Capítulo 5 5.A luz da Guardiã

Palaços

Era um dia chuvoso e escuro, dava para dizer que a noite emendou na noite. Sons de espadas, gritos e urros de raiva se perdiam no ar e conforme se aproximava do castelo dos Guardiões, os sons se intensificavam. Afinal ninguém esperava por um ataque tão repentino das xamãs dragão, mas pela raiva que Lucia havia visto brilhar nos olhos de Velaska era de se esperar.

A sorte foi que os protetores conseguiram manter a luta do lado de fora do castelo, mas o belo jardim já sofria com o incêndio causado pelas bolas de fogo lançadas pelas xamãs a torto e á direita.

Matteo, Amy, Marcus, Lucia e os 6 da Ordem estavam na sala de reuniões a espiar pelas grandes janelas a morte dos seus e das xamãs. Nunca uma luta chegara tão perto das portas do castelo como essa.

-Nunca as vi atacar com tanta fúria antes - comentou Silvana ao segurar a cortina para ver melhor a luta lá embaixo.

-A culpa é minha – disse Lucia ao levantar-se da cadeira onde estava – eu não devia ter vindo para cá, e muito menos ter confrontado Velaska.

-Se a senhora quer achar um culpado - começou Amy ao aproximar-se dela – eu seria a primeira já que é a mim que querem matar – concluiu.

-Mas para isso acontecer – Marcus a abraçou por trás - vão ter de me matar primeiro.

-É louvável sua dedicação e amor a Amy – elogiou Matteo ao também levantar-se – mas numa guerra os únicos culpados são aqueles que a iniciaram.

-E quem iniciou essa foi Velaska – complementou Miguel ao soltar a cortina já com os olhos cansados de ver tantas mortes – e, pelo visto, não vai terminar tão cedo.

Uma voz congelante(irônico, não?) se fez presente no recinto, e o pior e que nem Marcus a sentiu se aproximar.

-Você tem toda a razão, Guardião.

Todos olharam para a porta onde Velaska estava sorrindo diabólico com uma faca de ouro, incluindo a lâmina a brilhar junto com o sangue que escorria, provavelmente, de algum guardião que tentara detê-la e pingava ao chão.

Os guardiões se armaram com suas espadas e cajados e formaram uma barreira a frente de Matteo, e Marcus a frente de Amy e Lucia com unhas e dentes prontos.

Velaska riu.

-Acha mesmo que eu viria até aqui sozinha – falou e mais seis xamãs dragão , em estado igual ou pior em termos de sangue escorrendo e/ou pingando de seus corpos, entraram na sala.

-Com exceção desse três - apontou para Marcus, Amy e Lucia que estreitaram os olhos – podem matar os demais

– e atacaram com bolas de fogo e enquanto os guardiões erguiam as capas para se protegerem , elas atacaram com as facas em seguida e o barulho do choque destes com os demais e espadas confundiam-se aqui e lá fora.

Velaska moveu-se como uma leoa a caça em direção a Marcus que já estava atentos aos seus movimentos –venha garoto, me ataque, eu quero ver do que um vampiro é capaz.

-Marcus, não!

-Por favor, meu filho, deixe que eu cuido da Velaska.

-Está tudo bem - pôs a mão sobre a de Amy que segurava o seu braço, e pedia para deixá-lo sem olha-la – a tempos que quero dar uma lição em Velaska pelo que ela tem feito.

-Venha! - gritou Velaska e Marcus atendeu ao seu pedido com garras e presas, amparando a faca que já com um golpe a tirou das mãos de Velaska, que arregalou os olhos espantada, mandando-a ao chão e, em seguida, sua dona.

Antes que Marcus a atacasse de novo, ela levantou-se e dera um giro com uma perna como uma bailarina e acertou o pé direto na lateral do rosto de Marcus que caíra contra uma cadeira.

-Marcus?!

-Amy, não!

Amy tentara ir até Marcus, mas uma xamã surgira em seu caminho – vai a algum lugar, gardiãzinha - debochou sorridente, pois havia derrubado Estefânia que estava com uma das mãos na barriga que sangrava, e o pior é que Lucia havia se envolvido numa luta com outra xamã.

-Ronia, mate-a! - ordenara Velaska que no momento mantinha Marcus no chão, sentada sobre seu peito e as unhas de dragão cravadas em seus pulsos ao chão - veja a sua bonequinha morrer.

-Não! - gritara ao ver a tal Ronia ao levar a faca direto no coração de Amy, mas no último segundo...

Estefânia sentiu a morte envolver seus sentidos, olhou para a sua mão ensanguentada e tomou a decisão para a qual fora destinada desde o dia em que fora congregada aos 6 da Ordem.

No último momento, levantou-se do chão manchado pelo seu próprio sangue, cambaleante e foi feliz ao encontro de seu destino, enfiando-se entre Amy e Ronia no milésimo de segundos e levou a facada direto no coração.

-Estefânia?!

Amy não esperava que Estefânia iria ter forças de se levantar do chão e tão pouco coragem para morrer por ela, e quando esta se colocara como um escudo a sua frente que levando a facada quje seria para si, Amy sentiu seu sangue ferver e, sem pensar, arrancou aa faca do peito da Guardiã já caída inerte e enfiou-a com raiva no órgão da outra profundamente, só para depois retirá-la e contemplar o sangue da assassina em sua mão.

Ninguém esperava que Amy fosse e tivesse coragem para fazer isso, e foi nessa distração que Marcus conseguiu cravar suas unhas de vampiro – e com raiva- nos nós dos dedos de dragão de Velaska que gritou.

Marcus dera um giro de corpo e nesse giro levou junto Velaska atirando-a contra a parede e, sem dar-lhe tempo de reagir, voou em sua direção e cravou suas presas na jugular da rival enquanto suas garras foram parar nas palmas das mãos dela, que urrou e começou a lançar bolas de fogo, as quais Marcus conseguiu desviar com proeza, mas ela conseguiu lhe acertar um chute no estômago que o jogou para trás, mas com isso ele nos caninos e nas garras seu sangue e sua pele escamosa.

-Desgraçado! - esbravejou ao levar a mão ao pescoço e sentir seu sangue extremamente quente sob as pontas de seus dedos.

Amy gritou, e o seu grito pôs a todos em alerta de novo, e de novo um Guardião dera a vida por outro.

Matteo estava lutando com uma xamã quando um dos guardiões fora derrubado, e no rápido olhar Matteo tornou-se alvo sem se dar de conta, mas Rafael chegara a gritar por Matteo, mas este não tivera tempo de virar-se para se defender, e nos segundos finais, Ruan surgira ás suas costas e até conseguiu amparar os golpes das garras da xamã, mas uma outra surgira e enfiou em sua lateral

uma faca que levou-a até suas costelas e foi forçada ao seu coração.

Ruan gritara de dor, mas mesmo assim, conseguira arrancar aquela maldita faca do suas entranhas, o que espantou a muitos óbvio, e nos últimos resquícios de força conseguiu degolar as duas xamãs que o atacaram, e assim os três tombaram mortos ao chão.

Matteo conseguiu matar a xamã que o atacava e quando virou-se com mãos ensanguentadas com o sangue xamã e o seu próprio, viu seu companheiro morto em combate entre as inimigas.

-Tarde demais – debochou Velaska sorrindo ao ver o quão abalado Matteo ficara com a morte de dois guardiões da Ordem – e agora é a sua vez – e quando pensou que ela atacaria o Grande Guardião os agora 4 da Ordem se dirigiram a frente de Matteo.

Marcus e Amy estavam mais afastados, mas atentos.

Lucia achara estranha a atitude de Velaska em querer atacar Matteo de frente, afinal ela teria de passar por quatro Guardiões ainda, mas ao olhar para o seu filho e de volta a Velaska percebeu que o ataque era destinado a outra pessoa, e no último instante...

Quando já estava bem próxima dos Guardiões com agilidade e um sorriso de quem já está com a batalha ganha, Velaska virou-se e correu a Marcus que percebeu sua estratégia e armou-se, mas não esperava pelo que iria acontecer...

Amy estava atenta até os mínimos movimentos de Velaska e já duvidava do que poderia acontecer a Marcus e a armadilha confirmou-se quando ela virou-se para eles.

Amy não pensara duas vezes em se posicionar em frente a Marcus que tentou tirá-la dali, mas não ouve tempo já que Veaska estava a centímetros e ...

Marcus estava pronto para defender a ele e Amy, mas quando Velaska estava para atacar, Amy entrou a sua frente como um escudo e o que ela conseguiu fazer deixou a todos embasbacados.

-Fora daqui! - gritou ela, Velaska franziu a tez diante da atitude daquela intrometida, mas então ela estendeu as duas mãos á frente e um clarão intenso saíra de suas palmas indo direto ao rosto de Velaska que chegou a abrir sua boca, mas recebeu o impacto daquela luz e saiu voando como um trapo velho pela janela para fora do castelo.

Matteo sentiu a emoção, por um instante, ter pensado ou realmente ter visto sua amada Luzia através de Amy bem como, com certeza, os Guardiões que estavam boquiabertos e de olhos arregalados. Ah, e não esqueçamos de Lucia e Marcus que foi salvo por aquela luz que saíra das palmas das mãos de Amy.

Amy sentiu uma fraqueza percorrer seu corpo conforme a luz de suas mãos diminuir de intensidade até se apagar de vez, então terminou por desmaiar nos braços de Marcus.

Conforme a luz ia sumindo das mãos de Amy, Marcus percebeu que ela começou a oscilar e quando ela cedeu para trás, ele a pegou em seus braços e com ela ajoelhouse no chão e afastou os cabelos de seu rosto.

-Amy – ele acariciou seu rosto, preocupado por ela permanecer desacordada, como uma morta.

-Não se preocupe, menino – recomendou Matteo ao surgir a seu lado com os guardiões ainda em choque pelo acontecido.

-Como não me preocupar, Amy caiu em meus braços e não acorda – rebateu desesperado, abraçado a Amy como se sua vida pudesse sair dele e ir até sua amada.

-Ela só está cansada e por isso desmaiou – disse Lucia ao acarinhar o rosto aflito do filho – afinal – o olhou – aquela luz deve ter sugado muito de sua força.

Marcus olhou para o rosto de Amy que realmente parecia dormir, então levantou-se do chão com ela em seus braços e dissera que a levaria para o quarto.

Lucia informou que ficaria com o filho e Matteo consentira e rumaram para fora da sala.

A batalha lá fora cessou desde o momento em que viram uma luz intensa e translúcida sair pela janela, e com ela Velaska que fora arremessada á cachopa de uma árvore e com várias folhas e galhos caíra ao chão.

As xamãs começaram a gritar – Velaska fora derrotada! -e acabaram por fugir amedrontadas com a tal luz, com exceção de Atia.

Atia ficara boquiaberta ao ver Velaska ser lançada para fora com a tal luz que esta vira, e somente uma vez e que pensara que somente uma pessoa a tinha como dom, mas por fora era melhor encerrar esse assunto.

Atia então amparara uma Velaska resmungona por debaixo de seus braços e saíram dali. Por hora pelo menos.