Melhor Natal de Todos - Especial de Natal
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Capítulo 3 3

Ela ajoelha-se na minha frente conforme engulo o uísque e pego a garrafa. Neve - do tipo que cobre a paisagem até que você não possa dizer para que lado ir - cai em uma torrente. Sua árvore de natal brilha, as luzes coloridas e os ornamentos caseiros dando a antiga casa um pouco de aspecto de férias.

Jogo meu chapéu na parte de trás do sofá. "Seu pai nunca teve uma árvore depois que você foi embora."

Molly puxa minha bota e tenta enrolar a perna da minha calça para dar uma olhada no meu joelho. "Eu sei."

"Ele sentiu muita saudade de você." Bebo da garrafa. "Quando você parou de visitar."

"Eu sei." Seu tom é baixo, como um arame sendo esticado. "Você terá que tirar isso. As malditas coisas não soltam." Molly senta-se à mesa de centro esculpida e aponta para o meu jeans.

"As senhoras costumam pedir gentilmente." Sorrio.

Ela revira os olhos. "Dá um tempo."

Não perco a cor subindo em suas bochechas. Molly tem vinte e cinco ou algo assim, se calculei direito. Bonita, não posso negar. Seu longo cabelo vermelho cai ao redor de seus ombros e molda seu rosto, seus olhos azuis brilham na luz baixa. Como seu pai grisalho criou uma criatura tão adorável está além da minha compreensão, e presumo que Molly tem seus genes de sua mãe.

"Você vai tirá-la ou o quê?" Ela cruza os braços e me prende com um olhar penetrante.

Exigir que ela colocasse Slingshot em um trailer e nos desse uma carona de volta para minha casa parece um bom plano, mas a dor em meu joelho me diz que não irei a lugar algum - não sozinho, de qualquer maneira. "Desde que você pediu tão gentilmente." Inclino-me para frente e coloco a garrafa ao seu lado.

Sua respiração engata quando chego perto. Afasto-me. A última coisa que preciso é de um atrevido fogo de artifício na minha vida, mesmo que algumas partes minhas ao sul acordem da hibernação e reajam com interesse imediato. O que é um problema, já que acabei de concordar em tirar minhas calças. Merda.

Limpo a garganta e olho para seu rosto novamente. O lenço azul e amarelo brilhante no bolso da camisa tira a profunda cor de safira de seus olhos. Maldição, ela é linda.

"Você é tímido?" Molly desafia, seu pequeno queixo inclinando-se quando encontra o meu olhar.

Nem um pouco. "Talvez. Você tem algum problema com

isso?"

Ela levanta-se e caminha até a árvore de natal, de costas para mim. "Vamos logo com isso. Deixe-me saber quando estiver pronto."

Nunca estaria pronto para uma mulher como Molly, isso é certo. Olho para o seu traseiro redondo, a curva de seus quadris, o jeito que o jeans lhe molda como uma segunda pele. Meu pau sobe um pouco, empurrando o zíper. Desvio o olhar, forçando-me a acalmar, porra. Ela me acusou de ser um ladrão, pelo amor de Deus. Para não mencionar o que ela fez com seu pai. Esse último pensamento é como um balde de água fria. Molly e eu não somos amigos. Nós somos apenas vizinhos. E pretendo manter isso dessa forma.

Fico de pé, equilibrando-me sobre a minha perna boa, e solto meu cinto. Tanya, a velha cadela do seu pai, mal me dá um olhar do seu lugar junto ao fogo. Nos conhecíamos há muito tempo. Uma vez que meu jeans está sobre o braço do sofá ao meu lado, sento-me e casualmente certifico-me de que minha camisa de flanela cubra minha virilha.

"Estou pronto."

Ela se vira e mantém os olhos no meu joelho enquanto está sentada no chão, na minha frente.

Eu queria que meus pensamentos sujos fossem ignorados. É difícil, mas Molly ajuda quando limpa o sangue no meu joelho com um pouco de álcool. Porra, isso queima.

"O corte não é tão ruim." Ela limpa com cuidado, em seguida, coloca uma mão atrás de minha panturrilha e puxa para frente. "Mas acho que o pior dano é do tipo que eu não posso ver."

Gemo quando a dor me atravessa e tomo outro gole da garrafa.

"Os ligamentos do joelho parecem bem. Nada parece quebrado." Molly pressiona ao longo do meu joelho. "Acho que é uma contusão profunda e uma distensão."

"Você foi para a faculdade de medicina e ninguém me

disse?"

Ela franze a testa, uma ligeira ruga se formando em sua testa lisa. "Não. Mas estive em torno de rancheiros idiotas o suficiente para saber quando eles precisam ir para o prontosocorro."

Sento-me à frente e olho para ela. "Eu não sou um

rancheiro idiota."

"Vagando ao redor da propriedade alheia ao anoitecer antes de uma grande tempestade? Isso soa exatamente como um rancheiro amador."

Maldita seja. Por que ela sempre tem que me irritar? "Eu estava em sua propriedade por uma única razão." Pego meu jeans e cavo no bolso até que meus dedos atingem o metal frio e arenoso. Entregando o isqueiro para ela, eu digo: "Achei isso em um lugar onde alguém destruiu a cerca entre nossas propriedades. Há muitas trilhas por lá, também. Suspeito que vamos encontrar algumas cabeças de gado que estamos perdendo."

Ela vira o isqueiro na palma da mão, os olhos fixos nas iniciais esculpidas no lado. "Os garotos Piper?"

Concordo. As iniciais-TP-só poderiam pertencer a um filho da puta, Trey Piper. Sua família possuía alguns milhares de hectares mais abaixo da montanha, mas ganharam a maior parte do seu dinheiro em jogos ilegais, prostituição e roubos. Eles são pessoas rudes, não o tipo que você gostaria de se meter. Sorte minha que sou bem difícil, então não tenho nenhum problema em foder com eles por tomar o que é meu.

Molly senta-se, seus olhos azuis claros como um céu de verão. "Quero esclarecer uma coisa."

"O quê?" O jeito que ela me olha envia calor em erupção no meu peito. É provavelmente apenas a bebida. Tem que ser.

"Eu realmente nunca acreditei que você estava roubando."

"Claro que parecia isso. Mentir dizendo que acredita em mim agora que eu trouxe evidências de que outra pessoa fez isso não causa uma boa impressão para você."

"Não estou mentindo." Molly coloca o cabelo atrás das orelhas, lembrando-me de como fazia a mesma coisa quando era adolescente e era muito tímida para falar muito. "Eu só estava tentando atraí-lo um pouco, é tudo."

De que tipo de tolice ela está falando? "Atrair-me?"

Ela inclina a cabeça. "Acho que nós dois sabemos que você está me evitando e sendo frio comigo desde que vim para cá. E não sei por quê. Mas quero que sejamos amigos. Somos vizinhos, depois de tudo. Papai queria-"

Levanto minha mão. "Deixe-me interrompê-la aí. Você não pode me dizer o que o seu pai queria."

Molly encolhe-se como se eu a tivesse atingido.

Eu deveria ter cortado o teatro, mas não pude. Não quando ela está olhando para mim com aqueles olhos de anjo, quando sei que lá dentro, ela não é um anjo. Não, Molly é uma pirralha egoísta. Nada mais. "Eu estava aqui quando ele estava doente, quando não podia sair da cama, quando ele estava morrendo. Você não estava. Assim, você não pode me dizer que vamos ser amigos, e você com certeza não pode me dizer o que seu pai queria."

Para o seu crédito, ela não vira as costas e corre. Mas toda a cor desaparece do seu rosto, ela vira-se para o kit de primeiros socorros, com as mãos tremendo enquanto procura nos compartimentos.

Minha ira diminui enquanto a observo, e uma emoção diferente surge em seu lugar. Vergonha. Eu não deveria ter falado com ela assim. Porra. A dor e o uísque trouxeram o pior em mim. E, o que é mais desanimador do que qualquer outra coisa, ela não se defende. Apenas toma suas pancadas e segue em frente.

Sou um idiota. Talvez ela seja uma pirralha ingrata, mas não é minha função fazê-la enxergar isso. "Olha, eu sin-"

"Eu-eu vou envolvê-lo, e você vai precisar ficar de repouso por um tempo." Molly tira alguns comprimidos e entrega-os para mim, mas não encontra meu olhar. "Tome-os para a dor. Vou buscar um pouco de gelo." Ela sai correndo, e acho que vi lágrimas em seus olhos brilhantes.

Talvez seja uma coisa boa. Molly não precisa se envolver com um bastardo amargo como eu. Termino o uísque e coloco minha cabeça de volta no sofá familiar enquanto tento não pensar na dor que vi em seus olhos.

            
            

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