Ontem, perguntei à minha mãe os afazeres dela com os do meu pai. Então cheguei à conclusão de que de algum jeito preciso fazer com que os horários deles coincidam.
Retiro rapidamente a coberta de cima de mim e corro para a minha escrivaninha. Pego um papel e nele começo a escrever o meu plano genial. Mas falta algo para ele ficar perfeito. O que será que é? Coloco uma das mãos sobre o meu cabelo pensando o que é. Ah, já sei! Preciso do mais importante! Os horários dos meus pais!
Logo ouço leves batidas na porta.
- Alteza, você já está acordado? - Donatello pergunta. Bem na hora!
- Sim, estou. - desço da cadeira e vou até à porta. Fico na ponta do pé para abrir a porta. - Entre, por favor. Quero-lhe pedir um favor. - falo com um sorriso no rosto. Donatello parece estar desconfiado sobre esta minha ação. Ele entra e abaixa a cabeça.
- O que a sua Alteza deseja?
- O senhor pode por favor falar os horários que os meus pais, terminam os seus afazeres? Mas pode ser também o horário quando eles dão um tempo. - pergunto a mexer as mãos e desviando o olhar de Donatello. Já que ele é muito rígido e duvido muito ele me dizer, mas não custa nada tentar.
- Claro, sua Alteza. - ele responde-me e eu começo a ficar em pânico.
- Sério, eu não estou a aprontar nada. Então, só lhe peço is- - eu paro por um segundo de surta e presto mais atenção no que ele respondeu. - Espera aí. O senhor realmente vai-me dizer? - pergunto só para confirmar.
- Sim, sua Alteza. Eu irei dizer-lhe. - ele confirma mais uma vez. Eu dou-lhe um sorriso largo e pulo em cima dele.
- Muito obrigada, Donatello! - ele segura-me e olha-me um pouco preocupado.
- Tenha mais cuidado, Alteza. Pode acabar se machucando desse jeito e a Imperatriz, sua mãe, iria castigar-me. - Donatello alerta-me.
- Bom, eu não iria deixar a minha mãe castigar-lhe! A culpa foi minha e não a sua! - falo firme e Donatello sorri para mim.
- Alteza, quando você crescer irá governar este império tão bem quanto os seus pais. - Donatello fala de repente. Não entendi o sentido das suas palavras, mas sei que quando eu for mais velho entenderei.
- Então, Donatello pode começar a falar. - peço animado e já com a pena e papel na minha mão.
- A Imperatriz, desce para o café às sete e vai para a sua oficina às sete e meia. Dá uma pausa às doze para o almoço e retorna as suas tarefas às doze e quarenta. Quando termina sai entre às dezasseis ou vinte horas. Janta às vinte e meia e às dez ela descansa nos seus aposentos. - ele explica-me tudo detalhadamente. E eu anotei tudo.
- Nossa, a minha mãe é muito ocupada. Mas ainda sim, ela arranja tempo para brincar comigo. - fico cabisbaixo pensando se eu estou a ser um peso para a minha mãe.
- Alteza, o que eu lhe disse são apenas as coisas que a Imperatriz faz nestes horários. Mas apenas, a sua assistente tem maior consciência do seu tempo e tarefas. Recomendo perguntar a senhorita Naw. - Donatello sugere.
- E o meu pai? - pergunto. Aposto que devem ser os mesmos horários.
- O Imperador, desce para o café às sete e quarenta e vai para a sua oficina às oito e vinte. Dá uma breve pausa às treze para o almoço e retorna às suas tarefas às treze e vinte. Quando termina os seus deveres sai entre às vinte e quarenta e vinte e uma horas. Jantar das vinte e quarenta e às dez ele descansa nos seus aposentos. - Donatello explica e eu fico pasmo. Os horários do meu pai são mais tarde do que os da minha mãe, além de que parece que já não é para os dois se encontrarem.
- Muito obrigada! Donatello. Já pode se retirar. - falo pensativo. Parece que isso será mais complicado do que eu pensei. Mas ainda não desistirei!
- Não há de quê, sua Alteza. Estou feliz por tê-lo ajudado. - ele curva-se e se retira.
- Ah! - eu reclamo-me jogando na cama. viro-me de bruços e aperto forte o meu travesseiro.
Stephanie Bellucci:
Acordo com leves raios de sol sobre o rosto e com uma bela dor de cabeça. Pensei que quando eu dormisse um pouco passaria, no entanto, enganei-me. levanto-me e espreguiço-me em simultâneo. Bocejo e 'flash' da noite passada na minha mente. Oh, ontem eu deixei o Leon tomar os meus lábios. Surpresa pisco algumas vezes e repito em desespero na minha mente. Ontem eu deixei o Leon beijar-me!? Só posso estar louca!
Viro a minha cabeça bruscamente e vejo ele de costas dormindo profundamente. Ah, eu não acredito que deixei-me levar nos encantos desse homem. Levanto bufando e pisando fortemente o pé no chão. Não sei o que eu faço comigo! Tudo isso aconteceu por causa desse maldito sono e dor de cabeça. Ah, como eu odeio as minhas fraquezas de quando estou doente!
Mando prepararem o banho e minutos depois eu entro, e fico a tentar não pensar na noite passada. Bom, a água quente e a dor de cabeça ajudaram-me muito a não pensar.
Saio do banho e visto as minhas roupas, passo pelo corredor e desço as escadas. Os guardas saudaram-me e o jovem de antes novamente ajudou-me a acomodar-me na mesa.
- Obrigada. - eu agradeço-o.
- Não há de quê, vossa majestade. - ele fala se afastando como o corpo curvado. Bem, sinto que esse jovem está a fingir ou quer ganhar algo com este comportamento. Digamos que nenhum servo é tão gentil com o mestre, e se é, algo tem aí. Ou pode ser uma paranoia minha. Para casos como esses eu deixo Leon cuidar disso. Ele é muito mais firme e mais sensível que eu com pessoas. Para ele pessoas são que nem vidro. Umas das belíssimas qualidades dele e uma das razões de eu ter pegado ele para ser o meu imperador.
Os mordomos servem-me e eu sinceramente não estou com muito apetite. Ah, será que eu terei que comer mesmo?
Eu fico a perder tempo olhando para o prato e brincando com a colher.
- Senhora, por favor, peço-lhe que não brinque com a comida. Se não estiver com vontade de comer, diga e eu mandarei retirar a mesa. - Donatello fala quase me repreendendo. Ack! Ele serve a família real desde o tempo do antigo Imperador, meu pai. conhece-me desde pequena, então já deve-me saber ler como um livro.
- Mas Donatello, desse modo não estarei a ofender os cozinheiros? - eu pergunto num tom gentil.
- Minha senhora, estará a ofender de qualquer maneira. Brincando ou não comendo. - Que homem duro! E eu aqui sonhando a achar que ele caísse no meu truque. E continua. - Eu já caí muitas vezes neste truque quando você era pequena e o príncipe Luigi faz quase a mesma coisa. - Oh, Luigi é esperto como eu. Pena que o truque já está velho para Donatello.
- Estou triste em ouvir isso, Donatello. Então, quer dizer que já não me acha fofa? - pergunto.
- Mas é claro que não, senhora. A senhora é uma mulher belíssima e sobre ser fofa, não acredito que posso responder-lhe isso. Não sou a pessoa certa. - ele responde calmo. Como assim ele não é a pessoa certa? Não entendi.
- Então, diga-me quem é a pessoa certa? - pergunto curiosa.
- A resposta é óbvia. Claro, o seu esposo, o imperador. - ele responde-me sem demora. Ah, mas o quê?! - Pergunte-lhe e definitivamente ele irá responder-lhe, minha senhora. - Será? Tenho as minhas dúvidas. Eu tomo uma posição pensativa.
- O que a Imperatriz deseja perguntar a minha pessoa? - eu ouço a voz de Leon vindo do alto da escada. Eu olho para as escadas e vejo ele desce as escadas e vindo até mim. Espera aí, era-lhe tá aqui neste horário? Será que eu acordei mais tarde? Não, não. Eu tenho certeza que eu acordei no horário normal, então foi Leon que acordou mais cedo!
Leon Barueri:
Olho lentamente os meus olhos e a minha visão está um pouco embaraçada. Quando ela se estabiliza eu levanto-me rapidamente e olho para o lado da cama. E novamente Stephanie não está.
Novidade.
Bocejo e mando uns dos mordomos preparar o banho. Ah, que sono. Será que eu acordei cedo demais?
- Herniel, pode por favor responder uma pergunta minha? - eu pergunto e em seguida ele assente. - Que horas são?
- São sete e dez, meu senhor. - ele responde. Oh, acordei cedo. É milagre.
- Obrigada, Herniel. - agradeço e em seguida entro no banho.
Não sei porque, mas sinto que estou a esquecer de algo. O problema é: O quê exatamente? Ontem o meu dia foi horrível. Tive um desentendimento com a Stephanie e depois nós...
Sinto o meu rosto esquentar. Ah, sim! Como eu posso ter esquecido de um detalhe tão importante! Ontem a Stephanie deu-me permissão para beijá-la!
Bato na minha testa.
Por mais que o beijo fosse simples, eu simplesmente não consigo esquecer. Os seus lábios doces, a sua respiração acelerada, sua pele branca e macia, seu perfume. Tudo isso e muito mais não consigo parar de pensar. Sinceramente acho dever ter ido mais longe, mas Stephanie no outro dia poderia até me executar por fazer algo sem a sua permissão. Ah, mais que eu estou a fazer! Pare Leon, pare! Recupere a sua compostura, senão a besta comerá os teus pensamentos.
Eu nunca mais tive pensamentos desse tipo com Stephanie, mas eles despertaram porque ontem ela cedeu. Agora, eu não sei se eu a agradeço por isso ou a amaldiçoou. Stephanie deste a primeira vez que a vi fiquei deslumbrado. A primeira vez que a vi foi num campo de batalha. De mais de mil homens só ela estava de pé! A sua força é incontestável!
Se bem, eu não prefiro comentar o que aconteceu depois. Como eu já havia dito antes, é uma mulher do gênio difícil... É bastante complicado lidar com ela.
Primeiro quero muito estabelecer uma relação instável com a Stephanie e depois irei pensar em passar da linha.
Saio do banho, me visto e logo desço para o salão. Passando pelo corredor pensativo, ouço Donatello conversando com Stephanie.
"Então, diga-me quem é a pessoa certa?"
Stephanie pergunta gentilmente.
"A resposta é óbvia. Claro, o seu esposo, o imperador."
Donatello a respondeu em seguida.
Não acredito no que eu estou a ouvir. Bom, contudo acredito que devo perguntar que categoria de pergunta quer fazer a mim.
- O que a imperatriz deseja perguntar a minha pessoa. - pergunto já com a intenção de chamar a sua atenção. Ela vira a cabeça imediatamente e pela expressão do seu rosto deve está se perguntando o porquê de eu estar aqui a esta hora.
- Eu não quero perguntar nada a sua pessoa, imperador. - ela responde imediatamente tirando a sua atenção de mim.
Eu aproximo-me da mesa e sento-me em seguida.
- Primeiramente, bom dia. - eu falo.
- Bom dia. - ela apenas fala isso. Bem como eu presumi que ela iria fingir que nada aconteceu.
Observo que ela nem tocou na comida. Isso apenas acontece quando ela está doente ou de mau-humor. Bem, presumo que seja a segunda opção.
- Imperatriz, está se sentindo mal? - pergunto preocupado e com certa hesitação. Já que a última vez que eu lhe perguntei se estava doente, ela ficou uma fera. E passou uma semana murmurando as suas reclamações.
- Não. Na verdade, estou-me sentindo muito bem. - ela responde a desviar o olhar. É mentira. Ela deve está a sentir algo e apenas não quer falar abertamente para mim. Sempre desvia o olhar quando quer mentir-me ou esconder as suas expressões de desgosto.
Stephanie Bellucci:
Bom, vou dizer com toda a certeza que eu agora simplesmente odeio o Leon ser tão observador! Ah, ele sabe muito bem como me ler e isso irrita-me.
- Por favor, imperatriz fale a verdade. Estou a perguntar porque estou preocupado com a sua saúde. - ele fala e eu quase dou um pulo de surpresa na cadeira. O desgraçado sabe até quando estou a mentir! Onde fica a minha privacidade nessa história?!
- Acredite nas minhas palavras, imperador. Estou-lhe falando a verdade e sinto em dizer-lhe que não necessito da sua preocupação. - respondo em tom gentil e com um sorriso singelo no rosto. Porém por alguma razão, Leon odiou. Torceu os lábios e levantou-se com rapidez.
- Estou-me retirando. Perdi o apetite. - ele fala e eu arregalo os olhos. - Diga aos cozinheiros as minhas sinceras desculpas, Donatello.
- Sim, Sua Majestade. - ele assente e Leon desaparece das minhas vistas. pergunto-me agora o que foi que eu falei que o deixou irritado.
- E você, minha senhora? O que irá fazer? Tenho quase certeza que já sentou na mesa sem a mínima intenção de comer. - Donatello fala e fico distraída ainda olhando para as escadas e não prestei atenção. - Senhora?
- Ele chama-me novamente.
- Ah! Sim, pode tirar a mesa. Estou-me retirando. - falo-me levantando e dirigindo-me a minha oficina.
..............
sento-me na minha mesa e começo a mexer-me. Mas ainda fico a pensar o que eu falei que o deixou naquele estado. E ele está a agir normal mesmo depois do que aconteceu ontem a noite...
Lembro novamente do beijo e balanço a cabeça tentando deixar esta cena bem longe dos meus pensamentos.
- Sua Majestade, algo de errado? - Naw pergunta-me preocupada.
- Não. Apenas estou a tentar achar uma resposta para as minhas dúvidas. Aconteceu uma coisa ontem e estou até agora pensando. - respondo sincera.
- Sua Majestade, não me diga que a sua relação com o imperador está a ir mal? Isso pode ser bem má para o reino. Os países vizinhos podem querer tomar vantagem. Já que eles não querem enfrentar a Besta carmesim e a Dama de Diamante. - Naw fala exaltada. Parece quase apavorada. Nem passou pela minha cabeça que a minha relação com Leon fosse tão importante. Mais e mais dores de cabeça. Ah, definitivamente hoje eu sairei para tomar um ar. Aqui está-me sufocando.
- Não é nada disso. A minha relação com o imperador está a ir muito bem. - falo tranquilizando. Na verdade, é mentira. A nossa relação está numa fase onde é desentendimento e mais desentendimento. Mas não brigamos. Já que Leon não gosta de discussão, mas ele ignora-me por duas semanas. Eu mando ele fazer uma coisa e me ignora a fingir que não escutou, mas ainda ele cumpre as minhas ordens. Graças aos céus ele é um homem que escuta.
- Aí, Imperatriz por favor não me assuste assim. - ele coloca a mão sobre o peito e solta um suspiro de alívio.
- Eu não citei o imperador, então por que pensou ser sobre ele? - pergunto curiosa sem tirar o olho das coisas que eu estava a fazer.
- Ah! isso se deve pela expressão que a senhora estava a fazer. - ela respondeu-me e eu fiquei mais curiosa.
- Que categoria de expressão eu estava a fazer? Estou muito curiosa sobre isso. - parei de fazer o quê eu estava a fazer para prestar atenção no que Naw está a falar.
- Lembra do que aconteceu há seis anos e seis meses atrás. A senhora chegou na oficina com a mesma expressão e chegou até me perguntar qual era o melhor lugar para fugir do imperador. Perguntei o porquê disso e a senhora disse ser porque descobriu que estava grávida. - oh! Naw tem uma memória bastante boa. - E a senhor- - eu faço um sinal com a mão para que ela pare de falar. Ah! por favor não me lembre do meu passado negro. É vergonhoso lembrar que eu queria fugir, mas, todavia deu tudo certo. Mas sinceramente, não quero lembrar da expressão de Leon quando descobriu que eu queria fugir. Na questão de ser pai, ele não ligou muito e até hoje não liga. É um péssimo pai!
- Suficiente. Obrigada, Naw. - a agradeço e ela sorri.
- De nada, imperatriz. - ela fala com as bochechas um pouco vermelhas. Ah! agora vamos ao trabalho. Quero terminar logo dar uma volta por aí mais tarde.
Leon Barueri:
Me retiro furioso. Novamente Stephanie foi bem grosseira e sempre pisa nos meus sentimentos. Não sei porque eu tenho que aguentar tudo isso calado. Ela não me ouve, não me enxerga. O que devo fazer então? O comportamento dela já foi longe demais. Tenho suportado tudo isso por mais de seis anos.
- "Estou-lhe falando a verdade e sinto em dizer-lhe em dizer que não preciso da sua preocupação." - imito Stephanie.
- Meu senhor, o que está a fazer? - Herniel pergunta-me surpreso. - Algo está errado?
- Sim! Está tudo errado! Eu já devia ter ido embora deste palácio! - eu grito a desabafar sem querer. Percebo o que eu fiz e recomponho a minha postura. - Desculpa, Herniel. E por favor, não leve o que eu disse a sério.
- Claro, Sua Majestade. Ninguém nunca saberá. - ele curva-se e se retira.
Eu entro na minha oficina quase derrubando a porta e sento-me com agressividade.
- Por favor, tragam-me os relatórios dos suprimentos, dos navios que chegaram e saíram do porto, dos também do índice de violência na capital e nas áreas afastadas. - ordeno.
Todos ficaram parados a olhar e estalo a língua sem perceber.
- Agora! - grito sem paciência. Neste tempo que pararam para olhar, já podiam ter trago-me o que eu pedi. Ele tem um susto e começam a se mexer.
- Su-Sua Majestade tem um problema. - Um se aproxima de mim tremendo.
- O que é, agora? - pergunto sem tirar os olhos do que estou a fazer.
- Sobre o relatório do índice de violência, a imperatriz o pegou primeiro. - ah, então agora ela quer tirar os deveres de mim? Bom, quanto menos melhor!
- Ok. E isso não é considerado um problema. É só a imperatriz, roubando o meu trabalho. - eu sorri para o homem e ele assente e se retira sem muita demora. - Saíam todos! Quero ficar sozinho! - ordeno e todos saem rapidamente.
E eu inocentemente pensando que o dia seria bom! Que nada! Enquanto não me livrar das garras da Stephanie os meus dias estão arruinados! Mas antes tenho que fazer ela pagar!