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Nem tudo precisa ser explicado.
Algumas coisas só o coração entende - e isso basta.
Ela aprendeu que sentir demais não é fraqueza, é presença.
Que aquela intuição quieta, quase sussurrada, sabia mais do que qualquer conselho gritado.
E que, às vezes, a razão só atrasa o que o coração já sabe há tempos.
Era o coração que dizia quando algo estava errado, mesmo que o mundo inteiro dissesse o contrário.
Era ele que pulsava mais forte quando um lugar não era pra ela, quando uma palavra feria, quando uma ausência doía mais do que deveria.
E era ele também que amolecia tudo.
Mesmo depois das pancadas.
Mesmo depois de se fechar.
O coração dela era feito de uma matéria estranha:
quebrava, mas continuava inteiro.
Doía, mas ainda amava.
Se cansava, mas não desistia.
Tinha dias em que o peito pesava.
Outros em que transbordava - de saudade, de esperança, de vontade de ser leve.
Mas em todos os dias, o coração dela seguia batendo com um som que só ela ouvia:
o som da verdade.
Porque a verdade, pra ela, nunca foi barulhenta.
Sempre foi sentida.
E por mais que às vezes ela se sentisse perdida, havia algo dentro dela que guiava:
uma sensibilidade que o mundo não compreendia.
Uma força que não fazia alarde.
Um amor que não precisava de plateia.
Coisas que só o coração sabe.
E ela, finalmente, começou a escutar.