Amor à Toda Prova
img img Amor à Toda Prova img Capítulo 7 Cobiça
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Capítulo 10 Orgulho img
Capítulo 11 Humilhação img
Capítulo 12 Fuga img
Capítulo 13 Delírio img
Capítulo 14 Deleite img
Capítulo 15 Provocante img
Capítulo 16 Irrevelado img
Capítulo 17 Fixação img
Capítulo 18 Ciúme img
Capítulo 19 Secreto img
Capítulo 20 Atrevido img
Capítulo 21 Solidão img
Capítulo 22 Desilusão img
Capítulo 23 Irremediável img
Capítulo 24 Conflito img
Capítulo 25 Melancolia img
Capítulo 26 Mágoa img
Capítulo 27 Recaída img
Capítulo 28 Arrependimento img
Capítulo 29 Indiferença img
Capítulo 30 Precipitação img
Capítulo 31 Desordem img
Capítulo 32 Receio img
Capítulo 33 Lembranças img
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Capítulo 7 Cobiça

Acabei por me entregar a provocação e as coisas só não ficaram ainda mais quentes, devido as continuas batidas na porta.

- Isso não está certo - sussurrei, resfolegando tanto quanto o moreno gostoso de pupilas vívidas e dilatadas a minha frente.

- Vai ao meu apartamento hoje. Quero você.

- Pirou? Não saio com homens comprometidos, foi um erro. - O empurrei e me recompus, alisando o vestido.

- Você quer tanto quanto eu, ou estou mentindo?

- Isso não significa que vá rolar algo entre nós. - Olhei decidida a sair das garras dele. - Me deixa em paz, melhor assim, para nós dois. - Abri a porta, e parti ligeira, ofegando.

No curto trajeto até a mesa, respirei fundo, passei dezenas de vezes as mãos nos cabelos e alisei novamente o meu vestido, ele não era do tipo que amassava com facilidade, mesmo assim, tinha receio de me entregar. Como se não bastasse as bochechas avermelhadas e a pulsação acelerada além do nomal.

- Vamos dançar? - Estiquei a mão para o Tony assim que os reencontreis. Eu praticamente o arrastei até o meio da pista, que estava apinhada de pessoas dançando.

- Está tudo bem? - Ele inquiriu percebendo minha inquietação.

- Está. Só estou cansada. Muitos acontecimentos, viagem, trabalho novo, essas coisas - menti descaradamente.

- Então, vamos nos sentar.

- NÃO! - contestei. - Dançar me relaxa, fico bem melhor quando me movimento.

- Tem certeza? - indagou duvidoso.

- Tenho. Claro que sim. Dançar é relaxante. Pelo menos no meu caso. - Sorri timidamente, olhando para os lados, em busca do homem que havia me desestabilizado por completo.

A música agitada parou e deu vez para uma trilha sonora mais romântica soou.

- Adoro essa música. - falei ao ouvir Right Here Waiting, de Richard Marx.

- Eu também. - Tony envolveu minha cintura e inspirou o perfume dos meus cabelos.

Dançamos quietos e abraçadinhos, sem dizer uma única palavra. Fui me acalmando com as batidas tranquilas do seu coração. Acabara de sair do inferno e com ele encontrara o céu. E o pior... eu havia gostado de ser chamuscada pelo impetuoso Roger. Suspirei e aproveitei a paz que os braços do Tony me passava. Dançamos mais duas lentas e, por infelicidade, o jantar foi anunciado. Eu teria que voltar à mesa e encarar o Roger depois do que havia acontecido e isso era perturbador.

- Não dançava agarradinho assim com uma mulher estonteante há anos. - Enquanto voltávamos, Tony segurou uma das minhas mãos e depositou um suave beijo.

- Mentiroso, mente que nem sente. Somente se recusasse a dançar, mulheres com certeza não faltam dispostas a aquecerem o seu enorme coração. De todos os amigos do meu irmão, para não dizer meu, você é o mais gentil. Sempre me senti muito bem ao seu lado.

- Agradeço, a amizade é reciproca. Quanto às mulheres, nenhuma foi capaz de me tocar lá no fundo, de penetrar todas as barreiras erguidas pela minha ex-esposa. Você me conhece. - Trocamos um sorriso complacente. Sim, eu o conhecia. Tony não possuía apenas um enorme coração, era o que o comandava; quando se apaixonava, ele não poupava esforços, pulava de cabeça , saltava em queda livre, sem medo ou amarras.

Nós nos sentamos, e tentei fugir dos olhares do Roger, mas era impossível. Aquelas pedras de ônix me atraíam e traíam.

- Me conta, Chloe. Os italianos são bonitos? - perguntou Kelly com a voz arrastada.

- São sim - respondi garfando um pouco da minha entrada, fazendo um esfroço hercúleo para não defrontar o moreno gostoso que me cobiçava.

- Dançam bem?

- Pode-se dizer que sim.

- E o seu namorado? Como ele era?

- Chega de perguntas, Kelly - Roger se dirigiu a ela incomodado e, mais uma vez, nos encaramos. Pelo tom ríspido supus que ali tinha uma pontinha de ciúmes.

- O que tem, neném? - Kelly segurou o rosto dele e o beijou como se estivessem sozinhos.

- Tudo bem - retorqui interrompendo o casal. - Posso responder sua pergunta, Kelly. O Pietro era lindo. Alto, porte atlético, olhos azuis, cabelos pretos e encaracolados, um homem belíssimo. - Garfei mais um pouco da minha salada.

- E por que terminaram, Chloe? - Desta vez, Dafne indagou.

- Ele queria algo mais sério e eu não estava pronta, Pietro me pediu em casamento.

Meus pais arregalaram os olhos, era novidade para eles.

- Você não nos contou, filha - ressaltou minha mãe.

- Não achei que seria irrelevante, mãe. Eu recusei e resolvemos terminar, no entanto nos falamos com frequência, somos bons amigos.

- E o que ele faz? - perguntou Dafne.

- Ele atua em filmes e novelas na Itália.

- Caralho! - soltou Kelly. - Ele era famoso? Tem foto?

- Digamos que sim e quanto às fotos, no Google você as encontra - respondi começando a ficar incomodada com a chuva de perguntas. - Pietro D'Angelo.

As duas largaram os talheres e pegaram os celulares, exasperadas.

- Caramba, Chloe! Você é louca? Esse homem é lindo, meu Deus, literalmente, ele saiu da tela do cinema. - Impactada Kelly mostrou a foto para todos na mesa.

- Lindo é pouco - Dafne completou mostrando a foto para os demais. Roger olhou a mesma com desprezo. - Como se conheceram?

- Nos conhecemos numa festa, um amigo em comum nos apresentou. A amizade surgiu, começamos a sair; e, quando nos demos conta, estávamos namorando. Namoramos durante nove meses. Ele era incrível. Só que entre namorar e casar existe uma grande diferença. Aliás, o perfume que eu uso e o que eu trouxe para o Tony são da grife dele. O Pietro é um fofo. Só não era ele. - Dei de ombros.

- Irmãzinha, eu deixo você se casar com esse cara, parece gente fina.

- Diz isso, André, porque ele está a quilômetros de distância daqui. - Sorri debochada.

- Está certa, filha. Casamento é coisa séria. Tenho muito orgulho de você, lamento não tê-lo conhecido - comentou papai.

- Não vai faltar oportunidade. Ele disse que vem ao Brasil me visitar.

- Ele deve gostar de você, Chloe. E como não gostar? - Tony falou carinhosamente e eu deitei minha cabeça no ombro dele, retribuindo o carinho.

O restante da noite o assunto foi o Pietro, com certeza as orelhas dele estavam queimando. Kelly até se curou do porre após ver as fotos, as duas ficaram pesquisando o pobre do meu ex, e mostrando nossas fotos nas redes sociais, na praia, em um lançamento de um filme, ele me beijando enquanto caminhávamos pelas ruas de Roma e por aí foi. Roger não se importava nem um pouco com a empolgação da namorada. Nem ele e muito menos meu irmão. Fiquei boba, que namoro era esse? André tinha mais ciúmes de mim do que da Dafne.

Quando a festa chegou ao fim, dei graças aos céus. Que noite! Se não fosse pela companhia do Tony, eu classificaria como péssima. Pisei em um terreno minado quando me atraquei com o Roger naquele banheiro. Saímos todos juntos até o estacionamento, nos despedimos; e no momento que fui me despedir dele, ele balbuciou em meu ouvido:

- Te espero no meu apartamento.

- Sentado, de pé vai cansar - rebati sussurrando.

Entrei no carro com o Tony e fomos embora.

Durante o percurso aproveitei e o convidei para almoçar conosco logo mais. Seria o pretexto perfeito para entregar o presente comprado com muito carinho e admiração.

            
            

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