Prometida ao Duque "Lordes Apaixonados - 2"
img img Prometida ao Duque "Lordes Apaixonados - 2" img Capítulo 4 3
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Capítulo 4 3

ISABELLE

Após conversar com minha mãe, resolvo ignorar meus instintos e ir ver papai, por mais que minha mãe o odeie, e eu tenha sentido muita raiva por tudo que ele fez, é o meu pai e precisa de mim. Isso me motiva a ir e mostrar ao rei que sou uma filha dedicada, o que pode ser bem-visto como uma mãe para seus filhos.

O cocheiro me leva até a padaria para comprar o doce da rainha e depois me guia até o porto, onde compro minha passagem por dez francos e meu navio sairá em três semanas.

Quando volto ao castelo, subo até o quarto da rainha, é comum na realeza os casais dormirem em cômodos separados e apenas em certas ocasiões, quando é convocada pelo marido, vai ao seus aposentos conceber. Respiro fundo, retirando tais pensamentos de minha mente e pego um papel, tinteiro e a pena.

Escrevo ao rei que preciso encontrá-lo esta noite e quando desço a escada, encontro James, um dos guardas do castelo que é o mais leal à Sua Graça e um grande amigo, ele me reverencia e diz:

- Menina Isa, em que posso lhe servir?

Retribuo a reverência e entrego a carta.

- Preciso que este papel seja entregue ao Monsieur e que a resposta seja devolvida o mais breve possível.

Ele sorri e chama o pajem, entrega a ele o papel e dá ordens expressas:

- Entregue ao Monsieur e se trouxer a resposta antes da mesa do almoço ser posta, ganhará mais duas moedas de prata.

O menino se alegra e sai andando apressado.

- Caiu nas graças do rei?

- Sim, ele me quer, mas eu quero mais do que uma noite ou um singelo cortejo com presentes... quero um homem que me faça feliz e me dê uma bela família! - É sonhar alto demais para uma simples dama de companhia, mesmo uma com título.

Posso ver confusão em seus olhos.

- Acha que ele dará seu reino a uma dama de companhia?

Respiro fundo e sorrio.

- Não me entregarei ao Monsieur, e se realmente me desejar, me levará ao altar, ou dará um bom futuro para mim e minha mãe. - Esse é um sonho mais plausível.

Ele balança a cabeça em negativa.

- Vocês, mulheres, são tão fortes, mas ao mesmo tempo tão tolas!

Talvez ele esteja, de certo modo, correto sobre nosso modo tolo de pensar, mas jamais darei tal gostinho a ele.

Rio de leve e fico na ponta dos pés.

- Não sou tola, não acredito em amor nem em conto de fadas, senhor, mas acredito na nobreza e como ela deve ser usufruída... sou bela e muitos homens já me cortejaram. - Isso é verdade, mas nunca deixei que ultrapassassem certos limites.

Apenas quem cai nas graças do rei pode conseguir um pretendente melhor se a honra for perdida ou questionada.

- O rei foi o primeiro que me interessei fisicamente, mas emocionalmente eu sei que todo casamento é arranjado em meio a um acordo de negócios - concluo, mas a ideia de ser rainha é tentadora demais para não se pensar.

- Vejo que não é tão tola assim.

Noto de longe a chegada de uma moça, ela parece jovem e encantada com tudo, antes de chegarem à Corte, elas passam por um treinamento árduo e a mulher morena que a acompanha é Mona, a chefe das damas de companhia que para na minha frente.

- Lady Isabelle, que bom que a achei, esta é Giulia, a nova dama da rainha e sua criada. - A moça parece perdida e ao mesmo tempo deslumbrada.

Arregalo os olhos e fico confusa.

- Criada? - indago.

- Sim, Monsieur pediu uma criada para a lady e esta é a novata que será treinada por você.

Penso um pouco, o próximo navio sai do porto em três semanas e é tempo suficiente para treinar minha substituta até o meu retorno.

- É uma honra, lady Isabelle, e mal posso esperar para servir a rainha.

Reviro os olhos com a moça, ela me dará um certo trabalho.

- Comece falando somente quando for solicitada, posso parecer rude agora, mas quando entender as regras da Corte, irá me agradecer.

Noto seu olhar perdido, respira fundo e responde:

- Desculpe-me.

Aceno com a cabeça e volto à atenção ao guarda que diz:

- Acho que a subestimei, senhorita, agora com sua própria criada, acredito que as intenções são mais do que uma mera noite.

Um arrepio transpassa meu corpo, embora tenha ciência do que deva fazer e das regras que sigo, não sei se é o certo, mas se a rainha me pedir, cumprirei sem questionar.

- Uma mulher precisa, além de beleza, ter inteligência em saber jogar na Corte conforme as regras que nos beneficiem.

Ele concorda.

O motivo da criada é claro, será minha aia durante os encontros com o rei e a proteção da minha reputação.

- Vamos, meninas, a rainha descerá em breve para o almoço e as duas precisam se vestir para a ocasião.

Olho para as vestes de Giulia, ela é da nobreza e com belos traços.

- Darei uma dica, no almoço seja cortejada, mas finja indiferença e interesse ao mesmo tempo...

Ela parece não entender e sorrio.

Trouxeram-me uma virgem inocente e inexperiente, o que nos dará trabalho.

Noto o pajem correr até mim e após pegar um saco de moedas de dentro das vestes, entrego duas moedas de prata.

- Aqui está seu bilhete, senhorita, e ele pede que leve sua criada junto.

Mordo o lábio e nos afastamos.

Guardo o bilhete dentro do vestido e Mona diz animada:

- Fico feliz que de todas, seja a escolhida... não suportaria que fosse Milenna. - É verdade, se fosse ela seria insuportável a vida na Corte.

Ela é uma dama que entrou um ano antes de mim, mas logo foi destituída do posto de destaque das damas de companhia por mim e ela nunca me perdoou.

- Lembra-se da condessa de Aldemonth?

- Aquela vaca que fez de tudo para que a rainha a pegasse com o rei na cama?

Lembro-me que desde este dia, aprontamos com ela e fazemos algumas pegadinhas.

- Ela mesma, o rei a trará para visitar o castelo amanhã, mesmo sabendo da condição delicada da rainha. - Alguns casamentos por conveniência são cruéis demais com as mulheres.

Enquanto andamos pelos corredores, fico pensando em uma forma de espantá-la.

- Deixe conosco, agora que sou protegida, irei fazer aquela vaca sair correndo, desejando nunca ter saído de casa e ter seduzido o rei. - Em meus lábios se forma um sorriso travesso, é hora das peças voltarem a acontecer na Corte.

Não é segredo que os reis podem ter quantas amantes desejarem, desde que façam seu papel como marido devoto.

Nesta época, todo casamento é um mero acordo, não há amor ou sentimento, mas eles são bons. Madame está grávida e deve ser respeitada, este pode ser o herdeiro da linhagem masculina e se ela o perder, cairão sobre o rei as acusações de descaso, e isso pode custar uma guerra entre os reinos.

- Só tomem cuidado - Mona responde, me fazendo encarar a moça que os espiona, Milenna é ardilosa e precisamos tomar cuidado com ela.

Chegamos ao quarto da rainha e noto-a sentada na cama devorando o doce, quando me vê abre um sorriso lindo.

- Minha dama mais leal, trouxe o prometido e vejo que trouxe uma novata.

Aceno em afirmativa.

- Será treinada por mim... em três semanas viajo para visitar meu pai e deixarei Giulia cuidando de Vossa Majestade, me deixando a par de cada momento. - Mesmo longe, jamais deixaria de me inteirar de como minha rainha está.

A menina faz a reverência e mal se contém em sua animação.

- Meu irmão disse que ela será sua criada.

Fecho a porta e entramos.

- Sim, havia mostrado minha inquietude sobre minha reputação e vejo que ele já resolveu este assunto delicado. Isso prova vossa teoria e, quem sabe em breve, haja um pedido. - Mordo os lábios nervosa.

A rainha concorda eufórica e me sento ao seu lado.

- Agora, Giulia, me fale sobre você e depois a coloco a par de tudo que precisa saber de momento.

Giulia é filha de um duque, um dos homens mais ricos da Grécia, vi o homem e seu filho apenas uma vez, um breve vislumbre de dois homens com reputações distintas. O pai, um homem de negócios, e o filho um libertino, mas finjo desconhecê-los, mal os notei para ser sincera e mal os reconheceria se os visse novamente.

Após apresentar as meninas à novata, a oriento a ser uma amiga leal, pois quem trai é tratado pior que lixo, nunca esquecemos das lições que devem ser ensinadas.

Ao anoitecer, após a rainha ir se deitar, pego um vestido verde-claro e um sobretudo verde-musgo com babados, visto-os e chamo Giulia para ir comigo. Pego duas máscaras, quando uma dama não deseja ser reconhecida e quer resguardar a sua honra, deve usá-las, entrego para Giulia uma, enquanto visto a outra. Um guarda me aguarda do lado de fora do quarto, ele nos levará em segurança e anonimamente para ver o Monsieur.

Guiando-nos por partes que muitos criados após o anoitecer não tem permissão de circular, pois os nobres as utilizam para poder cometer seus pecados noturnos.

Subimos até a câmara, onde fica o quarto do rei, irmão da rainha e lá somos guiadas para a área externa. Lugar onde há um belíssimo jardim e poltronas confortáveis, lá está Monsieur me olhando intensamente, sentado em uma mesa repleta de guloseimas, sendo servido de vinho.

- Majestade. - Reverencio e Giulia faz o mesmo.

- Minha menina, não precisamos destas formalidades.

Coro com suas palavras e ele dispensa os criados e o guarda. Aproximo-me e, quando menos espero, o rei se levanta e me puxa para ficarmos frente a frente. Minha respiração desregulada e o tremular do corpo me entregam.

- Ainda bem que a segurei, impedindo-a de cair, minha menina.

- Não iria cair, Monsieur, no máximo derrubaria nós dois ao chão e teria que me explicar com Giulia.

Sua Majestade observa a presença dela e sorri.

- Que bom que aceitou a criada, mas não entendo o motivo de devolver meus presentes.

Reviro os olhos com tais palavras, ele não entendeu o motivo de devolver as joias.

- Não há reino sem rei, muitos oferecem o reino à sua amada e se esquecem de dar o rei a elas... Eu desejo o rei, o reino vem de brinde sem pedir ou desejar.

Suas mãos descem lentamente em meus braços até segurar minhas mãos e as guiar até seus lábios.

- Nem todas desejam o rei.

Aproximo meus lábios dos seus e o beijo rapidamente.

- Não quero o reino, quero o rei... O reino não me interessa, achei que tinha entendido após devolver os presentes. Acredito que devo voltar para os aposentos da rainha. - Faço menção de sair, ele segura firme a minha cintura e meu corpo corresponde ao seu toque.

- Precisava ter certeza das minhas escolhas, não sou jovem, lady Isabelle, e tampouco ingênuo.

Será que ele me dispensará?

- O que quer dizer com isso, Monsieur?

Ele eleva os dedos aos meus lábios e os contorna docemente.

- Que almejo que me chame de Diogo, já passamos da fase do cortejo inicial... agora o que deseja falar comigo?

- Meu pai está doente, preciso ir vê-lo e... - Engulo em seco, não sei o que dizer e expressar sobre o que quero dele.

- Minha irmã falou que é especial e que não posso brincar com a senhorita, então resolvi provar a mim mesmo a certeza do que queria. - Ele gira o corpo, pega algo em cima da almofada e me entrega uma caixa de veludo. - Eu quero muito além de flertes, já deixou claro que não será minha sem ser da forma correta e poucas mulheres dizem o que sentem e pensam. Você, minha menina, me pôs em meu lugar e me mostrou que não posso mais fazer estes jogos, pois preciso de uma mulher que reine comigo e me dê filhos. Este é um presente que desejo vê-la usando e se o fizer, é porque aceita me pedido... - Ele se ajoelha na minha frente e pergunta: - Deseja ser minha rainha e mulher?

Minha boca se abre e volta a se fechar sem escapar o menor som.

- Tem até amanhã para ir ao almoço com o colar.

- Eu fui pega de surpresa, Monsieur... não esperava, só vim dizer que...

O rei me cala com seus lábios que envolvem os meus, não é o beijo que tanto me falavam, mas não é ruim. Retribuo lentamente até seus lábios se tornarem mais vorazes, o que me faz perder a razão e o ar, e nos afastamos para nos recompor.

- Vá visitar seu pai doente e se amanhã usar a joia, terei certeza que ao voltar de viagem, será minha esposa.

Mordo o lábio, não é bem meu desejo, mas toda moça deve sonhar com um bom casamento e não somente servir a rainha, eu sou a exceção, farei de tudo para ver a minha rainha feliz.

- Sim, Majestade, pensarei com carinho no seu pedido e agradeço.

Ele pega algumas moedas e entrega à Giulia.

- Pela sua lealdade.

Despedimo-nos com leves reverências.

Volto para o quarto e todas as meninas estão acordadas, assim como a rainha. Seus olhos recaem na caixa e ela dá um gritinho eufórica.

- Ele a pediu em casamento, sente-se e me conte tudo!

Retiro a máscara, me sento na cama e todas se sentam ao nosso redor.

- Se usar a joia amanhã, serei uma rainha e sua cunhada.

Começo a relatar cada detalhe.

            
            

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