Amor à Toda Prova
img img Amor à Toda Prova img Capítulo 3 Flerte
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Capítulo 10 Orgulho img
Capítulo 11 Humilhação img
Capítulo 12 Fuga img
Capítulo 13 Delírio img
Capítulo 14 Deleite img
Capítulo 15 Provocante img
Capítulo 16 Irrevelado img
Capítulo 17 Fixação img
Capítulo 18 Ciúme img
Capítulo 19 Secreto img
Capítulo 20 Atrevido img
Capítulo 21 Solidão img
Capítulo 22 Desilusão img
Capítulo 23 Irremediável img
Capítulo 24 Conflito img
Capítulo 25 Melancolia img
Capítulo 26 Mágoa img
Capítulo 27 Recaída img
Capítulo 28 Arrependimento img
Capítulo 29 Indiferença img
Capítulo 30 Precipitação img
Capítulo 31 Desordem img
Capítulo 32 Receio img
Capítulo 33 Lembranças img
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Capítulo 3 Flerte

Meu celular vibrou e fui atendê-lo na sala. Fugir mesmo que por alguns minutos da tensão era bom. Sentei-me no sofá e Fog, como se me conhecesse a vida toda, colocou sua cabeça no meu colo. Acariciando meu recente amigo peludo conversei por quase meia hora com Enrico, um amigo da Itália. Quando encerramos a conversa e eu voltava para a cozinha esbarrei acidentalmente em Roger, que saía do banheiro.

- Ai, desculpa. - Afastei-me por conta do susto.

- Imagina! Eu assustei você. - Roger afirmou, apertou meu ombro com delicadeza e ao sentir seu toque quente na minha pele por ora fria, fez-me querer correr dali antes que não conseguisse sequer afastar-me da presença enigmática dele.

- Tudo bem! - Vislumbrei seu rosto quadrado, másculo e um convite ao pecado. - Estava distraída, não descansei o suficiente, quando cair na cama tenho certeza que vou desmaiar. - Trocamos um sorriso e até isso nele era tentador.

O moreno charmoso se afastou, deu-me passagem e caminhando a passos lentos atrás de mim seguimos em direção à cozinha.

- Vamos ao jantar? - minha mãe perguntou e soltei uma piada um tanto sem graça, eu diria:

- Ué! Pensei que o caldeirão fosse ferver - brinquei.

- Te enganei! Bobinha. - confirmou, André sugando com exagero os lábios da namorada e cheios de chamego rumaram para o quintal.

Meus pais prepararam comida para um batalhão, nós nos sentamos e entre uma garfada e outra conversamos sobre tudo, minha estadia em Pádua, amizades, namoros e, claro, meu regresso para a metalúrgica dos meus pais. Eu descobri que o Roger na verdade era amigo do Tony antes de ser do meu irmão. Eles estudaram juntos na faculdade e haviam perdido o contato, mas há quatro anos se reencontraram. Tony o apresentou ao André e, pronto, estava formado o trio de gostosões, para o terror da mulherada. E desde então ele trabalhava na empresa da minha família. Acabei descobrindo também que namoravam as garotas, que eram amigas há menos de seis meses. A Kelly bebeu tanto, que nem se deu conta das olhadas furtivas do namorado direcionadas a mim, deixando-me desconfortável.

Terminamos o jantar e nos sentamos na área onde ficava o jardim da casa. A lua estava linda, exuberante e eu não sabia se contemplava o céu estrelado ou o Roger me encarando com suas pupilas escuras num tom incomum. Quanto a namorada dele, a moça se amontoou em uma das cadeiras e adormeceu totalmente embriagada, não só pela caipirinha, mas por toda bebida

alcoólica que fora servida. Ela literalmente apagou.

- Ela bebe, né? - sussurrei no ouvido do Tony, mostrando a Kelly discretamente com a cabeça.

- Não sei o que o meu amigo viu nela - Ele balbuciou dando um meneio de cabeça.

- Ela é linda. - eu disse por fim.

- Você é linda e não bebe feito um gambá - brincando, Tony me empurrou com o ombro e devido ao impacto acabei me desestabilizando.

- E você continua um gato. - Rindo, baguncei o cabelo dele e não pude deixar de notar os olhares de Roger sobre nós.

- Estão cheios de graça, hein? - André debochou do amigo.

- Não enche, André, por favor, acabei de retornar, deixa para pegar no meu pé nas próximas semanas, preciso de folga, pelo menos da sua atenção excessiva. - retruquei, rindo. - Sabe que não curto microgerenciamento da minha vida, menos ainda feito por você, maninho.

Achando graça da briguinha entre irmãos, meus pais se despediram e sonolentos se recolheram.

Tony e eu lavamos a louça e limpamos a churrasqueira. Enquanto André engolia a boca da Dafne, Kelly dormia amontoada na cadeira como um saco de batatas e Roger apenas observava tudo calado, inclusive minha intimidade com o Tony.

- Acho que vou decolar também. Estou morta de cansaço e sono - comentei. - E amanhã... quer dizer mais tarde, porque já são três da manhã, preciso desfazer as malas. Buona notte pra quem fica. Trouxe um presente pra você, gatão. - Apontei para o Tony.

- Não precisava. - Ele se aproximou. - Aliás, sábado tem uma festa beneficente. Tanto seu pai quanto eu apoiamos a causa. Quer me acompanhar? - sussurrou. - Seria uma grande honra levá-la, serei o homem mais sortudo do local.

- Awn... Você continua um fofo e eu nem fazia ideia dessa tal festa. - Sorri para ele. - Eu vou sim, aceito ser sua acompanhante. Trouxe um vestido novinho de grife, ótima ocasião para vesti-lo - murmurei imitando-o, como se precisássemos esconder algo de alguém. - Até mais, gatão. - Dei um beijo e ele retribuiu. - Tchau, Roger, foi um prazer. Dafne também e a Kelly... - Olhamos para ela, que continuava apagada. - Enfim, um prazer geral reencontrar velhos e novos amigos. - Acenei.

- Até segunda, Chloe. - Roger se levantou e caminhou em minha direção. - Temos muito para conversar, trabalharemos juntos. Bem-vinda à equipe. - Sorriu discretamente e minhas pernas bambearam. - Precisamos alinhar algumas questões, mas tenho plena convicção que tirará tudo de letra. - Ele proferiu cada palavra me sorvendo com os olhos como se eu fosse a mais saborosa das bebidas.

- Ah! Claro. - O encarei. - Obrigada e até segunda. - Virei-me rapidamente, pois não queria que percebessem o quanto meu rosto estava ruborizado, era corajosa e às vezes ousada, entretanto, um pouco de prudência não fazia mal a ninguém.

Antes de sair da presença deles, Roger e eu trocamos um último olhar, um com uma energia quase tangível, ainda confusa com tudo que sentira, subi para o meu quarto e tomei outro banho, desta vez um gelado, somente a gélida água seria capaz de me fazer sair do transe, eu estava num misto de sono e alteração da consciência. Entorpecida, rolei de um lado ao outro da cama até sentir minhas forças se esvaindo.

- Socorro, no que eu estou me metendo?! Acabei de chegar e me deparo com o amigo gostosão do meu irmão, tão atraente e charmoso quanto desafiador. Roger... Roger, espero ter uma noite de sono reparador atrelado a bons sonhos, só espero que você não os invada também.

Sorrindo como uma boba, bocejei, ajeitei-me e adormeci.

            
            

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