"A que devo o prazer desta pequena visita?" A voz confiante de Trey paira na sala. Seu impecável Stetson, camisa passada e calça jeans ridiculamente limpas dava a impressão de que ele estava estrelando uma novela sobre cowboys. Ele não conheceria um dia de trabalho duro mesmo se isso mordesse seu traseiro perfeitamente engomado.
"Acho que você sabe por que estou aqui." Não aceito a cadeira oferecida, e em vez disso, encosto na estante mais próxima.
"Nenhum palpite. Talvez apenas uma visita para o
vizinho?"
"Devolva o gado, e não vamos ter problema."
"Que gado?" Perry segue para ficar atrás do seu irmão mais velho. Apenas vinte anos e ele já era um jovem desagradável com músculos crescidos graças ao seu hábito de malhar diariamente.
"Pule essa merda. Você roubou o gado de Molly Gale na noite passada, arruinou seus quebra-ventos, e sem dizer quantas cabeças você roubou de nós dois antes disso."
Trey altera de divertido a frio no espaço de um segundo. "Você precisa cuidar com o que diz. Acusações como essa poderiam causar algum desconforto."
"Espero um monte de desconforto se aquele gado não reaparecer. Hoje." Mantenho o olhar de Trey, tão frio quanto o dele.
"Eu sugiro que você se vire e saia da porra da minha propriedade." Ele se levanta e aponta para a porta.
"Não sem aqueles animais." Afasto-me da estante e endireito minha postura nivelando com a dele, pronto para brigar se for necessário. Não havia nenhuma dúvida em minha mente que eles iriam negar todas as minhas acusações, me ameaçar e me chutar para fora de sua propriedade. Mas o que eles não perceberam foi que, enquanto eles estavam focados em mim, Zane estaria passando por seu gado, separando o que pertencia a mim e Molly, e pastoreando-os para a fazenda do Len ao lado. Eu tinha falado com Len mais cedo naquela manhã e combinado tudo; ele estava tão cansado de ser pressionado pelos Pipers como todos os outros.
Trey faz uma careta. "Perry, escolte o nosso amigo para
fora."
O merdinha estala os dedos e dá a volta na mesa vindo na minha direção.
"Não vou sair." Mantenho minha posição firme, mas estou pronto para reagir.
"Sim, você vai, filho da puta." Perry ergue seu punho e aponta para mim. Muito devagar.
Eu abaixo. "Você não quer fazer isso."
"Com certeza quero." Ele avança, balançando descontroladamente – muito músculo, mas pouca esperteza.
Deixo seu punho voar, então, respondo com um soco forte em sua mandíbula. Meus dedos formigam com o impacto, mas ele fica mais machucado, um som sufocado sai de sua garganta enquanto ele cambaleia para o lado.
"Perry, reaja!" O grito de Trey parece revigorar Perry, porque ele avança para mim de novo, jogando um soco que acerta meu nariz.
Porra, isso dói. Bloqueio seu próximo soco, em seguida, acerto outro na sua bochecha, meus dedos direitos queimam quando o som oco do soco reverbera pela sala. Mas só o irritei, a raiva aumenta assumindo o controle quando ele avança novamente e nós caímos no chão de madeira, ele me jogando de costas.
Tento atingir sua cabeça várias vezes, mas ele tinha me prendido e começou a golpear em cima de mim. Minhas mãos subiram, instintivamente me protegendo. O gosto de sangue fluiu através de minha língua, meu lábio se partiu e meu nariz quebrou. Eu levei soco após soco até que meus braços ficaram dormentes. Minha defesa foi desaparecendo, e muito em breve ele estaria golpeando livremente o meu rosto.
"Sai de cima dele!" A voz de Molly irrompe na sala. Ela está na porta, sua espingarda apontada para o rosto de Perry.