/0/5650/coverbig.jpg?v=e04aaa0bef1177993c2a7cb7480f6086)
Nicolas poderia perguntar do por que aquele ser seu primeiro, mas não perguntaria. Só de saber que ele tinha sido o único a sair com ela sozinhos pela primeira vez, e capaz de proporcioná-la o prazer disso, deixou-o aturdido e alheio aos fatos mais importantes.
- Isso me deixa... – Ela o olhou rapidamente. - Feliz. Podemos ter outros se quiser – Ele disse e sorriu. Ela fez o mesmo.
- Se todos forem como esse, eu adoraria sair mais uma vez com você.
Ele riu aproximando seus lábios. Inspirou o aroma que nem o mar fora capaz de arrancar dela, tocou em seus lábios com os polegares antes de atacá-los com luxúria. Mas o beijo não fora aprofundado. Nicolas estava para explodir, não se seguraria, e nem manteria o controle se ficasse tão perto dela daquela forma.
- Preciso ir. – Ela disse, despertando-o dos pensamentos desconexos. - Minhas amigas devem está preocupadas comigo, são quase três da madrugada. – Avisou. Ele sorriu e saiu de cima dela lentamente. Vestiu sua camisa e a viu sentar-se na pedra antes de levantar e sorrir.
- Eu gostei de você. – Ele disse assim que pôs os olhos novamente sob ela. - Muito.
Ela riu dando um passo à frente somente para lhe beijar e o abraçar bem devagar, sentindo todo o prazer de ter aquele corpo cheio de músculos em seus braços.
- Eu também gostei de você.
Quando chegaram ao estacionamento, Emelly tentava caminhar descalça até o carro, recebendo inúmeros beijos de Nicolas quando ele não estava olhando para frente. Quando pararam em frente ao R8, ele a olhou de cima a baixo e fechou os olhos pensando duas vezes.
"Hm, que mal faria?".
- Sabe dirigir, Emelly? – Perguntou ainda de olhos fechados.
- Claro. – Disse admirando o belo carro do Harrington. Ele sorriu e puxou sua mão lhe entregando a chave. Emelly riu e mordeu os lábios quase os fazendo sangrar pela força. - Isso é sério?
- Se você arranhar a Gesy, você paga. – Sussurrou ele no ouvido dela antes de caminhar para o banco do passageiro.
- Gesy? Eu sei que homens amam nomear seus carros, mas Gesy? – Ela o olhou, Nicolas revirou os olhos.
- Se não quiser dirigir... – Provocou.
- Não! Claro que eu quero, imagina.
Ela adentrou o carro dando um sorriso magnífico. Sim, tudo valeria à pena se ele visse para sempre aquele sorriso inocente estampado na face da garota ao seu lado. A cada segundo que se passava com ela, Nicolas se surpreendia com algo bobo que ela fazia, falava, ou somente com seu sorriso puro e hipnotizante. Mas naquele instante quando a viu sorrir boba enquanto dirigia seu carro, ele decidiu que manteria aquele mesmo sorriso puro nos lábios dela para sempre, e que lhe daria um carro de presente antes do ano acabar.
Quando enfim chegaram ao destino, permaneceram calados. Emelly desligou o motor do carro e olhou para frente, sabendo que teria que sair daquele belo carro. E o mais importante, deixaria de ver o rosto do homem mais lindo que ela já vira em toda a sua vida. Depois de quase cinco minutos de silêncio, Nicolas o quebrou.
- Quando vamos sair de novo? – Perguntou e a encarou.
- Quando você quiser. Eu gostei da sua companhia.
Ela disse já abrindo a porta do carro, o moreno fez o mesmo, e a encontrou na calçada, ainda descalça com seus cabelos bagunçados e seu vestido desalinhado em seu corpo. Parecia tão sexy, e tão inocente. O que ela estava fazendo com ele?
- Então, até mais. – Ela disse, deu um passo à frente para beijar-lhe os lábios. Não sabia quando poderia repetir a dose, então ela aproveitaria cada segundo.
Quando o beijo acabou, novamente eles se olharam encantados um com o outro. Sem dizer mais nada, ela virou as costas subindo as escadas depressa, mas antes de chegar à porta do prédio, ela virou-se para ele com um sorriso bobo.
- É Jinx. – Ela disse e ele voltou-se para a mulher com uma expressão confusa.
- Jinx? – Repetiu.
- Meu nome é Emelly Jinx. – Murmurou ela acenando.
- Ok... – Ele riu inebriado pela sua doçura - Meu é Nicolas Kennedy.
- Impactante senhor Kennedy. – Ela disse e ele riu.
- Até a próxima, senhorita Jinx.
Nicolas ficou ali na calçada a vendo entrar. Depois que constatou que ela subiria em segurança para seu apartamento, ele deu as costas olhando para seu carro e depois levantou os olhos para admirar as estrelas do céu.
- Jinx, é? – Ele riu passando as mãos pelo rosto - Talvez eu descubra algo a mais sobre você.
Murmurou enquanto entrava no carro e ia embora, amanhã seria um novo dia. Um novo dia para marcar uma nova data para um novo encontro.
O mais rápido possível.
Por favor.
Depois do domingo agonizante que teve ao passar cada minuto pensando em seu encontro de sábado à noite, Emelly abriu os olhos e acordou cheia de energia para uma segunda-feira fria. Estava contente e, todas as vezes que pensava nele, levava as mãos ao coração para senti-lo acelerado. Era uma emoção forte ao lembrar-se de Nicolas a beijando na água à luz do luar, na areia, e em todos os lugares onde passaram em seu encontro incrível.
Levantou-se da cama reparando que era cedo ainda. Tomou um banho e naquela manhã preferiu ir para sua academia, deixaria de ir à escola somente aquele dia. Sua alegria não caberia naquele lugar. Daria toda sua felicidade da noite maravilhosa à sua nova coreografia solo para a apresentação que fariam no meio do ano. Iria se esforçar e ganharia quaisquer chances que tivesse para alcançar seus sonhos.
Do outro lado da cidade, Nicolas trabalhava arduamente em sua sala, digitando o que precisava no computador com uma pressa nunca vista. Ele só queria acabar com tudo o que tinha que fazer aquele dia para novamente sentar e planejar o que faria para sair novamente com a garota mais linda que cruzou seu caminho. Analisando seus documentos, uma nova notificação chegou em sua agenda eletrônica, e nela descrevia tudo o que ocorreria daqui a 20 dias. Uma grande festa dos Carmichael para a comemoração da sociedade que estava para ser finalizada até lá. Nicolas suspirou, nunca quis se associar a outra empresa. Já bastavam ter um mercado grande em todo o Japão e que já se expandia no Brasil, sendo comandado pelo irmão mais velho.
Mas, a empresa ainda era de seu pai também. Emilio Harrington tem um grande carinho pelos Carmichael, e quando abriram uma vaga para um sócio na empresa, nenhuma família seria tão boa quanto à família Harrington, certo?!
Os Carmichael estavam à procura de um novo herdeiro, ou um sócio para tomar e seguir as empresas quando eles não puderem mais. Sua linhagem, ou seja, sua única filha odiava entrar em escritórios e passar o dia trancafiado neles. Não pretendia nem fazer faculdade de administração de empresas, deixando os pais com as mãos atadas. Ou fariam outro filho, ou procuravam um sócio que tivesse iniciativa quando os verdadeiros donos não puderem mais. Nicolas rolou os olhos deitando sua cabeça sob o estofado de couro da cadeira. Como uma garota daquelas se negava ao que era seu por direito? Por que se negava a trabalhar como seus pais? Como podia negar todo o esforço de sua família e entregar nas mãos de outra assim do nada? Isso não poderia acontecer com a sua família. Nicolas trataria de ir em buscar uma mulher que o desse um filho. Não em breve, mas teria um que ele mesmo iria cuidar e tratar de prepará-lo para assumir o maior cargo na empresa da família e levar o legado Harrington adiante quando ele não estiver entre os vivos.
Logo que pensou em mulher, filhos e herdeiros, Nicolas lembrou vagamente do sorriso que o atormentou a noite inteira. Não conseguiu dormir um segundo. Quando fechava os olhos, ele se lembrava do tamanho da beleza de certa mulher banhada pela luz da lua, ou do sabor de seus beijos doces, e ao mesmo tempo tão libidinosos. Lembrou-se também do sorriso infantil que deu ao dirigir seu carro com velocidade e deu um meio sorriso. A garota era incrível.
- Nicolas. – O moreno olhou para a porta vendo sua mãe entrar bem devagar e olhou para o telefone. Será que tudo estava tão bagunçado em sua vida, que nem a secretária o avisava mais que teria visitas? - Filho?
- Oi, mãe. – Ele levantou-se seguindo para frente da mesa, onde deu um pequeno beijo na bochecha da sua grande mulher e convidou-a para sentar-se ao sofá de couro de sua sala. - O que a senhora faz aqui?
- Eu vim te dizer que ficaria encarregada de achar uma bela acompanhante para você. – Disse animada, enquanto mexia nos cabelos do caçula.
- Para quê? – Perguntou confuso.
- Como para quê, meu filho? A festa dos Carmichael acontecerá daqui a vinte dias! Você precisa de uma bela moça para lhe acompanhar e manter as aparências, sim?
Nicolas encarou sua mãe com um sorriso congelado na cara. Acompanhante? Quem queria uma acompanhante por uma noite? E quem seria essa tal mulher? Qualquer uma que ele terminaria a noite indo para a cama? Ah... Com certeza não. Ele não queria nenhuma mera mulher ao seu lado. Logo veio novamente em seu pensamento o sorriso bobo de Emelly.
- Não precisa mamãe. – Ele disse voltando a atenção máxima de sua mãe.
- Claro que precisa, e eu pensei nas suas próprias amigas. – Ela levantou-se olhando em volta de sua sala. Nicolas suspirou. - Temos a Jully, ela é a minha preferida, é claro. Sempre quis que vocês dois formassem o casal mais lindo do mundo.
- Isso nunca irá acontecer.
- Pelo menos a acompanhe, querido.
- Também não. – Nicolas levantou e seguiu até a sua mãe, que tocava em uma das fotos que havia posto na parede de sua sala. - Mãe, eu já sou bem grandinho. Eu mesmo procuro minha acompanhante.
- Querido... – Ela voltou-se para ele, apertando suas bochechas - Eu sei que você já é um homem formado e muito bonito, só que até agora eu nunca o vi com nenhuma namorada, além dessas mulheres que lhe servem apenas para uma noite. Não quero ter um neto de qualquer uma vadi4 que você já dormiu. – Nicolas riu - Não ria, estou falando sério! – Ela saiu de sua frente para pegar sua bolsa e Nicolas a acompanhou - Espero que saiba escolher.
- Não se preocupe com isso, mãe. – Disse já fechando a porta. Agora teria que ir a busca de sua acompanhante para uma festa. Bom, não seria tão difícil assim. - Emelly Jinx.
-
-
- Se você se esforça assim, ganhará o papel principal na peça do meio do ano, não? – Disse Maria, a professora de dança de Emelly, e sua quase melhor amiga.
Maria era dona de uma academia de dança não muito famosa, e nem tão rica como as das outras da mesma cidade, mas isso não a impedia de ensinar seus alunos com o amor e carinho que todos os professores tinham que ter. Sua academia oferece aulas maravilhosas para todos os tipos de classe, desde a mais rica até a mais pobre. Amava ver como todo esse povo esquecia-se de quem era quando se misturavam.
Atualmente, estava casada com Antony e tinha uma filha chamada Mia. Uma garota que fora tratada como uma princesa e tratava todos os outros como escravos. Para a pequena Miriam, o importante era o dinheiro, mesmo que essa filosofia de vida nunca lhe fora ensinada pelos pais. A menina namorava Miguel Harrington, um dos meninos mais problemáticos que Maria já havia conhecido. O trouxe da rua nem sabendo de seu sobrenome, o tirou das drogas e de tudo que o impedia de ser feliz, e quando descobriu o conhecido nome verdadeiro do Harrington, se sentiu feliz, e mais uma vez, contou a todos que o dinheiro nunca era solução para tudo. As pessoas não precisavam de dinheiro, e sim de amor.
Miguel e Mia se apaixonaram pouco depois dele chegar à Academia, o que deixou à garota mais feliz. Foi o que descobrira depois de quase dois meses de namoro. Ela amava Miguel. Não pelo o que ele tinha no banco, e sim pelo o que Maria o transformou.
- Precisa se esforçar mais um pouco até lá, não é? – Maria disse enquanto se aproximava mais de Emelly, que estava no centro do palco olhando para as cadeiras vazias.
- Sim, eu não estou à altura das outras concorrentes.
- Não diga isso. – A loira ficou ao lado, olhando fileiras e mais fileiras de cadeiras. - Você é boa garota, Emelly e vai ser a melhor. Assim eu rezo todas as noites. – Sorriram - Tu terás um futuro promissor, se assim quiser.
- Não se preocupe, eu pretendo levar o meu sonho adiante, mesmo meus pais sendo contra. – Ela riu. - Preferem que eu me enfie dentro de um escritório sem vida. – A rosada sorriu amarga. - Imagino Mia que tem tudo o que eu sempre quis e não dá valor.
- Não ligue para isso. Mia sabe o que quer da vida, pelo menos eu imagino que sim. Então, por enquanto vamos nos preocupar com sua coreografia para os primeiros testes daqui a 15 dias.
- Estou ansiosa. – Disse a rosada voltando à sua dança solo.
Maria se afastou admirando cada gesto lento que fazia, tinha certeza do que estava fazendo quando a inscreveu para a melhor academia de dança do mundo. Um dia eles a procuraram, cedo ou tarde.
-
-
Depois do almoço, Nicolas estava em uma breve reunião com os companheiros de trabalho, exceto seu pai que havia sido sequestrado. Mas para o desgosto de todos sentados à mesa, Nicolas queria mesmo era saber de rabiscar de todas as formas e com todos os tipos de letras o nome de Emelly Jinx sob a folha de papel branco que foi lhe oferecido para fazer suas observações.
Emelly Jinx para o Harrington era uma mulher com uma beleza jamais vista. Com seu sorriso encantador e uma olhar desafiador ela o enchia de excitação, ao mesmo tempo em que o deixava bobo, a ponto de se jogar aos seus pés. Perguntava-se onde ele poderia encontrar o homem que a atacou naquele dia na boate. Com certeza teria muita coragem para mandar matá-lo em dois tempos. Tudo isso por ela. Jamais queria ver outra lágrima cair daqueles olhos verdes cheios de brilho que o enfeitiçou e o deixou louco. Na madrugada, como passou a noite acordado, tomou três banhos gelados, pensando em cada curva que ele ousou tocar naqueles beijos quentes que trocavam.
- Nicolas, está ouvindo? – Perguntou alguém e Nicolas levantou a vista encarando o melhor amigo de um lado, e sua melhor amiga do outro.
- Sim, mas é claro. – Afirmou encarando os dois rapidamente.
- Está anotando tudo? – Ela perguntou de novo e Nicolas confirmou logo depois. - Muito bom, porque ainda temos a festa daqui a vinte dias para nos planejar. Você terá que preparar um discurso, e seu irmão tem que vir do Brasil.
- Assunto chato para uma segunda. Podemos dormir? – Disse James deitando-se na mesa.
- Assunto chato nada, James! Recomponha-se e, pelo menos uma vez, leve alguma coisa a sério, como o Nicolas. Seu preguiçoso...
- Igual a ele? – James levantou-se de sua cadeira somente para brigar com Nicolas pelo papel que o moreno tanta anotava - Ele só escreveu o nome de alguém nesse papel, idiota...
Nicolas fechou a cara dando-lhe uma tapa e tomou o papel de volta - Façam o que achar que está certo. Concordo com você, Jully.
A ruiva sorriu abobalhada.
- Nicolas, vamos sair para jantar, depois do trabalho?
- Não Jully, tenho um compromisso importante. Quem sabe outro dia. – O moreno se levantou e encarou James com ódio. - Dois minutos na minha sala.
- O que aconteceu? – James perguntou entrando na sala do Harrington logo atrás do mesmo. O viu sentar na beirada de sua mesa e encará-lo.
- Quero que você recolha informações sobre uma mulher.
- Que mulher? Vai dizer que é a dançarina da boate que você saiu?
- Isso não lhe interessa.
- Claro que interessa. Como eu vou buscar por informações dela se eu não souber de quem se trata?
- Vadi0. – O moreno virou o rosto. - O nome é Emelly Jinx. Quero que você pesquise se informe e descubra tudo sobre ela e do que ela gosta.
- Ok, para quando você quer? – Perguntou entediado.
- Pra ontem.