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Ela caminha pelo mundo com o rosto firme, o tom calmo, os passos decididos.
Quem vê de fora acredita que está tudo bem. Que ela dá conta. Que é forte.
E de fato, ela é.
Mas o que ninguém vê - é o preço que essa força cobra.
Há partes dela que ficam escondidas.
Não por vergonha, mas por proteção.
Como aquela vontade de gritar quando tudo aperta.
A frustração de tentar sempre acertar e mesmo assim errar.
A solidão de ser o apoio de todos e não saber onde se encostar.
O medo de não ser suficiente.
De falhar.
De esquecer de si a ponto de nunca mais se lembrar.
Ela aprendeu a engolir lágrimas entre tarefas.
A sorrir com o coração doendo.
A dizer "tá tudo certo" mesmo quando não estava.
A ser discreta até na dor.
Tem dores que ela prefere calar, porque acha que ninguém entenderia.
Outras, ela nem nomeou - apenas guardou.
Lá dentro, em alguma gaveta da alma, trancadas com silêncio.
Mas mesmo assim, ela segue.
Com todas as partes visíveis e as invisíveis também.
Porque sabe que algumas batalhas não se vencem com barulho, mas com persistência.
E que não mostrar não significa não sentir.
Talvez um dia ela conte.
Talvez não.
Mas mesmo se ninguém souber o que ela carrega por dentro, uma coisa é certa:
Ela merece ser vista - inteira.
Não só pelas partes que mostram força, mas também pelas que pedem colo.