Com quem me casei? O Golpe do Amor
img img Com quem me casei? O Golpe do Amor img Capítulo 1 Ela não é a noiva
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Capítulo 13 Último desejo img
Capítulo 14 Prisão de Concreto img
Capítulo 15 O homem que restou img
Capítulo 16 Mulheres de Aço. img
Capítulo 17 A preparação img
Capítulo 18 Ele já está morto img
Capítulo 19 Uma lembrança img
Capítulo 20 Sopas img
Capítulo 21 O caos do amor img
Capítulo 22 A dor nem sempre é o fim img
Capítulo 23 Mais uma ordem desobedecida img
Capítulo 24 Carbonara img
Capítulo 25 Como tudo ficou pior img
Capítulo 26 Não vai fugir img
Capítulo 27 Uma luta de gigantes img
Capítulo 28 A arte de saber dividir img
Capítulo 29 Ciúmes img
Capítulo 30 O plano img
Capítulo 31 O irmão img
Capítulo 32 O presente img
Capítulo 33 O reencontro img
Capítulo 34 Escolhas erradas img
Capítulo 35 Uma rede sobre o mar img
Capítulo 36 A última aposta img
Capítulo 37 O escritório img
Capítulo 38 Juntos img
Capítulo 39 Mudando de vida. img
Capítulo 40 A lei da conquista img
Capítulo 41 Lavando as mãos img
Capítulo 42 Torta de chocolate img
Capítulo 43 Ainda nada img
Capítulo 44 O mesmo erro img
Capítulo 45 Visitas img
Capítulo 46 Símbolo de sorte img
Capítulo 47 Ciúme img
Capítulo 48 Revelações img
Capítulo 49 Na casa do inimigo img
Capítulo 50 Dois homens que não são meus img
Capítulo 51 A prisão da mente img
Capítulo 52 Balada img
Capítulo 53 A segunda vez img
Capítulo 54 Traição dupla img
Capítulo 55 Quem é Andrew Forts img
Capítulo 56 Confiar img
Capítulo 57 Outra vez img
Capítulo 58 Pedido de desculpas img
Capítulo 59 A Casa img
Capítulo 60 Amor e Ódio img
Capítulo 61 Perdidos img
Capítulo 62 Uma nova integrante img
Capítulo 63 Conselhos img
Capítulo 64 Barreiras img
Capítulo 65 O Bunker de Endi img
Capítulo 66 Dois mundos img
Capítulo 67 Outro homem img
Capítulo 68 Presente img
Capítulo 69 Detalhes importantes img
Capítulo 70 Uma contaminação img
Capítulo 71 Killer img
Capítulo 72 Leveza e caos img
Capítulo 73 O Deus das máquinas img
Capítulo 74 Um hacker em modo pai img
Capítulo 75 O antes do Felizes para Sempre img
Capítulo 76 O casamento img
Capítulo 77 Amor e cuidado img
Capítulo 78 Soupnazi e Killer img
Capítulo 79 Paco img
Capítulo 80 Conversa de amigas img
Capítulo 81 Uma mentirinha img
Capítulo 82 Desconfianças img
Capítulo 83 Mulheres e seus homens... img
Capítulo 84 Os lobos que nos cercam img
Capítulo 85 Nem toda a história img
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Com quem me casei? O Golpe do Amor

Catherine Hécate
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Capítulo 1 Ela não é a noiva

- Merda... merda... merda!

Lisa pulou para a parte de trás do carro, passou apressada entre os bancos enquanto o irmão dirigia como um lunático. A curva a fez tombar. Arrancou a roupa do corpo com a agilidade de uma fugitiva da polícia.

O que, de certa forma, ela era.

O vestido branco alugado estava amarrotado. O zíper emperrou, e quando tentou passar o batom acabou manchando o rosto inteiro em vez de apenas a boca.

Ainda dava para ouvir as sirenes. A batida policial tinha feito um estrago e tanto. Agora, nem mesmo uma casa Lisa tinha para voltar.

- Eu vou dar um jeito, Mick. Acelera!

O irmão acelerou enquanto ela tentava calçar aqueles malditos sapatos e prender os cabelos.

Ele freou com tanta força que ela quase foi parar na frente do carro.

- Igreja de São José. É aqui!

Lisa ergueu a barra do vestido, desceu descalça. Os sapatos estavam menores. Largou os sapatos e foi sem pensar duas vezes.

Correu o mais rápido que conseguiu. Não podia falhar. A vida de Mick dependia disso.

O noivo parecia mais baixo do que na foto.

Mas o que importava?

Havia um altar e convidados. Flores ridículas e um homem em pé com o olhar tão perdido quanto o dela.

Tentou prender o brinco enquanto falava com o padre.

- Podemos casar de uma vez? Já estamos atrasados, né? Eu digo sim.

Olhou para o noivo.

Segurou a mão do homem. Sentiu a pele arrepiar.

Não esperava que ele fosse tão bonito. Os lábios grossos, o queixo angular, quase exótico. E por alguma razão ele tinha soltado a gravata borboleta.

Pretendia perguntar se ele também diria sim, apesar da óbvia resposta. Ele havia pagado vinte mil dólares por ela.

Andrew sorriu.

E o sorriso dele também parecia com o de um deus grego. Misterioso e sedutor.

- Tá bom. Por que não?

Se virou para o padre e ordenou com a voz firme.

- Siga com o casamento.

O padre ajeitou os óculos. Olhou em volta desconfiado. Tinha acabado de ouvir aquilo?

Nunca teria coragem de perguntar. Andrew Forts não era o tipo de homem que aceitava ser questionado, e todos naquela igreja sabiam disso.

O padre pigarreou e começou a cerimônia.

- Bom, se todos estão prontos, vamos começar.

Lisa puxou o ar. Tentou ajeitar o vestido. Alguma coisa estava pinicando. Pensou que deveria ter ido pessoalmente pegar aquela merda de vestido.

O tamanho estava errado. Só podia estar. Sentia as costelas serem esmagadas, e se aquela porcaria rasgasse, jamais teria como pagar.

A voz do padre parecia longe. Ela achou que estava prestes a desmaiar.

Um casamento devia ser demorado assim?

Ele dizia alguma coisa sobre união, compromisso, amor. Ela não ouviu os nomes. A visão estava embaçada, o rosto suando, os olhos ardendo pela maquiagem derretida.

O homem ao seu lado tinha uma presença forte. Se não fosse o fato de que ela era só um pacote caro que ele comprou para conseguir a cidadania americana, talvez ela pudesse se interessar por ele.

- Você, Andrew Forts, aceita esta mulher como sua legítima esposa?

Todos ficaram em silêncio, inclusive o homem ao seu lado, com um terno impecável.

Lisa franziu a testa. Andrew? Devia ser Andrew?

Pensou que talvez ele tivesse usado um nome falso para falar com ela da primeira vez. Mathew ou Andrew, tanto faz.

Ele olhou para o padre, depois para ela.

- Aceito.

Os convidados continuavam atentos, quase sem acreditar no que estava acontecendo.

- Você aceita este homem como seu legítimo esposo?

Ela aceitou. Claro que sim. Não era real. Jamais se casaria de verdade em meio a um acordo. Passaria três meses casada, pegaria o restante do dinheiro e sairia do país com o irmão.

- Aceito.

Ninguém se levantou. Não houve chuva de arroz. Lisa teve certeza de que os convidados também eram contratados.

Saíram da igreja e, como se não bastasse tudo o que ela tinha passado nas últimas vinte e quatro horas, a chuva caiu pesada.

Escorregou em uma das pedras, sentiu o pé cortar. O vestido colado nas pernas enquanto tentava manter a barra o mais longe da lama possível.

Andrew caminhava como se estivesse em uma espécie de desfile. A postura impecável, apesar da chuva. As mãos nos bolsos.

Passos firmes e lentos.

Pararam embaixo de um toldo amarelo tão ridículo quanto aquela situação.

Andrew olhou para ela de cima a baixo.

- O que esperava conseguir com essa palhaçada?

Para o empresário, as ações de Lisa só podiam significar uma coisa. Um golpe.

Ela queria dinheiro, e ele queria humilhar alguém.

- Os outros dez mil que me prometeu.

Andrew franziu a testa com um sorriso de lado que o fez ficar com uma covinha linda.

- Espera, você sabe que a minha noiva fugiu, né?

O coração da garota saltou no peito.

- Como assim, fugi? Eu não.

Lisa pensou que talvez ele estivesse se referindo ao problema que o irmão teve com a polícia. Mas como ele saberia?

Andrew continuou como se desabafasse.

- Entrou no carro do personal usando o vestido de noiva que eu comprei, mais ou menos uns cinco minutos antes de você chegar e se casar comigo.

Lisa arregalou os olhos, deu dois passos para trás e caiu sentada no concreto mofado.

- E você não é o...

Foi interrompida.

- Quem você pensa que eu sou? Estou louco para ouvir essa história. Você tem uma história para me contar, não tem? Algo bem triste, que acha que vai me derreter e te dar alguma grana.

- Eu... achei que você fosse. Qual é o seu nome?

Andrew gargalhou. Era no mínimo divertido que a esposa não soubesse seu nome.

Ela assentiu. Baixo. Engoliu seco.

- Eu ia me casar com um russo. Mathew. Espera. Você não é russo?

Andrew sorriu. Pelo menos achou a história criativa. Aquela menina achava mesmo que tiraria dez mil dólares dele o chamando de russo?

- Acho que não. Meus pais me dizem que nasci aqui mesmo na Virgínia.

- E agora? Mas era o meu casamento. Eu não cheguei tão atrasada assim. Quantos casamentos fazem por dia?

Começou a procurar o celular por instinto, porque sabia que estava no carro do irmão. Vestidos de noiva não têm bolsinho para o aparelho.

- Agora você é a senhora Forts. Qual o seu pedido para a nossa lua de mel?

Lisa o olhou brava e perguntou novamente.

- Qual seu nome?

- Andrew. E o seu?

- Lisa. Prazer em te conhecer, mas eu preciso muito do seu telefone.

O empresário soltou o ar, coçou a barba e achou que ainda havia espaço para se divertir.

- Lisa, esse foi o pior dia da minha vida. Mas você é engraçada. Quer um café?

Falou apontando para o bar do outro lado da rua.

- Quero um divórcio.

Nenhum dos dois teve o que queria, ao menos não naquela noite. Terminaram sentados em cadeiras de madeira velha, tomando café fervido.

Enquanto do outro lado da cidade, um homem segurava as grades escuras e enferrujadas da cela, gritando sem parar que mataria a todos.

O terno estava amarrotado. O cabelo, alinhado fio a fio.

Mas os olhos.

Os olhos mostravam do que Mathew Volkov era capaz.

- Eu iria me casar. Eu juro. Aquela...

Quase rosnou, mas não terminou a ofensa que Lisa merecia.

O policial respondeu como se falasse com um verme.

- Você está sendo deportado. Reclama com o consulado.

Mathew cuspiu no chão. Pisou em cima.

- Se eu sair daqui, juro por tudo o que sou... ela vai pagar. Cada pedaço dela.

E ele ia sair. Muito antes do que todos imaginavam.

Mas.

Lisa apertava o copo de café entre as mãos, tentando roubar o calor daquele líquido de sabor intragável.

Andrew pegou um dos donuts do prato e entregou a ela.

- Obrigada.

Ele balançou os ombros como se não se importasse.

- Casamento inclui benefícios. Disse que queria dez mil dólares, posso pagar por isso. E só isso!

- Você não vai me denunciar?

- Por quê? Por se casar comigo? Fica tranquila. Quem tinha dinheiro era a Georgina. Eu trabalhava de gogoboy até ela me tirar da noite.

Lisa o encarou sem saber se deveria rir ou chorar.

- Meu Deus.

Ele só mordeu o donut.

- O quê? À noite, com as luzes certas e uma cueca cavadinha, eu conseguia umas boas gorjetas.

Ela deu risada. Não tinha outra coisa a se fazer.

Mas enquanto Andrew brincava, outro homem, com o sotaque carregado e o peito cheio de ódio, usava uma linha clandestina para dar as ordens que selariam o destino de Lisa.

- Achar essa garota é uma questão de honra. Ela me deve um casamento. E não vai gostar disso

            
            

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