Capítulo 10 Decisões Cruciais

Capítulo 10

Os dias após a conversa com o duque haviam sido um turbilhão de pensamentos e sentimentos para Evelyn. Ela tentava processar as palavras dele, tentar entender o que significavam para ela e para o futuro que ela sempre imaginara. O peso da promessa de Alexander, o compromisso com a mulher de sua infância, estava gravado em sua mente. Ela sabia que, de algum modo, ele não tinha total controle sobre a situação, mas também sabia que ele não poderia simplesmente se livrar disso.

Ela se viu passeando pelos jardins de sua casa, perdida em seus pensamentos, tentando encontrar clareza. O inverno ainda não havia cedido, e o ar fresco da manhã a fazia sentir-se mais viva, embora sua mente estivesse longe.

Enquanto ela caminhava pelos caminhos cobertos de neve, um som de passos interrompeu seus pensamentos. Ela virou-se e, para sua surpresa, encontrou Alexander se aproximando, com sua postura imponente e a expressão tensa que ela já conhecia tão bem.

- Duque - disse ela, tentando manter a compostura, embora seu coração estivesse acelerado. Ela não sabia se estava preparada para mais uma conversa sobre o futuro, mas sabia que ela não poderia evitá-lo.

Ele parou à sua frente, olhando para ela com uma intensidade que fez Evelyn prender a respiração. Por um instante, ela desejou que ele pudesse apenas dizer o que sentia sem as complicações de sua posição e suas obrigações. Mas, ao mesmo tempo, sabia que isso não era possível.

- Lady Evelyn - ele começou, sua voz carregada de uma seriedade que refletia o peso da situação. - Eu vim porque preciso que você saiba, sem qualquer dúvida, que minhas palavras não foram ditas apenas por obrigação. Eu... eu sinto algo por você que não posso mais ignorar.

Evelyn olhou para ele, seus olhos procurando por algo genuíno em sua expressão. Ela sabia que ele estava dizendo a verdade, mas as palavras dele soavam como promessas que ele não sabia se poderia cumprir. Ele não era um homem fácil de ler, e isso a deixava mais vulnerável do que gostaria de admitir.

- E o que isso significa, Duque? - perguntou ela, o coração apertado de antecipação. - Significa que você está pronto para... o que? Abandonar tudo? A promessa, o seu título, o futuro que sempre lhe foi dado? Porque, se for esse o caso, então eu preciso saber a verdade. Não posso continuar nesse jogo sem saber em que ponto estamos.

Alexander deu um passo mais perto, a distância entre eles quase inexistente. Seus olhos estavam firmes, mas havia algo de vulnerável ali, algo que Evelyn não tinha visto antes.

- Eu não sei se posso abandonar tudo - ele disse, sua voz carregada de frustração. - Mas o que sei é que estou pronto para lutar por isso, por você, se você me deixar. O problema, Evelyn, é que tudo o que eu sou, tudo o que eu tenho, já estava decidido antes de você entrar na minha vida. E eu... eu não posso mudar isso sozinho.

Evelyn sentiu o peso de suas palavras, e o olhar que trocavam dizia mais do que qualquer outra coisa. Ela sabia que ele estava sendo sincero, mas também sabia que a decisão que ele estava propondo não era algo simples. Ele estava oferecendo a ela algo que poderia levá-lo a perder tudo o que sempre conheceu. A questão era: ele estava disposto a pagar esse preço?

- Eu não quero que você escolha entre mim e sua vida, Alexander - disse Evelyn, sua voz mais suave agora. - Mas o que eu preciso saber é se você está disposto a lutar pelo que quer. Porque, se não estiver, eu não posso ser uma parte dessa escolha.

Ele a observou por um momento, como se estivesse avaliando suas palavras. Então, finalmente, ele falou, e sua voz foi um sussurro carregado de emoção.

- Eu não sei o que o futuro nos reserva, Evelyn. Não sei como isso vai terminar. Mas o que posso prometer é que, enquanto eu tiver forças, eu lutarei por você. Não porque é o que se espera de mim, mas porque... porque eu não consigo imaginar minha vida sem você.

Aquelas palavras, simples e diretas, atingiram Evelyn como um raio. Ela não sabia como responder, não sabia se estava pronta para essa promessa que ele fazia. Mas algo dentro dela, uma parte de seu ser que ela não podia ignorar, sabia que aquilo era real. Ele não estava apenas dizendo o que achava que ela queria ouvir. Ele estava falando do fundo do coração.

Eles ficaram em silêncio por um momento, como se o peso da conversa os envolvesse. Evelyn olhou para o duque, e pela primeira vez, ela não viu o homem imponente que todos os outros viam. Viu um homem vulnerável, um homem disposto a se arriscar por algo que nem ele mesmo entendia completamente.

- Eu não sei o que fazer com isso, Alexander - disse ela, sua voz trêmula. - Eu não posso lhe prometer nada, não agora. Mas, se há uma coisa que eu sei, é que a escolha entre nós dois não é só sua. Eu também preciso decidir se estou disposta a seguir esse caminho, se estou pronta para arriscar.

Ele acenou com a cabeça, compreendendo a dificuldade da situação. Ele sabia que não poderia apressá-la. Ele sabia que, por mais que seus sentimentos fossem profundos, Evelyn também precisava de tempo para entender os próprios.

- Eu entendo, Evelyn - disse ele, seu tom suave. - Eu não vou apressá-la. Mas saiba que, enquanto você tomar sua decisão, eu estarei aqui, esperando, pronto para lutar por nós.

Evelyn olhou para ele, sentindo o calor das palavras dele em seu peito. Era uma promessa, uma que ela sabia que não poderia ignorar. Mas a dúvida ainda pairava sobre ela. Ela sabia que, ao tomar uma decisão, não seria apenas a dela que estaria em jogo, mas a dele também.

Ela deu um passo atrás, tentando ganhar algum espaço, e então olhou para ele com uma expressão decidida.

- Vamos ver onde o tempo nos leva, Duque - disse ela, sua voz firme. - Por agora, é o melhor que posso lhe oferecer.

Ele sorriu, um sorriso cheio de entendimento e, talvez, uma pontada de esperança. Ele sabia que não poderia forçar a decisão de Evelyn, mas, ao mesmo tempo, havia algo nela que ele não estava disposto a perder.