Capítulo 4 Matteo

Algumas horas antes naquele mesmo dia.

Colocando os óculos escuros, saio do prédio de escritórios ten-tando ignorar os flashes das câmeras e os microfones e gravadores sen-do empurrados debaixo do meu nariz.

- Sr. Mazzari! Sr. Mazzari!

- É verdade que a polícia está em uma busca...

- A Construções Mazzari realmente é alvo de corrupção...

- Sr. Mazzari, sua relação com a máfia é realmente verdadeira?

Em silêncio, percorro o caminho com passos rápidos e entro no meu carro, batendo a porta e deixando as perguntas do lado de fora sem respostas. Controlando meu temperamento, não afundo o pé no acelerador como quero, saindo da frente do prédio a um limite de velo-cidade lento e calmo.

Entretanto, quando viro a esquina, explodo como um vulcão.

Cazzo !

Acerto a palma da mão no volante uma e outra vez, a raiva me fazendo xingar e aperto o acelerador acima do limite. Costuro pelo trânsito, ignorando as buzinas quando pego o telefone e vejo as diver-sas chamadas perdidas de Stefano e Cristian.

Jogando o aparelho de lado, saio da avenida e entro na estrada que leva para nossa pedreira. As máquinas rugem de um lado para o outro quando viro pelo pátio e desço até a entrada dos fundos. A poei-ra levanta quando derrapo com o carro ao parar bruscamente e saio do veículo jogando os óculos de sol sobre o banco e abrindo os primeiros botões da camisa.

Está um calor infernal. Vejo Stefano, meu irmão, parado segu-rando um bastão de madeira sobre os ombros e ao seu lado está Cristi-an. Ambos viram para me olhar quando pergunto bruscamente:

- Onde está o farabutto ?

Stefano aponta para o galpão no canteiro de obras com seu bas-tão e sigo para lá. Meus sapatos de couro estão empoeirados quando passo pelas grandes portas do galpão, assim como minha calça social azul marinho.

All'inferno com isso.

No centro, em meio às caixas e sacos, estão Rangel e Francesco. Meu cunhado e sogro estão parados olhando para o homem de joelhos, mãos amarradas nas costas e seu rosto desfigurado.

- O que esses dois estão fazendo aqui? - murmuro.

- Não faço ideia. Chegaram antes de nós e estão de guarda do traidor desde então. - Cristian retruca de volta.

Me aproximando dos três, agacho na frente do homem e o olho com atenção. Não sei se ele consegue me ver, já que seus dois olhos es-tão inchados. Seu nariz está quebrado, assim como o maxilar. Há um corte em seu lábio inferior inchado e outro perto do couro cabeludo.

- Isso é obra de Stefano? - pergunto, cerrando os olhos quan-do o homem se encolhe e choraminga.

- Não me deixaram chegar perto dele - meu irmão resmunga, girando o bastão antes de tornar a apoiar sobre o ombro. - Isso é tudo cortesia de Franco.

Olho sobre o ombro, observando o rosto sério de Stefano. Seus olhos azuis parecem furiosos, seu cabelo loiro escuro com alguns fios fugindo do rabo de cavalo curto. Cristian cruza os braços e fecha o ros-to em uma carranca.

- Não importa o quanto apanhe, ele continua dizendo que não é culpado.

O homem se agita, os dedos tentando agarrar a manga do meu terno.

- Sr. Mazzari, me ouça...

A costa da minha mão atinge a lateral do rosto dele, desequili-brando-o e fazendo cair de lado. Com os braços apoiados nas coxas, inclino a cabeça ao falar com ele.

- Lembro quando te vi pela primeira vez, Giuseppe. Rastejando e implorando por ajuda para sua família. Confiei em você, te dei a ad-ministração de tudo e você quebrou a promessa de silêncio ao divulgar alguns documentos importantes e completamente secretos.

- Por favor... me ouça...

Agarro a frente de sua camisa suja de sangue e o ergo de joelhos mais uma vez.

- Giuseppe, sabendo das consequências, por que contou aos jornalistas? - pergunto, a raiva distorcendo minha voz.

Ele desvia o olhar para os homens atrás de mim e então retorna para meu rosto.

- Eu juro, pela minha vida, que nunca pensei em traí-lo. Foram eles que...

- Todos cometem erros, Matteo - Rangel fala, se intrometendo no meio.

Rolando os ombros, fico de pé e olho para meu cunhado.

- Não existem erros na Famiglia Mazzari. Na minha casa, nos meus negócios, não há espaço para erros, Rangel.

- Ele está pedindo perdão. Isso é um sinal de que está arrepen-dido.

Arqueio as sobrancelhas, não acreditando no que estou ouvindo.

- O que esse homem fez não é algo que possa ser perdoado. A porra do trabalho que tive para conseguir convencer os jornalistas, não foi nada fácil. Se uma única linha fosse publicada, onde acha que estarí-amos? Seria o fim do nosso negócio, porra!

Stefano grunhe, seus dedos flexionando no bastão e abrindo um sorriso de escárnio.

- Quem trai uma vez, trairá novamente, Rangel - Stefano diz. - Não se quebra uma promessa. Isso é o que o papai nos ensinou.

Francesco cruza os braços, exalando.

- Não gosto de concordar com Stefano, mas o garoto está certo. Se perdoarmos Giuseppe, como vamos parecer para as outras famílias?

- Não lembro de ter pedido sua opinião, Francesco - digo, pe-gando a arma do coldre de ombro e engatilhando. - Só porque estou prestes a me casar com sua filha, não lhe dá o direito de opinar nas questões da família ou como devo fazer o meu trabalho. Você não é meu Conselheiro. Cristian é.

Isso faz Stefano rir, mas mantenho meus olhos presos em Fran-cesco. Sua garganta fica vermelha e sei que não é vergonha, mas pura raiva. Aponto a arma para a cabeça de Giuseppe, ainda olhando meu futuro sogro nos olhos.

- Na minha casa, no meu território, o preço da traição é a mor-te. Não existe misericórdia.

Meu dedo puxa o gatilho e o som do tiro ecoa no galpão. Sangue e cérebro espirram sobre o chão, algo que as cenas de filmes não che-gam sequer perto de representar de forma correta. É uma bagunça san-grenta.

E é completamente perturbador como isso faz Stefano sorrir.

- Levem como uma lição - falo, guardando a arma novamen-te.

Limpo as mangas do terno e saio do galpão com passos apressa-dos, Cristian correndo ao meu lado.

- Quero um relatório completo dos danos - digo. - Consegui conter a maior parte dos jornalistas, mas a polícia está rondando o pré-dio.

- Deixa comigo. - Cristian assente, já pegando seu telefone. - O corpo?

- Desove no mar. - Paro na porta do carro, a mão na maçane-ta. Olho para o galpão e então para o pátio. - E diga para a família dele deixar o território imediatamente. Vou voltar para a Ilha.

- Já? Pensei que teríamos uma noite de despedida de solteiro na Archivio. - Cristian sorri, parando de digitar e me olhando.

Stefano se aproxima, girando o bastão em uma mão.

- Não sou solteiro já tem muito tempo - digo, abrindo a porta do carro. - E disse que não pisaria na boate de Stefano se não fosse relacionado a negócios.

- Quem perde é você - Cristian diz, encolhendo um ombro.

- Um dos motivos de eu não cobiçar a porra do seu posto de Chefe, grande fratello . - Stefano interrompe minha conversa com Cristian. - Posso escolher quando me caso, sem a pressão da família, e ficar bêbado quando quiser.

- Não exatamente. - Franzo as sobrancelhas, sorrindo de lado em seguida. - Mas deixo você pensar que sim.

Stefano ergue o dedo do meio para mim, que ignoro. Entro no carro e abaixo a janela, colocando novamente os óculos de sol. Na por-ta do galpão vejo Francesco e Rangel, cabeças inclinadas e conversando baixo. Os olhos escuros do meu sogro levantam e me observam de lon-ge. Dou um breve aceno, falando para Cristian:

- Mantenha um olho naqueles dois.

- Ainda desconfiado? - Cristian apoia o braço na janela, olhando para o pátio.

Stefano já não é tão sutil, apontando o bastão como uma arma para os homens e simulando atirar. Exalo, ligando o carro e balançando a cabeça.

- Mantenha os amigos perto e os inimigos mais perto ainda. Entretanto, isso não significa que podemos dar as costas e confiar. - Tamborilo os dedos sobre o volante. - Tente manter Stefano na linha também.

- Ei, Cris. De Conselheiro você acaba de ser rebaixado para Babá.

- Cale a boca, leccaculo .

Cristian engancha o pescoço de Stefano em uma chave de braço, os dois lutando como duas crianças, e contenho a vontade de suspirar com cansaço. Ao invés, apenas digo:

- Não se matem. Os dois serão padrinhos do meu casamento depois de amanhã.

Os dois idiotas sorriem, parando de lutar apenas para começar a dançar enquanto cantam.

- Per amore, hai mai fatto niente solo per amore ?

Acelero, jogando poeira e cascalhos sobre os dois. Ainda há aqueles que pensam que os homens da máfia são sérios e sanguinários. Nós somos, mas há momentos em que alguns de nós esquecem essa parte, principalmente quando se está ao redor da família.

Dirijo direto para o heliporto mais próximo dentro de Reggio Ca-labria que tem um helicóptero pronto esperando por mim. A Ilha Maz-zari, onde minha família fica, é localizada entre a Sicília e a Calabria. Um pequeno ponto quase desaparecido do mapa. Meu povo está ali, crescendo e trabalhando, unidos. É pequena, mas produtiva.

Para conseguir chegar até a Ilha, você precisa ter permissão mi-nha ou de Cristian e um motivo muito bom para estar indo até nós. Olhando de cima, ela é a coisa mais bonita que alguém poderia ver na vida. A água cristalina, o vulcão adormecido, os campos. É um lugar que não trocaria por nada. Mesmo que eu passe mais tempo no porto ou na Construtora em Reggio, sempre vou me sentir mais confortável na Ilha.

Saindo do helicóptero, tiro os óculos e cerro os olhos na direção do sol quase se pondo. Os dias de verão se aproximam cada vez mais, o sol demorando a desaparecer mesmo o relógio marcando quase oito da noite. A casa Mazzari se ergue na encosta com vista para o mar, suas paredes na cor de terra e detalhes em pedra escura. Arcos altos na va-randa e janelas amarelas com cortinas brancas. Inspiro, meus olhos fechando ao sentir o cheiro de lar.

Desço a escada estreita lateral e entro pelo jardim, as portas da sala abertas e o cheiro do jantar flutuando para fora. As risadas das mulheres ecoam da cozinha, o som de panelas e talheres batendo se misturando. Vou direto para o escritório no andar de cima e deixo meu terno sobre a cadeira ao dar a volta na mesa.

Mal acabo de sentar quando percebo pequenos pés balançando sobre meu sofá debaixo da grande janela. Recolhendo alguns papéis e os guardando dentro de uma pasta, falo olhando de esguelha para o menino.

- Você não deveria estar dormindo?

Os pequenos pés descalços param. A cabeça de cabelos escuros e cheios de cachos bagunçados se ergue, olhos verdes curiosos e sonolen-tos na minha direção.

- Ainda é cedo.

- Já passa das oito. - Aponto.

- E o senhor disse que viria para jantar as seis. Está atrasado.

Exalo, recostando na cadeira e observando aquele rosto infantil emburrado de oito anos de idade. Romeo tem o mesmo formato do ros-to da mãe. E é aí que as semelhanças acabam.

- Desculpe. Aconteceu um imprevisto e não pude vir mais ce-do. - Levanto da cadeira e dou a volta na mesa, sentando na quina e olhando para Romeo no sofá. - Mas isso não é uma desculpa para você ainda estar acordado. E no meu escritório.

- Não quero dormir. Se fechar os olhos, amanhã chegará mais rápido e então... depois de amanhã... - resmunga, desviando os olhos para as mãos dobradas no colo.

Enfio as mãos nos bolsos e caminho até onde Romeo está, aga-chando na sua frente. Quando seus olhos finalmente encontram os meus, eu digo:

- Isso tudo é por causa do meu casamento?

Romeo encolhe um ombro, não me respondendo. Toco seu joe-lho com a ponta dos dedos, chamando sua atenção novamente.

- O que nós conversamos, Romeo?

- Não gosto da Isabel, pai! - ele explode, suas bochechas fi-cando vermelhas e seus dedos torcendo um no outro. - Não quero que se case com ela.

- Você não precisa gostar da Isabel. Apenas a respeite.

- Mas ela não me respeita! Me trata como uma criança idiota.

Seus braços cruzam sobre o peito, as sobrancelhas vincadas. Co-ço minha sobrancelha com o polegar, sentindo a cicatriz antiga com a ponta da unha. Nunca me disseram que criar um filho seria difícil. Ma-tar, torturar, comandar uma organização criminosa, ser dono de uma empresa e gerir diversas famílias que dependem de mim são coisas que posso fazer com uma mão nas costas e olhos vendados.

Mas... entender um filho?

- Romeo...

- E se... se vocês tiverem mais filhos? Eu vou ser descartado?

Pisco, surpreso com ele tendo esse pensamento.

- É claro que não. Você é meu primogênito, Romeo. De onde você tirou uma ideia dessas? - Balanço a cabeça e aperto seu joelho com a mão. - Quando eu morrer, o posto de Chefe dessa Famiglia será seu. Se você merecer, é claro.

- Eu vou merecer. - Romeo assente, sua cabeça inclinando em seguida. - Mas o senhor não vai morrer. Matteo Mazzari é imortal.

Sorrio, bagunçando seus cabelos.

- Sim, eu sou. Agora, vá para sua cama e não pense mais sobre ser descartado. Você não é um objeto, é meu filho. Entendidos?

- Sim, senhor. Boa noite, pai. - Romeo levanta, assentindo brevemente antes de correr para a porta e desaparecer no corredor.

Com um suspiro, levanto e paro ao lado da janela, observando o dia finalmente se tornar noite. A brisa fria e salgada do mar balança as cortinas, as ondas se chocando contra a areia fina. Com o ombro esco-rado na janela, observo o céu cheio de estrelas, me perguntando o mo-tivo de estar casando mais uma vez.

Apenas para o bem da família?

Quando voltei para casa, dez anos atrás, eu tinha um casamen-to arranjado com Isabel, filha de Francesco, Chefe da Famiglia. Apenas para tudo ser dissolvido quando Anthony Gallo apareceu na minha porta ameaçando todos da vila se eu não me retratasse pela morte de seu pai. Uma guerra iria começar até que eu conseguisse provar que a morte do Chefe da Famiglia Gallo não havia sido minha culpa. Um ar-quétipo havia sido montado, e o homem que cortou a garganta de Fa-bricio, morreu jurando que o mandante era meu pai.

Para apaziguar os ânimos, decidi que me casaria com a irmã mais nova de Anthony, Paris. Parte da aliança com os Caputo foi des-feita com isso. Não casei com Isabel naquele ano, mas minha irmã Mar-tina foi entregue a Rangel, irmão mais velho e o futuro Chefe, manten-do certa paz entre nós. Agora, não faz seis meses que fiquei viúvo, Francesco me colocou na parede e cobrou o casamento prometido com sua filha.

Esfrego o rosto, cansado. A guerra entre as famílias é como a po-lítica: cheia de jogos, intrigas, lutas por território e alianças. Somos chamados de ilícitos, mas apenas porque não acobertamos nossa cor-rupção como vários países fazem com sua política. E, se as pessoas sou-bessem que parte da máfia é financiada pelos governantes poderosos...

O vento se intensifica, trazendo junto com ele o cheiro das flores do jardim. No meio do perfume, sinto um toque sutil de poeira. Olho para o horizonte, além das montanhas rochosas e o extenso mar revol-to. Inquieto, franzo as sobrancelhas ao me afastar da janela. Talvez eu precise apenas dormir.

Com esse pensamento, saio do escritório e vou para meu quarto. Desabotoo minha camisa quando abro a porta, meu corpo retesando assim que percebo que não estou sozinho. Tento não ranger os dentes quando vejo Isabel deitada sobre minha cama vestindo nada mais que uma camisola sexy preta transparente. As curvas do seu corpo são vi-síveis quando se senta, cruzando as longas pernas pálidas e me deixan-do ver parte do seu sexo descoberto.

Meu pau contorce na calça, mas não dou atenção. Faz longos meses desde que fiz sexo e não seria essa noite que eu teria alguma li-bertação. Ainda mais com Isabel. Isso me faz pensar em como seria di-fícil depois do casamento. Me ocupo em tirar o relógio, deixando-o na mesa de cabeceira e dando a volta na cama.

- O que está fazendo aqui?

- Esperando você. - Isabel sorri, desfazendo o laço que une a frente da camisola.

Me curvo, pegando o robe fino caído aos pés da cama e jogo so-bre ela, desviando os olhos e indo para a porta que leva para a varan-da.

- Vista isso e saia.

- Matteo...

- Você não tem permissão para entrar no meu quarto - digo, cruzando os braços e olhando para fora.

Sinto sua presença logo atrás, meus músculos retesados e tensos quando sua mão toca minhas costas.

- Eu sei, mas você não acha isso estúpido? Nós vamos nos ca-sar depois de amanhã. E nós já nos divertimos antes. - Isabel desliza seus braços ao redor da minha cintura, sua mão descendo até perto da minha virilha.

Seguro seu pulso com firmeza, saindo de seus braços e a empur-rando sutilmente.

- Não me toque, Isabel.

- Por que é tão difícil me amar? Nós éramos amantes antes da-quela...

- Não se atreva - falo através de dentes cerrados, olhando-a com raiva.

Os olhos azuis de Isabel me fitam com ódio, seu dedo subindo em riste na direção do meu rosto.

- Esperei em silêncio por anos, Matteo. Anos! E agora...

- Agora é apenas um acordo entre as famílias, da mesma forma que foi feito dez anos antes. Nada mudou, nada irá mudar. Saia do meu quarto. - Aponto para fora. - Ou eu mesmo vou carregá-la até lá.

- Dentro de dois dias será nosso casamento e vou entrar por es-sa porta como sua esposa. Serei a dona desta casa. E nem você poderá me escorraçar para fora como um cão sarnento - Isabel rosna.

- Lembre-se do seu lugar, Isabel - falo, aproximando nossos rostos. Vejo o momento que o medo cruza seu olhar, fazendo-a dar um passo para trás. - Mesmo que esteja casada comigo, se eu decidir que vai dormir lá fora, você vai. Se eu quiser colocar uma maldita coleira em você, eu vou. Aquele anel de casamento sendo colocado em seu dedo, você deixa de ser dona de si mesma e a passa a ser minha e vou usá-la da maneira que bem entender. Então caia fora antes que eu faça algo que me arrependa.

Como torcer seu pescoço fino e iniciar uma maldita guerra. Isa-bel desvia os olhos marejados e pega o robe de cima da cama, passando por seus ombros e saindo do quarto em um silêncio sepulcral. Passo os dedos pelo cabelo, irritado, querendo atirar em algo.

O dia estava indo de mal a pior.

E é apenas o começo de tudo.

            
            

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