Mas parecia que ele parecia bastante tão surpreso quanto eu por sua ação. Que estranho...
Mando as servas prepararem o banho, e elas agem rapidamente. Logo o banho já está pronto. Começo a tirar minhas roupas e pego a toalha de banho. Solto meus cabelos e entro no banho.
Sempre bom água quente para relaxar. Me livrar de pensamentos desnecessários. Amanhã tenho que cuidar de assuntos mais importantes. Como o carregamento de armas e armaduras que irá chegar amanhã, preparar o torneio, renovar o contrato que termos com a condessa do Ducado de Wolf e outras questões. Não tenho tempo para me preocupar com coisas insignificantes como os meus sentimentos. E durante esse tempo, o meu único estresse serão os papéis, pessoas e claro, Leon. Desejo que ele fique bem longe. Não quero ver a cara dele.
Pergunto-me se ele aparecerá no jantar... Duvido muito.
Haa... Só me dá dor de cabeça.
Saí do banho, e as servas me encobrem. Penteei meus cabelos, colocaram um enfeite de cabelo de ouro, que pareciam até ramos de rosas. Pegaram um vestido azul-claro, brilhante, longo, feito com um dos melhores panos da capital, e sapatos de cristais.
Estou a me perguntar onde é que eu vou vestida desse modo? Minhas damas só podem estar loucas!
- Rael, vou a algum evento importante e não estou sabendo? - pergunto para a minha principal dama. É uma mulher de cabelos pretos, longos, olhos castanhos claros, com a pele branca. Quieta e só fala quando é necessário.
- Majestade, a senhora como o sol do império, deve está ilustre a todo momento. - ela abaixa a cabeça e levanta em seguida. - A senhora por acaso não gostou da roupa? - pergunta hesitante.
- Não. Na verdade, eu amei. - falo e faço um sinal para que ela levante a cabeça. - Rael, como sempre, você tem ótimas escolhas. - falei sorrindo para ela.
- Majestade, não sou eu quem deve elogiar. - ela dá uma pequena pausa. E continua. - Vossas roupas diárias são escolhas diretas do imperador. - ela explica e eu fico surpresa. Como é a história?! Todo esse tempo eu estava vestindo o que o desgraçado do meu marido queria?! Estou mais que chocada em saber disso. Olho com ódio pelo vestido que uma das servas está segurando. Sabendo disso, não dá vontade de vesti-lo, mas eu irei! Por que nada me abala! É Leon! Está ouvindo? Eu não irei cair adiante das suas provocações patéticas!
- Rael, você deveria ter dito isso para mim assim? - pergunto. Não quero colocá-la em problemas por minha causa.
- Sim, senhora. O imperador disse que poderia falar abertamente sobre isso com a Sua Majestade. - Rael responde. Leon nem faz questão de esconder. Que homem impressionante!
Após isso, ela veste em mim o vestido. Ah, ele é tão pesado. Possui muitas camadas.
Caminho pelo corredor com uma das minhas mãos em cima da outra, um pouco próxima a minha barriga. Postura ereta e sem falhas. Emitindo confiança e poder. Assim, como me foi ensinado desde pequena.
"Dama de Diamante"
Não faço ideia do porque me nomearam assim. Não que fosse importante. É apenas um nome de guerra.
Chegando perto das escadas, do outro lado vejo Leon com a mesma roupa que o encontrei antes. Sua expressão é indiferente. Não olhou para a minha direção, apenas desceu as escadas. Abaixei um pouco minha cabeça.
Para quê então eu me arrumei desse modo, se ele nem sequer olhou para mim...
Logo me dou conta do absurdo que pensei. Eu me arrumei para mim mesma! A resposta é óbvia! Até parece que eu me importo se Leon me acha bonita ou não... Pouco me importa...
Desço as escadas, e a atenção de todas as pessoas vão para mim. Menos de um. Leon.
Esse deve está de brincadeira com a minha cara, só pode. Que atitude irritante é essa?!
Aproximo-me da mesa, e uns mordomos puxam a cadeira. Agradeço. Leon começa a comer e nem ao menos me comprimentou-me. Estou indignada!
- Imperador, como foi o seu dia? - perguntei apertando com força uma das facas que tem perto de mim.
- Normal. - ele me responde simples. Sinto frieza em sua fala. O que aconteceu após aquilo, que o fez agir desse modo?
Após isso o clima ficou horrível. Comi em silêncio e sem olhar para Leon, sinto que poderia acabar o matando no calor do momento. Tenho que controlar minha raiva.
Ele termina primeiro de comer, pede licença e se retira. Eu, no entanto, permaneço na mesa e desfruto do meu vinho.
Uma, duas, três, quatro, cinco... E um pouco mais.
Acredito que bebi demais. O bom de tudo, é que eu me sinto muito melhor. Minha mente está nublada e não consigo pensar direito. E essa é a melhor coisa no momento a se fazer. Não quero pensar em nada!
Levantei-me da cadeira delicadamente e me retirei. Subi as escadas e segui para o quarto. Entrei no quarto e encontrei Leon terminando de vestir sua roupa de dormir. Seus cabelos estavam molhados e de repente comecei a enxergar os dois. Fiquei parada, tentando enxergar direito. Apertei os olhos e os cocei em seguida. Logo a imagem ficou certa.
Leon foi até a cama e se deitou sem falar nada.
Tirei os saltos, e logo depois minhas joias. Alcancei a fita do vestido, o tirando. Ficando apenas com uma roupa folgada de cor branca e com uns detalhes dourados.
- Ei, maldito! Soube recentemente que você fica se metendo nas escolhas de minhas roupas. - Elevei o tom de voz sem querer. Mas ainda sim, ele não prestou atenção. Dei um passo e me desequilibrei por um instante, mas logo me endireitei.
LEON BARUERI:
Após desabafar um pouco, enxuguei as lágrimas. E fui direto para o salão. Quanto mais rápido eu evitar Stephanie, será mais fácil. Chegando lá, a encontrei vestindo o vestido que comprei a alguns dias atrás. E os sapatos também.
Ah, ela está linda.
Fico feliz que ela está usando o que eu comprei. Stephanie nunca foi de uma mulher que olha suas roupas, sapatos e joias. Apenas usa o que tem. Já que desde sempre ela tinha à sua disposição roupas, sapatos, e acessórios luxuosos. Nascida e treinada para ser o sol do império.
De qualquer modo, evitei olhar demais. Suponho que ela não percebeu meu olhar. Desci as escadas sozinho e sentei na mesa sem a comprimentar. Acredito que mais tarde ela me "punirá" por isso. Stephanie é uma mulher terrível.
- Imperador, como foi o seu dia? - ela pergunta educadamente, entretanto a observo segurando forte uma das facas.
- Normal. - a respondi friamente. Quero cortar um pouco dessas atuações. Ela parece que ficou satisfeita. Não disse mais nada. O silêncio chegou a ser torturante. Apenas estava ouvindo o tintilar de nossos talheres.
Terminei primeiro de comer, e me retirei. Deixei Stephanie sozinha.
Subi as escadas, e fui até o nosso quarto. E comecei a tirar minhas roupas. Dei um banho rápido, apenas para relaxar. Quando sai, peguei minhas roupas de dormir e logo Stephanie aparece com as bochechas um pouco mais coradas que o normal. Ela fica me encarando de um modo estranho. Ignorei e fui logo para a cama.
- Ei, maldito! Soube recentemente que você fica se metendo nas escolhas de minhas roupas. - arregalo meus olhos. Céus, ela sabia! Não pensei que algum dia ela saberia. Como eu havia dito antes. Stephanie nunca ligou para o quê possui peças de roupas ou algo do tipo. Viro-me e vejo Stephanie cambaleando. Arqueei uma das sobrancelhas e suspirei cansado.
- Stephanie... Por acaso, você bebeu demais? - pergunto e ela me lança um olhar raivoso.
- Ei! Responda primeiro à minha pergunta. - ela cruza os braços e vira a cara para o lado. Que infantil! Apesar de ser infantil, é fofo. Tentei segurar minha risada, mas foi em vão. Você é hilária Stephanie. - Se continuar a rir, eu mesma irei enfiar minha espada em seu belo coração. - ela ameaçou em tom sério. Fico impressionado com como ela muda tão rápido de humor.
Fico quieto após isso, e ela sobe na cama. E se aproxima devagar de onde estou. Devo admitir que fiquei estático em vê-la fazendo isso. Afastei-me um pouco e um sorriso de canto surgiu no rosto dela.
- Não ouse fugir. - sibilou devagar. Ela para e sussurra em meu ouvido. - Leon... - ela dá uma pausa e sinto sua respiração quente em meu pescoço. - Você mentiria-me? - ela se afasta após isso e fica me olhando séria.
- Ah? - falei surpreso. - Por que eu mentiria-te? Não estaria ganhando nada. - respondo sinceramente.
Ela solta um riso fraco. - Aí que você se engana. Poderia ganhar muita coisa mentindo para mim. - ela fala passando uns dos dedos sobre os seus lábios.
- Como? - pergunto inocentemente.
- Isso. - ela sussurrou e me puxou pela, a minha roupa. E me beijou. Não profundamente. Sinto o cheiro de vinho em seus lábios. Ela apenas me provocou.
- Mas... Mais o que foi isso? - pergunto surpreso colocando o braço na minha frente. Espantado com a atitude da Stephanie. Deve ser porque ela está bêbada.
- Agora vamos à pergunta. - ela fala com um sorriso. Como se o que fez não fosse nada. - O que aconteceu após você ter fugido, do ocorrido das escadas? Responda com sabedoria. Lembre-se dos prêmios.
- Não aconteceu absolutamente nada. - respondo desviando o olhar. Respirei pesadamente e dei um golpe no pescoço da Stephanie. Ela desmaia na mesma hora. - Nada que você precise saber. Agora durma. - a pego e coloco ao lado dela. - Boa noite.
HERNIEL DUMONT:
A noite está fria, e no céu não há sequer uma nuvem que esconde a beleza das estrelas. Elas brilham intensamente Dei uma volta no mastro para admirar o outro lado do céu. O vento gélido passando sobre o meu rosto. Isso é maravilhoso.
Ah sim!
Sou Herniel Dumont, tenho cabelos castanhos claros, olhos da mesma cor, pele branca. Sou o maior comprador marítimo do Reino de Alveberia.
Atualmente a imperatriz me mandou fazer negociações com o maior reino do oeste.
Reich aus Eisen.
Esse reino é de muito pouca confiança. Preferia não fazer negócios com eles, mas querendo ou não, eles são os maiores produtores de ferro. Que é essencial nestes tempos de guerra e conquistas! Devemos deixar nossos soldados prontos.
Preparei-me para descer do mastro, mas o navio balançou bruscamente. Pisei em falso, porém consegui me segurar em uma das cordas. Subi novamente no mastro. Posicionei a luneta para frente e vi alguns navios do reino de Eisen.
Não acredito! Sabia que esses malandros não eram nada confiáveis! Eles irão ver quanto a Imperatriz Stephanie saber.
- Homens! - grito do alto, e todos os marinheiros deram toda a atenção a mim. - Preparem os canhões! Só atirem após o meu sinal! - ordeno e eles começam rapidamente a se mover.
Desço do mastro, e vou até o leme. Contornando bruscamente o navio para o lado. Após isso, fico apenas esperando o navio de Eisen se aproximar. Saindo das sombras, revelou o primeiro comandante das forças marítimas de Eisen.
Gary Moore.
- O que pensa que está fazendo? - pergunto em tom alto de claro. Controlei para não parecer muito grosseiro.
- Apenas passando um recado. - um sorriso de canto aparece no rosto do homem. Sua voz é rouca, e senti sarcasmo em sua fala. Ele porta duas espadas na cintura e no mesmo lugar. Suas roupas em maioria são todas pretas, seus cabelos são pretos e um pouco longos. Preso baixo, e sua franja é longa. Escondendo seus olhos, cor de mel, e possui uma cicatriz em forma de cruz ao lado do pescoço. - Se eu não engano você é uns dos homens mais próximos da Imperatriz, não é mesmo?
- E? - eu pergunto desconfiado, e observando cada pequeno movimento do homem à minha frente. Ele é perigoso. Gary Moore é um homem sádico, que já tirou a vida de vários homens. Gosta de brincar com suas presas, e não tem dó. Suspiro e continuei - Então, que espécie de recado? Você atacou o meu navio. Então, está querendo dizer que seu reino irá declarar guerra contra o nosso?
Uma risada rouca e sádica ecoou pelos, os mares neste instante. - Você é bastante esperto. Gosto de pessoas assim. - ele se senta em uma cadeira perto do leme e em seguida olha para mim. - Isso mesmo. Eisen, está declarando guerra contra Alveberia.
- Por quê? Não lembro de termos feito nada de ruim contra vós. - não sei porque estou prolongando essa conversa. Ele já deixou bem claro o que pretende.
- Exatamente. Vocês não fizeram nada, contudo fazer negociações conosco não é nada bom. - É, eu sabia e disse isso para a imperatriz, mas ela não quis me ouvir. - Sua imperatriz é àquela que as pessoas chamam "Dama de Diamante", não é mesmo? - confirmo com a cabeça. - Nosso rei está interessado nela. Ele a quer. - Nossa, esse rei de Eisen é mesmo louco. A imperatriz não é uma mulher qualquer, além de já está casada.
- Nossa imperatriz já é casada. Ela não pode pertencer ao seu rei. - respondo.
- Não se o imperador atual morrer... - ele sussurra. Arregalo os olhos. O alvo deles é o imperador Leon.
- Não acredito que vocês estão querendo fazer um atentado contra nosso imperador. Sabe que ele é chamado em campo de batalha? Besta Carmesim. Vocês não têm a menor hipótese. - gritei e novamente ele rir.
- Você sabe que me chamam em campo de batalha? - ele redireciona a mesma pergunta. Fico pensando. Não lembro do que ele é chamado. Nesse instante ele se levanta, e pula para o nosso navio. Se equilibra com um pé só na beirada do navio, e se curva um pouco. Fico parado encarando os olhos dele, e logo ela sussurra: - Ceifador. Eles me chamam de... - ele envolve os dedos deles em meu queixo e levanta forçando nossos rostos ficarem mais próximos. - Ceifador. É melhor você tomar cuidado.
O olho com raiva, e retrocedo alguns passos. E saco minha espada. Aponto-lhe. Logo o mesmo levanta as mãos rendido. - Calma. Ainda não quero lutar com você. - ele se vira de costas e pula de volta para o navio dele.
- Agora, homens! - ordeno e logo só ouço o som dos canhões e luzes que aparecem na vela mestra do navio inimigo. À mesma hora, Gary fez um sinal com os dedos e ataques deles também começaram atingindo o casco. - Droga! - queixei-me.
Gary seu desgraçado! Você ainda me pagará caro por isso!
O olhei com puro ódio, e em resposta ele apenas sorriu convencido e mexeu os lábios: estarei lhe esperando ansioso, Herniel Dumont.
É a única coisa que ele fala. Não acredito que ele sabe que sei lê, lábios.
Guardei a espada, e controlei o leme para seguir até a costa. Tenho que avisar logo isso para a imperatriz. Até lá sofremos muitos ataques, cheguei a pensar que não chegaríamos vivos. Em uns dos ataques machuquei gravemente minha perna. Grunhi de dor, mas ainda sim, segui o meu caminho.
Apenas relaxei quando senti estarmos sãs e salvos. Minha visão começou a embaçar, sinal de que logo iria desmaiar. A última coisa que saiu da minha boca foi: - Imperatriz, por favor, acabe com a raça daquele homem sujo.
GARY MOORE:
Herniel Dumont, é um homem bastante interessante. Quero ver até isso nos levará. Não faço ideia do porque nosso rei quer tanto a Dama de Diamante. Sei que ela é incrível, mas ela é casada.
Ridículo querer atacar um reino tão grande e poderoso, como Alveberia. Nunca o vi perder uma guerra sequer. A única coisa que estou interessado é naquele homem. É um esplêndido comprador, e bastante bom para provocar. Espero que ele chegue até a costa vivo o suficiente para mandar o "recado."
Um vento forte sopra, levando meus cabelos apenas um lado. Ele cessa e presta atenção nos homens gritando, apagando o fogo. Não acredito que ele realmente nos atacou. Não pensei que ele faria uma coisa tão idiota dessas. Podemos usar isso como uma "comprovação" da guerra. Nós podemos dizer que ele atacou primeiro, e nós apenas nos defendemos.
A imperatriz de Alveberia cometeu um grande erro quando quis fazer negociações com o nosso reino. Além de que recomendaria ela mesma vir, ela não seria tão idiota ao ponto de nos atacar de volta. Herniel não pensou muito quando fez isso.
- Senhor, já não podemos vê-los. - Alguns dos homens me avisam. É bom. Herniel é um homem forte. É uma peça que não quebrará tão rápido como as outras. Riu, e vou até a minha cabine. Sento-me e apoio a minha cabeça com uma das mãos.
Minha cabine é iluminada apenas pela luz da lua. Já que não gosto muito de luz. E acredito que é por isso que me chamam Ceifador. E por outros vários motivos também.
- Herniel Dumont. - sussurro. - Venha logo até mim. Não sou um homem muito paciente.
Começo a bater meus dedos contra a mesa. Será que vai demorar muito para eu poder vê-lo novamente? Herniel, ah, Herniel.