Prometida ao Duque "Lordes Apaixonados - 2"
img img Prometida ao Duque "Lordes Apaixonados - 2" img Capítulo 3 2
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Capítulo 3 2

ISABELLE

Aprendemos no momento que pisamos no grande salão real que nada é o que parece e na Corte não basta apenas ser bela e ter um título, é preciso descobrir segredos, ser orgulhosa e corajosa na medida e na hora certa, ser forte e inteligente são as únicas coisas que nos fazem sobreviver nesse meio, mas acima de tudo, ser doce e gentil, sabendo jogar com a feminilidade se almeja um bom acordo comercial, digo, casamento.

A vida na Corte francesa é graciosa, aprendi a falar, me vestir, ser nobre e como me portar diante de todos. Também aprendi o valor do conhecimento e de como informação é poder, assim como as fofocas e intrigas que alimentam a Corte desde sempre. Com apenas 15 anos aprendi a viver e sobreviver à sombra deste jogo de poder da realeza sem, é claro, me ofuscar.

Há pouco mais de um mês, o rei da Espanha e irmão da rainha vem flertando comigo, algo raro diante de tantas opções que ele poderia ter em sua cama. Estou sendo firme em minhas escolhas, sensualidade e desejo podem ser jogados em um jogo perigoso e ambicioso, sem necessariamente entregar minha virgindade a ele que, como todo nobre de boa índole, sabe respeitar uma dama e ser paciente.

Em momentos as sós, podemos conversar sobre tudo, inclusive, seus presentes caros e regalias concedidas a todas que caem nas suas graças. Nossos lábios mal se tocaram e um arrepio sempre percorre meu corpo, mas sei que não é nada além de um grande desejo. Mamãe que veio comigo à corte, me alertou que devo prender ao máximo a atenção de um homem até ele se ajoelhar e me propor casamento.

Na Corte, todas as damas de companhia possuem aposentos pertos da rainha, mas são as mais leais e próximas que possuem o privilégio de ficar no mesmo quarto que ela. Durmo em uma cama confortável e bem quente, podemos cuidar de cada detalhe ali dentro, assim como de cada passo da rainha.

Embora não fale muito sobre, sei que mamãe fugiu de um péssimo casamento, no qual meu pai era viciado em jogatina e tal fato delapidou nosso patrimônio. Agora meu irmão mais velho cuida de tudo para que ele não jogue tudo fora e, embora eles não saibam que sei, mamãe sempre prezou pela clareza de tudo à nossa volta.

Estou prestes a me deitar na cama, quando o pajem anuncia sua entrada com as cartas do mês e, para a minha surpresa, há uma para mim do meu pai. Ele pede que retornasse para casa, pois se encontra muito doente e envia seu amor a mim com o pedido de um moribundo que está desacreditado.

Não sou próxima ao meu pai, ele foi muito ausente em toda a minha vida e quando vim para a Corte, ele não me escrevia, nem estimava seu amor ou nada do gênero.

Quem sabe, em seus momentos finais, deseja o cuidado de sua filha para ter uma morte tranquila?

- Boas notícias meninas? - a rainha pergunta à Kelly, à Bárbara e a mim, suas mais fiéis damas.

- Sim, Vossa Majestade, sua benevolência em conversar com o marquês surtiu efeito, fez a proposta para o meu pai e ele está pensando... - Bárbara dá pulinhos de alegria.

Um bom casamento é tudo o que importa, caso em algum momento eu me entregue ao rei e dê a ele um filho, terei tudo que desejar e o casamento que almejar, ainda mais se o rei em pessoa pedir.

- Fico feliz, minha menina, logo perderei uma das minhas damas mais leais... - diz a rainha.

Não me sinto triste pela notícia da doença do meu pai, sou eu uma pessoa ruim?

- Minhas irmãs gêmeas chegarão à Corte no próximo navio, Majestade, e logo elas serão tão leais como eu sou... Vou orientá-las bem, tendo em vista que logo papai irá mexer os pauzinhos e irá me arrumar um bom marido - diz Kelly, animada com a notícia.

- Perderei uma das meninas e ganharei duas, fico feliz por vocês, lady Isabelle parece perdida em seus pensamentos! - exclama a rainha de forma carinhosa e preocupada.

- Perdoe a distância, Majestade, recebi notícias da Grécia, meu pai se encontra acamado e estando desacreditado, pede meu retorno para os seus momentos finais... - falo pausadamente e noto as meninas me encarando com a expressão confusa pela minha calma. - Não tenho contato com ele há anos, nunca enviou uma carta perguntando como estava e agora em seu leito de morte, pede pela filha que nunca nem sequer se preocupou! - exclamo e a rainha me chama para sua cama.

Levanto-me e me sento ao seu lado.

- Minha pequena, este coração dói pela forma que seu pai a tratou, mas fica à sua escolha ir, tem minha bênção e espero seu retorno se assim o desejar!

Com os olhos marejados agradeço à rainha.

- Obrigada, Madame, irei pensar com carinho. - Respiro fundo. - Posso, amanhã cedo, visitar minha mãe? Sei que tem uma reunião com o rei, teremos um tempo livre e aproveito para trazer aqueles doces que tanto ama.

A rainha ri e me encara.

- Você me ganha pela sinceridade e doçura. - Ela acaricia meu rosto docemente. - Pode ir, sim, mas irá trazer os doces mesmo? - pergunta, apontando para o ventre que está arredondado devido à gravidez do seu terceiro filho, e pela graça do bom Deus, será um menino.

- Sim, Madame, tudo para nosso príncipe nascer forte!

Ela sorri.

Visitamos há alguns dias uma "bruxa", ela garantiu ser um menino que nascerá forte e isso conforta a Madame.

- Agora nos fale sobre o meu irmão - pede.

Fico muito corada com tal pergunta.

As meninas se levantam da cama em reverência e se sentam à nossa volta.

- Não se faça de desentendida, notei a troca de olhares, a forma como ele a trata e pede para falar a sós...

- Madame, estamos nos conhecendo, faz menos de dois meses e Monsieur está sendo respeitador e paciente.

- Não esperava menos do meu irmão, quero que tenha certeza de que está pronta para isso... Sabe como é importante que o rei esteja feliz e com você ele ficará um pouco mais na Corte!

Monsieur, irmão de Madame, por um tempo se negou a vir visitá-la, pois não gostava do seu marido, mas agora ele tem motivo para ficar e visitar a rainha com mais frequência.

- E, quem sabe, achar um motivo maior para voltar em breve, quem sabe com um pedido de casamento! - Bárbara exclama animadamente.

- Não seja tola, não sou da realeza e não tenho pretensão a ser rainha ou princesa, tenho apenas sonhado com um casamento nobre e por amor.

Tenho meus próprios sonhos, mas se um dia me entregar ao rei, perderei esta perspectiva, muitos homens querem jovens virgens em suas camas para desposarem.

- Não seria do seu agrado ser minha cunhada? - pergunta a Madame.

- Seria sim, minha rainha, mas o rei não escolheria uma moça, cujo i pai vive em jogatinas...

Ela me interrompe.

- Você não é a definição do seu pai, meu irmão precisa de uma esposa que seja forte, linda, doce e decidida como você. Não vá iludida com o amor, imagine que ele virá com o tempo.

Sorrio e começamos a fofocar sobre homens antes de dormir.

Esta ideia de ser noiva do rei seria como reerguer o nome da minha família.

Acordo cedo e ajudo a princesa a se vestir e sou liberada em seguida para visitar minha mãe. Como vivo no palácio, sempre há uma carruagem com um cocheiro à nossa disposição e com algumas moedas de prata posso ser levada onde desejar.

Visto um vestido rosa-claro todo bordado à mão e a maquiagem das damas da Corte é suave para resplandecer a beleza natural. Pego a sombrinha e calço as sandálias, a moda na Corte são as meias maiores que torneiam a pernas, então uso um par de cor delicada.

Mamãe mora um pouco longe de mim, quando chegamos à França tudo aqui era novo, mas com o que ganho na Corte consigo pagar uma boa casa a ela e uma vida com certo luxo, posso assim dizer. Pego a cesta com alguns quitutes da cozinheira real e saio para o jardim. Rumando aos portões, José os abre, desejando seu cordial bom-dia e aquela doce piscadela. Cortejar uma dama da Corte é algo normal em nosso meio, mas aceitar a corte é algo raro, ainda mais se o homem não tiver títulos ou posses. Cumprimento-o educadamente e rumo em direção ao cocheiro.

- James, bom dia. Vamos para casa da minha mãe, irei visitá-la hoje.

- Sim, lady Isabelle.

O cocheiro para na minha frente e logo abre a porta.

- Como vão as meninas?

- Vão bem e logo, com a graça de Deus, estarão na Corte.

Sorrio em cortesia e entro na carruagem, rumo ao meu destino.

Quando chegamos, pago as moedas, o oriento a retornar próximo ao horário do almoço e se me levar a outro lugar, receberá uma moeda de ouro. Ele logo se anima e me ajuda a descer.

Posso ver a carruagem partir e ando até o portão. Abro-o e sigo em direção à casa. Bato algumas vez até a governanta abrir a porta.

- Condessa Milenna, sua filha! - ela chama a minha mãe e me deixa entrar.

- Obrigada, Viviane. - Sorrio, entrando na casa que é belíssima e aconchegante.

- Minha menininha! - exclama mamãe, entrando na sala e se adiantando em me abraçar. - A que devo a honra da sua visita?

- É sobre o papai - digo sem rodeios e noto que ela não gostou sobre a minha vinda ser por causa dele.

- O que ele fez desta vez?

- Recebi uma carta sobre seu adoecimento, pelo que foi descrito, está à beira da morte e deseja me ver... Acha que devo ir?

Mamãe me guia até o sofá e me faz sentar.

- Deseja ir, minha menina?

- Não, mas é minha obrigação como filha!

Negar-se a ver uma pessoa doente não é visto com bons olhos.

- Ainda mais que estou sendo vista pelo rei e, se depender da rainha, serei sua cunhada em breve.

Mamãe abre um sorriso enorme.

- Então deve ir, será uma viagem breve para visitá-lo e depois volte para o rei.

Respiro fundo e ela me encara.

- Casamento por amor é algo difícil, filha, hoje é uma questão de acordo entre as famílias e se a rainha gosta de você e tem um carinho especial a ponto de sugerir que aceite o rei, então deve fazer.

Aceno em aceitação.

Sei que ir contra mamãe é algo ruim e pior seria se fizer pouco caso do rei ou da boa oportunidade que ele me proporcionará.

- Irei vê-lo esta noite e direi que serei sua, mas somente após o casamento, pois não pretendo ser desonrada.

Ela sorri com minha decisão.

- Isso mesmo, será a rainha da Espanha e dará belíssimos herdeiros!

Sorrio com esta possibilidade, pois na minha família todas as gerações deram herdeiros homens e isso é bom aos olhos da nobreza.

- Agora, me conte sobre a Corte, o que o duque de Cordolles está fazendo?

Sei que ele anda cercando minha mãe e ela está adorando isso, ainda mais por ele ser viúvo e ter uma boa posição e bens. Ela começa a me contar sobre as novidades assim como eu, hoje à noite terá uma longa conversa com o rei e, se tudo der, certo voltará à Corte, em breve, e ficará noiva do Monsieur.

            
            

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