Capítulo 9 A RAINHA LOUCA

Pedir perdão não é suficiente não é? – Seth estava na beira do penhasco, ele usava a armadura dos protetores e uma coroa... UMA COROA. Mais cedo havíamos contado para todo o acampamento o que estava acontecendo, as notícias sobre a magia desaparecendo e sobre termos que ir para a Alemanha, para surpresa da minha mãe o acampamento inteiro nos apoiou e estavam todos se organizando para a partida que aconteceria pela manhã. - Não, com certeza não. – Ele respondeu ainda de costas para mim. - Então ainda bem que eu trouxe isso.

– Estendi o bolinho de mirtilo que eu havia surrupiado da cozinha em sua direção. - Evolet você quebrou um juramento. – Meu irmão me encarou, ele estava magoado e eu sabia disso, sentir as emoções dele acabava comigo. - Eu sei me desculpa, mas você também quebrou, você me bloqueou, era para eu conseguir sentir isso ai, mas você aprendeu a me bloquear. – Seth desviou os olhos e pegou o bolinho. - Eu não quero que ninguém saiba Evolet, isso não é muito bem visto por aqui. – Eu assenti, nós nos viramos para o horizonte. - Quando eu for rainha, você vai poder ser quem quiser, eu prometo. – Meu irmão passou um braço pela minha cintura e comeu o bolinho. - Você pode mesmo bloquear os meus pensamentos com o grupo? – Seth me olhou quase esperançoso. - Eu imagino que vocês possam fazer isso entre si, só precisam aprender a ligar e desligar, cada um tem seu próprio método sabe? Por exemplo, quando eu estava aprendendo a controlar essa coisa de ler pensamentos eu criava um muro, eu pensava num muro bem alto e feito do metal mais resistente que existe envolto por magia e então eu sabia que minha mente estava protegida, essa é uma situação aonde a guerra não é física é mental. – Seth me olhava muito interessado. - Vou tentar fazer isso com os protetores, facilitaria a vida de todos nós. – A esperança brilhava no meu irmão e eu conseguia imaginar como era doloroso, ter centenas de pensamentos junto com os seus. - Só uma perguntinha Seth... – Eu não consegui me conter. - Fala... – Meu irmão me olhou desconfiado. - A coroa... – Seth revirou os olhos e saiu andando. - Sua mãe me convenceu que seria a imagem ideal para os outros clãs... – Bufei em resposta sem conseguir conter o cinismo. - E você caiu nessa? – Meu irmão pressionou os olhos e saiu andando. Fui atrás dele gargalhando. Seth e eu seguimos para a tenda chegando junto com o Nico, o guarda meneou a cabeça para o meu irmão e me deixou passar primeiro. O céu estava escuro, apenas as luzes das tochas iluminavam o acampamento, mesmo assim ainda conseguíamos ver milhares de estrelas clareando o céu e a enorme lua brilhando, por um momento nós três apenas absorvemos o poder da deusa, cada um em uma prece silenciosa para que essa noite ocorresse em segurança. Dentro da tenda meus pais estavam no trono, minha mãe vestia um vestido triunfal, azul royal e prata, colado em seu corpo, mas seus braços ficavam envolto pela capa rendada em véu prateado que ia do pescoço ao pé formando uma calda, sua coroa era de diamantes com safiras, a lua tríplice no centro da coroa, minha mãe era o nosso clã em uma só. Meu pai estava assim como meu irmão e Nico, de armadura, mas havia uma coroa em sua cabeça, a mesma coroa da cerimônia, preta com pedras vermelhas. Meu vestido era bege, com desenhos de galhos pretos com folhas e flores por todo ele, os galhos formavam o decote de busto, uma capa branca descia dos ombros até o chão formando uma calda, meus cabelos platinados estavam soltos e selvagens, presos por uma tiara de pedras cinza, com as duas estrelas laterais e uma central, havia alguns cristais em suas pontas. - Majestades o círculo está pronto. – Na porta da tenda estava o tal capitão Clark, ele cumprimentou meu irmão, meu pai e Nico com o sinal dos protetores e fez uma reverência para mim e para minha mãe. Dirigimo-nos para o círculo de pedra, quando um grupo ia saltar todos juntos fazíamos o circulo para que todos contribuíssem com magia para o salto e nenhum se perder no meio do caminho. Nós entramos no círculo e demos as mãos, minha mãe disse para aonde iríamos e para focar bem no lugar em questão.

                         

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