A Princesa em Fuga
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Capítulo 7 Aquele do convite ao baile

Harriet se levantou, ao receber a dispensa do pai, mas antes de sair da sala, observou Ivan sair contrariado, enquanto ela tinha um grande sorriso no rosto e um ar vitorioso.

Se encaminhou então para o salão de leitura que tinha no palácio, anexado com a biblioteca, ansiosa para mergulhar em um livro e esperar o tempo passar. Mas ao pisar dentro da sala, teve uma grande surpresa.

Harry estava em uma das mesas, com milhares de bolinhas de papel amassado em volta dele. Ele escrevia novamente em um papel, e depois o amassou. Harriet se aproximou do irmão devagar, mas ele parecia tão absorto em sua própria frustração, que mesmo que ela chegasse tocando um trompete, ele não perceberia.

Ela tocou levemente em seu ombro, fazendo-o pular na cadeira.

- Harriet! – Ele exclamou. – Você quase me matou do coração.

A princesa pegou uma das cartas em cima da mesa, lendo devagar, o que ele estava escrevendo claramente para Tiana.

- Bem, creio que não sou eu que estou te matando do coração.

- Tiana me escreveu, dizendo que vem para o baile semana que vem, e tinha uma surpresa para mim. Eu gostaria de ter alguma coisa para ela também, mas não consigo nem responder a uma estúpida carta!

- Por que vocês simplesmente não usam celulares para conversar? - A irmã arqueou a sobrancelha para ele.

- Ela acha romântico trocar cartas. - Ele respondeu, amassando mais uma folha de papel. - Eu também achava, até perceber que sou horrível nisso!

Harriet, ainda examinando a mesa, pegou um livro de romance e um de poema, que estava aberto lado a lado.

- Talvez você devesse tentar ser mais você mesmo, do que tentar ser somente um romântico incorrigível.

- Eu sou um romântico incorrigível, pelo menos quando se trata dela. – Harry retrucou.

- Onde quer que vá, você vai comigo; E o que quer eu que faça sozinho; Eu faço por você; Não temo meu destino; Você é meu destino, minha doçura. - Harriet leu um dos poemas que estava marcado. - Não creio que você seja tão romântico assim, e nem ela para ser bem sincera.

-Tudo bem, talvez os poemas não foram uma boa ideia. - Harry disse, fechando o livro com força.

- Queria ter a sua sorte. Pelo menos a pessoa que você está apaixonado corresponde a expectativa dos outros. – Harriet falou, amargurada.

- Não da para se escolher por quem se apaixona.

E quase como se fosse um golpe do destino, o príncipe Jonathan entrou na sala, olhando de um lado para o outro.

- Ah, finalmente te encontrei, Alteza. – Ele abriu um grande sorriso. – Estive te procurando pelo palácio todo durante esses dias, mas nunca consigo te encontrar.

- Eu estive muito ocupada. – Harriet falou, abrindo um sorriso simpático.

- Sim, fugindo dele. – Harry murmurou com um risinho.

- Você ainda não me deu uma resposta. – Jonathan disse, sem parecer ouvir o comentário do Harry.

- Uma resposta? - Ela perguntou, querendo ganhar tempo.

- Do pedido de casamento.

- Bem, eu precisava de um tempo para pensar.

Jonathan enrijeceu sua postura, encarando Harriet com certa curiosidade, mas sem demonstrar muita coisa em seu rosto.

Ela tinha que assumir, ele era lindo, e tinha um porte que expirava poder. Ele sabia que não era a pessoa mais importante da sala, mas mesmo assim, parecia se portar como tal.

- Será que poderíamos conversar? - Ele perguntou, com a voz saindo rouca.

- É que eu estou muito ocupada, ajudando meu irmão com um problema dele. Certo, Harry?

Harry segurava o riso, quando Harriet deu uma cotovelada nele, querendo que ele fosse ao seu socorro desesperadamente.

- Certo. – Harry falou. – Eu estou precisando muito da ajuda.

- Então talvez podemos conversar amanhã. - Jonathan disse, sem perder a curiosidade no olhar.

- Ah, eu tenho que ajudar a Hannah também. E tenho lições e reuniões... sabe como é, certo?

- Sei. – Ele respondeu, ficando cada vez mais animado. – Então poderemos conversar no baile, quando você for meu par.

Ela podia ver quase uma faísca de desafio em seu olhar, ele sabia que ela estaria no baile, sabia que ela não iria acompanhada com ninguém, e sabia que daquilo ela não tinha como escapar.

- Seu par? – Harriet perguntou bem devagar, esperando ter ouvido errado.

- Sim, sua mãe disse que você aceitou ser meu par, que ela conversou com você sobre isso.

- Tenho certeza que ela disse. - A princesa disse entredentes.

- Bem, espero que possamos conversar sobre a proposta de casamento antes do baile. - Jonathan falou. - Assim, já poderíamos anunciar o noivado na festa, a não ser que você tenha algum problema quanto a isso.

- Claro que ela não tem! – Harry respondeu, sem conseguir conter a sua diversão. – Ela vai adorar abrir a dança principal com você.

Ela olhou desesperada para ele, querendo voar em seu pescoço, porém isso só aumentou seu divertimento. A princesa voltou ao príncipe Jonathan.

- Não tenho nenhum problema em te acompanhar. E se eu tiver algum tempo disponível, deixo você saber.

Muito satisfeito, ele saiu da sala, deixando os dois irmãos sozinhos.

- Eu te odeio. – Harriet falou para seu irmão antes de bater com o livro em sua cabeça.

Porém Harry não se importou, e só intensificou sua risada cada vez mais.

            
            

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