Capítulo 7 EU NÃO SOU ÔMEGA LUNAR

ALLYSSA

- O quê?

- É isso mesmo, e o mais importante é que o único tipo de

companheiro que ele pode ter ao seu lado, é um Alfa Lúpus!

- Você está louco? Essa ideia é absurda, nunca ouvi tanta besteira na minha vida!

- Eu acho tão divertida a maneira como você tenta fugir do assunto!

- Não estou tentando fugir de assunto nenhum, isso só não faz nenhum sentido para mim!

- Pode não fazer sentido porque você quer fugir do assunto, afinal deve ser estranho para você se deixar levar pelo instinto, e...

- E eu acho melhor você calar a sua boca, está falando demais! Vou te reforçar mais uma vez, você é prisioneiro por aqui, entendeu?

- Se eu estivesse solto você não me mandaria calar a boca! - responde e me olha com intensidade, o que me deixa desconfortável.

- Mandaria do mesmo jeito, e você teria que calar!

- Eu realmente faria se a forma de me calar fosse com um beijo! - ele fala, sorri, me agacho em sua frente, aponto minha espada em seu queixo, e aproximo meu rosto diante do seu, o olhar do prisioneiro é ainda mais intenso para mim.

- Você acha que sou uma idiota incapaz de usar essa espada como se deve, não é? - pergunto, e não obtenho resposta. - Acho melhor você não me provocar, não sabe do que sou capaz de fazer quando fico extremamente irritada, então...

Paolo não profere uma única palavra, apenas continua a me olhar, e depois abaixa a cabeça. O grande líder estava certo quando disse que nobres são as criaturas mais esnobes do reino, e se Paolo acredita que tem alguma regalia por ter me beijado está muito enganado. Não vou permitir que ele ma faça de boba, e que de alguma forma esteja querendo me usar com essa história de Ômega Lunar.

[...]

Algo parecia diferente em Yan quando veio me informar que o Grande Líder queria falar comigo, e assim que chego diante de sua casa, avisto uma grande movimentação de soldados, peço permissão para entrar na cabana, eles se afastam, passo pela porta, e mais adiante vejo Duric sentado à mesa, ele faz um sinal para que me sente à sua frente, arrasto uma cadeira e faço o que ele pede.

- Allyssa, como está se sentindo?

- Estou bem, algum problema, Senhor?

- Não, mas tenho ouvido falar que o prisioneiro tem lhe causado problemas...

- É como o Senhor falou, ele é bastante esnobe e parece não saber tratar ninguém com respeito, e...

- Então, eu andei pensando, e acho melhor você não cuidar mais dele, e encarreguei Yan de ficar responsável pelo rapaz! - ouvir que não ficaria mais responsável por aquele homem me deixou um pouco preocupada, pois isso queria dizer que eu não era capaz de tal missão.

- Senhor, eu não estou entendendo, aconteceu alguma coisa que o fez tomar essa decisão repentinamente?

- Não, apenas não quero sobrecarregá-la, afinal você estava a dias envolvida com essa missão, quando poderia estar com o outro grupo investigando os arredores da Floresta Petrificada, e verificando se os soldados de Guilhermo já vieram em busca do filho dele!

- Tudo bem, devo fazer isso ainda hoje?

- Não, tire o resto do dia para descansar, e nas primeiras horas da manhã você sairá com soldados que estão nessa missão!

- OK!

[...]

- Eu não acredito no que ele falou, sabe? Sobrecarregar, é sério? Já participei de missões piores! - exclamo e meu irmão apenas me observa enquanto põe a comida na mesa. - Não faz sentido, Balck!

- Se não for esse o motivo, então qual seria?

- Acho que tem a ver com as pessoas sentirem o cheiro esquisito que ando emanando ultimamente, e...

- Você acha que Duric te tirou por causa disso? Ou será que ele desconfia do seu interesse pelo prisioneiro?

- O quê? Eu não tenho interesse pelo prisioneiro, você enlouqueceu?

- Tudo bem, se você diz...

- Se estou te dizendo que não tenho, é porque não tenho, e vamos parar com essa história!

- Tudo bem!

- Balck, o que você sabe sobre Ômegas Lunares?

- Ômega Lunar?

- Sim, você sabe alguma coisa sobre eles?

- Ah... Eu sei que eles são raros, muito fortes e cheio de poderes e não se curvam ao que o Alfa quer, e não é qualquer Alfa que pode se relacionar com esse tipo de Ômega...

- Só o Alfa Lúpus?

- Isso!

- Então aquele maldito estava falando a verdade...

- Quem? Sobre o que você está falando?

- Nada, esquece!

- Você está pensando que pode ser uma Ômega Lunar?

- Não, eu não estou pensando em nada disso!

- Allyssa, por favor, não minta para mim, estou vendo em seus olhos, que agora mudam de cor involuntariamente, e não adianta fingir...

- Tudo bem, e se eu realmente for uma Ômega Lunar? O que aconteceria?

- Você precisaria de um Alfa Lúpus quando entrasse no cio!

- Por que só pode ser esse tipo de Alfa?

- Porque os dois são predestinados, e se complementam. Eles podem até se relacionar sexualmente com outros tipos, mas só se satisfazem por completo quando se encontram, além da convivência...

- O que tem a convivência?

- Tanto o Ômega Lunar quanto o Alfa Lúpus quando se encontram a primeira vez podem até se odiar, mas depois de certa eles se tornam inseparáveis, muito poderosos e se completam por inteiro!

- Entendi! Então, eles são inseparáveis e poderosos? - pergunto, e meu irmão balança a cabeça em sinal positivo.

- São soulmates, nasceram um para o outro!

- Você acredita que isso é verdade?

- É claro que sim! Por que você está sempre desdenhando de tudo, Allyssa?

- Não estou desdenhando, só acho essas teorias tão bobas!

- Não são teorias, é a forma como está organizado o nosso mundo! Mesmo que eu e você não concordemos com isso, é assim que funciona!

[...]

Durante a caminhada pela Floresta Petrificada pensei em tudo que conversei com Balck e também no que aquele maldito, mas meus pensamentos se vão quando um dos meus colegas de guarda vem correndo em nossa direção.

- O Grande Líder quer que todos vocês voltem neste exato momento! - o homem fala, e respira fundo, e isso me preocupa. - Vamos voltar!

- O que houve? - pergunto.

- O prisioneiro...

- O que aconteceu com ele? - pergunto, e sinto uma pequena pontada no peito ao esperar por sua resposta.

- Ele fugiu!

- O quê?