frente de Domênico

- Quer comer alguma coisa?

- Enquanto conta, o que aconteceu?

Assustado, ele balançou a cabeça que não

- Eu não vi, mas...

- O que vai acontecer com ela, se ele morrer?

- Tinha muito sangue e ele caiu.

Domênica voltou, interrompendo

- Podemos conversar, a sós?

Ragnar se levantou sério

- Venha comigo.

Foi para o escritório, ela foi atrás, ele encostou na mesa, a olhando fixamente pensativo

- Preciso saber da verdade, para poder te ajudar.

Puxou a cadeira

- Sente aqui, se acalme.

Ela se sentou enxugando os olhos marejados

- Meu pai não sabe o que faz, quando bebe demais.

- Desde que a minha mãe, ficou doente, ele começou a fazer coisas, comigo.

- Se eu denunciasse, podiam separar eu e o meu irmão.

- Desde que voltei, depois de ficar com você, tudo piorou.

- Eu não aguentava mais.

- Tinha uma faca e ele caiu, bateu a cabeça.

- Não sei como ele está.

Ragnar pegou o celular na mesa

- Pega o seu irmão e vai para o quarto de hóspedes.

- Faz um lanche, come alguma coisa.

Foi saindo fazendo uma ligação

- Vou resolver isso.

Ela o ouviu falando com o segurança e motorista, ele subiu foi para o quarto se trocar, os dois foram para a cozinha, Domênica preparou um copo de leite para o irmão, o deixou sentado e foi ver Ragnar saindo, perguntou o que iria acontecer se a polícia estivesse lá, ele disse que ia resolver tudo, dois carros chegaram e ele saiu com os funcionários.

Domênico comeu e foi deitar, ela o colocou na cama, tomou banho e ficou na sala esperando, ansiosa preocupada, Ragnar encontrou Abílio muito machucado, o levou para um hospital particular, ele teve traumatismo craniano, ficou em coma.

Ragnar inventou toda uma história dele ter chego naquele estado, depois de provavelmente, brigar em bar, até uma funcionária para limpar a casa, ele levou.

Aproveitou para fuçar as coisas de Domênica, olhou o guarda roupa, gavetas, livros, anotações, ela tinha muitas fotos de antes, quando parecia uma jovem normal.

Ele só conseguia pensar que poderia ter evitado aquilo, se tivesse ajudado ela antes, de fato não achava que Abílio era capaz de algo assim, tão cruel com a própria filha.

Ragnar só retornou para casa, quando já era de manhã, ela estava sentada na sala impaciente e nervosa, o esperando, ele começou falar o que aconteceu, perguntou se ela queria ligar para algum familiar, pedir que buscassem os dois.

Arrasada ela ligou para uma tia de sua mãe, que era muito humilde, perguntou se podia deixar o irmão lá, só até o pai melhorar, era a única pessoa que poderia ajudá-los, pelas conversas, Ragnar pode ouvir, que só tinha espaço para um deles e que dormiria no sofá.

Domênica começou levar um sermão, sobre responsabilidade, como se quisesse largar o irmão jogado, para ir aprontar na rua, Ragnar estava sentado sério pensativo, assim que ela desligou, ele se levantou

- Você tem responsabilidade, para cuidar do seu irmão?

Ela disse que sim, emotiva, ele começou a mexer no celular

- Então, vou te dar um emprego.

- De segunda a sexta-feira, depois da escola.

- Vocês podem morar em uma das minhas casas de aluguel.

- Até fazer dezoito anos e poder caminhar com as próprias pernas.

- Faltam poucos meses, não é?

Ela se levantou imaginando que ele ia querer fazer coisas horríveis em troca

- Sim, falta pouco.

- Vou fazer tudo o que quiser, eu prometo.

- Vai poder fazer aquelas coisas.

Ele respondeu indiferente sério

- Já não tenho mais interesse em fazer qualquer coisa com você.

- Vai ser a minha assistente pessoal e nada mais além disso.

- A última não durou nem três meses.

- Tenho muitos compromissos e estou enfrentando um período conturbado, na minha vida pessoal.

- Caso aceite, vou pedir para minha secretária te passar tudo.

- E não ache que vai ter privilégios.

- Não gosto de funcionários incompetentes.

- Não admito falhas, atrasos.

Ela disse que aceitava, mas que preferia continuar morando na mesma casa, ele foi subindo as escadas

- Certo. Então, pode retornar para lá com o seu irmão e a partir de amanhã, te quero na empresa.

- As Treze horas, o meu motorista te buscará, todos os dias.

Ela foi indo atrás pensativa

- Mais eu não tenho com quem deixar o meu irmão.

- Preciso de uns dias, até encontrar alguém.

Ragnar parou na porta do próprio quarto

- Isso não é problema meu e eu o deio crianças.

- Não quero vocês dois aqui.

- O Romário vai levar vocês.

- Ele está aguardando.

Entrou e fechou a porta, se sentindo insegura desorientada, ela foi acordar o irmão, arrumou a cama, o motorista estava na sala, os levou para casa, sem falar nada.

Os dois estavam com medo de serem separados, ela fez anotações para o irmão ficar sozinho, pensou bem no que deveria fazer, ficou pensando que se o pai voltasse, seria pior.

No dia seguinte foram para a escola de manhã, ao chegarem almoçaram juntos, Domênica correu se arrumar, não sabia o que vestir, colocou calça jeans, tênis, uma camiseta preta com estampa de desenho anime, deixou o cabelo solto, passou maquiagem como de costume, delineado preto bem marcado nos olhos, batom vermelho escuro, ficou muito ansiosa, nunca tinha trabalhado e não sabia o que esperar de Ragnar lá na empresa.

O motorista foi buscá-la no horário marcado, sempre sério cordial, quando chegaram na empresa, ele a levou até a sala de Ragnar na diretoria, ele estava sozinho mexendo no computador, agradeceu o motorista e a mandou se aproximar.

A olhando fixamente dos pés a cabeça, reparando, achou as roupas e tudo mais, completamente inadequado, ele tinha grandes planos, ela se sentou nervosa

- Oi.

Ele virou a tela do computador, mostrando um calendário

- Estou com câncer e ninguém deve saber.

- Tenho consultas médicas, toda semana. Você é a responsável por agendar tudo, me lembrar com antecedência.

- Tratamento, exames, não quero ter que pensar em nada, cuidar disso, é responsabilidade sua.

- Tomo mais de dez comprimidos diversos, todos os dias.

- Os quero em minhas mãos, nos devidos horários, com uma garrafa de água, sempre gelada e um copo de suco natural, laranja, sem gelo e sem açúcar.

- Também preciso de agendamento com o barbeiro a cada dez dias.

- Preciso ser atendido em casa, de agora em diante.

- Quero você saudável, nada de resfriados, viroses, porque a minha imunidade está caindo e eu não posso adoecer.

- Agendei alguns exames para você.

- Dispensei a doméstica, porque não quero ninguém na minha casa, todos os dias.

- Quero que a faxineira vá três vezes na semana, enquanto não estou lá.

- Tenho uma lista das poucas que aceito, você vai precisar negociar com elas.

- Preciso de um enfermeiro homem, particular. Sem filhos, discreto, não precisa ser muito experiente, pode ser recém formado.

- Preciso que ele fique a minha disposição nos dias de tratamento e depois.

- Alguma dúvida?

            
            

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