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"O mal do século é a solidão, cada um de nós imerso em sua própria arrogância, esperando por um pouco de afeição."
-Renato Russo
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- Oh... My Lorde... - A senhora gritava entre as estocadas brutas do príncipe. E ele estava muito feliz porque, embaixo de toda a roupa que ela usava, seu corpo era bastante atraente. Sua vagina era deveras gostosa... Ele estava gostando bastante de se enfiar ali. Mesmo que, de início, tenha que ter feito um esforço enquanto ela o chupava de forma trêmula. A fama do príncipe corria pelo mundo, de quão bonito e cruel ele conseguia ser. E ele estava sendo com ela.
Suas mãos firmes no quadril da mulher, empurrando sem piedade para dentro dela, podia-se ouvir seus corpos se chocarem até mesmo no andar de baixo. Sua mão volta e meia depositava um tapa firme na nádega mais próxima.
Ele a deixaria fazer todo o trabalho por ele, mas sabia que a pobre mulher nunca tinha sido fodida tão bem quanto ele poderia fodê-la. E ele gostava de saber que as deixava satisfeitas. Cruel ou não, seu trabalho sempre era bem feito. Nenhuma mulher saiu dos seus braços sem experimentar um dos melhores orgasmos que já tiveram. Muitas até o seu primeiro orgasmo. Ele era bom; sua presença imperativa já servia como preliminar. Ele era dominante, a ponto de arrancar todo o ar que elas tinham. E ele gostava muito disso.
De tirar-lhes a paz, seu alívio, de se tornar seus sonhos e pesadelos.
Ele estava perto, não sabia que seria tão bom estar dentro dela. Se surpreendeu com isso. Mas ainda não podia. Ela também não estava muito longe; mais algumas estocadas, mais alguns xingamentos, e ela se derramaria sobre ele.
E assim fez, mas ele... Ele queria algo mais para chegar ao seu ápice. E no momento em que o senhor da casa chegou aos seus aposentos, cansado de tanto trabalho e cobranças, se deparou com sua esposa mole nos braços do príncipe, que ainda se colocava com força dentro dela.
Ele gritou em choque, olhando a situação sem saber como reagir. E então, no exato momento em que o olhar do príncipe caiu sobre o homem desesperado por seus atos, ele alcançou. Tão bem quanto já tinha alcançado antes.
Ele sorriu, sabia que o homem não reagiria contra ele. O filho do rei mais impiedoso até então.
O príncipe se ajeitou e saiu dos aposentos do casal, tocando o ombro do homem ainda parado à porta. Ele pensou em provocar mais, mas o pobre estava ao chão, caído em meio à sua desgraça. Sua única vontade era matar esse bastardo que abusou de sua hospitalidade e de sua esposa. Ele pensava.
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- Eu quero meu ouro! - O príncipe disse ao amigo incrédulo do acontecido, mesmo conhecendo a índole do jovem Maldove, ele realmente não esperava que ele fizesse. E ele fez. E agora, além de ter comido a senhora que lhe dera um orgasmo bastante divertido, ele também queria o ouro da aposta como recompensa por seu esforço.
- Você é sujo até a alma, Zion. - Eles riram, e o príncipe tomou as moedas do amigo.
- Eu não tenho alma, deveria saber... - Novamente um punhado de gargalhadas.
Presente
Após o homem narrar o infortúnio de sua desgraça, até mesmo a dor que sentiu ao surrar sua esposa por sua traição - o que não causou nenhum tipo de arrependimento no príncipe - o rei o liberou, dando-lhe a certeza de que iria punir o seu filho, e de certo iria. Mas não pelo infortúnio do contador, e sim pela arrogância do príncipe.
- O reino em pedaços, destruindo-se pouco a pouco, e você preocupado em comer uma puta qualquer?! - Ele tinha uma frieza na voz, frieza essa que o príncipe conhecia muito bem. Seu pai nunca foi amável, nunca foi atencioso, nunca foi um pai. Ele sempre foi o rei... E depois de um tempo, Zion já não se importava muito com o afeto que desejara por toda a infância. - Acha engraçado? - O sorriso sem vida do jovem foi o bastante para sentir o punho firme do seu pai sobre o seu rosto. Já não era de tanta força como quando ele era mais jovem, mas ainda deixava o jovem rígido e de punhos travados, mesmo sabendo que conseguiria dobrar o rei ele não o faria. Porque a dor psicológica travada em toda a sua juventude em cada punição era mais forte que sua própria força.
Ele olhou em direção ao pai, sem abaixar a cabeça por um segundo.
- Não pode me culpar pelos teus erros. Se teu reino está em ruínas, não foi por minha culpa. O que fizeste pelo povo ou pelo reino enquanto comias as tuas putas? - Ele queria acrescentar o que fizera por mim..., mas seu pai estava sobre ele, o socando no rosto. A amargura do rei, sabendo que destruiu o legado dos seus antecessores e nem ao menos foi capaz de criar o filho de forma decente. Ele sabia que iria deixar um legado de dor ao seu reinado. E antes não se importava com isso, mas quando a idade chega, quando você sente a morte apertar sua espinha, não tem como não se arrepender, não querer ajustar as merdas que fez.
Mas a pior coisa que o rei Joseph fez foi a forma como criou o príncipe. Zion era um poço de dor e sofrimento, impiedoso, cruel, e ele sabia. Queria que ele fizesse as expedições para que pudesse se compadecer do povo. Fazer algo que o rei já não poderia. Ele seria o futuro. Ele tinha que ser melhor. Mas, ao invés disso, o príncipe preferia destruir a união sagrada do casamento dos seus súditos mais leais.
- Você é um moleque... Precisa aprender... - Mais um soco foi dado no rosto do príncipe, o sangue que pulava do seu supercílio mostrando a dor que ele causou com suas palavras. O rei saiu de cima do seu filho e voltou xingando para o trono. Ele nunca aprendia com todas as surras que levava. Já estava calejado de tanto apanhar.
- Eu sinto a minha morte chegando. E você sabe que logo será coroado rei. E tudo que se preocupa é em causar discórdia. Acho que precisa casar, arrumar um filho. Aprender a educar, para ver se assim você toma juízo. Seu povo deve ser como um filho para você. Tem que cuidar... - Essa foi a deixa perfeita para o príncipe. Ele não queria, mas sua arrogância era superior a ele. Seu sorriso ensanguentado mostrava enquanto ele buscava conter as gargalhadas.
- Como é saber que todos os seus filhos te odeiam, majestade? Como é saber que você não soube cuidar de nenhum, nem mesmo do que tem o seu próprio sangue? Deve ser difícil se descobrir um fracasso tão perto da morte. - O rei quis novamente socar seu filho, mas ele só fez o que sempre fazia quando o jovem estava impossível. Acenou para os guardas e, como sempre, eles seguiram em passos lentos em direção ao príncipe, agarrando-o em meio às suas fracassadas tentativas de se soltar.
- Uma semana no calabouço deve servir para te refrescar a mente, Maldove... Eu ainda estou vivo, e ainda posso te educar. Sem comida por todo o período. Somente água para que não morra. Antes de mim... - Ele abanou a mão e virou a cara em desprezo às atitudes do jovem.
Para o rei, sua forma de disciplinar o jovem era a coisa mais certa a se fazer. Ele sempre foi obediente, nunca foi contra a palavra do seu pai. Mas aprendeu com ele que há formas difíceis e formas fáceis de disciplinar, e o rei escolhia se submeter à vontade do pai, porque sabia que do contrário seria pior.
Essa, amigos, é como a história de Maria, criada por uma Maria para ser somente dona do lar. Submissa ao marido, sem se importar com a educação ou com o futuro - seu futuro seria da conta de todos os seus filhos. E Maria teve uma Maria, que teve uma Maria, e o ciclo infinito de Marias criadas por Marias para serem Marias não tinha fim.
O rei criou o filho rebelde com os ensinamentos conservadores do pai, que provavelmente teve um pai tão conservador quanto ele. Agora, ele não pode reclamar da crueldade do filho, do quão impiedoso ele será. Porque o rei Joseph foi pior. Ou acha que foi.
O frio e a umidade da masmorra já não faziam tanta diferença ao príncipe. Já não era sua segunda ou quarta vez ali. Nem ele consegue contar as infinitas vezes que esteve naquele lugar.