Capítulo 7 Coisas que só o coração sabe

Nem tudo precisa ser explicado.

Algumas coisas só o coração entende - e isso basta.

Ela aprendeu que sentir demais não é fraqueza, é presença.

Que aquela intuição quieta, quase sussurrada, sabia mais do que qualquer conselho gritado.

E que, às vezes, a razão só atrasa o que o coração já sabe há tempos.

Era o coração que dizia quando algo estava errado, mesmo que o mundo inteiro dissesse o contrário.

Era ele que pulsava mais forte quando um lugar não era pra ela, quando uma palavra feria, quando uma ausência doía mais do que deveria.

E era ele também que amolecia tudo.

Mesmo depois das pancadas.

Mesmo depois de se fechar.

O coração dela era feito de uma matéria estranha:

quebrava, mas continuava inteiro.

Doía, mas ainda amava.

Se cansava, mas não desistia.

Tinha dias em que o peito pesava.

Outros em que transbordava - de saudade, de esperança, de vontade de ser leve.

Mas em todos os dias, o coração dela seguia batendo com um som que só ela ouvia:

o som da verdade.

Porque a verdade, pra ela, nunca foi barulhenta.

Sempre foi sentida.

E por mais que às vezes ela se sentisse perdida, havia algo dentro dela que guiava:

uma sensibilidade que o mundo não compreendia.

Uma força que não fazia alarde.

Um amor que não precisava de plateia.

Coisas que só o coração sabe.

E ela, finalmente, começou a escutar.

            
            

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