Capítulo 10 CHAPTER 8

"Você pensa q quer desaparecer, mas tudo q realmente quer é ser encontrado."

- Autoria desconhecida

CATTLEYA

Não posso dizer que minha viagem até Seattle foi complemente calma, porque não foi. Mal o avião havia decolado e uma onda de enjoos se abateu sobre mim. Eu tinha levado remédios para evitar mal estar? Sim. Tinha. Mas, mesmo assim, não adiantou nada. Sofri durante todas às três horas e meia enquanto o avião estava no ar. Foi péssimo. Um horror. À ideia que eu tinha era que não íamos pousar nunca. Chegamos em Seattle por volta das duas e meia da manhã. O saguão do aeroporto estava parcialmente deserto quando coloquei meus pés em terra firme. Havia pouquíssimas pessoas transitando por ali. Depois de pegar minhas bagagens eu corri pro banheiro, chegando lá bem a tempo de mais outra crise de enjoos. Inferno. Eu havia esquecido como isso era horrível. Meu estômago tinha controle sobre mim e era ele que conduzia minha vida atualmente. Depois de recobrar um pouco de dignidade, saí do banheiro e chamei um táxi no aplicativo de celular, informei o endereço de um hotel no centro da cidade e fiquei aguardando. Quinze minutos depois eu estava dentro do táxi, meia hora depois estava na recepção do hotel fazendo o check-in.

Atrás do balcão da recepção estava uma mulher alta, cabelos louros prateados e uma cara rebocada por uma maquiagem forte.

- Seus documentos de identificação por favor. Será de quantos dias sua estadia aqui conosco?

Dei as malditas informações que a recepcionista pediu e ela completou o processo, devolvendo meus documentos logo em seguida e informando o número do quarto que eu ficaria. Cinco minutos depois eu estava acomodada no quarto, a mala guardada em um canto e morrendo de fome. Por sorte eu havia comprado alguns petiscos para a viagem e fiz deles o meu lanche da madrugada. Terminei o lanche e me surpreendi com meu celular tocando em cima da cama, onde eu havia largado ele. Atendi no minuto que vi o nome de John piscando na tela.

- Oi Calopsita, como foi a viagem? Você tá bem?

Me joguei sobre os travesseiros e dei uma risada.

- A viagem foi um terror. Passei mal o caminho todo, a comissária de bordo teve que interditar um dos banheiros para mim. Foi vergonhoso, mas tirando isso, deu tudo certo. Eu estou indo bem.

- Já está no hotel?

- Sim, o dinheiro que Jordani me passou foi bom o bastante para eu pagar um hotel cinco estrelas aqui no centro. Ai John, Seattle é tão linda. Eu nunca tinha vindo aqui.

Mesmo que eu tivesse só visto parte da cidade, alguns pedaços do centro de dentro do táxi, eu ficara maravilhada. Seattle era divina, com lojas iluminadas, prédios de tamanhos sem fim e uma infinidade de outdoors brilhando nos céus. Era tudo muito lindo e fascinante.

- Muito menos eu - confessou John. - Quando você virar mulherzinha de mafioso, eu vou te visitar.

- Mulherzinha de mafiosos é meu pau.- rebati. - Não brinca com essas coisas John. Eu só irei servir de barriga de aluguel pro cara, apenas isso. Não crie um conto de fadas nessa porcaria de acordo.

Ele deu uma risadinha antes de continuar falando.

- Hm. Então com essas palavras você já decidiu aceitar a proposta deles?

Fiquei pensativa. Eu estava realmente decidida a cometer essa insanidade? Sim. Mas, o medo de me meter numa furada estava ali comigo constantemente. Na cerne geral, eu estava dividida.

- Noventa e cinco por cento de chance de sim, mas ainda estou com receio. - respondi depois de um tempo. - Tenho medo que isso me cause problemas futuramente. Essa gente leva uma vida de outro mundo John. Meu Deus, isso é insano. Tem noção de como isso vai mudar o rumo da minha vida? Não sei se vai ser pra bom ou ruim, e me causa um medo absurdo.

- Vai dar tudo certo. Pare de ficar se preocupando atoa. Procure pensar positivo. - aconselhou ele, soando com confiança afim de me encorajar. - Você vai ganhar sua liberdade e ainda por cima muito dinheiro. Os dois lados sairão ganhando.

Sim, os riscos eram grandes, mas em compensação, os benefícios não eram simbólicos, eram reais. Eu teria a chance de mudar de vida. Meio milhão de reais era muito dinheiro. Eu compraria um apartamento e me mudaria com Nono para ele. Além disso, conseguiria dar uma boa ajuda para John e tia Zelda.

- É, vendo por essa perspectiva você tá certo. - eu disse, em concordância. - Enfim, agora eu vou dormir porque quando o dia amanhecer eu vou me encontrar com o chefe do Jordani. Finalmente vou ver a cara desse cretino. Espero que as coisas ocorram bem e sem incidentes.

- Jordani já sabe que você está aí? Você o avisou?

- Não. Não avisei nada. Vou fazer uma surpresinha pra ele e pro chefe dele.

- Ai porra! Será que ele é bonito? - reverberou John, em tom histérico. - Digo, o chefe do Jordani. Eu tô me corroendo de curiosidade pra saber como ele é. Eu quero saber de cada detalhe viu mocinha.

Rolei os olhos em gesto de tédio, mesmo sabendo que ele não veria. John e sua mente fértil estavam ativados. Ele era neurótico com essas fantasias medíocres em sua cabeça.

- Nem começa John. Eu não acho que ele seja um príncipe bonitão. - discordei em tom monótono. - Presta só atenção na situação. Se ele precisa inseminar uma mulher pra ter filhos é porque ele deve ser um velho raquítico e fedorento. No mínimo deve ser um ranzinza da idade da pedra. Deus me livre!

John gargalhou e eu podia apostar que ele estava com aquele olhar de descrença em seus olhos como gostava de ostentar. Ele era terrível quando metia algo em sua cabeça.

- Eu acho você pode se surpreender Catty. - ele soou em discordância e convicto. - Eu dei uma pesquisada sobre esse negócio de inseminação artificial e tem muitos homens poderosos que fazem uso desse procedimento para terem filhos sem precisar estar ligados à uma mulher. É meio que uma moda entre eles.

Levantei da cama e fui até a sacada, ficando fascinado com a vista que estava a disposição dos meus olhos.

- Uma moda bem bizarra sair inseminando garotas desconhecidas e fodendo suas vidas. Você chama isso de moda e eu chamo de crime.

- O seu caso foi um acidente Catty. - ele contra argumentou no mesmo segundo. - Jordani mesmo disse isso. Você estava no lugar certo, mas na hora errada. Eles não te escolheram a dedo pra te inseminar por pura maldade.

- Nossa, agora você tá defendendo esses crápulas? - repliquei ofendida.

- Não é isso, só estou dizendo que sua situação foi um caso à parte. - ele contrapôs.

- Eu sei, mas isso não altera o fato disso tudo ser uma desgraça completa. Agora eu estou aqui, com a corda no pescoço tendo que me submeter a uma situação tão humilhante. Eu odeio me sentir usada.

- Eu te entendo. Mas, chega de ficar revolvendo águas passadas. Já aconteceu. Agora é hora de você usar isso a seu favor. Se pra ter sua liberdade e chance de recomeçar sua vida com muito dinheiro, eu apoio você assinar esse contrato. O que pode dar errado afinal de contas?

Muitas coisas, mas eu preferi não verbalizar meus pensamentos por temor deles se tornarem realidade.

Quando o sol despontou no horizonte, eluminando o interior do meu quarto, anunciando a chegada da manhã, eu já estava de pé, de banho tomado, higiene pessoal feita, encarando a mim mesma no espelho do banheiro, desapontada. Maldita blusa branca que resolvera ficar amarrotada dentro da mala e amaldiçoado fosse àquele salto alto que estava pegando meus tornozelos. Argh que ódio! Eu deveria procurar outra blusa pra vestir, mas acontece que eu não tinha muitas opções à minha disposição e em relação ao salto era a mesma coisa. O jeito era ir daquele forma mesmo. Até porque eu não estava indo pra um desfile de moda, estava indo para um matadouro aonde eu era o sacrifício. Então, que se fodessem os padrões de beleza.

As ruas estavam movimentadas quando saí para fora do hotel. O centro de Seattle era um dos principais pontos comerciais da cidade, com uma bela vista para o Space Needle e para a costa. Os parques e praças urbanos eram cercados por "florestas" artificiais de grandes edifícios, com algumas construções mais antigas entre eles. A oeste do hotel em que eu me hospedara estava o famoso Pike Place Market. Em meio a tudo isso, havia uma ampla gama de bares e restaurantes pequenos, porém atraentes, além de diversos estabelecimentos maiores e lojas conhecidas. Enquanto caminhava na calçada alinhada de gente, era acompanhada por uma brisa fria que fazia meu corpo temer. Continuei a apreciar os arredores, seguindo o fluxo de pessoas apressadas, verificando o indicador do gps a cada cinco minutos. Dentro do envelope que Jordani havia me entregado, eu encontrara o endereço do meu destino, a sede global do ValixBank. Tratava-se de um aranha-céu monumental, destinado ao maior banco financeiro do estado, elevado aos céus com seus 42 andares. Eu me senti uma formiga perto daquela construção arquitetônica e excêntrica, com o nome ValixBank escrito sem nenhuma modéstia em aço em cima das portas de vidro da entrada.

Forcei meus pés a caminhar em direção às portas de entrada, olhando para o pico do aranha-céu e foi nesse momento, que alguém topou de frente comigo na calçada, me fazendo recuar para trás, mas ainda assim, sujando toda minha blusa de um líquido preto. Era café. Por sorte não estava tão quente, mas mesmo assim, ainda me fez berrar furiosa.

- Cacete! Você não olha por onde anda? - esbravejei, avaliando o estrago feito no tecido da minha blusa. A colisão deixou uma marca horrível de café como resultado.

A mulher olhava para mim e para a mancha sem saber ao certo o que dizer.

- Me desculpa moça, eu sinto muito por isso. - começou ela, parecendo sinceramente envergonhada. - Se quiser, eu posso te emprestar uma roupa. Eu sempre ando com uma reserva, caso haja imprevistos. Está no meu carro.

- E os homens ainda pensam que podem superar as mulheres. - comentei, fazendo ela sorrir. - Será que vai servir?

- É possível, mas a gente só saberá tentando. Vai querer? É o mínimo que posso fazer por você.

- Tudo bem.

A desconhecida me guiou até o local aonde estava o veículo dela e me pediu para entrar nele, tomando lugar no banco do passageiro. Eu fiz como ela instruiu e lá dentro, ela esticou a mão para os bancos de atrás e pegou uma bolsa vermelha, retirando de dentro em seguida uma muda de roupas lavadas e cheirosas.

- Aqui, acho que pode servir. - disse afirmou, me entregando as peças com um olhar esperançoso. - A propósito, me chamo Ariel. Sinto muito pelo incidente. Eu estava andando feito uma idiota na rua.

Ariel era uma mulher muito bonita, seus olhos eram expressivos, nariz bem desenhado e um rosto salpicado por algumas sardas que deixavam ela muito fofa. O cabelo era vermelho, mas não um vermelho forte, era claro, quase beirando a um dourado. No quadro geral, eu estava na presença de uma possível modelo da Vogue.

Peguei as roupas que ela me entregou e comecei a tirar minha blusa. Pouco me importava se eu estava na frente de uma estranha, eu queria me livrar daquela blusa tingida de café o quanto antes. O cheiro da cafeína estava começando a enjoar minhas narinas.

- Sem problemas. Eu também estava andando feito uma tonta, a culpa não foi somente sua. - comentei, vestindo a blusa que ela me dera e testando no corpo para ver se tinha ficado boa. Era de seda, na cor vermelha e combinava perfeitamente com a calça preta de sarja. - Acho que serviu. O que você acha?

Me virei de um lado para o outro, enquanto ela avaliava.

- Ficou perfeita. Acho que temos o mesmo tamanho. - respondeu ela com um meio sorriso. - Você está indo pro banco?

- Sim, tenho alguns problemas pra resolver lá. - respondi, tentando arrumar as mechas de cabelo que haviam se rebelado.

- Aqui, usa um elástico. Seu cabelo é lindo, vai ficar bom de qualquer jeito. - elogiou ela entregando o elástico.

Cerca de dez minutos depois eu estava pronta novamente, ou nem tanto, já que na tarefa de me vestir dentro do carro, havia amarrotado a roupa toda. Um desastre, mas mesmo assim, tudo tinha dado certo no final.

- Bom, acho que estou pronta. Obrigado Ariel. - agradeci abrindo a porta do carro e saí para fora. - Me chamo Catty a propósito, valeu por ter me ajudado, se fosse outra pessoa nem teria se dado ao trabalho.

Ela saiu para fora do veículo tambem e ficou rente à ponta, sorrindo.

- Imagina, eu só fiz o que achei certo.- respondeu soando sincera. - Bom, espero que você consiga resolver seus problemas. Tenha um ótimo dia.

O relógio apontava dez horas quando entrei no saguão da recepção do ValixBank, uma "caverna" moderna feita de vidro e titânio, causando intimidação em quem não estava acostumado a entrar em lugares como àquele. No caso, eu mesma. A julgar pelo edifício, que era asséptico e moderno, acho que o chefe de Jordani deveria estar na faixa dos cinquenta anos. Sim, era isso. Até porque não tinha lógica alguém tão novo liderar uma empresa grandiosa como aquela. Era descabida a ideia.

Atrás da mesa de arenito, onde ficava instalada a recepção, um homem muito jovem e bem arrumado sorriu para mim com simpatia. Ele vestia terno e gravata, cabelos negros em corte social, criando um quadro perfeito de elegância e postura profissional. Estava impecável. Se o moço da recepção se trajava assim, imagine o dono daqui.

- Olá, seja bem ao ValixBank senhorita. Como posso ajudá-la? - ele manteu o sorriso simpático na minha direção.

- Estou aqui para falar com o gerente. - informei.

- Quando fala gerente você quer dizer o presidente correto? - ele perguntou, e eu acenei que "sim" com a cabeça. - Da parte de quem?

Da parte do Lord Voldemort, ora bolas! Não tá me vendo aqui não moço?

- De mim mesma. - respondi educadamente. Era perceptível que o sorriso de plástico na cara dele era apenas uma máscara de antipatia. - Me chamo Cattleya Prince e tenho assuntos para tratar com o seu chefe.

Ele ergueu as sobrancelhas e me avaliou de cima abaixo, seus olhos cheios envoltos num ar de azedume. Dada a forma como seus olhos me julgava, posso dizer que ele estava pensando que tipo de assunto um ser humano mal vestida como eu iria tratar com o presidente da empresa. Finalizada a avaliação, ele finalmente disse:

- Um momento, Srta Prince.

Ele pegou o telefone em cima do balcão e discou uma tecla, levando o telefone até a orelha direita. Espalmei a palma da mão sobre a cabeça e de maneira desajeitada, tentei ajeitar os fios de cabelos que insistiam em sair do lugar.

- Sinto muito Srta.Prince, mas você não tem nenhuma hora marcada com o Sr.Dawtony. É preciso marcar um horário para poder falar com ele.

Óbvio. Eu devia ter imaginado que pra falar com o cretino eu deveria ter hora marcada. Mas, acontece que eu não pensei nisso e muito menos estava com humor para voltar ali outra vez.

- Entendo. Você pode marcar um horário então? De preferência para hoje. Eu não posso ir embora sem falar com ele.

O homem adotou uma expressão de pesar e meneou a cabeça em sinal negativo.

- Eu gostaria muito de ajudá-la, mas acontece que marcar uma audiência de última hora com o Sr.Dawtony é uma tarefa impossível. Ele está com a agenda lotada para hoje.

Respirei fundo.

- Moço, mas eu preciso falar com ele. É muito importante. - apoiei os cotovelos em cima do balcão e fiz o meu melhor olhar de criança pedindo doce. - Por favor, quebra essa pra mim.

- Sinto muito senhorita, mas não posso fazer nada à respeito, você deve saber, o Sr.Dawtony é um homem muito importante e ocupado. Que tal marcarmos para a próxima semana. Talvez na quinta-feira?

Foda-se. Eu daria um jeito sem depender daquele cara. Sim, eu sei que ele estava fazendo o serviço dele, mas por alguma razão, eu senti que ele não queria simplesmente me ajudar. O olhar de julgamento expresso em seu rosto era um bom indicativo disso.

- Esquece. Eu dou meu jeito. - murmurei, soando tão baixo que somente eu ouvi minha voz.

- Desculpa, eu não entendi. Pode repetir o que disse? - ele perguntou, soando confuso.

Ergui os olhos para ele e respondi:

- O banheiro. Você pode me indicar aonde fica o banheiro feminino?

- Ah sim, claro. - disse ele adotando a mesma postura de simpatia de outrora. Falso. - É só seguir por esse hall a sua esquerda e dobrar no próximo corredor a sua direita. Algo mais?

Uma tora de pau no seu rabo.

- Não, é só isso mesmo. Obrigado. - agradeci com falso tom de bom humor.

Saí dali, juntando as peças na minha cabeça e imaginando como faria para falar com o tal Sr.Dawtony. Eu não contava com essa merda de horário marcado. Se eu tivesse feito uma pesquisa antes saberia disso. Cacete, eu sou muito tonta. Talvez eu devesse ligar para o Jordani. Sim, essa seria uma ótima alternativa, mas desisti da ideia quando um plano me ocorreu. Era estúpido, mas era o melhor que eu tinha no momento. Interrompi o trajeto apontado pelo recepcionista que me levaria ao banheiro e comecei a seguir uma mulher que se encaminhava aos elevadores. Ela andava apressada, quase correndo, enquanto segurava uma pilha de pastas e documentos e uma bolsa azul pendurada no ombro. Era loura e meio baixinha, devido a pressa das passadas ela ficava engraçada ao andar. Parei quando ela parou em frente de um dos três elevadores e acionou um botão no painel digital da parede.

Me aproximei um pouquinho mais.

- Licença, mas você poderia me informar em qual andar fica a sala do Sr.Dawtony? - comecei, soando com simpatia na intenção de atrair a atenção da mulher. - Eu tenho uma audiência com ele agora e acabei esquecendo as informações que me passaram na recepção. - menti.

Ela se virou para mim e me encarou com seus olhos expressivos.

- Ah, sim. Fica no último andar. - ela respondeu com ar de educação. - À propósito, eu estou indo para lá agora. Tenho que levar esses documentos para a reunião que acontecerá logo mais. Pode se juntar a mim se quiser. - ela ofereceu.

Sim, isso era perfeito. Fazendo proveito da oportunidade, entrei no elevador junto com a mulher e a agradeci por sua ajuda e gentileza. Antes das portas se fecharem, consegui observar quando o rapaz da recepção me pegou no pulo e me lançava um olhar de desaprovação, enquanto discava um número no telefone ao seu lado.

                         

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