Na Contramão
img img Na Contramão img Capítulo 7 Dixon Miller
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Capítulo 8 Confronto img
Capítulo 9 Nós te amamos! img
Capítulo 10 Louco img
Capítulo 11 Proposta img
Capítulo 12 Salvação img
Capítulo 13 Perda img
Capítulo 14 Eu cuido de você img
Capítulo 15 Braços cruzados img
Capítulo 16 O Ateliê img
Capítulo 17 Acusações img
Capítulo 18 Próximo passo img
Capítulo 19 Me ame img
Capítulo 20 Fé img
Capítulo 21 Dois espíritos img
Capítulo 22 Sabotagem img
Capítulo 23 Ameaças img
Capítulo 24 Decisão img
Capítulo 25 O melhor de mim img
Capítulo 26 Apocalipse img
Capítulo 27 Plantio e colheita img
Capítulo 28 Fora da realidade img
Capítulo 29 Cilada img
Capítulo 30 Despertar img
Capítulo 31 Maligno img
Capítulo 32 Egoísmo não é amor img
Capítulo 33 Vingança img
Capítulo 34 Última decisão img
Capítulo 35 A solta img
Capítulo 36 Esperanças img
Capítulo 37 Conselhos img
Capítulo 38 Compreensão img
Capítulo 39 Impossível img
Capítulo 40 Perda img
Capítulo 41 Ousar img
Capítulo 42 Sublime img
Capítulo 43 Luz do Ébano img
Capítulo 44 Entre o amor e o ódio img
Capítulo 45 Respostas img
Capítulo 46 Chance de felicidade img
Capítulo 47 Fuga img
Capítulo 48 Susto img
Capítulo 49 Entrega img
Capítulo 50 Risco img
Capítulo 51 O psicopata img
Capítulo 52 Quem com fero fere... img
Capítulo 53 Epílogo img
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Capítulo 7 Dixon Miller

- Finalmente, Burbaby! - falou Owen como se tivessem feito uma viagem longa.

Burbaby, uma charmosa cidade da Columbia Britânica onde os pais de Owen viviam e que ficava a apenas vinte minutos do centro de Vancouver. Mesmo depois de alegar cansaço e querer descansar Owen foi convencido a seguir para Burbaby aquela manhã, seus pais fariam um almoço especial para comemorar a vinda do terceiro neto deles e primeiro filho de Owen.

Chegaram a casa e foram recebidos com entusiasmo e surpresa. A sogra a abraçou com uma alegria e emoção que nunca vira antes em uma mãe recebendo uma nora. Muito diferente das suas últimas sogras. O pai de Owen, o senhor Herbert Hughes, também a recebeu calorosamente.

- Pensei que fossemos conhecer você na maternidade - brincou ele.

- Não estou tão longe de casa, pai. Claro que em nove meses eu conseguiria vir aqui ou vocês poderiam ir nos visitar.

- A nossa casa está aberta para vocês - afirmou Ellis, simpática.

O irmão se aproximou.

- Ellis esse é meu irmão, Liam.

- Que cunhada bonita você me deu, Owen! - elogiou deixando-a corada e fazendo todos rirem. - Esse bebê vai ser um sucesso com tanta beleza envolvida. Seja bem-vinda a família Hughes, Ellis. Ficamos muito felizes quando soubemos que Owen seria pai.

- Foi uma grande surpresa - emendou a sogra.

- Mas uma surpresa muito boa - garantiu o pai de Owen colocando a mão no ombro do filho. Era inegável que ele estava orgulhoso.

Apesar de estar adorando ser o centro das atenções e estar sendo muito bem recebida, se sentia desconfortável. Não que não houvesse sinceridade nas boas-vindas da família Hughes, dava para perceber que estavam de fato felizes por eles, porém havia algo estranho acontecendo, mas não sabia dizer o quê. Os olhares que direcionaram a ela e a Owen eram cheios de palavras não ditas e sentiu a garganta secar de repente.

Fitou Owen que lhe sorriu daquele jeito amável que trazia segurança a seu coração. Pôs uma mão nas costas dela e Ellis devolveu o sorriso se sentindo bem novamente.

A tarde conversava com Madison, esposa de Liam que contava a ela sobre como fora as suas duas gravidezes. As crianças brincavam em frente à casa enquanto Owen e Liam, mais afastados e relaxados em uma mesa de jardim, também trocavam algumas palavras.

Liam era alto e esguio, diferente de Owen que apesar de alto também, tinha o corpo forte e torneado. A diferença de idade entre eles não deveria ser muito grande, Owen estava no auge dos seus vinte e oito anos, então talvez Liam tivesse entre trinta e trinta e cinco.

- Está me ouvindo, Ellis? - perguntou Madison quando o olhar dela pareceu distante.

- Claro! - respondeu de imediato. - Estou sim!

A afirmação insegura fez Madison sorrir cúmplice.

- Oh! Desculpe, eu não estava. Me perdi analisando como eles são diferentes um do outro e me perguntando quantos anos de diferença eles têm?

Madison sorriu.

- Liam é cinco anos mais velho que Owen. Fez trinta e três há alguns meses. E sim, eles são diferentes, mas os dois são muito unidos. Liam sempre tenta passar isso para os nossos filhos também.

Ellis assentiu vendo as duas lindas crianças brincando e já imaginando como seria quando o seu chegasse.

- Você vai se divertir muito Ellis - disse a cunhada. - Crianças fazem os nossos dias muito divertidos.

Ellis assentiu sorrindo a agora mais ansiosa. Enquanto isso Liam e Owen conversavam sobre Dixon Miller.

- Ele me ligou ontem à noite!

- O quê? Para quê? - questionou Owen ao irmão.

- Disse que você estava com problemas, que precisava de ajuda, de alguém para conversar e fazê-lo ver a realidade. Eu acho que ele pensa que você surtou.

Owen bufou irritado.

- Ele continua te perseguindo? - perguntou, Liam.

- Sim, mas a cada vez que o encontro faço questão de lembrá-lo, sutilmente, que quero distância dele.

- Owen, tenha cuidado! Pela forma como Dixon vem lidando com tudo não me deixa outra ideia a não ser que ele sofre de algum transtorno mais sério. No início pensei que fosse só frustração, mas pelo visto existe algo mais grave nessas atitudes dele e isso pode ser perigoso. Quer se reaproximar de você a todo custo.

- Eu sei! Assim que cheguei de viagem o encontrei na minha suíte do hotel.

- Você não os avisou?

- Não, porque não achei que ele invadiria meu quarto - justificou. - Depois que Ellis chegou só reforçou a necessidade de bloquear a entrada dele em qualquer lugar que eu esteja. Só irei atendê-lo se tiver algum assunto importante a tratar comigo e precisará marcar um horário para isso.

- Ellis não o conhece?

- Não, e nem vai. Se viram quando ela chegou ao hotel, eu estava indo almoçar com ele...

- Owen! - falou em tom de crítica.

- Liam, foi a única forma de tirá-lo do hotel, do contrário ficaria me rodeando a tarde toda - justificou-se. - Mas Ellis me salvou, ela chegou e não estava bem. Subimos para ela descansar e o deixei a ver navios. Foi a única vez que eles se viram e foi muito rápido. Acho que ela nem lembra dele.

- E tomara que ele também não se lembre dela.

- Aposto que não - disse seguro.

- Como eu disse, tenha cuidado. Ele não parece estar nada bem com essa distância e agora com a sua mudança. Não quero nem pensar o que vai dizer quando souber que você está seguindo em frente com sua vida.

- Eu já disse a ele que estava cuidando da minha vida - afirmou fitando Ellis apaixonadamente.

- Sim, mas ele não sabe o que há por trás desse "cuidando da minha vida". Não sabe sobre Ellis, não sabe que você será pai... É disso que falo, ele é uma pessoa frustrada, não é do tipo que quer ver alguém melhor que ele. Talvez fosse bom você falar sobre isso com Ellis, por segurança.

- Acha que o caso dele é tão grave assim?

- Não sei, precisaria tê-lo como paciente para avaliar, mas como a ética não permite e ele também já recusou ajuda, não posso afirmar nada sobre o doutor Dixon Miller.

- Estranho que um médico recuse tratamento. Ele acima de todas as pessoas deveria querer ficar bem.

- Justamente por ser um médico ele não aceita que esteja mal e muito menos que outra pessoa o "cure" de algo. Em minha opinião só essa atitude já é distúrbio demais.

Owen bufou.

- Ele não vai chegar perto de Ellis. Eu não vou permitir.

***

- Oh, meu Deus! Isso é incrível! - exclamou Ellis se jogando nos braços de Owen e beijando-o alegremente. - Meu amor, obrigada! Muito obrigada. É lindo!

Soltou-se dos braços dele andando pelo lugar e olhando para todos os lados.

- Gostou mesmo?

- Eu amei! Nunca tive um ateliê.

Owen sorriu feliz com a alegria dela. Havia alugado uma sala em uma galeria a duas ruas antes do apartamento deles em Vancouver. Com muitas lojas e boutiques de moda e perfumaria, o ateliê de Ellis chamaria muita atenção das mulheres vaidosas que frequentavam o local.

- Vou poder trabalhar muito aqui, pintar o quanto eu quiser - sonhou. - E em agradecimento, vou pintar o meu lindo, sensual e romântico... Pai do meu filho! Isso soa estranho...

Owen sorriu bem humorado.

- Você pode usar "namorado" - sugeriu.

- Ainda parece estranho - bufou escondendo o rosto no peito dele.

- Seremos marido e mulher, Ellis, é só uma questão de tempo.

- Eu sei! - suspirou afastando-se um pouco. - Não estou te pressionando.

- Ah, você está sim, mas um pouco de pressão é bom. Principalmente se for nos pontos certos - sussurrou ao ouvido dela.

- Vou adorar pressionar todos os seus pontos certo, mas antes vou desenhar você.

Ellis o guiou até a poltrona de veludo e sentou-se em frente ao cavalete separando algumas folhas brancas e um lápis em carvão.

- Você não vai conseguir me desenhar tão rápido, tenho que estar no Shangri-La daqui a quinze minutos.

- Fique quieto e mantenha o rosto erguido - ordenou.

- Sim, senhora.

Owen observava os olhos atentos de Ellis, os cabelos loiros presos no alto da cabeça com duas pequenas mechas soltas quase a frente dos olhos davam-lhe um ar jovial, mas também muito sexy. Os lábios pequenos entreabertos e os movimentos detalhados prendiam a atenção dele como ninguém jamais conseguiu. Estava tão feliz com ela ao seu lado, nunca poderia imaginar que um fim de semana se multiplicaria em meses e agora esperava que em anos, dessa vez, para sempre.

- Pare de sorrir! - reclamou ela o fazendo rir mais e levantar-se indo em sua direção. A ergueu para os seus braços e a beijou profundamente.

- Não consigo parar de sorrir quando estou perto de você ou quando penso em você. Ellis, você é minha alegria.

- E você a nossa! - afirmou colocando a mão dele em seu ventre.

Owen sorriu novamente e depois de receber um beijo se foi. Ela voltou ao seu desenho, só tinha conseguido delinear os olhos e muito mal. Teria que levar para casa e fazer lá quando Owen tivesse tempo, só usava fotografias de pessoas em último caso, gostava da emoção de pintar tendo o olho no olho de seus modelos.

- Está ficando bonito!

Ellis pulou da cadeira assustada com a voz a suas costas.

- Quem é você?

O estranho sorriu de canto.

- Me chamo, Miller - respondeu. - Dixon Miller.

                         

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