QUARTZO RUBRO HÍBRIDOS
img img QUARTZO RUBRO HÍBRIDOS img Capítulo 8 WANGELIS
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Capítulo 10 GENEALOGIA HÍBRIDA img
Capítulo 11 REBELADOS img
Capítulo 12 A ESPADA img
Capítulo 13 BIBLIOTECA img
Capítulo 14 PERSEGUIDOS img
Capítulo 15 RESGATADOS img
Capítulo 16 UMA NAVALHA CHAMADA 'AMOR' img
Capítulo 17 REVELAÇÃO img
Capítulo 18 SALVANDO JOANA img
Capítulo 19 SUGANDO O DEMÔNIO img
Capítulo 20 O BEIJO DA CURA img
Capítulo 21 O SHOW img
Capítulo 22 INFERNAL img
Capítulo 23 FAREJADORES img
Capítulo 24 SOB AS SOMBRAS DAS ARVORES img
Capítulo 25 BALSAMO img
Capítulo 26 A CAÇADA img
Capítulo 27 QUARTZOS img
Capítulo 28 FIQUE COMIGO img
Capítulo 29 O CAÇADOR SE TORNOU A PRESA img
Capítulo 30 ANJO NA PENUMBRA img
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Capítulo 8 WANGELIS

Wangelis com seus oito portões de bronze cada um com grandes gemas lapidadas formando cabeças de leões, cercada por uma muralha de grandes pedras trazidas das localidades próximas de Machu Pichu abrangia uma área de oito mil hectares. Os oitos campus cada um com sua especialidade como os laboratórios de pesquisas, centros de experiências e treinamentos. Tinha um campus habitacional para os novatos e um para os alunos mais antigos. As artes, ciências e filosofias não eram dispensadas da pedagogia.

Astronomia entre outros como arquitetura chinesa, védica e egípcia estavam englobados nos estudos mais importantes. Havia o museu planetário que mostrava as diversas descobertas antigas da humanidade e também as contemporâneas. As muitas anatomias de seres celestiais até a humana eram analisadas e cuidadosamente estudadas. Meios de reforçar a aproximação dos filhos de anjos com humanos e também dos deuses estavam sendo arranjados por Ganjin e Utaran que almejam realizar este feito mais que tudo.

No centro de treinamento em Wangelis Jonathan realizava seus poderes. Saltava os complexos de muralhas. Flechava corretamente no alvo. Mostrou-se um ótimo espadachim. Nas artes marciais se saia muito bem. Ficara popular no campus por dominar todas as técnicas e estratégia dos jogos de luta. Os mestres ficaram admirados com a rapidez de como desenvolvera sua misticidade.

Agora se encontrava junto a Utaran para a última prova. O aglomerado de alunos vibravam ansiosos para ver os formandos se atracarem no coliseu com o que ainda não sabiam.

Mari se posicionou com Ganjin ao lado de Jonathan que ficou feliz ao vê-la.

- Mari! - Disse abrindo um sorriso receptivo.

- Oi! – ela respondeu com entusiasmo - como está você Jonan?

- Nossa você está perfeita Mari, quanto... Quanto tempo está aqui em Wangelis? – ele indagou perplexo por vê-la belamente vestida com um colam branco escamado de lantejoulas levemente azuladas.

- Algum tempo – falou com sorriso tímido. - ainda estou aprendendo, mas já me garanti em alguns testes.

- Você está tão mudada, mais crescida e... - Ele se atraíra pela nova beleza de Mari. Ela não era mais aquela menina que muitas vezes não dera conversa, só a via como a amiguinha de sua irmã. Do contrario de Mari que sempre guardava um sentimento em particular por Jonathan. Algumas vezes o paquerava escondida. Porem ele nunca percebera a pessoa dela com qual pudesse ter algum relacionamento amoroso. O destino os colocou juntos neste momento tão decisivo. Acendeu neles uma brecha de enfim abrirem os sentimentos pelo mesmo propósito.

- A angelicari Mari será sua contraparte para auxilia-lo no coliseu - falou Ganjin.

- Angelicari? - Surpreendeu-se Jonathan.

- Sim só uma angelicari pode fazer isso, ela lhe passará as armas que estão por trás das lonas, algumas estão escondidas e Mari terá a missão de encontra-las. Também será como seu terceiro olho, a visão que está além dos sentidos físicos indicando os pontos fracos do adversário. - Ganjin dava as ultimas instruções para Jonathan e Mari não vacilarem.

- Isso não seria uma trapaça? - Questionou Jonathan.

- Não para o adversário que você estará prestes a enfrentar - disse Ganjin.

O coração de Jonathan palpitou como se fosse explodir de tanta apreensão. Mari segurou suas mãos para dar confiança.

- Eu vou fazer todo o possível para você passar nessa prova. Eu estou pronta e você? – Ela disse paquerando o olhar dele.

Ele fitou-a de maneira que pudesse ver sua autoconfiança refletida no lago azul de seus olhos cristalinos. Lembrou-se de sua família.

- Eu gostaria que meu pai estivesse aqui - Jonathan lamentou.

Utaran se voltou para ele agora.

- Isso era tudo que ele mais queria Jonan, eu espero muito que você se dê bem nesta ultima prova. Você tem de vencer Jonan. Quando ganhar não é só um titulo que ira receber é também uma posição.

- Posição?

- Sim. Você terá o posto de general e comandará um exercito. Outros falharam, mas você Jonan e Mari são nossas esperanças. Utaran revelou confiante e determinado.

Isso fez o coração de Jonathan ficar cada vez mais agitado, sentira o peso da responsabilidade nas palavras de seu mestre Utaran. Suas mãos tremiam, faltavam poucos minutos para confrontar seus piores medos na arena com um ser que ainda não conhecia. Qualquer erro no mínimo poderia ser determinante não só para seu futuro, mas também para toda Wangelis e até mesmo Sagrados.

Ganjin e Utaran compartilhavam do mesmo desejo de que pelo menos algum "svargiya (celeste)" pudesse está presente para ver o desempenho de Jonathan.

A banda universitária liderada por Cleriton deu inicio a primeira música. Mais uma vez as mãos de Jonan tremeram. Mari as apertava firmemente. Ele respirou fundo e se pôs ereto de frente do grande portão de aço. Que se abriu lento. Os refletores se acenderam. As arquibancadas cheias de espectadores anelantes.

Gritavam sem parar. Quando tiveram a primeira visão beligerante, todos bracejaram. Mari pode sentir a energia do publico ecoando por todas as direções da arena. O tatame de madeira rústico de pinheiro em forma de bagua parecia se mover. Os dois ergueram as mãos mostrando intrepidez. Os tambores soaram como uma explosão fazendo as muitas mãos se elevarem em saudação. Fizeram uma reverencia aos juízes, aos mestres, em seguida retribuíram as pessoas.

Mari se colocou próxima às lonas nas quais se encontravam algumas adagas, espadas e machados. Visualizou as portas que pareciam como janelas. Ela captou a possibilidade de ali ter mais armas necessárias para luta. Outro enorme e pesado portão se abriu. Ares nebulosos ofuscavam a visão de Jonathan. Espalhou-se por toda parte. Mari fez um sinal. Lançou duas espadas de prata que habilidosamente Jonathan pegou. Silêncio nas arquibancadas. Um som de tambor. Um forte rugido ecoou amedrontando as estruturas.

Jonathan ficou em posição, e, o ser terrível surgiu entre a nébula. Cabelos vermelhos incandescentes, os olhos como âmbar, dentes de leão, peludo como macaco. Tinha o tamanho de um urso adulto quando de pé. Media quase dois metros. Rugia como uma fera louca. Mari e Jonathan nunca haviam visto nada comparado ao monstro antes. O horrendo encarou Jonathan que parecia mais um lobo erguido sobre as patas traseiras tentando alcançar algo. No entanto Jonathan se manteve firme impondo desafio. Expandiu suas belas asas ocricórneas. Seus olhos ficaram em um cristal amarelo. O público bradou ao ver sua maravilhosa transmutação.

Furiosamente o demônio denominado Ambarik pelo o locutor atacou Jonathan. Mari por outro lado tentara encontrar algum ponto fraco no inimigo. O que parecia ser inviável no momento. Jonathan estava agora sendo sufocado pela mão dele. Esforçou-se para atacá-lo com as espadas. Conseguiu.

Ambarik provou as laminas arrancarem a carne do seu peludo braço. O que fez soltar Jonathan rapidamente. Mari sinalizou apontando para os fortes ombros do monstro. Uma fraqueza possivelmente. Jonathan voou e se voltou contra o demônio enfiando uma espada de cada vez nos pontos indicados. O vulto de Mari despertou o interesse no adversário, porem continuou como fantasma. Ambarik lançou Jonathan como um dardo contra a parede.

Arco e flecha escorregaram entre as pernas do medonho até as mãos de Jonathan.

Ele atirou sete delas no peito dele. Mari abriu umas das janelas pesadas, um brilho atraiu seus sentidos. Apalpou e puxou para si, analisou, lembrou-se de uma aula que falava sobre como matar demônios rapidamente com os cristais. Ao sair deu de encontro com a besta deixando cair às pedras.

Utaran e Ganjin ergueram a vista da área vip e comentaram algo: "Ela encontrou a verdadeira arma". Dessa vez se esquivou das pisadas do adversário. Rolava de um lado a outro. Jonathan a puxou voando no alto.

- Você está bem? - Perguntou.

Ela consentiu com a cabeça. Separaram-se abruptamente pelo impulso do braço inimigo. A angelicari navegou no ar e recuperou as gemas.

- Jonan pegue! - Gritou.

Sinalizou numa contagem e os dois lançaram ao mesmo tempo as pedras na direção de Ambarik encaixando-as nos chakras da coluna vertebral e nos chakras frontais. E para finalizar Jonathan o decepou. A resposta do público foi tão estrondosa quanto à luta. Na emoção os dois se apertaram num abraço.

- Se não fosse por você eu não sei se teria conseguido... Nunca mais vou te chamar de garotinha e nem te deixar, Mari minha angelicari! - Falou ele numa emoção excitante.

Todos comemoraram a vitória numa grande festa. Jonan perseguia Mari para onde quer que fosse, dançavam sem parar bebendo "varun (bebida feita de mel e pétalas de rosas)".

- Nunca vou esquecer esta noite... - Falou Mari.

- E como alguém poderia esquecer. Esta noite está sendo gloriosa. Seus olhos, sua pele e sua bo... - Disse Jonathan excitado.

- Eu vou lá fora respirar um pouco... - Disse Mari ofegante. Pensou que isso era um sonho, um sonho sobrenatural, Jonathan estaria ali mesmo admirando ela. Olhando ela pela primeira vez por uma percepção que tinha esperado desde o quatorze anos. No florescer da jovialidade só seu intimo sabia o tanto que desejava ouvir dele um dia estas palavras, apesar dos dezessete a via como uma mulher. Jonathan já estava em Wangelis desde os dezoito, agora com quase vinte quatro concluíra sua formação.

Mari agora observava o céu radiante de estrelas, sentiu a brisa trazida pela aproximação de Jonathan novamente...

- Sinto saudade de Joana e meus pais – disse - você foi uma das ultimas a estar em Sagrados, pode me dizer a ultima impressão de ter os visto?

- Da última vez que estive com Joan tinha acontecido uma coisa... Eu acho que tinha descoberto algo – Mari respondeu lembrando-se da má impressão que tivera no piquenique.

- Como assim? – Jonathan falou intrigado.

- Um cara novo que entrou na banda...

- Que cara? – Ele a interrompeu curioso.

- Acho que era um demônio disfarçado – ela supôs.

- Que?

- Eles estão por aí Jonan...

- Não pode ser – Ele fechou os punhos em preocupação.

- Eles podem está em forma humana e nem percebemos...

- O nome – perguntou.

- Paullin – Mari disse.

- Como você pôde saber?

- Ele me cercou e fez algo como uma magia inimaginável, fora do comum, quando a mão dele tampou minha boca suas unhas chegavam até a orelha, foi surreal – Mari descreveu lembrando-se da cena assombrosa.

- Minha família corre perigo... E... Eu ainda aqui... – ele disse agitado - eu deveria fazer alguma coisa.

- Então você está pronto para liderar um exército – ela quis afirmar - está pronto. Completou.

Ele se pôs de pé e fez Mari se levantar. Passou o braço pelas costas dela e fez um carinho no rosto.

- Jonan eu acho melhor... – Mari se retraiu.

Encostou castamente os lábios nos dela. Afastou-os. Ele perscrutou-a contornando suas feições, esperando uma permissão. O sorriso tímido dela o permitiu. Beijou-a respeitosamente.

Foram interrompidos por Utaran.

- Não a toque assim – disse.

- Desculpe mestre não sabíamos que estava por aqui – Jonathan se recompôs.

- Só é permitidas atitudes intimas assim após "Anumōdita saṅgha", uma união apropriada – disse Utaran.

- Quer dizer um casamento? - Indagou Mari.

- Sim.

- Mas não estamos no século 21? Hoje em dia isso é bem natural... – Mari comentou perdendo a timidez.

- Sim – confirmou Utaran - o século 21, a yuga moderna, onde tudo é permitido. A era em que demônios podem nascer como humanos, onde seres sombrios podem adentrar planetas intermediários, mas isso não acontece só agora, a história dos híbridos é antiga... – falou refletindo o assunto.

- Antiga? - Disse Jonan curioso.

-Talvez fora deste complexo isso seja normal, mas aqui dentro há leis e regras a seguir... Então tentem se controlar, aqui é uma área sagrada para nós. Jonan se despeça de Mari, amanhã começaremos sua iniciação. - Utaran fechou a conversa em tom exigente. Afastou-se dando boa noite aos dois.

- Eu... – Jonathan iniciou a despedida - Eu fiquei muito feliz hoje por está com você e saber sobre os meus pais... Saiba que você é minha escolhida – tocou suavemente com o dedo na ponta do nariz e dela e depois no queixo. Ela sorriu contente por Jonathan estar oferecendo o coração. - Boa noite!

- Boa noite!

            
            

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