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"Hoje você sorriu com uma pessoa e talvez abraçou ela. Você fez essas coisas e nem se tocou que pode ter sido a última vez."
- John Santts
JASPER
Se havia um lugar que eu gostava de passar o tempo ou dedicava horas de meditação esse era o meu escritório.
Os móveis que compunham a ornamentação do lugar eram todos de madeira nobre, nas cores ouro preto e estavam, estrategicamente, distribuídos pelo quadrado da extensa sala. Havia uma mesa reta quase no meio do cômodo, separando o ambiente em duas dimensões. Sobre ela, havia pilhas de papéis bem organizados, cadernos de anotações enumerados de acordo com a ordem alfabética, clipes de alumínio, uma luminária de ferro moderna e a minha maleta preta reluzente. A poltrona de couro branco atrás da mesa era convidativa e bastante relaxante para as costas. Num ponto mais atrás dela, havia uma estante contendo os livros do escritório, nas paredes tinham discos de vinil dos anos 80 e 90, quadros com obras de arte contemporânea, e havia mais prateleiras pequenas, contendo acessórios e objetos do meu uso pessoal. Em um dos cantos, encostado na parede que ficava a porta de entrada, estava o sofá azul-escuro para os visitantes se acomodarem. Bem de frente à mesa, tinha duas cadeiras acolchoadas, nas cores marrom e branco, onde numa delas, Jordani Santino estava sentado. Era por volta de umas dez horas da noite de uma quinta-feira quente. Lá fora fazia uns trinta graus de calor, mas aqui dentro o ambiente estava satisfatoriamente climatizado. Na cerne, Jordani terminara de me passar as últimas informações acerca da sua missão em Chicago. Julgando seu desempenho em modo geral, posso dizer que ele havia se saído bem. Ou nem tanto, já que existia a provável possiblidade da mulher não aceitar o nosso acordo.
- E se ela não vier? Você já pensou nessa hipótese? - perguntei, levantando a questão que mais me assombrava atualmente. - Se isso acontecer teremos que recomeçar tudo de novo e isso consumirá tempo. E eu não estou gozando de muito tempo Jordani. Haverá uma reunião mês que vem, preciso de resultados positivos o quanto antes.
Em seu assento, Jordani moveu suas pernas em busca de uma posição mais confortável e em seguida ele disse:
- Acho bem difícil Cattelya recusar a oferta senhor. A situação dela não é das melhores. - assegurou com confiança em sua voz grave. - Como já lhe expliquei, há um decreto judicial contra ela prestes a ser promulgado. Em menos de um mês a corte judicial de Chicago cassará a liberdade provisória dela. Se não aceitar o nosso acordo, ela voltará para prisão. Então, nós somos a única chance de salvação dela.
Encostei as costas contra a poltrona e fechei os olhos entrando em estado reflexivo. De certa forma estávamos em posse de boas peças nesse jogo de gato e rato. Analisando a situação com bons olhos, essa garota não tinha boas opções a seu favor. Ou aceitava se render aos nossos termos ou se fodia completamente. Mas ainda assim, eu me sentia de certa forma impotente por estar dependente da escolha de uma simples qualquer. Uma zé ninguém que mal podia pagar uma casa para morar. Esse erra o cúmulo do ridículo.
- Esse é o fundo do poço. - reverberei, deixando meus pensamentos falarem por si só. Abrindo os olhos, olhei para Jordani com certa raiva. - Sua incompetência nos trouxe a esse estado humilhante. Tem noção do quão vergonhoso é estarmos a mercê da vontade de uma ex-presidiária? Isso é ultrajante. A que ponto chegamos.
Jordani montou uma expressão de culpa no rosto que só aumentou meu estresse.
- Sinto muito Jasper. A culpa desse incidente é toda minha. Se eu tivesse acompanhado de perto o operação não estaríamos metido nessa situação vergonhosa. Eu assumo toda a culpa.
- Não faz mais do que sua obrigação em assumir seus erros. Você foi muito irresponsável Jordani. Deixar a equipe agir por conta própria foi uma tolice. Já parou para pensar se meus inimigos estivessem à espreita? Colocaria tudo a perder.
- Sim, você tá certo. Peço desculpas mais uma vez.
Bufei pela décima vez naquela pequena reunião com Jordani. Eu estava com nervos a flor da pele. E minha irritação ganhava mais força ainda quando lembrava que teria que aturar uma dezena de reuniões chatas na manhã seguinte na empresa. As sextas-feira sempre eram os piores dias, pareciam o purgatório.
Suspirei. Procurando não extravasar meu furor, busquei acalmar meus nervos e continuei a conversa com Jordani.
- Não, tudo bem. Pelo menos você conseguiu resolver o problema. Pelo menos em partes, já que existe o risco da mulher recusar a oferta. Eu não paro de pensar nisso.
- Quanto a isso não se preocupe tanto Jasper. Eu acho bem improvável ela recusar. Cattelya está num beco sem atalhos. O único meio de salvação dela será correr para nós. Ou melhor dizendo, correr para o senhor.
Diante disso, relaxei mais um pouco.
- Assim espero. - disse. - Porque eu não estou pronto para recomeçar essa porcaria toda de novo. Você deu quantos dias para ela mesmo?
- Sete. Apenas para ela esfriar a cabeça e pensar com mais clareza sobre o assunto. Na minha opinião eu acho que ela já decidiu. Além do fato de ganhar absolvição total da pena, são meio milhão de reais em jogo. Acho difícil alguém na situação dela recusar.
- Sim, você agiu bem em mostrar todos os benefícios que essa garota pode ganhar. - soei em tom de elogio ao falar. - Cattleya Prince. Esse é o nome dela, certo?
- Sim senhor. - ele respondeu.
- Hm... Um nome interessante. Pouco comum. Quais outras informações você tem acerca dela?
Jordani descruzou as pernas e pegou uma pasta acinzentada de cima da mesa que ele próprio havia colocado lá. Em seguida, ele a abriu e tirou alguns papéis e fotos de dentro.
- Cattleya Prince Stivies nasceu em Springfield, morou lá com os pais até a juventude e se mudou para Chicago aos dezenove anos. Aos vinte e dois se tornou mãe solteira e acabou sendo presa sob os crimes de tráfico de entorpecentes e roubo, dois anos depois ela ganhou liberdade provisória por bom comportamento e pode voltar para sua vida. Em Chicago ela mora com o amigo John Foster, estudante de contabilidade e a mãe dele, Zelda Foster, uma simples dona de casa. Eles vivem num condomínio de classe baixa ao leste da cidade. Uma área de subúrbio de Chicago...
- Espera aí - pedi, cortando o discurso explicativo de Jordani. - Você disse mãe solteira? Ela tem um filho é isso?
A informação me pegou de surpresa. Jordani havia me enviado um e-mail contendo dados sobre Cattelya e sua família, mas eu não tinha tido tempo para ver. A rotina na empresa e alguns compromissos de última hora me fizeram esquecer de verificar o e-mail. Agora estava ali eu, completamente aturdido.
- Sim, o senhor ouviu corretamente. - ele respondeu. - Cattelya é mãe de um garotinho de aproximadamente 3 anos. O pai é um mistério. Tentei levantar informações sobre ele, mas não achei nada. Um pouco estranho, mas tenho motivos para acreditar que deve ter sido algum desses encontros casuais e o cara abandonou ela quando soube da existência do garoto. Isso sempre acontece.
Fiquei em silêncio, procesando tudo que estava sendo me dito. Um filho. A garota tinha um filho. Cacete. Isso mudava as coisas de certo modo. O grau de perigo se tornava mais alto nesse cenário de incidentes e coincidências. Confesso que não contava com esse detalhe inesperado.
- Jasper, você tá me ouvindo? - a voz de Jordani chegou aos meus ouvidos em tom de alerta. - Parece que ficou surpreso com a informação do filho da garota. Lembro que enviei um email para você contando tudo.
- Sim, mandou. Só que eu não consegui ver. Me faltou tempo. - respondi pensativo. Depois de algum tempo, voltei a raciocinar na nossa conversa como antes. - Mas, isso pouco me importa. A única coisa que interessa agora é ver aquele contrato assinado.
Inesperadamente, pegando-me de surpresa, a porta do escritório se abriu e uma Ariel exasperada adentrou na sala. Ela tinha uma expressão descrente desenhada em seu semblante.
- Eu não acredito que estou ouvindo isso. O que porra você tem na cabeça Jasper? - ela praticamente berrou, sem dar a mínima que eu estava numa conversa particular com Jordani.
Julgando seu modo incisivo de me encarar, ela tinha estado atrás da porta ouvindo toda minha conversa com Jordani. Suspirei, contando os segundos para que começasse a cena que ela iria causar agora. Ela era boa nisso.
- Me responde Jasper. O que porra você andou fazendo?
- Ouvindo a conversa alheia atrás da porta Ariel. - comecei, buscando manter meu auto controle. Ariel era muito boa em me tirar do sério também. - Isso é falta de educação.
Ela rolou os olhos em gesto de indignação.
- Foda-se a educação. Eu sabia que você estava tramando alguma maluquice insenta. O que porra passa na sua cabeça hein?
De repente, suas bochechas tinham ganhado uma coloração vermelha, os olhos brilhando furiosamente.
- Isso não é da sua conta Ariel. É assunto meu. Não te dou o direito de opinar em nada que está ligado aos meus negócios pessoais.
Adotando uma postura de desafio, ela parecia longe de dar ouvidos ao que eu dissera.
- Não fode Jasper. Eu não sou mais uma garotinha boba. - ela explodiu, irradiando raiva e fúria. - Você decidiu levar àquele plano idiota de inseminação adiante não foi? Meu Deus! Você é mais idiota do que eu pensei. Sinceramente.
Eu me levantei exaltado. Jordani estava calado, intermediando olhares entre eu e minha irmã.
- Eu não aceito que você me trate assim na frente dos meus subordinados Ariel. - disse ríspido, exaltando meu tom de voz. - Além disso, já te disse que isso é assunto meu, não se intrometa. Eu tenho livre direito para fazer o que quiser da minha vida.
Ariel soltou um riso sem humor, sacudindo a cabeça em negação.
- Você é ridículo Jasper. Está fazendo essa merda tudo por causa de um cargo idiota. Você tem noção do que é ter um filho? Não é só pagar uma barriga de aluguel qualquer que se encontra na esquina e no final ficar com a criança. Ter um filho vai muito mais além.
Eu fechei a expressão, procurando de toda forma manter a calma.
- E você entende disso? Não lembro de você ter levado seus relacionamentos para frente a ponto de se tornar uma mãe. Você fala como se tivesse alguma experiência. E eu sei que não tem.
Mesmo no calor da discussão, percebi quando Jordani se arrastou para fora do escritório lentamente e fechou a porta ao sair. Menos mal, assim ele não assistiria essa porcaria que Ariel estava fazendo.
- É exatamente por isso Jasper. Eu não tenho nenhuma experiência para cuidar de crianças. Mal sei cuidar de mim. Na verdade, conviver com você deveria contar como alguma experiência. Você costuma agir feito criança quando se trata de poder e nome. Vidas não são brinquedos.
- Eu estou pouco me fodendo pra o que você acha. Essa mulher sabe no que está se metendo. Se ela aceitar o acordo, será por sua conta e risco.
Ariel voltou a negar com a cabeça, parecendo não acreditar no que estava ouvindo.
- Até aonde eu pude entender, ela foi enganada nessa história. Você tem cada ideia nessa sua cabeça de vento. Meu Deus, é incrível. O que vem agora? Um casamento de fachada até ela parir essa criança e depois vai enxotá-la para longe? Hein? É isso que você vai fazer?
Trinquei o maxilar. Meu estress estava lá na puta que pariu.
- É melhor cuidar da sua vida Ariel.- aconselhei perdendo a compostura de calmaria. - É a melhor coisa que você pode fazer agora em vez de ficar me julgando sem antes saber meus motivos. Eu não posso perder o meu lugar na Ordem. O meu pai morreu por causa daquela cadeira, para defender a honra dele eu farei de tudo para continuar lá.
- Nossa. E pra isso você vai arriscar a vida de uma pobre garota desconhecida? Ah! Deixa ver se eu ouvi bem, até mãe ela é. Você tem noção disso? Você tá colocando a vida dela e do filho em perigo. O nosso mundo é só problemas Jasper. As pessoas aqui morrem por simplesmente respirar o mesmo ar que nós respiramos. Já parou pra pensar nisso?
- Ela não é nenhuma criança, já tem costume com os perigos da vida. Já foi presa, se envolveu com gente pesada. Não será surpresa para ela o que vai enfrentar.
- Isso não muda o fato dela ter sido vítima nessa história toda. Uma inseminação por engano Jasper. Eu ouvi tudo o que você e Jordani conversaram aqui. - esbravejou ela apontando o dedo na minha direção. - Caramba, você se superou dessa vez.
Eu fiquei em silêncio por algum tempo, procurando conter meus nervos para não perder o resto de paciência que ainda me restava. Eu não queria ser rude com Ariel. Por mais que ela me irritasse, eu odiava feri-la com palavras, mas sinceramente, ela estava dificultando as coisas naquele momento.
- Acabou? Se já tiver terminado sua cena, eu aconselho sair do meu escritório. - disse rispidamente.
- Você está sendo um cretino Jasper. Coitada dessa mulher. Você não tem pena de ninguém.
- Não seja tola Ariel. A vida é assim. Os mais fortes sobrepujam os mais fracos. E eu aprendi jogar com as cartas que a vida me lança. É a vida. Simples e cruel como ela é. Não podemos fugir das nossas responsabilidades.
- Responsabilidade? - ela exclamou no auge da descrença. - Agora brincar com a vida dos outros é uma responsabilidade sua? Se for assim, você não se torna melhor do que àquele maldito que matou os nossos pais. Ele adorava brincar com a vida dos outros.
- Para Ariel. - pedi, fechando os punhos da mão sob a superfície da mesa. - Por favor, só para. Você está indo longe demais.
- Parar? Quem tem que parar aqui é você. - ela rebateu, faiscando de raiva. - Parar de agir feito um monstro ganancioso. A vida não é só poder Jasper. Nosso pai não nos ensinou isso.
- Cala a boca Ariel. Eu tô mandando. - rosnei, subindo a voz à vários decibéis de altura.
- Se você continuar assim, vai ficar pior do que o Olivier. Cem vezes pior. Um monstro que manipula a vida dos outros.
Eu explodi. Toda a calma que havia em mim se extinguiu.
- JÁ CHEGA! CHEGA! - gritei a plenos pulmões. - CHEGA CARALHO!
Ela se assustou com o grito e se calou imediatamente.
- Você tem a mente fraca demais pra entender dessas coisas. Você nunca vai entender os meus motivos. Nunca.
Além do grito, um som alto e forte ecoou pela sala quando bati os punhos na mesa com toda força.
- Você não me entende porra, eu preciso fazer isso. Eu não posso deixar o nome do meu pai cair em desgraça. Tudo que eu tenho feito é por ele. Você não percebe isso?
Ariel me encarava assustada, notei que seu corpo estava quase tremendo,. Dando alguns passos para trás, desviando seu olhar do meu, mas em completo silêncio, ela se afastou para a saída. Mesmo se ela tivesse tentado esconder, eu vi o medo em seus olhos. O medo que ela sentiu de mim. O arrependimento me atingiu de imediato. Eu me odiei por ela ter me olhado daquele jeito.
Me encarando por uma última vez, antes de alcançar a porta, ela soltou sua mágoa sobre mim em uma única frase.
- Ele também era meu pai - disse ela, seus olhos se enchendo de lágrimas. - Mas, me desculpa se eu sou fraca demais para não honrar o nome dele ao seu lado. - e dito isso, ela se virou para sair. - Me desculpa, de verdade.
Meu coração apertou. Eu não consegui ficar quieto. Percebendo a merda que havia sido feita, atravessei a sala e alcancei Ariel quando ela pôs a mão na fechadura da porta.
- Me desculpa... - pedi, segurando seu braço com cuidado para não assustá-la ainda mais. - Eu não quis te assustar. - continuei, soando com sinceridade. - Mana eu não quis dizer que você é fraca, eu só fiquei com raiva por você ter me comparado com aquele monstro. Eu não sou ele. Eu não quero ser como ele.
- E você não é, eu também peço desculpas por ter falado assim com você. - disse ela soando baixinho, mas alto o suficiente para eu entender. - Eu só me preocupo com você Jasper. Me preocupo demais. - ela se virou para me encarar. - Você sabe o que vai acontecer quando os seus inimigos souberem dessa mulher e do filho que ela carrega no ventre. Eles vão vir com tudo pra cima de você. De todos nós. Eles querem o seu lugar e essa criança, o seu herdeiro vai garantir a sua estadia na Alta Cúpula. O nascimento de um filho seu vai reacender a chama da guerra. Você sabe disso
Sim, ela estava completamente certa em seus argumentos. Quando àqueles que me odiavam na Ordem ficassem sabendo que eu finalmente teria um herdeiro, uma tempestade de ataques me encontrariam. Era assim que o sistema mafioso funcionava. As pessoas por aqui não se importavam em machucar e destruir se isso significava garantir mais poder. Só que eu não era qualquer pessoa que eles poderiam atacar sem haver consequências. Eu estava mais do que pronto para essa guerra. Iria destruir cada um que se metesse em meu caminho.
Me pegando de surpresa, Ariel me abraçou, afundando a cabeça no meu pescoço e chorando.
- Jasper eu estou com medo. Temo pela tua vida. Você é o alvo da maioria daquela gente ruim. Eles não medirão esforços para conseguir te derrubar.
Apertei ela em meus braços e beijei o alto da sua cabeça.
- Sim, eu sei. Mas, eu estou pronto. Nós estamos prontos maninha. Ninguém vai conseguir nos alcançar. Eu não vou permitir ninguém nos causar males. E se fizer, eu mesmo o destruirei.
- E quanto a essa mulher, Jasper? O que vai ser dela. Como é mesmo o nome dela?
- Cattleya. - respondi. - Cattelya Prince.
- E quanto a ela? - Ariel se afastou para poder me encarar. - Apesar dela já ter tido algum envolvimento com coisas perigosas, nada do que ela já viveu se parece com o nosso mundo. Você tem certeza que ela vai aguentar?
- Sinceramente, não sei, mas sei que tudo que estiver ao meu alcance, eu vou fazer para protegê-la. Não somente ela, mas todos àqueles que precisarem da minha proteção. - garanti, me expressando com confiança. -Entendeu? Você acredita em mim?
Ela sacudiu a cabeça em gesto positivo.
- É claro que eu acredito. Você sempre cumpre suas promessas. - respondeu ela um pouco mais calma, enquanto limpava as lágrimas do rosto. - E quando eu vou poder conhecer ela? Eu adorei o nome dela.
- Em breve. Muito em breve. - respondi.
- De uma coisa eu sei, a vida dela vai virar de ponta a cabeça quando te conhecer. Já tô até vendo as confusões. - ela comentou bem humorada.
Regressei para minha mesa, ignorando o sorrisinho sugestivo de Ariel.
- Não sei de nada disso Ariel. Cattelya vai se portar como qualquer outro dos meus subordinados. Ela estará ao meu serviço.
Ariel riu. Abriu a porta do escritório, mas antes de desaparecer de vista, ela olhou para mim e disse:
- Sei não Jasper. Se ela decidir aceitar a loucura desse acordo é porque ela é mais doida do que eu. E se isso for verdade. Você está fodido irmãozinho. Completamente fodido.
Ela sumiu da minha vista, me deixando na companhia dessas palavras que mais pareceram uma profecia maldosa.