Amor à Toda Prova
img img Amor à Toda Prova img Capítulo 2 Olhares
2
Capítulo 10 Orgulho img
Capítulo 11 Humilhação img
Capítulo 12 Fuga img
Capítulo 13 Delírio img
Capítulo 14 Deleite img
Capítulo 15 Provocante img
Capítulo 16 Irrevelado img
Capítulo 17 Fixação img
Capítulo 18 Ciúme img
Capítulo 19 Secreto img
Capítulo 20 Atrevido img
Capítulo 21 Solidão img
Capítulo 22 Desilusão img
Capítulo 23 Irremediável img
Capítulo 24 Conflito img
Capítulo 25 Melancolia img
Capítulo 26 Mágoa img
Capítulo 27 Recaída img
Capítulo 28 Arrependimento img
Capítulo 29 Indiferença img
Capítulo 30 Precipitação img
Capítulo 31 Desordem img
Capítulo 32 Receio img
Capítulo 33 Lembranças img
img
  /  1
img

Capítulo 2 Olhares

- Uau! Até que enfim. - Antony abriu os braços ao ver-me entrando na cozinha.

- Quanto tempo, cidadão. - O abracei forte.

Tony era amigo do meu irmão desde sempre. Morou na nossa rua, estudaram juntos; e assim como o André, ele também tinha um instinto protetor e se julgava meu irmão.

- Você sempre foi linda, Chloe, no entanto os cinco anos na Itália transformaram-na em uma mulher extremamente exuberante.

- Obrigada. - O abracei novamente. E só aí me dei conta de que, além do André e do Tony, havia outro homem que eu nunca tinha visto. Mesmo porque, se tivesse, dificilmente teria esquecido. Ele era lindo, alto, cabelos castanho-escuros até a altura do pescoço, pele bronzeada e os olhos pretos e expressivos. Os italianos eram homens belíssimos, galanteadores. E esse não perdia em nada; pelo contrário, era um páreo duro.

- Esse é o Roger, é com ele que você vai trabalhar - André nos apresentou. - Roger, essa é a minha irmãzinha, Chloe.

- Oi! Prazer - cumprimentei-o com dois beijos no rosto.

- Prazer, Chloe. Vai ser muito bom ter você na nossa equipe. - Sua voz soou como um acorde de violino nos meus ouvidos.

- Fico feliz - retribuí a recepção com um discreto sorriso.

Eu não contava que, ao voltar e assumir um cargo na metalúrgica do meu pai, eu teria essa surpresa. Trabalhar ao lado de um homem cujo olhar era fascinante.

- Nos conte, Chloe. Como foi a experiência de viver cinco anos longe do seu irmão? - perguntou Tony, em tom de brincadeira.

- Uma maravilha, eu diria mais... uma bênção. - Caminhei rindo até a geladeira e peguei uma cerveja.

- Você bebendo cerveja? - meu irmão indagou com sua velha conhecida cara de espanto.

- André! Acorda. - Encostei minha latinha na dele. - Fratello salute.

- Saúde - responderam Tony e Roger em uníssono.

- Está com uma carinha ótima, filha - comentou minha mãe, assim que entrou na cozinha acompanhada do meu pai.

- Obrigada, umas horinhas de sono me caíram muito bem. - Sorvi um pouco da cerveja estudando o meu futuro colega de trabalho.

- A Chloe tornou-se uma linda mulher - reafirmou Tony.

Sorri agradecida e troquei olhares com Roger, que estava totalmente à vontade com no meu seio familiar.

- Tony, cai fora! Você é dez anos mais velho que a minha irmã, se enxerga.

- Eu não ligo para a idade, Tony. - Pisquei para ele, brincando. Eu adorava irritar o André, assim como ele amava me infernizar; já estava com saudades de seus devaneios em relação aos homens e seus galanteios. Isso sempre o tirou do sério, deixando-o puto da vida a ponto de querer me trancar dentro de casa, como acontecera certa vez.

Quanto ao Tony, ele era muito bonito, loiro, cabelos bem curtos e lisos, olhos castanhos, esguio e extremamente educado, sabia exatamente dizer as palavras certas no momento certo. Sempre foi tranquilo, caseiro e por isso acabou se casando com uma golpista que soube direitinho se aproveitar das qualidades dele.

Ele era dono de uma rede de lavanderias, herdou o negócio do pai e multiplicou sua herança ao longo dos anos. Com seu coração grande, não percebeu que estava caindo em uma cilada e acabou se casando com uma mulher, que dois anos mais tarde enfiou uma faca em seu peito ao trocá-lo por outro. E se não bastasse levou também uma fortuna junto com ela. Eu não presenciei a história toda, pois já havia me mudado para a Itália. Fiquei sabendo, porque meus pais e irmão me colocaram a par da situação e mesmo de longe demonstrei minha solicitude.

- Nem de brincadeira - meu irmão insistiu, dando um ligeiro soco no braço do Tony, que correspondeu rindo.

- Que tal minha famosa caipirinha? - perguntei já separando os ingredientes.

- Roger vai provar a melhor caipirinha do mundo - Tony caminhou em minha direção, pronto para me auxiliar como sempre fizera.

- Então, vamos lá! - Empolgada com toda a situação, principalmente pelo estimulante amigo novo do meu irmão, preparamos dois litros de caipirinha.

- Aceita, Roger? - inquiri erguendo um copo.

- Por favor - ele anuiu e eu o servi.

Roger bebeu um generoso gole e lançou seu olhar desestabilizante em minha direção. Aquele capaz de fazer qualquer mulher existente na face Terra, aquecer-se como se estivesse em pleno climatério.

- Perfeita, Chloe. - O atraente amigo do meu irmão virou o copo na boca, olhando-me com curiosidade, como se estivesse me estudando e seu potente olhar, esquentou-me ainda mais.

- Obrigada. - balbuciei

Nossos olhares foram interrompidos pelo som da campainha. André retirou-se e voltou acompanhado por duas mulheres. Uma loira abraçada a ele e uma morena, que tascou um beijo na boca do Roger assim que o viu. Caramba! Por essa eu não esperava. Sem graça diante da revelação desestimulante murchei como uma flor sedenta por míseras gotas de chuva em um verão escaldante.

- Olá! - disse a loira.

- Dafne? Essa é a Chloe, minha irmã.

- Oi! Prazer - cumprimentei-a com um beijo.

- Que legal! Até que enfim estou conhecendo a irmã do André, ele fala muito em você.

- Espero que bem. - Pisquei para o meu irmão e sua simpática namorada sorriu.

- Ah! Essa é a Kelly, namorada do Roger.

- Oi, Kelly. Prazer - cumprimentei-a também.

- Prazer o meu - retribuiu com extrema polidez.

- Estão servidas? - ofereci a caipirinha, tentando disfarçar o meu desapontamento.

Se toca, Chloe, você acabou de conhecer o cara. - Minha voz interna tentou me chamar à razão, no entanto, parte de mim não estava disposta a cooperar.

- Meninas, não bebam demais, isso sobe que é uma beleza - meu pai recomendou e saiu para a área da churrasqueira, eu quase o segui se não fosse pela curiosidade da Dafne.

- E aí? Me conta, cunhada, como está sendo a sua volta? - questionou esticando o braço para pegar o copo e se servir da bebida.

- Por enquanto ótima. - Ri. - Eu amava o meu emprego, minha casa, os amigos que fiz por lá, mas já era hora de voltar. Estava com muita saudade de todos e de tudo. Sabem como é... "Um bom filho à casa torna". - Sorri novamente e sorvi minha caipirinha.

- Deixou algum gato italiano por lá? - Kelly perguntou bebendo seu segundo copo.

- Não. Já havíamos terminado há quase quatro meses. Viramos grandes amigos.

- Tinha namorado? Como nunca nos disse? - André franziu o cenho ao me indagar.

- Se liga, André! Belíssima como a Chloe é, acha que ela ficaria esses anos todos solteira? - frisou Tony.

- Acho que o Tony respondeu. - Tilintei no copo do meu amigo. André era tão protetor, que chegava a ser hilário.

- Chloe! - André beliscou meu braço. - O que aconteceu com a minha irmã?

- Não faço a mínima ideia. - Devolvi o beliscão. - Provavelmente ela se livrou das amarras e foi ser feliz por aí?!

- Poderíamos sair nós seis para dançar. O que acham? - sugeriu Kelly.

- Não é uma má ideia, o Tony está sozinho e a Chloe também - comentou Dafne.

- Estou gostando da ideia. - Tony aproximou-se e envolveu minha cintura.

- Pois eu não. Tira suas patas da minha irmã. Já disse é muito velho pra ela.

- Você também é oito anos mais velho do que eu, assim como o Roger é sete mais velho que a Kelly - protestou Dafne. - O que tem de errado nisso?

- Viu? - Beijei o rosto do Tony entrando na brincadeira e observei que o Roger só me fitava calado, com sua namorada gostosona a tiracolo.

- Posso me servir? Sua caipirinha é divina - perguntou Kelly, no seu quarto copo.

- Claro! - respondi ao ajudá-la.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022