Amor à Toda Prova
img img Amor à Toda Prova img Capítulo 5 Sensações
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Capítulo 10 Orgulho img
Capítulo 11 Humilhação img
Capítulo 12 Fuga img
Capítulo 13 Delírio img
Capítulo 14 Deleite img
Capítulo 15 Provocante img
Capítulo 16 Irrevelado img
Capítulo 17 Fixação img
Capítulo 18 Ciúme img
Capítulo 19 Secreto img
Capítulo 20 Atrevido img
Capítulo 21 Solidão img
Capítulo 22 Desilusão img
Capítulo 23 Irremediável img
Capítulo 24 Conflito img
Capítulo 25 Melancolia img
Capítulo 26 Mágoa img
Capítulo 27 Recaída img
Capítulo 28 Arrependimento img
Capítulo 29 Indiferença img
Capítulo 30 Precipitação img
Capítulo 31 Desordem img
Capítulo 32 Receio img
Capítulo 33 Lembranças img
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Capítulo 5 Sensações

Eu passei por ele, e seguimos para a sala ao lado. Roger abriu a porta e a segurou para que eu pudesse entrar. Definitivamente levaria alguns meses até que eu pudesse me acostumar com esse homem, que me estudava de forma minuciosa como se eu fosse uma relíquia recém-descoberta.

- Obrigada.

- Fique à vontade. - Ele disse por fim.

Eu me sentei na cadeira em frente à dele; e mesmo separados por uma mesa, a tensão entre nós era quase palpável. Olhei curiosa procurando por fotos, mas só vi um porta-retratos com um casal jovem e bonito. O homem era parecido com o Roger e a mulher sorria alegremente para o rapaz, que estampava a fotografia um pouco surrada, ao lado dela. Pudera! Encantar era com eles mesmos. Que dupla! Se tratando de pai e filho, ambos eram de arrasar corações.

- Chloe? - ele balbuciou meu nome tirando-me da situação de devaneio e não gostei nada da sensação da voz dele soando em meus ouvidos, causando um furor até nas minhas entranhas.

- Podemos começar, Roger? Eu gostaria de estar a par de tudo o quanto antes.

Se esse cara lesse pensamentos, eu daria a ele e ao seu charme fatal, um arsenal de munições. Roger era perturbador e eu uma maluca por não saber lidar com essa situação.

- Perfeito. - Ele se levantou pegou a cadeira que estava ao meu lado e a colocou próximo a dele. - Por favor. - Continuou segurando a mesma, para que eu pudesse me sentar.

- Obrigada. - Engoli em seco e me sentei.

- Que perfume é esse? - Roger se inclinou na minha direção com os olhos fechados e inalou a fragrância, eu senti sua respiração quente no meu pescoço e no mesmo instante os pelos da minha nuca eriçaram.

- Presente do Pietro - respondi rapidamente.

- Quem é o Pietro?

- Meu ex-namorado. - retorqui de pronto sem titubear.

Roger semicerrou os olhos e os fixou na minha boca.

Desta vez respirei fundo como se o ar me faltasse. E os meus pensamentos até então emaranhados começaram a evaporar. O frenesi entre nós era grande e essa aproximação era perigosa ao extremo; decididamente eu não estava disposta a brincar com fogo e sair chamuscada, porque com certeza era isso que aconteceria se eu caísse em tentação.

- Ok. Vamos lá. - Roger se afastou, aquiescendo com a cabeça e por um segundo pareceu tão perturbado com as circunstâncias quanto eu.

Por sorte ou azar sabe-se lá, ele tinha tantas informações para me passar que eu permaneci o dia todo ao lado dele e do seu adorável jogo de sedução. O André implicava com o Tony... o inofensivo, enquanto a tentação de nome Roger era quem realmente estava me atiçando. Felizmente, a minha função era a mesma do meu antigo trabalho, porque, caso fosse exercer outra, seria impossível me concentrar com duas pedras de ônix sobre mim. Foi difícil, mas não impossível, por diversas vezes o peguei me olhando e ao confrontar sua visão, o danado não disfarçava como deveria, continuava me encarando, fazendo com que eu desviasse o olhar.

Quando me despedi dele, meus ombros estavam tensos, pois passei o tempo todo tentando ser indiferente, o que na verdade era uma grande mentira. Como ser apática diante de suas artimanhas?

***

O restante da semana não fora diferente, Roger desfilava com seus ternos que o deixavam insuportável de lindo, e eu tentando ser o mais profissional possível. Fiquei tão feliz com a chegada do final de semana, que mais parecia um filhotinho de tartaruga eclodindo de seu pequeno ovo. A alegria era por estar me sentindo um pouco mais segura, sem o Roger o tempo todo ao meu lado. Embora nós nos encontraremos mais tarde na festa beneficente. Porém, ele com a Kelly; e eu como acompanhante do Tony. Minha aconchegante zona de conforto.

- Filha, agendei um horário para nós no salão - minha mãe comentou assim que entrei na cozinha para me servir de uma deliciosa xícara de café.

- Mãezinha, não fica triste. Mas durante esses anos, quase não frequentava salão, pelo contrário fiz cursos de automaquiagem e gosto, é sério.

- E as unhas?

- Me viro bem também.

- Não me diga que você mesma corta o seu cabelo?

- Não. - Sorri diante do espanto dela. - Neste caso, eu frequentava o salão.

- Ah, que susto! Minha menina virou uma bela e talentosa mulher. Se eu soubesse nem teria marcado horário, adoraria ser maquiada por você.

- Oh, mãe! Eu também. Não faltará oportunidade.

- Tudo bem. De hoje em diante, já sei a quem recorrer.

- Combinado. Vou amar. Gosto tanto de dedicar umas horinhas cuidando de mim, que não é transtorno, pelo contrário é uma distração e vou amar ainda mais se tiver a sua companhia de hoje em diante.

- Lindeza. - Ela afagou meu rosto e sorriu terna, como sempre fazia. Esse afago também me fez uma imensa falta. - O almoço está quase pronto, essa xícara de café vai tirar seu apetite.

- De forma alguma, mãe. Meu combustível - brinquei ajudando-a com a arrumação da mesa.

Almoçamos em companhia do meu pai, pois o André estava na casa da Dafne e iriam direto de lá para a festa. Como a nossa secretária do lar estava de folga, eu dei uma folguinha para a minha mãe que já havia se dedicado ao seu fantástico bobó de camarão e deixei a cozinha organizada. Mais relaxada, fui esmaltar as unhas no meu quarto e depois delas secas e impecáveis num lindo tom de vermelho vivo, dei-me ao luxo de um relaxante banho demorado. Ah, Brasil! Seu clima tropical muitas vezes me deixou nostálgica. No verão, Pádua era morna e úmida; e no inverno, só por Deus, era muito frio, de congelar os ossos, e banhos demorados, isso sim era quase raro, eu que não me atreveria, sairia do bagno petrificada.

Dispus meu fabuloso vestido preto de grife sobre a cama, fora uma excelente aquisição. Eu o comprei em uma liquidação, ele parecia ter sido costurado no meu corpo de tão justo, sem contar o generoso decote. Indiscutivelmente ressaltava as minhas generosas curvas herdadas da minha mãe. Sem demora, maquiei-me e o vesti.

- Ei! Estamos indo, o Tony já está lá embaixo - Papai chamou-me ao bater na porta semiaberta do meu quarto.

- Prontíssima. Como estou? - Dei uma voltinha, fazendo graça.

- Linda! Simplesmente linda. Tão bela como no dia em que a tive pela primeira vez em meus braços.

- Awn, pai, obrigada. O senhor é o meu porto - Beijei-o no rosto e limpei a marca deixada pelo batom.

- Vamos? - Galanteador, ele esticou o braço dando-me passagem.

Ao ver-me, mamãe arregalou os olhos, mas o Tony... o Tony quase me engoliu viva.

- Oi, moço bonito! - cumprimentei-o com dois beijinhos no rosto, tentada a rir do semblante espantoso dele.

- Caramba, Chloe! Está linda.

- Idem, gatão. Arrancará grandes suspiros essa noite. Quantas mulheres terei que espantar, hein?! - Trocamos um sorriso. - Não ria, seu Tony a coisa é bem séria.

Ele sorriu mais uma vez.

- O que me dizem? Vamos ou não? Não podemos nos atrasar - comentou minha mãe com as chaves nas mãos, pronta para fechar a porta.

Tony gentilmente abriu a porta do carro e eu entrei.

- Olha! Agora que seus pais não estão aqui. - Ele encarou-me com um sorriso açucarado. - Chloe, você está... Não tenho palavras que definam o quanto está incrível.

- Bonitinho! Você é gentil até para elogiar uma mulher. Aquela cretina da sua ex foi uma otária em deixar você escapar. - Sorri e afaguei o braço dele.

- Otário fui eu, por me deixar envolver com quem não valia a pena.

Nesta ocasião eu não disse nada, mesmo porque diria o quê? Já tinha dito uma enorme besteira citando a infeliz. Disfarcei e mudei o rumo da conversa para algo agradável. Conversamos sobre a minha primeira semana e o quanto a metalúrgica do meu pai havia despontado no mercado nos últimos anos.

Quando ele estacionou o carro, o valet me ajudou a descer, em seguida Tony todo carinhoso entrelaçou seus dedos nos meus. Ele sempre me passou segurança, e eu adorava isso nele.

- Eles estão ali. - Apontou para a mesa onde já se encontravam André, Dafne, Roger, Kelly e meus pais, que assim como nós haviam acabado de chegar.

Caminhamos em direção aos outros. Foi inevitável não sustentar o olhar do Roger, que simplesmente me devorava.

            
            

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