Prometida ao Duque "Lordes Apaixonados - 2"
img img Prometida ao Duque "Lordes Apaixonados - 2" img Capítulo 7 6
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Capítulo 7 6

ISABELLE

Como suspeitei, ninguém veio nos buscar, mas chegamos mesmo assim na casa dos meus irmãos e quando entro, cada um deles me abraça e me beija no rosto. Por fim, conheço minha cunhada e noto que pela leve saliência em seu ventre que ela está grávida.

Estamos conversando animadamente, enquanto Giulia e César são acomodados pela minha cunhada quando batidas na porta tiram nosso foco, me levanto, abro a porta e um homem muito bem afeiçoado está me encarando.

Analiso-o de cima a baixo e nego balançando a cabeça.

Dando passagem, ele entra, percebo que os ânimos da casa foram abalados e, após algumas trocas de farpas, ele conta o motivo de estar aqui, além da mentira da doença de meu pai, ele me deu em troca como pagamento de sua dívida, mas o pior mesmo foi ouvir de sua boca profana a comparação com as moças da vida que ele se diverte nas casas de cavalheiros.

Foi instintivo, ele quer manchar minha honra, elevo a mão e bato em sua face com força, ele terá a marca dos meus dedos em seu roto por muito tempo para lembrá-lo que não sou uma qualquer.

- Em primeiro lugar, não sou suas amiguinhas para me chamar de meretriz, em segundo não irei me casar com o senhor, em terceiro a dívida é do meu pai. Retornarei à França o mais rápido possível! - exclamo enquanto giro meus calcanhares e ele segura meu braço sem gentileza, me fazendo encará-lo.

- Não irá embora, vamos nos casar em um mês, querendo você ou não!

Nego com a cabeça e sorrio.

Estou furiosa!

- Não, estou noiva do rei da Espanha e acredito que ele não ficará feliz em saber que sua noiva está sendo barganhada por uma dívida - vocifero, jamais deixarei que me vendam, ainda mais um pai que mal conheço.

Ele está perto demais e aquele olhar sedutor e predatório faz meu corpo estremecer.

Seus olhos parecem me devorar e isto não é correto.

- Minha filha, dei a palavra a ele há mais de um mês, o rei pediu há menos tempo e como seu pai, cabe a mim decidir com quem irá se casar.

Começo a rir e puxo meu braço casarei com o rei.

Giulia, que estava quieta até o momento, me contradiz:

- Meu irmão, sem a ave, ela não terá contato com o rei e poderá pagar a dívida do seu pai.

Encaro-a, incrédula.

- Posso testemunhar que ela é pura e nunca se entregou ao rei, posso até afirmar à Majestade que ele a forçou, caso deseje... Minha família sempre em primeiro lugar.

- Aprendeu rápido, irmã, irei providenciar um bom casamento e falarei com o rei em breve.

Pelo sorriso dela, percebo que me enganei, ela é uma cobra criada que cairá no seu próprio veneno.

- Pegue suas coisas e saia desta casa...

César, que ouviu as vozes alteradas, desce ao meu encontro e fica entre nós dois.

- Isabelle, você me disse que deveria aprender a valorizar lealdade e a minha é com a minha família!

Balanço a cabeça em negativa.

- Sabe, agora sei por que virou minha aia, não tem o que é necessário para ser uma dama de companhia... Se tivesse, saberia que família é a rainha e suas damas.... - Aponto a saída.

- Não ouviu a milady? - pergunta César. - Vai se arrepender, todos na Corte saberão que é uma traidora.

O duque levanta a mão para acertar César e entro na frente.

- Bata nesta criança que é minha protegida e do rei e será um homem morto!

Ele abaixa a mão.

- Irei arrumar o dinheiro, agora saia da minha casa!

- Não aceito dinheiro, tem até amanhã para aceitar de bom grado meu pedido ou tomarei a casa e destruirei sua reputação!

O sangue ferve em minhas veias e Giulia que mal havia desfeito as malas, desce, frustrada.

- Está acabada como dama de companhia da rainha, todas serão cruéis quando voltar... Eu prometo! - exclamo, dou as costas a ambos e encaro meu pai com raiva.

- Vai perceber, Isabelle, que não pode lutar contra isso. Vai aceitar e quanto mais cedo o fizer, mais fácil será para ambos - diz e pega a gaiola com a minha ave.

Nego com a cabeça.

- Se machucar minha ave, reze para que não Corte suas bolas!

Papai me recrimina pelo linguajar.

- Você perdeu o direito a me chamar à atenção quando perdeu tudo no jogo, agora saíam daqui!

Eles se afastam e quando meu pai fecha a porta, peço para que César vá para o seu quarto.

- Eu odeio todos vocês, mentirosos e traidores, irei voltar para a rainha...

- Não pode, irmã, ele é parente do nosso rei e tomará a casa com a bênção da rainha.

- Pouco importa minha indagação... quão grave é?

Lágrimas escorrem em minha face, pensei que me casaria com um rei e agora meu destino é um duque cruel e frio que apenas quer satisfazer seu ego.

- Muito, minha esposa está grávida e não posso perder a casa por um capricho do nosso pai.

Ele se aproxima e me abraça.

- Desculpe, irmãzinha, queríamos contar, mas não podíamos. Agora depende da sua ida à casa dele para salvar nossa família.

Afasto-me dele e o encarando, concluo:

- Vou ser obrigada a me casar por uma dívida de jogo, a rainha irá me obrigar e ninguém pode me salvar, eu sei, mesmo que possa fugir, seria uma traidora e morreria. - Engulo as lágrimas e respirando fundo concluo: - Irei pensar, mas saibam que a partir de hoje, sou órfã de pai e não tenho irmãos... morreram para mim no momento da traição!

Minha cunhada intervém:

- Eles não podiam avisar, foram proibidos... Eles podiam morrer!

Aproximo-me dela e digo:

- Nunca foi à Corte e nunca saberia como agir ou fazer... Há uma regra lá clara entre todas as damas, lealdade, jamais faltaríamos com a verdade mesmo que ela doesse. - Sinto que posso ir ao chão a qualquer momento e findo: - Como eu terei que salvar vocês, saibam que farei da vida daquele homem um inferno e vocês saíam da minha frente, tenho nojo de todos!

Saio batendo os pés firmemente no chão, subo a escada e logo estou em meu quarto. Tranco a porta e me jogo na cama chorando em busca de alguma solução.

No fundo, sei que meu pai fará o que for preciso para me casar com o duque, passo a noite em claro e me nego a ver qualquer um. Sei o que preciso fazer para manter minha honra intacta, mesmo que isso custe o amor do rei e da rainha.

Seco as lágrimas e me levanto da cama.

O sol já está forte e preciso resolver isso o mais rápido possível.

Sento-me na poltrona, pego uma pena e tinteiro, uma folha em branco e começo a escrever para o rei, preciso explicar a ele e a rainha a posição delicada em que me encontro, mas também para me vingar de Giulia, ela irá aprender por mal a união das minhas amigas.

Uma mulher não possui escolha e deverá ser obediente ao pai e eu vou pagar pelos seus erros.

"Meu Rei.

É com grande pesar que escrevo esta carta, meu pai, junto com os meus irmãos agiram pelas minhas costas e deram minha mão ao duque, parente do rei da Grécia. Acredito que uma guerra diplomática por uma mulher sem bens é inviável e não aceitaria mortes por minha causa. Peço perdão por minha franqueza e pela minha falta de opção.

Espero que um dia me perdoe e ache uma moça que lhe ame como um dia disse me amar. Partirei e nunca nos veremos novamente, mas prometo devolver tudo que me deu em breve, assim que o casamento for concretizado, e juro que aquele homem asqueroso jamais me tocará com meu contentamento.

Para sempre sua, Isabelle."

Precisei ser direta, não quero uma guerra desnecessária por causa de uma mulher como eu, meu destino foi traçado e se um dia ele vier a tentar me tocar, pularei da janela em busca do conforto da morte.

"Queridas amigas.

Meu pai me traiu e está me obrigando a me casar com um duque que é agraciado pelos nossos soberanos, acredito que não nos veremos mais e sentirei tanto a falta de vocês...

Peço perdão por ser fraca, mas não posso ser causadora de uma guerra e nem fazer meu irmão perder a casa neste momento, minha cunhada espera seu primeiro filho e preciso pensar no bem maior, mesmo que os odeie.

Peço um último favor, tratem Giulia, quando ela voltar, como a traidora que é, ela me dedurou ao seu irmão e até pretende contar mentiras sobre o rei, caso peçam. Não posso ver o rei nesta posição, sejam cruéis e não digam nada à rainha, quero que ela implore para sair antes de ser desmascarada em público.

Com amor, sua amiga e eterna dama, Isabelle."

Com lágrimas nos olhos, me despeço em cartas e nada é comparado à dor que sinto.

A última carta é mais difícil de escrever, é para a rainha Henriqueta, ela é como uma mãe para mim, uma amiga muito amada e sinto uma enorme dor no peito ao constatar que nunca verei seu filho nascer, muito menos crescer.

"Minha rainha,

Com grande tristeza escrevo esta carta, meu pai em conluio com meu irmão, estão me obrigando a me casar com um Duque asqueroso e nada honrado para salvar suas terras, minha cunhada está grávida e não posso ser o motivo deles irem para a rua, serem despejados do seu lar por causa dos vícios de meu pai. Meu irmão não tem mais posses, meu pai perdeu tudo no jogo, até mesmo vendeu a filha para pagar uma dívida.

Peço desculpas por ser fraca e não lutar mais, mas não posso me dar ao luxo de me martirizar ou não seguir com as obrigações que me são cabíveis. O rei do nosso país é parente do duque a quem fui prometida e entende que isso é uma questão diplomática que pode gerar uma guerra e nunca aceitaria isso, jamais me perdoaria se derramassem sangue por minha causa.

Peço que avise a minha mãe e que um dia possamos nos ver e possa me perdoar por magoar seu irmão. Agora irei para o meu triste destino e farei como me ensinou, Madame, vou fazê-lo se arrepender do dia que me aceitou como troféu.

Sua amiga e dama mais leal, Isabelle."

Abro a porta e vou ao quarto de César, entregar os envelopes lacrados, o acordo e ele se senta na cama, me encarando.

- Não tenho escolha, César, mas como confiscaram meu pássaro, quero que envie estas cartas e se certifique de que elas chegarão ao seu destino. - Entrego as moedas de ouro e ele assente.

- Vai se casar com ele para salvar sua família?

Confirmo com a cabeça.

- Você é uma boa moça e aquele duque nunca será bom o suficiente para você. - Concordo com um leve aceno.

- Infelizmente, há muito em jogo agora, meu pescoço, por assim dizer, jamais me perdoaria se um banho de sangue ocorresse por minha causa, mesmo que os odeie agora, os amo mais que a mim e, mesmo longe, jamais esqueci meu irmão e minha cunhada, uma irmã e amiga querida. - Respiro fundo e após, limpar as lágrimas, sorrio fraco. - Ele não me merece e ainda vai me implorar perdão e eu jamais serei sua esposa, não será consumado o casamento, tampouco terá herdeiros legítimos, eu o odeio do fundo da minha alma.

Ele venceu essa pequena batalha, mas jamais vencerá a guerra que eu declararei após o casamento.

                         

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